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RESUMO
Recebido: 28/9/2011
Aprovado: 17/4/2012
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
O modelo regulatório utilizado permitiu excluir a lista Os CME realizavam as atividades de limpeza, desin-
de produtos com reuso e reprocessamento proibidos no fecção e esterilização de produtos médicos de forma
País, como a que existe no marco regulatório vigente.a Os descentralizada (casos 1, 3 e 4), i.e., outras unidades
critérios utilizados na seleção dos produtos dessa lista do hospital também realizam alguns desses processos.
não estão claros e a lista é de difícil atualização, devido Os CME de todos os casos eram coordenados por
ao lançamento contínuo de produtos no mercado. enfermeiro. Esse responsável técnico conhecia apenas
parcialmente a legislação vigente sobre reprocessa-
As categorias analíticas construídas foram: 1) geren- mento de produtos médicos no caso 2; no caso 4, esse
ciamento da prática de reprocessamento de produtos profissional desconhecia a legislação. Nesses hospitais,
médicos; 2) protocolos de reprocessamento com defini- a coordenadora do serviço desconhecia se os produtos
ções dos processos de limpeza, desinfecção e/ou esteri- médicos utilizados na instituição possuíam registro
lização dos produtos; 3) monitoramento do processo de na Anvisa.
esterilização; e 4) rastreabilidade de produtos médicos.
Houve relato de inspeção sanitária realizada pela
Cada categoria foi construída com as variáveis inde- Vigilância Sanitária da Bahia (VISA-BA) nos casos 1 e 3.
pendentes que influenciavam as condições técnicas Os hospitais receberam relatórios de não conformidades
do reprocessamento dos produtos médicos. Recebeu acerca do reprocessamento de produtos médicos. Em
pontuação um (1) conformidade da resposta com o dois hospitais (casos 2 e 4), os respectivos responsáveis
modelo regulatório proposto e zero (0) inadequação técnicos desconheciam se a VISA-BA inspecionava os
a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 2.605, de 11 de agosto de 2006. Contém a lista de produtos que não podem ser
reprocessados. Diário Oficial da União 2006; 14 ago.
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CME em que trabalhavam, não constatando registro de de água fria; nenhuma contava com água quente,
ação fiscalizatória sanitária nessas organizações. necessária quando do uso de detergentes enzimáticos.
O 3 possuía torneira com dispositivo para lavagem de
Nenhum caso possuía comitê/grupo responsável pelo produtos canulados. Os artefatos para realização da
gerenciamento dos produtos médicos na instituição. limpeza manual (buchas, escovas, serpilhos) estavam
em boas condições de função em apenas dois casos (1
Dos quatro casos, dois apresentaram todas as áreas
e 3), encontrando-se inadequados nos casos 2 e 4, o que
recomendadas para as atividades realizadas por um
dificultava a fricção mecânica e remoção de sujidades
CME (casos 1 e 3). Em todos, observou-se a presença
externas dos produtos contaminados. As bancadas de
de barreira física entre as áreas consideradas contami-
trabalho apresentavam dimensões compatíveis com
nadas e limpas. As condições de piso, parede, portas
as atividades a serem realizadas em três (1, 2 e 3) dos
e teto eram inadequadas em três casos (2, 3 e 4). A quatro casos (Tabela 1).
temperatura e umidade relativa do ar eram, igualmente,
inadequadas nas áreas de todos os CME estudados. Nenhum CME dispunha de um sistema de água potável
A iluminação era adequada em todos os casos. O com filtro bacteriano (filtros < 5 μm) para retenção de
sistema de ventilação do ar era centralizado em dois conteúdos microbianos da água usada na limpeza dos
(2 e 3), inadequado no 3 e ausente nos casos 1 e 4. O artigos. Não existiam lentes intensificadoras de imagem
fluxo operacional das atividades era unidirecional, não que permitissem a visualização minuciosa dos artigos
havendo cruzamento entre atividades limpas e sujas em após limpeza, para examinar a presença de eventuais resí-
dois casos (1 e 3), mas era inadequado nos casos 2 e duos e avaliação visual da integridade física dos produtos
4. Existiam pias para a lavagem das mãos durante as limpos. Existia fonte de ar comprimido medicinal para a
atividades laborais dos profissionais do CME em dois secagem de produtos com estruturas internas (Tabela 2).
casos (2 e 3), não existindo nos outros dois (1 e 4).
