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A EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS EM UMA PERSPECTIVA DE

LUDWIK FLECK

Regina Simplício Carvalho

Resumo: A busca pelo conhecimento da natureza é intrínseca ao homem e o estudo adequado de


episódios históricos permite compreender as inter-relações entre ciência, tecnologia e sociedade, sendo a
ciência uma construção humana. A evolução dos modelos atômicos fascina físicos e químicos, mas o
entendimento dos experimentos realizados que fundamentaram essa evolução não é trivial. Nos livros
didáticos, os experimentos são comumente apresentados de forma sucinta, dificultando a percepção dos
fenômenos e as limitações dos mesmos. Os primórdios trazem concepções divergentes, Aristóteles atacou
o atomismo de Leucipo, Demócrito e Epicuro com a proposição que a matéria era constituída dos
elementos fundamentais, a água, a terra, o fogo e o ar e, o pensamento aristotélico “amalgamado” com os
dogmas da igreja persistiu até o século XVII. Com o Renascimento, o trabalho de Pierre Gassendi
destacou-se em uma tentativa de recuperar as ideias de Epicuro. Giordano Bruno foi um atomista e seus
pensamentos conflitantes com da igreja católica o levou à condenação máxima. Com a adoção de rigoroso
método experimental por Robert Boyle a teoria corpuscular foi ganhando força. No início do século XIX
Dalton propôs o seu modelo atômico trazendo a tona o atomismo e as várias discussões em torno das
proposições. Com os experimentos de Faraday e outros, gerou-se a necessidade de um novo modelo e,
Thompson o propôs com a existência do elétron. O modelo de Rutherford previa o núcleo atômico com
elétrons girando ao redor do mesmo. Com a previsão de Maxwell de que cargas aceleradas irradiam
energia eletromagnética, comprovada por Hertz, confirma-se que a configuração do átomo como um
sistema planetário era instável. Inspirado pelas ideias de Planck e Einstein, Bohr propôs outro modelo,
supondo que as órbitas dos átomos eram discretas e o descreve através de frequências específicas emitidas
pelos elementos químicos. Einstein propôs que a luz era mais do que uma onda, sendo composta por
partículas, mais tarde, denominadas fótons. A dualidade e a incerteza marcam então o mundo quântico, e
as equações da mecânica quântica geram probabilidades extinguindo-se as certezas. Ludwick Fleck
discute em sua obra ideias sobre a construção coletiva do saber científico e, detalha a matriz social e
cognitiva, que estão inseridos os cientistas, quando observam os fenômenos naturais e produzem o fato
científico. De acordo com esse autor, um estilo de pensamento contém vestígios históricos,
desenvolvimento evolucionário de vários elementos de outro estilo. O estudo da evolução dos modelos
atômicos pode levar os alunos a uma rede complexa de raciocínio sobre como novos modelos são
construídos com base em observações experimentais propondo caminhos para que estes tenham
autonomia para construírem futuramente outros modelos. Mapas conceituais são ferramentas valiosas e
podem facilitar uma aprendizagem significativa das teorias atômicas.
Introdução:
A busca pelo conhecimento da natureza é intrínseca ao homem e o estudo adequado de
episódios históricos permite compreender as interelações entre ciência, tecnologia e
sociedade, sendo a ciência uma construção humana (ARAGÃO, 2008). Para Ludwick
Fleck, as ideias trafegam entre estilos de pensamentos criados pelos diferentes coletivos
de pensamento sem rupturas radicais, de forma mais evolutiva (CONDÉ, 2012) e
“estudos epistemológicos devem sempre levar em consideração o contexto social,
cultural e histórico do desenvolvimento dos conhecimentos” (FLECK, 1929 apud
LOWY, 2012, p.19).
Os primórdios trazem concepções divergentes. Aristóteles, precedido por Platão e
Empédocles, atacou o atomismo de Leucipo, Demócrito e Epicuro com a proposição
que a matéria era constituída dos elementos fundamentais, a água, a terra, o fogo e o ar
e, o pensamento aristotélico “amalgamado” com os dogmas da igreja persistiu até o
século XVII. Os alquimistas se fizeram presentes durante todo esse tempo, em busca
dos elixires de longa vida, da fórmula secreta para transformar os metais comuns em
ouro e com crença de que os princípios das substâncias eram o enxofre (natureza
inflamável), o mercúrio (natureza volátil) e o sal (GOLDFARB, 1987). A alquimia,
apesar de não ter caráter científico, teve a sua importância, pois desenvolveu muitos
processos e conhecimentos que ainda hoje são utilizados na química (CARVALHO,
SILVA, 2008).
Com o Renascimento, o trabalho de Pierre Gassendi destacou-se em uma tentativa de
recuperar as ideias de Epicuro (FERREIRA & PEDUZZI, 2014, ROVARIS, 2007), para
ele o mundo era composto de partículas indivisíveis, os pequenos átomos que seriam
invisíveis.
Contemporâneo, William Gilbert investigou os fenômenos elétricos, a partir do
conhecimento dos gregos que ao se esfregar âmbar (elektron) com pelo ou lã ele se
tornava capaz de atrair objetos leves. Giordano Bruno foi também um atomista e seus
pensamentos conflitantes com da igreja católica o levou à condenação máxima.
Com a adoção de rigoroso método experimental por Robert Boyle a teoria corpuscular
foi ganhando força. Charles Augustin de Coulomb, em 1785, conseguiu chegar a
relação de que a força de atração entre duas cargas puntiformes de sinais opostos é
inversamente proporcional ao quadrado de distância entre elas e diretamente
proporcional aos produtos das cargas, Joseph Priestley já havia sugerido que a atração
entre as cargas positiva e negativa era proporcional à distância entre as cargas (MAAR,
2011).
O experimento realizado por Henry Cavendish da queima do gás inflamável
(hidrogênio) com o ar vital (oxigênio) formando água, levou a comprovação de que a
substância água era composta por dois gases (HAYNES, 1945, LAVOISIER, 2007), e
não era, portanto, um elemento aristotélico. Lavoisier demonstrou categoricamente que
as substâncias químicas não se constituíam a partir dos elementos aristotélicos e criou,
em cooperação com outros colegas, a nova nomenclatura química (CARVALHO,
2012).

