Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
guística e cultural, sofre menores pressões De forma prática e apropriada a este traba-
temporais, mantendo, assim, um conteúdo lho, entender-se-á sinteticamente como um
semântico menos mutável que as línguas "conjunto de termos, ou vocabulário, de
modernas manejadas hodiernamente. determinada especialidade" (DIAS, 2000, p.
Em que pese a tal consideração sobre a 90), conceito tratado amplamente por Pon-
suposta invariedade de sentido do léxico tes (1997) em trabalho dedicado à termino-
latino, os estudiosos das letras clássicas não logia científica.
apontam essa característica como sinal de De acordo com Pontes (1997), a questão
morte do idioma. Na verdade, a tendência é terminológica está intimamente relaciona-
a de que se considere o Latim como língua da à necessidade de nomear as novidades
viva em razão do constante uso (FORTES, oriundas do avanço das ciências e da tecno-
2010; MELO, 2013; OLIVEIRA, 2015a; VIA- logia. Nesse sentido, "toda atividade huma-
RO, 1999), inclusive na modernidade, moti- na, todo domínio do saber implica um
vo pelo qual este trabalho, por meio de o- grande número de conceitos, por isso é
bras específicas e da análise de vocabulário preciso dominar um conjunto de nomes
supostamente especializado, tenciona re- para conhecer, reconhecer e manipular as
cuperar uma questão de vasta relevância coisas" (PONTES, 1997, p. 48). De fato, é
para a seara terminológica: o uso da Língua notável que as atividades especializadas
Latina como elemento de precisão concei- comportam nomenclaturas peculiares como
tual. Ademais, percebendo que cada área forma de construir um nicho comunicativo
do saber possui seus próprios jargões, o que próprio, utilizado pelos pares não como
facilita a comunicação no meio especializa- meio de exclusão dos demais indivíduos,
do, discute-se a utilização do termo latino mas como maneira de atender as exigências
na manutenção de um significado específico do avanço científico. À guisa de exemplo,
durante um longo período de tempo. podem-se mencionar os vocábulos compo-
Diante disso, com o propósito de rever nentes do arcabouço lexical que tem sido
parte da literatura concernente a esse as- denominado de "juridiquês", referência aos
sunto, este artigo dedica algumas páginas jargões utilizados pelos profissionais das
para o exame de termos cujas filiações justi- diversas vertentes do Direito.
ficam o uso do Latim na composição do lé- A rigor, "toda terminologia possui uma
xico especializado. Esse olhar analítico recai finalidade socioprofissional e serve priorita-
não só sobre os termos jurídicos, mas tam- riamente para exprimir saberes temáticos"
bém sobre outros que são empregados es- (BOULANGER, 1995, p. 1), razão pela qual
pecializadamente por razões de herança "muitos dos termos técnicos não se encon-
histórica, sendo ou não de amplo uso e co- tram nos dicionários de língua corrente"
nhecimento. (PONTES, 1997, p. 48). Isso não significa,
todavia, uma intencionalidade de não com-
2 BREVES REFLEXÕES SOBRE TERMINOLO- partilhamento de tecnicismos, mas indica o
GIA E LÉXICO ESPECIALIZADO grau de especialização e o ambiente de
empregabilidade de determinados vocábu-
Há diversas noções relacionadas à termi- los. É nesse sentido que a questão da ter-
nologia, o que dificulta a sua conceituação. minologia deve ser objeto de reflexão cui-
Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 2, p. 09-16, maio/ago. 2016
A Língua Latina e a precisão conceitual 11
dadosa, especialmente porque indivíduos afora as peculiaridades inerentes a cada um
podem não compor certos nichos científicos dos trabalhos, Boulanger (1995), Dias
especializados, mas deles necessitar para a (2000), Lara (2004), Oliveira (2015b) e Pon-
resolução de impasses corriqueiros. tes (1997) percebem de forma similar o pa-
Exemplo disso seria uma hipotética situ- pel do uso terminológico como uma especi-
ação de acesso de um sujeito comum ao ficidade relacionada a uma área do saber.