Os recipientes plásticos que portavam soluções deter-
Em todos os CME dos hospitais estudados, as torneiras gentes e desinfetantes estavam identificados com o
para limpeza dos produtos contaminados dispunham tipo de solução e possuíam tampa em um caso (3).
Tabela 1. Caracterização dos Centros de Material e Esterilização segundo o processo de limpeza. Salvador, BA.
Processo de Limpeza Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
Protocolo escrito, atualizado e
Sim Sim Sim Não
disponível do processo de limpeza
Método manual Sim Sim Sim Sim
Método automatizado Não Sim Sim Não
Uso de detergente enzimático Sim Sim Sim Sim
Enxágue com água potável/corrente Sim Sim Sim Sim
Enxágue com água potável e filtro
Não Não Não Não
(< 5µ 1) para todos PM
Enxágue com água tratada para PM
de oftalmologia, corrente sanguínea, Não Não Não Não
implantes neurologia e ortopedia
Compressa limpa Compressa limpa Compressa estéril Compressa limpa
Secagem e ar comprimido e ar comprimido e ar comprimido e ar comprimido
medicinal medicinal medicinal medicinal
Inspeção visual sistematizada para
Não Não Não Não
cada PM após limpeza
Teste de integridade/funcionalidade
Não Não Não Não
do PM
Teste químico após limpeza Não Não Não Não
Registro dos ciclos de limpeza Não Não Não Não
Elaboração de indicadores do
Não Não Não Não
processo de limpeza
Luva cirúrgica, Luva cirúrgica,
Luva cirúrgica,
óculos protetores, óculos
Luva cirúrgica, máscara
EPI usados máscara cirúrgica, protetores,
óculos protetores cirúrgica, avental
avental impermeável, avental
impermeável
calçado fechado impermeável
PM: produto médico; EPI: equipamento de proteção individual
804 Risco e segurança sanitária de produtos em hospitais Costa EAM & Costa EA
Tabela 2. Caracterização dos Centros de Material e Esterilização segundo o processo de esterilização. Salvador, BA.
Processo de
Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
Esterilização
Protocolo escrito,
atualizado e disponível
Sim Sim Sim Não
do processo de
esterilização
Vapor saturado
Vapor saturado
Vapor saturado Vapor saturado sob pressão (PM
sob pressão (PM
sob pressão (PM sob pressão (PM termorresistente)
termorresistente)
Método de esterilização termorresistente) termorresistente) Terceirização
Vapor de
Terceirização com ETO Terceirização com ETO com ETO (PM
formaldeído (PM
(PM termossensível) (PM termossensível) termossensível)
termossensíveis)
Calor seco
Tecido de algodão
Tecido de algodão Tecido de algodão Tecido de algodão
Tipo de embalagem Papel grau
Papel grau cirúrgico Papel grau cirúrgico Papel grau cirúrgico
cirúrgico
Conteúdo, n. lote,
Conteúdo, n. lote, data
data do reprocesso,
do reprocesso, data da
Identificação do PM Data da validade da data da validade da Conteúdo, data do
validade da esterilização,
esterilizado esterilização esterilização, método reprocesso
método de esterilização,
de esterilização, nome
nome do operador
do operador
Monitoramento físico
Sim Sim Não Não
de cada ciclo
Monitoramento químico
(Classe 5) em cada Sim Sim Sim Sim
pacote/caixa cirúrgica
Monitoramento com Sim (confecção
Não Sim Sim
Teste B&D artesanal)
Monitoramento
x/semana Diário Diário Semanal
biológico
Qualificação térmica do
Sim Não realiza Não realiza Não realiza
esterilizador
Manutenção
sistematizada do Sim Sim Sim Sim
esterilizador
Sistema de
Inadequado Não realiza Adequado Inadequado
rastreabilidade com IQ
Sistema de
Inadequado Não realiza Inadequado Inadequado
rastreabilidade com IB
Registro dos
monitoramentos físico, Incompleto Completo Incompleto Incompleto
químico e biológico
Validade do processo Sistema de data Sistema de data
Sistema de data fixada Sistema de data fixada
de esterilização fixada fixada
PM: produto médico; ETO: óxido de etileno; IQ: indicador químico; IB: indicador biológico
Nos demais, esses recipientes eram utilizados destam- Nenhum CME possuía balança para o necessário
pados, sem registro de nome, concentração e data da controle de peso dos pacotes a serem esterilizados.