Os modelos atômicos
No início do século XIX John Dalton propôs o seu modelo atômico trazendo à tona o
atomismo e as várias discussões em torno das proposições. Para Dalton os átomos de
um determinado elemento são todos idênticos em tamanho, forma e peso. Diferem,
porém em todo as estas propriedades, dos átomos dos demais elementos, cada um dos
quais com suas características próprias. E esses mesmos átomos são as unidades por
meio das quais as reações químicas se processam (HAYNES, 1945). Apesar da longa
rejeição francesa pelo atomismo (MAAR, 2011), os químicos se empenharam em
determinar os pesos de várias substâncias e Dimitri Mendeeleiev, em 1870, propôs a
Tabela Periódica dos elementos, demonstrando que as propriedades químicas dos
mesmos eram uma função periódica dos pesos atômicos (massas atômicas), atualmente
se estabelece a relação com os números atômicos.
Por outro lado, as pesquisas relacionadas aos fenômenos elétricos prosseguiam e
Michael Faraday, encadernador e assistente de Humphry Davy em Londres descobriu
que um campo magnético variável cria um campo elétrico, o fenômeno da indução
(BIEZUNSKI, 1993). Propôs também que a quantidade de uma substância depositada
ou desprendida em um eletrodo durante a eletrólise é diretamente proporcional a
quantidade de eletricidade que passa através do eletrólito (ANDREW, 1971).
Descobriu-se que compostos se decompõe pela passagem de corrente elétrica e George
Johnstone Stoney propôs que a eletricidade existe em unidades descontinuas e sugeriu o
nome de elétron (PAULING, 1967).
James Clerk Maxwell apoiou-se nos trabalhos de Faraday e assimilou a luz a um
conjunto de oscilações do campo eletromagnético, fundindo a eletricidade com o
magnetismo. Heinrich Hertz conseguiu criar um campo de frequência elevado e
descobriu as ondas de rádio após verificar que as ondas eletromagnéticas se propagavam
no ar (BIEZUNSKI, 1993).
Robert Boyle observou, através da queima de sais de cobre, o esverdeamento da chama,
precedendo o uso químico em análise de dados espectrais (MAAR, 2011). O bico de
Bunsen surgiu da necessidade que Robert Bunsen tinha de dispor de uma chama límpida
para uso em análise espectroscópica. Gustav Robert Kirchhoff desenvolveu os aspectos
teóricos da espectroscopia e estudou as cores características das chamas de diferentes
elementos químicos que absorviam a luz em determinados comprimentos de onda.
William Crookes utilizou a espectroscopia na análise dos rejeitos seleníferos, no entanto
se tornou conhecido pela fabricação da ampola de Crookes. Ele inventou uma possante
bomba de vácuo e conseguiu obter vácuos maiores nos tubos de vidro. Estes exibiam
fracos raios emitidos pelo eletrodo ligado à parte negativa da corrente elétrica e esses
quando atingiam o vidro da extremidade oposta do tubo faziam com que este brilhasse.
Esses raios foram denominados raios catódicos, pois partiam do catodo, moviam- se em
linha reta, sofriam desvios quando em presença de um imã e aqueciam objetos
colocados em sua trajetória (DIETZ, 1948). Os raios emitidos pelo catodo eram elétrons
que eram lançados no anodo pela diferença de potencial. No anodo grande parte da
energia é transformada em calor e cerca de 1% produz raios X (ARAGÃO, 2008).
Johann Jakob Balmer, em 1848 observou o espectro do hidrogênio, em forma de linhas,
produzido num tubo de descarga com moléculas dissociadas de hidrogênio (PAULING,
1967) e as nominou com a série de Balmer.
A descoberta dos Raios X pelo alemão Wilhelm Konrad Rontgen, causou um grande
impacto na ciência. Henri Becquerel se debruçou no estudo de outros raios invisíveis
provenientes de compostos de urânio, seguido pela polonesa Marie Curie e seu marido
Pierre. A descoberta do rádio e do polônio e a palavra radioatividade foram atribuídos
ao casal.
Com os experimentos de Michael Faraday e outros, gerou-se a necessidade de um novo