conteúdo de uma sentença judicial, repleta Vale acrescentar, nesse ponto da tessitura
de termos jurídicos, o que ilustraria bem a bibliográfica, que "um termo [..] é uma pa-
prudência necessária ao tratamento da lavra contextualizada no discurso, tendo,
questão terminológica. De qualquer forma, conseqüentemente, um referente de inter-
mesmo sem o conhecimento de tais termos pretação" (LARA, 2004, p. 92). Assim, não
de utilização supostamente precisa, o indi- há que se dissociar a relação existente entre
víduo comum teria em seu favor o profis- o conceito de terminologia e o uso do léxico
sional especializado. A propósito desse as- especializado, já que, em suma, ambos são
sunto, Oliveira (2015b, p. 15), ao se ocupar praticados de forma interdependente.
da questão do latinismo como terminologia, De mais a mais, é preciso ressaltar que,
após analisar o caso específico da palavra conquanto a terminologia delimite um
campus, ressalta que "o Latim desponta campo especializado, não raro os vocábulos
claramente funcional no meio técnico, a- migram do espaço particularizado para o
brangendo, inclusive, os documentos ofici- uso comum, ordinário. Situações desse tipo
ais", dada a necessidade da distinção entre são percebidas quando são analisados vo-
o léxico primário (não técnico, comum) e o cábulos latinos que parecem não pertencer
léxico terminológico (especializado). a um arcabouço lexical específico, estando
O objeto da publicação de Oliveira mais vinculados a questões históricas do
(2015b), apesar de não estar relacionado que a especialidades propriamente ditas.
diretamente à questão da precisão concei- Segundo Rónai (1980, p. 11), "são fragmen-
tual terminológica, mas ao uso do um lati- tos conservados ao acaso, mas suficientes
nismo específico, deixa o vislumbre de que para convencer-nos da incrível força de
a escolha lexical deve traduzir, com maior condensação e expressão do idioma dos
rigor possível, no âmbito especializado, o romanos".
conceito a ser transmitido, evitando a am- Brevemente recuperados, pois, alguns
biguidade, a contradição e a utilização de tópicos da discussão a respeito do uso da
palavras vazias de sentido prático. A esse Língua Latina para efeitos de manutenção
entendimento coaduna-se o de Lara (2004). de precisão conceitual, passa-se à análise,
Entendedora de que "o conceito é uma uni- com as devidas inserções bibliográficas que
dade abstrata criada a partir de uma com- necessárias se fizerem, tanto de algumas
binação única de características", a autora expressões latinas que se pretendem preci-
percebe o termo "como uma designação sas quanto de outras já internalizadas pelos
que corresponde a um conceito em uma indivíduos ou que migraram para o meio
linguagem de especialidade" (LARA, 2004, não técnico.
p. 92).
Nota-se, nessa linha de raciocínio, que,
Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 2, p. 09-16, maio/ago. 2016
12 Oliveira
3 ANÁLISE DOS VOCÁBULOS E EXPRESSÕES tir da leitura das obras de Almeida (1992),
LATINOS Cardoso (2003) e Faria (1958):
Alias: considerado um advérbio na
Entre as várias expressões latinas, algu- Língua Latina, esse termo é utilizado em
mas se destacam por terem se mantido Língua Portuguesa como retificador, nor-
dentro dos limites terminológicos, ou seja, malmente com o sentido de “de outro mo-
são utilizadas em áreas específicas do co- do”;
nhecimento com o intuito de designar ou Alibi: advérbio latino utilizado na se-
significar uma nomenclatura específica. Ou- ara do Direito, significando "em outro lu-
tras, no entanto, inicialmente próprias de gar", "em outro sentido";
uma área de estudo, passaram ao uso co- Alter ego: expressão da Psicanálise
mum, corriqueiro, perdendo o caráter pu- composta pelos pronomes alter (outro) e
ramente especializado. Assim, ego (eu), ou seja, "outro eu";
A posteriori: significa "a partir do
Entende-se que os termos são, antes de que vem depois", já que o advérbio posteri-
mais, unidades lexicais que assumem sig- us significa "posteriormente", "em segui-
nificados específicos quando usadas em
da", "mais tarde";
discurso especializado, significados esses
A priori: "a princípio", "a partir do