diluição das soluções germicidas, configurando práticas
inadequadas que potencializam riscos diversos. Não Em todos os casos eram reprocessados e reusados
existiam lavadoras ultrassônicas (imprescindíveis produtos médicos da lista da Anvisa RE nº 2605/2006,a
para a lavagem de produtos canulados) nem seca- que categoriza os produtos de uso único de reprocessa-
doras automatizadas em nenhum caso. As seladoras mento proibido. O caso 1 reprocessava bisturi descartável
térmicas, necessárias para o adequado fechamento das com lâmina fixa ao cabo e compressa cirúrgica descar-
embalagens de papel, estiveram presentes em todos tável; o 2, agulha com componente plástico não desmon-
os casos, porém não havia controle da temperatura do tável, lâmina de Shaiver < 3 mm, pinças e tesouras não
equipamento nem da qualidade da selagem (Tabela 3). desmontáveis de videolaparoscopia e punch cardíaco
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Tabela 3. Caracterização dos Centros de Material e Esterilização segundo o processo de desinfecção. Salvador, BA.
Processo de Desinfecção Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
Protocolo escrito,
atualizado e disponível do Sim Sim Sim Não
processo de desinfecção
Desinfecção Desinfecção química Desinfecção
Desinfecção química
Método utilizado química líquida líquida manual química líquida
líquida manual
manual Termodesinfecção manual
Glutaraldeído 2% Glutaraldeído 2% Glutaraldeído 2% Glutaraldeído 2%
Tipo de desinfetante Hipoclorito de Sódio Hipoclorito de Sódio Hipoclorito de Sódio Hipoclorito de
0,02% 0,02% 0,02% Sódio 0,02%
Existência de sala exclusiva Sim Sim Sim Sim
Sistema de ventilação Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado
Enxágue após desinfecção Água potável Osmose reversa Água potável Água potável
Monitoramento da
concentração do Não realiza Não realiza Semanal Não realiza
desinfetante
Presença de sujidade
Critério de descarte do Orientação do Orientação do Orientação do
Tempo de validade da
desinfetante em uso fabricante fabricante fabricante
solução
Luva butílica, avental
Luva cirúrgica,
Uso de EPI Nenhum impermeável, máscara Luva cirúrgica
máscara antiquímico
antiquímico
EPI: equipamento de proteção individual
Tabela 4. Caracterização dos Centros de Material e Esterilização segundo categorias analíticas do reprocessamento de
produtos médicos. Salvador, BA.
Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Desempenho
Categorias analíticas
(%) (%) (%) (%) médio
Gerenciamento das práticas de reprocessamento de produto médico 33,3 22,2 55,6 33,3 36,1
Protocolos de reprocessamento de produtos médicos 36,8 31,6 40,4 7,0 28,9
Monitoramento de produtos médicos 20,0 60,0 40,0 30,0 37,6
Rastreabilidade de produtos médicos 45,5 0 81,8 18,2 36,3
Desempenho médio 33,9 28,5 54,4 22,1
Tabela 5. Classificação dos hospitais segundo condições técnicas de reprocessamento de produtos médicos. Salvador, BA.