modelo e, Joseph John Thomson o propôs, com a existência do elétron. Ele já havia
medido anteriormente a razão entre a carga e a massa do elétron.
Robert A. Millikan, em 1909, determinou a carga elétrica elementar com bastante
precisão a partir de gotas de óleo ionizadas.
Charles Thomson Rees Wilson montou uma câmara, nominada Câmara de Wilson, com
ar saturado de vapor d’água que permitia a visualização da trajetória das partículas alfa,
pois essas produziam a condensação do vapor d’água surgindo gotículas de água que
refletiam a luz e podiam ser fotografadas.
Frederick Soddy que trabalhava conjuntamente com Ernest Rutherford conseguiu
comprovar que as substâncias radioativas desprendiam diversas classes de raios que se
diferenciavam pelas diferentes capacidades de penetração nos corpos. As partículas Alfa
podiam ser desviados por campos magnéticos e tinham cargas, as partículas betas eram
eletricamente negativas e os raios gama não possuem cargas. Rutherford, investigou a
trajetórias das partículas alfa através de delgadas folhas de metal e deduziu que, pela
escassez de desvios notáveis, somente uma pequena parte reunia quase toda a massa do
átomo. Propôs o modelo atômico prevendo o núcleo atômico carregado positivamente
ocupando um pequeno volume do átomo e com elétrons girando ao redor do mesmo em
distâncias relativamente grandes (HEISENBERG, 1954). No entanto o modelo não
explicava a estabilidade do átomo. Max Karl Ernst Ludwig Planck, aluno de Kirchhoff,
já havia verificado a radiação do corpo negro e que a energia se apresentava sob a forma
de múltiplos inteiros (quantum) (BIEZUNSKI, 1993). Albert Einstein considerou que a
luz é descontinua e irradia por quanta explicando o efeito fotoelétrico, segundo esse
cientista quando a luz, atingia uma superfície metálica, ocorria emissão de elétrons e a
energia cinética desses dependia da frequência da luz incidente. Niels Bohr, inspirado
pelas ideias de Planck e Einstein, introduziu a descontinuidade nos processos atômicos e
formulou a hipótese de que os átomos só podem ocupar determinados estados
caracterizados por determinadas orbitas eletrônicas e no estado estacionário não emitem
energia (PAULING, 1967).
A emissão de luz observada nos espectros dos elementos corresponde ao salto de um
elétron de uma orbita para outra mais perto do núcleo. Pelo princípio da
correspondência constatara que a diferença entre os níveis de energia dos elétrons
diminui à medida que as orbitas se afastam do núcleo (BIEZUNSKI, 1993).
Diversos acréscimos foram feitos à teoria de Bohr. Entre eles a descoberta do spin, o
princípio de exclusão de Pauli, a descoberta da natureza ondulatória do elétron, o
princípio da incerteza e a nova mecânica quântica.
Paul Adrien Maurice Dirac explicou a relação giromagnética do elétron e previu outras
partículas elementares (ARAGÃO, 2008).
Em 1925, Wolfgang Pauli formulou a hipótese que dois elétrons nunca podem ter todos
os números quânticos iguais, logo não pode haver vários elétrons sobre a mesma órbita.
A natureza ondulatória do elétron foi descoberta por Louis de Broglie, um elétron em
repouso tem comprimento de onda infinito e o comprimento de onda diminui com o
aumento da velocidade do elétron, ou seja, o elétron pode se comportar como uma onda
ou como uma partícula (PAULING, 1967).
Werner Karl Heisenberg desenvolveu um modelo matemático para descrever os átomos
eliminando a noção das orbitas, denominado mecânica matricial, pois as grandezas
físicas são representadas por quadros de números. Segundo Heisenberg (1954):
A física atual utiliza a imagem de ondas e a imagem de
partículas uma junta a outra, como igualmente justificadas. Pois
sabemos em que casos devemos aplicar uma ou outra imagem e
sabemos que nenhuma das duas contém toda a questão.
(HEISENBERG, 1954, p. 59. Tradução nossa).