que lhes permitem denominar conceitos
científicos e técnicos. Mais se entende que vem antes", do advérbio latino prius,
que, para que uma unidade denomine um que significa "em primeiro lugar", "antes",
determinado conceito, ela deve ser por- "de preferência";
tadora de um tipo de significado estrutu- Agnus Dei: expressão religiosa que
ral e/ou referencial que lhe permita essa significa "o Cordeiro de Deus", pela compo-
capacidade denominativa (CORREIA, sição de agnus (substantivo neutro da 2ª
2005, p. 1-2). declinação no nominativo singular) e Dei
(substantivo masculino Deus, da 2ª declina-
Isso significa que, às vezes, embora a es- ção no genitivo singular);
trutura seja mantida, assim como ocorre Carpe diem: expressão latina atribuí-
com os latinismos, é possível que a referên- da ao período árcade, significando "aprovei-
cia seja desviada para uma capacidade de- te o dia". Trata-se do verbo carpere (no im-
nominativa mais usual e menos especializa- perativo) associado a diem, (dies, nome da
da. Trata-se, na verdade, do próprio com- 5ª declinação no acusativo singular);
portamento da língua, viva e dinâmica, em Corpus Christi: expressão religiosa
que pese à manutenção de termos designa- que significa "o Corpo de Cristo". Pode ser
tivos estanques nos vários âmbitos do co- explicada por analogia com a expressão ag-
nhecimento tais como o Direito, a Botânica nus Dei, exceto pelo fato de que o substan-
e a Zoologia. Assim, considerando que o tivo Deus, Dei, apesar de pertencer ao
trabalho de Santos (2008) abarca muitas mesmo caso que agnus, declina-se de for-
locuções e elementos latinos, seguem vinte ma particular. De qualquer forma, tem-se
outras expressões e termos não contem- corpus (nominativo singular neutro) e Chris-
plados naquele trabalho, seguidos de sucin- ti (Christus, no genitivo singular);
tas explicações de nível morfológico, a par-
Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 2, p. 09-16, maio/ago. 2016
A Língua Latina e a precisão conceitual 13
Curriculum vitae: "o percurso de vi- do substantivo masculino honor, honoris.
da", "a trajetória de vida". Expressão já u- Algumas universidades atribuem a pessoas
sual composta por curriculum (substantivo reconhecidamente eminentes suas áreas de
neutro da 2ª declinação no nominativo sin- conhecimento o título de Doctor Honoris
gular) e vitae (genitivo singular de vita, no- Causa;
me feminino da 1ª declinação latina); Fugere urbem: expressão composta
Data venia: frequentemente empre- pelo verbo fugire e urbs, urbis, substantivo
gada em documentos jurídicos, significa feminino da terceira declinação no acusati-
“com o devido respeito”, "com a devida vo singular, normalmente traduzida como
permissão". Trata-se de uma explicação um "fugir da cidade". Como esse verbo latino
pouco mais complexa, em razão da junção também pode significar "evitar", prefere-se
de um particípio com um nome declinado a construção "evitar a cidade", caso em que
no ablativo, apesar da queda da preposição o uso do acusativo fica mais bem delineado,
cum, que, em Latim, era seguida desse caso. por se tratar, neste caso, de um verbo tran-
Por isso, data (particípio passado feminino sitivo direto. Ressalte-se, no entanto, que
singular de do, dare, que representa o ver- fugire é também equivalente a "fugir de";
bo dar, em Português) e venia (substantivo In memoriam: traduzido por "em
feminino venia, veniae no ablativo singular, memória de", ou seja, in (preposição latina
que coincide, na 1ª declinação, com o no- que pode reger tanto o acusativo quanto o
minativo e com o vocativo, ambos no singu- ablativo) acompanhado de memoriam
lar). Literalmente, a expressão seria tradu- (substantivo declinado no acusativo singular
zida como "permissão dada, concedida"; da 1ª declinação);
Exempli gratia (e.g.): trata-se de In vitro: "no vidro". Caso análogo ao
uma expressão idiomática latina, cujo signi- anterior, à exceção da palavra vitro (de vi-
ficado é "por exemplo"; trum, vitri, que designa substantivo neutro
Et caetera (etc): significa “e outros”, da 2ª declinação no ablativo singular);
sendo abreviado como "etc.". A expressão é Ipsis litteris: "pelas mesmas letras".