Classificação Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
Condição técnica adequada (81% a 100%) 0 0 0 0
Condição técnica necessitando de adequação (41% a 80%) 0 0 54,4% 0
Condição técnica inadequada (0% a 40%) 33,9% 28,5% 0 22,1%
plástico; o 3 cateter de hemodinâmica e dreno de tórax; o com vistas à segurança sanitária. Apresenta, portanto,
4, bolsa coletora cirúrgica, campo cirúrgico, trocater não uma perspectiva mais abrangente de controle de riscos
desmontável e expansor de pele com válvula (Tabela 4). e saúde coletiva, utilizando um modelo regulatório
desenvolvido como padrão de referência.
A classificação dos hospitais segundo sua condição
técnica de reprocessamento de produtos médicos é Os resultados desta investigação ratificam as questões
apresentada na Tabela 5. emblemáticas que envolvem o reuso dos produtos
médicos apresentadas nas descrições dos casos e
DISCUSSÃO comprovam a proposição inicial do estudo.
Este estudo distingue-se de outros sobre reprocessa- Nenhuma das quatro organizações hospitalares estudadas
mento de produtos médicos ao analisar tais práticas apresenta condições técnicas de reprocessamento de
806 Risco e segurança sanitária de produtos em hospitais Costa EAM & Costa EA
produtos médicos adequadas, conforme o modelo regu- aos testes de integridade e funcionalidade deve ser a
latório elaborado. Três apresentam condições técnicas etapa principal e definidora de todo o processamento de
de reprocessamento inadequadas e uma encontra-se em produtos médicos, sejam de uso único, sejam reusáveis,
condição técnica com necessidade de adequação. conforme proposto no modelo regulatório.
Inadequações nas condições técnicas de reprocessa- A prática de reprocessar produtos médicos de uso único
mento de produtos médicos foram constatadas em todas constantes da lista da Anvisa mostra que os hospitais
as categorias selecionadas para a avaliação, exceto na infringem as normativas que regulam o reprocessa-
rastreabilidade de produtos (em um caso). Os menores mento de produtos no País. A despeito do registro
percentuais de conformidade foram observados no de inspeção sanitária em dois CME estudados, essa
gerenciamento das práticas e nos protocolos de repro- infração não foi detectada, o que põe em xeque a quali-
cessamento. Esses dados apontam para uma discutível dade da ação da vigilância sanitária e sua capacidade
racionalidade nas práticas de reprocessamento de para identificar os riscos associados ao reprocessamento
produtos em serviços carentes de condições estruturais de produtos médicos em CME da Bahia.
para a realização das atividades básicas de reprocessa-
mento e de reuso (básicas, mas cruciais, como limpeza Os riscos relacionados ao reprocessamento de artigos
validada e testes de função e integridade dos produtos), se apresentam tanto para os produtos considerados
à medida que partem para ações consideradas mais de uso único quanto para aqueles passíveis de repro-
elaboradas (como monitoramento e rastreamento). cessamento ou de múltiplo uso, dado que a maioria
dos eventos adversos, ou surtos de infecção, está
Os baixos percentuais de desempenho no gerenciamento relacionada a falhas nas etapas do reprocessamento e
das práticas e protocolos de reprocessamento de produtos não ao reprocessamento em si.5,10,11 Os processos de
médicos refletem as inadequações estruturais e proces- trabalho em um CME requerem planejamento e geren-
suais dos CME estudados, como por exemplo falhas ciamento de riscos, e isso só é possível com estrutura
em atividades de limpeza, desinfecção e esterilização. físico-operacional adequada e sobretudo profissionais
São reflexos das dificuldades de natureza gerencial e de comprometidos com essa problemática. A segurança
organização dos CME, fruto da falta de investimentos e do paciente usuário desses dispositivos depende disso.
do limitado aporte de recursos materiais.