As propriedades dos átomos são calculadas pelas equações da mecânica quântica. O


movimento dos elétrons em torno do núcleo é descrito em mecânica quântica pelas
funções de onda, e o elétron ocupa um orbital. O elétron pode ser descrito como
possuidor de características de partículas ou de ondas, e nunca se pode saber
simultaneamente onde está o elétron e com que rapidez e em que direção se move, ao se
medir a velocidade a imagem do local desaparece. Erwin Schrodinger demonstrou a
equivalência entre mecânica ondulatória e mecânica matricial e matematizou a teoria
dos quanta através da equação conhecida pelo seu nome (ARAGÃO, 2008). “A função
de onda é, portanto, uma grandeza estatística, que permite deduzir a probabilidade de
presença de uma partícula” (BIEZUNSKI, 1993, p. 129), distribuição da probabilidade
do elétron. A mecânica quântica ondulatória descreve os fenômenos de modo não-
determinístico e somente com a introdução do spin foram explicados a estrutura fina do
espectro de emissão ou absorção dos átomos (CARUSO, OGURI, 2006).
A posposta aqui foi de construção de um mapa conceitual a partir das contribuições
desses vários autores para a formulação dos modelos atômicos.

Mapas conceituais

Joseph Novak parte da ideia de que a educação é conjunto de experiências que


contribuem para que o indivíduo lide melhor com o cotidiano (MOREIRA, 2011). Para
Novak qualquer evento educativo envolve uma ação para trocar significados e
sentimentos e, compreende cinco elementos que são: o aprendiz, o professor, o
conhecimento, o contexto (matriz social) e a avaliação.
No processo de ensino o professor apresenta ao aluno significados que são
compartilhados e aceitos por uma certa comunidade de usuários. Quando a
aprendizagem acontece os alunos passam a compartilhar desses conceitos e atribuir
significados a eles. Destaca-se que para ocorrer a aprendizagem deve haver uma
predisposição do aluno em aprender, e esta está relacionada com a experiência afetiva
no evento educativo.
Novak propõe o mapeamento conceitual como uma das estratégias instrucionais para
facilitação da aprendizagem e também como possível instrumento para avaliar a
aprendizagem.
Acreditando nessa premissa, está sendo proposto então a construção de mapas
conceituais para a aprendizagem das teorias atômicas.
O mapa proposto pode ser gradativamente detalhado dependendo do aprofundamento da
pesquisa sobre o assunto. As contribuições de outros cientistas podem ser incorporadas
à medida que a pesquisa é aprofundada. A vantagem é que o aluno passa ter uma visão
do conjunto e ao mesmo tempo das inter-relações entre os diferentes pensamentos e
contribuições.

Metodologia para construção do mapa conceitual

Primeiramente foi feita uma linha do tempo trazendo as contribuições dos diversos
cientistas e filósofos. A cronologia foi feita correspondendo ao período da contribuição
dos autores e não exatamente das suas datas de nascimento.