composta pela conjunção et (e) e o advér- Expressão composta pelo pronome de-
bio caetera (quanto ao resto). Isso justifica monstrativo ipse, ipsa, ispsum no ablativo
o porquê de a gramática normativa reco- plural em concordância com o substantivo
mendar que não se utilize "e" antes dessa feminino da 1ª declinação littera, litterae,
expressão, sendo facultativo, porém o uso também no ablativo plural. Trata-se de lo-
da vírgula. Além disso, reforça-se a necessi- cução latina bastante usual tanto na fala e
dade da utilização do ponto abreviativo, quanto na escrita;
obrigatório após "etc."; Locus amoenus: é uma característica
Honoris causa: "por causa da honra", atribuída ao período do Arcadismo e signifi-
"honorariamente". O substantivo causa, ca "lugar ameno". A composição da expres-
quando empregado no ablativo, equivale à são se dá pelo substantivo masculino da 2ª
locução prepositiva "por causa de" e rege o declinação locus, loci no caso nominativo
genitivo, motivo pelo qual honoris encon- singular, seguida do adjetivo de 1ª classe
tra-se no genitivo singular da 3ª declinação correspondente;
Persona non grata: conjunto de pa- sentido de que "é inquestionável que o es-
lavras traduzido como "pessoa indesejada". tudo do Latim viabiliza a compreensão de
Essa estrutura frasal latina é bem simples: numerosas indagações linguísticas que se
persona (de persona, personae, substantivo referem ao conhecimento das línguas ro-
feminino da 1ª declinação no nominativo mânicas, podendo fornecer explicações pa-
singular), non (advérbio anteposto ao adje- ra fenômenos aparentemente inexplicáveis
tivo) e grata (de gratus, grata, gratum, que do português". Quanto à precisão conceitu-
significa "agradável", adjetivo que, por ser al, em razão da resistência ao tempo, a Lín-
de 1ª classe, concorda com persona em gê- gua Latina parece bem empregada na deli-
nero, número e caso); mitação de termos específicos.
Post scriptum (P.S.): expressão utili-
zada ao fim de cartas ou correspondências 4 CONCLUSÃO
quando se quer acrescentar uma nova in-
formação. A preposição post ("depois de") Passando a breves comentários conclusi-
rege o acusativo; a palavra scriptum (de vos, é preciso pontuar, no que se refere à
scriptum, scripti, neutro da 2ª declinação), relação entre a Língua Latina e a precisão
portanto, encontra-se no acusativo singular. conceitual, que o idioma dos romanos en-
Dentre os termos e expressões analisa- contra-se espalhado pelas diversas áreas do
dos, pode-se pontuar que alguns ainda não saber, especializadas ou de uso corriqueiro.
foram recepcionados totalmente pelo uso, Em alguns casos, embora pareça específico,
tais como data venia e exempli gratia, com- o significado do termo latino é facilmente
ponentes do léxico terminológico jurídico; identificado não só pela proximidade gráfi-
outros, todavia, como alibi, a priori e a pos- ca com a Língua Portuguesa, mas também
teriori, já são amplamente empregados tan- porque o uso o consagra no ambiente não
to na oralidade quanto na escrita; expres- técnico.
sões como curriculum vitae, et caetera (etc.) Outro ponto relevante diz respeito ao fa-
e post scriptum (P.S.), por sua vez, são de to de que a Língua Latina principiar o seu
uso corrente, ainda que a origem e o signifi- declínio no século I d. C. (fase clássica), pas-
cado latinos sejam desconhecidos pelos sando a modalidade vulgar pela do roman-
indivíduos, especialmente nestes dois últi- ce até a formação da Língua Portuguesa.
mos. Acrescentem-se a estes as abreviatu- Nesse longo trajeto de transformação, al-
ras latinas A.M. (ante meridiem) e P.M. guns vocábulos latinos permaneceram in-
(post meridiem), mormente utilizadas em tactos no manejo cotidiano dos falantes do
mostradores digitais de relógios norte- Português, enquanto outros sofreram inú-
americanos. Em ambos os casos, a palavra meros cortes linguísticos, resultado em no-
meridiem, substantivo da 5ª declinação la- vas palavras. Das palavras mantidas, muitos
tina, encontra-se no acusativo singular de- foram aproveitadas como itens terminoló-
vido às regências das preposições ante e gicos que, supostamente, estariam menos
post. sujeitos à ação do tempo do que o novo
Diante dessas análises, o posicionamento idioma românico em pleno desenvolvimen-
adotado neste trabalho se coaduna com o to.