Este estudo introduziu o conceito de risco residual na
A temática dos produtos médicos parece não ser temática do reuso de produtos médicos. O conceito
uma prioridade política nesses hospitais, já que não poderá facilitar o entendimento dos fatores que contri-
existe envolvimento institucional com informações buem para a ocorrência de eventos adversos relacio-
sobre o processamento de produtos, seus resultados e nados às tecnologias de saúde e poderá ser utilizado
consequências para pacientes e profissionais de saúde, como instrumento de planejamento, vigilância e coor-
ou ainda quais dispositivos médicos são reusados e denação por profissionais e gestores em serviços de
reprocessados, como e quantas vezes. As decisões são saúde. Estes poderão entender que, se o risco residual
delegadas e circunscritas aos CME sem o comprometi- é condição inerente ao produto médico reprocessado,
mento amplo e responsável que a questão exige. o controle de riscos deve concentrar-se nos processos
de trabalho dentro do CME.
Nenhum CME realiza inspeção visual sistematizada
dos produtos em condição de reuso, nem tampouco Assim, o debate sobre a possibilidade ou impossibi-
testes de integridade e de funcionalidade, necessários lidade de reprocessar produtos considerados de uso
para prevenir riscos relacionados a falhas de limpeza único deixa de fazer sentido. Partindo do pressuposto
e possíveis alterações nas características dos produtos de que o risco residual existe tanto no processamento do
que foram submetidos aos múltiplos ciclos de reproces- produto reusável quanto no de uso único, os gestores de
samento. A verificação da funcionalidade dos produtos hospitais saberão que a decisão sobre reprocessamento
médicos reprocessados requer conhecimentos especí- e reuso deverá basear-se na capacidade organizativa
ficos e equipamentos especializados, raramente encon- dos serviços. A definição de quais materiais serão
trados nos serviços hospitalares. Mas é imperativo que reusados será então sustentada por controles adequados
os CME brasileiros incorporem a cultura da avaliação de avaliação dos produtos e pelo monitoramento dos
e validação do processo de limpeza, atualmente restrita processos de descontaminação.
à esterilização, adotando a prática da sistematização
da inspeção visual, mesmo nos serviços mais simples. A incorporação do conceito de risco residual em produtos
Testes químicos são necessários para comprovar médicos obriga os profissionais do CME a atuar de forma
ausência de carga orgânica e inorgânica em produtos sistematizada, aplicando ações de gerenciamento de risco
críticos (que possuem alto risco de transmitir infecções em todas as instâncias, ciclos e etapas do reprocessa-
se inadequadamente descontaminados) e dispositivos mento desses produtos. Com base nos referenciais de
de configuração complexa, em que o exame visual não riscos, poderá ser adotada certa racionalidade no uso de
é possível ou suficiente. A prática da limpeza associada materiais. Assim, o CME terá uma função de destaque
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na organização hospitalar, como serviço autônomo, de um controle sanitário que consiga controlar os riscos
definidor e realizador de processos, sem os quais não e proteger a saúde dos usuários dos serviços de saúde.
funcionarão os demais serviços hospitalares. Num país que conseguiu implementar e manter a mais
abrangente política pública (o Sistema Único de Saúde),
Com a crescente incorporação de tecnologias que a despeito das forças interessadas em transformar a
portam benefícios e riscos aos serviços de saúde, cresce saúde em um bem de mercado e sem entrar no mérito
também a responsabilidade do Estado como controlador das insuficiências de cobertura, integralidade e resolu-
sanitário de produtos, processos e serviços ligados à tividade dos problemas dos serviços que compõem esse
saúde humana. Para tanto, há que se investir na perícia sistema, esse desafio pode ser alcançado.
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Trabalho baseado na tese de Doutorado de Eliana Auxiliadora Magalhães Costa apresentada ao Instituto de Saúde Coletiva
da Universidade Federal da Bahia em 1/3/2011.
Os autores declaram não haver conflitos de interesse.