Linha do tempo

Leucipo (500 a.C), Demócrito (460 – 370 a.C), Epicuro – (341 – 270 a.C) – constituição
atomística da matéria
Empédocles, Platão (427 – 347 a.C), Aristóteles (384 322 a.C) - – teoria dos quatro
elementos
Alquimia (V a.C – XVI) – enxofre, mercúrio e sal
William Gilbert – Inglês - (1540 – 1603) – eletricidade – âmbar (elektron)
Giordano Bruno – Italiano - (1548 - 1600) - atomista
Pierri Gassendi – Francês - (1592 – 1655) - atomista
Robert Boyle – Irlandês - (1627 – 1691) – experimentação sistemática
Henry Cavendish - Italiano (1731 – 1810) – composição da água
Joseph Priestley – Inglês - (1733 – 1894) – ar flogisticado – força de atração
Charles Augustin de Coulomb – Francês - (1736 – 1806) - Lei de Coulomb
Antoine- Laurent Lavoisier –Francês - (1743 – 1794) – Combustão/nomenclatura - 1779
John Dalton – Inglês – (1766 – 1844) – Modelo de Dalton – 1805
Michael Faraday - Inglês - (1791 – 1867) – Corrente elétrica – Lei de Indução 1830
Johann Jakob Balmer – Suiço - (1825 – 1898) – Linhas espectrais do hidrogênio - 1848
Dimitri Ivanovich Mendelyeev – Russo – (1834 – 1907) – Tabela Periódica -1871
George Johnstone Stoney – Irlandês (1826 – 1911) – eletricidade unidades descontínuas
– elétron – 1874
William Crookes - Inglês (1832 - 1919) - Ampola de Crookes – raios catódicos
Wilhelm Konrad Rontgen – Alemão - (1845 – 1923) – Raios X - 1895
Henri Becquerel - Francês - (1852-1908) – raios invisíveis - 1896
Joseph John Thomson – Inglês - (1856 – 1940) – Modelo de Thomson - 1897, 1907
Charles Thomson Rees Wilson – Escocês - (1869 – 1959) – Câmara de Wilson - 1897
Max Karl Ernst Ludwig Planck - Alemão - (1858 - 1947) - Lei de Planck – radiação
do corpo negro - 1900
Pierre Curie (1859 -1906) - Francês e Marie Curie – Polonesa (1867 - 1934) –
Pitchbelnda – radio - radioatividade - 1902
Ernest Rutherford - Neozelandês (1871 – 1937) – Modelo planetário - 1911
Frederick Soddy - Inglês - (1877 - 1956) – desintegrações radioativas.
Albert Einstein – Alemão (1879 – 1955) – efeito fotoelétrico – relatividade -1905
Niels Bohr – Dinamarquês – (1885- 1962) - Modelo de Bohr - 1913
Louis De Broglie – Francês - (1892- 1987) - dualidade onda-corpúsculo - 1923
Robert Andrews Millikan - Estadunidense - (1868 – 1953) - carga do elétron – 1923
Paul Adrien Maurice Dirac - Inglês – (1902 - 1984) – teoria do elétron - 1925
Werner Karl Heisenberg - Alemão (1901 - 1976) - Princípio da Incerteza - 1927
Erwin Schrodinger - Austríaco - (1887 – 1961) estudo das ondas estacionárias

A partir da linha do tempo foi então construído o mapa conceitual. No mapa, por uma
questão de espaço, foram utilizados os nomes dos cientistas, mas se possível ampliá-lo o
ideal é que se use os conceitos relacionados.

Apresentação do mapa e considerações finais

Na figura a seguir está apresentado o mapa conceitual.

Constituição da matéria
mmmammatéria
matéri
a
Gilbert
Giordano

Gassendi

Modelo quântico
Leucipo, Demócrito, Epicuro Empedócles, Platão , Aristóteles
Alquimistas
st
as

Coulomb Dirac
Boyle De Broglie
Dalton Modelos atômicos Bohr
Cavendish
Schrodinger Pauli
Priestley
Balmer Hertz
Heisenberg EinsteinMilikan Planck
Lavoisier
Faraday
Thomson Becquerel
Pierre e Marie Curie

Rutherford

Mendeeleiev Wilson Rontgen Soddy

Stoney
Crookes Kirchoff
Bunsen st
as
st
as

Figura 1: Mapa conceitual – Modelos atômicos

Tanto a construção do mapa, quanto o mapa em si, permite a visualização das inter-
relações e a noção da teia de conhecimentos como uma construção coletiva. Ludwick
Fleck discute em sua obra ideias sobre a construção coletiva do saber científico e,
detalha a matriz social e cognitiva, que estão inseridos os cientistas, quando observam
os fenômenos naturais e produzem o fato científico. De acordo com esse autor, um
estilo de pensamento contém vestígios históricos, desenvolvimento evolucionário de
vários elementos de outro estilo (FLECK, 2010). Na construção dos modelos observa-se
o entrelaçamento das ideias oriundas dos estudos da radioatividade, da eletricidade, das
propriedades das substâncias, etc. Físicos e químicos, teóricos e/ou experimentais
compartilham significados em busca da explicação da natureza. O estudo da evolução
dos modelos atômicos pode levar os alunos a uma rede complexa de raciocínio sobre
como novos modelos são construídos com base em observações experimentais
propondo caminhos para que estes tenham autonomia para construírem futuramente
outros modelos.

Referências

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