entendimento de Melo (2013, p. 61) no É preciso ressaltar também que não só
Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 2, p. 09-16, maio/ago. 2016
A Língua Latina e a precisão conceitual 15
Direito, de raízes latinas, vale-se do idioma 1995.
dos romanos para fortalecer conceitual- CARDOSO, Z. de A. Iniciação ao Latim. 5. ed.
mente o seu arcabouço lexical, mas tam- São Paulo: Ática, 2003.
bém a Literatura, as instituições religiosas, CUNHA, C.; CINTRA, F. L. Nova Gramática
etc. Essa variedade de usos prova, de certa do Português Contemporâneo. 5. ed. Rio
forma, que o estágio mais antigo da Língua de Janeiro: Lexicon Editora Digital, 2012.
Portuguesa, provavelmente devido ao pres- CORREIA, M. Terminologia, neologia e nor-
tígio, às qualidades e à baixa possibilidade malização: a terminologia em Portugal e
de transformação, foi escolhido como man- países de língua portuguesa em África.
tenedor de expressões que necessitam de Terminómetro, número especial, p. 1-13,
interpretação precisa. Em tese, outros idi- 2005.
omas do tronco itálico, aparentados do La- DIAS, C. A. Terminologia: conceitos e aplica-
tim, poderiam fazer as vezes de língua anti- ções. Ciência da Informação, Brasília, v. 29,
ga de precisão conceitual, já que são consi- n. 1, p. 90-92, jan./abr. 2000.
derados extintos. Ocorre que nenhum des- FARIA, E. Gramática Superior da Língua La-
ses idiomas são portadores de prestígio cul- tina. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica,
tural e antecessores do Português. 1958.
Por fim, fica o registro de que os vocábu- FORTES, F. da S. A "língua" e os texto: gra-
los analisados poderiam formar o esboço de mática e tradição no ensino de Latim. Ins-
ínfimo inventário da Língua Latina, se fosse trumento, Juiz de Fora, v. 12, n. 1, p. 63-70,
esta considerada morta neste trabalho. Ao jan./jun. 2010
contrário, pelo que se pode perceber, o uso LARA, M. L. G. Diferenças conceituais sobre
constante nas diversas searas do saber, in- termos e definições e implicações na orga-
clusive no meio não técnico, alça o Latim ao nização da linguagem documentária. Ciên-
posto de sobrevivente, mesmo após séculos cia da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p.
de transformação. 91-96, mai./ago 2004.
MELO, P. A. G., O uso de expressões latinas
REFERÊNCIAS como elementos de ornamentação na lin-
guagem publicitária escrita no Português
ALMEIDA, N. M. de. Gramática Latina: cur- Contemporâneo. Interfaces, Guarapuava, v.
so único e completo. 24. ed. São Paulo: Sa- 4, n. 2, p. 60-71, dez. 2013.
raiva, 1992. OLIVEIRA, T. S. de. A queda do gênero neu-
BAGNO, M. Dramática da Língua Portugue- tro do Latim: questiúnculas sobre a diver-
sa - tradição gramatical, mídia & exclusão gência entre o gênero real e o gênero gra-
social. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, matical. Philologus, Ano 21, n. 63, p. 22-32,
2010. Rio de Janeiro, CIFEFIL, set./dez. de 2015a.
_____. Nada na língua é por acaso: por ______. de. Do Latim ao Português moder-
uma pedagogia da variação linguística. São no: a questão do latinismo como termino-
Paulo: Parábola Editorial, 2007. logia. Rónai - Revista de Estudos Clássicos e
BOULANGER, J. C. Alguns componentes lin- Tradutórios, Juiz de Fora, v.3, n. 2, p. 03-17,
guísticos no ensino da terminologia. Ciência 2015b.
da Informação, Brasília, v. 24, n. 3, s/p, PONTES, A. L. Terminologia científica: o que
Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 2, p. 09-16, maio/ago. 2016
16 Oliveira