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Autores:
Arnaldo Rizzardo Filho
Cesar Augusto Cavazzola Junior
Christiane Baladão
Cristiane de Mello Mascarenhas
Eduarda Jade Stumer Santos
Eduardo Teixeira Farah
Eva Motta
Fátima Cabeleira Almeida Zucchetto
Gabriel Malet de Oliveira
Laura Schroder Feijó
Lucas Uster
Matheus da Silva Pitaméia
Renata Pozzi Kretzmann
Rosângela Souza de Souza
Sandy Danielle da Silva Fernandes
Víctor Villamil Ferreira
Vitor Luís Botton
Vitória de Bona
Coordenadores
Arnaldo Rizzardo Filho
Christiane Baladão
Alexandre Torres Petry
C129
ISBN: 978-65-88371-21-3
CDU: 347.44
Jovita Cristina Garcia dos Santos – CRB 10ª/1517
PREFÁCIO........................................................................................................................... 6
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 9
CHRIS BALADÃO............................................................................................................... 10
ECONOMIA .......................................................................................................................................... 83
6
APRESENTAÇÃO redes de negócios, redes contratuais), a
compreensão de ferramenta de estratégia,
À 1ª EDIÇÃO DE 2021 – 1º SEMESTRE
as formas de constituição/construção, os
mecanismos de gestão e de governança,
O Grupo de Estudos de Redes Contratuais na dentre outros temas que são de relevância
Escola Superior da Advocacia da Ordem dos para o Direito.
Advogados do Brasil – Subseção Rio Grande O Grupo busca a interseccionalidade entre
do Sul começou seus encontros no segundo as mais diversas teorias de diversas ciências
semestre de 2021, com o intuito de estudar que tratam das redes contratuais.
o fenômeno da organização contratual em Entendemos que o Direito, ou melhor, os
formato de rede. No Grupo participam operadores do Direito devem parar, respirar,
pesquisadores, profissionais da área do observar a sociedade científica em sua volta,
direito, estudantes de graduação e pós e entender que existem sentidos
graduação. congruentes em diversas perspectivas
A partir do Curso de Redes Contratuais sociais. Deve-se tirar a venda dos olhos de
(quarta edição ocorreu em 2021) e do Themis, afinal de contas, ninguém sabe ao
número considerável de inscritos, e tendo certo porque lhe vendaram.
em vista as discussões realizadas nas aulas, A cada encontro realizado, integrantes do
mostrou-se necessário a continuidade mais Grupo apresentaram textos e construíram
aprofundada dos temas multidisciplinares resumo dos mesmos. Esses resumos são aqui
do Curso, que abrange Teoria Organizacional apresentados para aqueles que trabalham
(Administração de Empresas), Sociologia, ou estudam as redes possam, de forma
Economia e Direito. célere, pesquisar temas correlatos de seu
Os interessados e o coordenador interesse. Este caderno, portanto, almeja ser
organizaram seminários e discutiram as apenas um “catálogo de resumos”,
primeiras teses e estudos sobre a origem das interdisciplinar, de literaturas que tratam
redes, as motivações, as justificativas de das redes, para que sirva de apoio ao início
décadas atrás e que estão em consenso com de uma compreensão mais profunda sobre
o tempo atual, o conceito das redes, a as redes contratuais, tanto em termos
diversidade da terminologia (redes de profissionais quanto em termos acadêmicos.
cooperação, redes interorganizacionais,
7
APRESENTAÇÃO Por tratar-se de tema que pode ser
À 2ª EDIÇÃO DE 2022 1º SEMESTRE amplamente discutido por várias ciências, os
participantes a partir de textos selecionados
em que versavam sobre os conceitos,
O Grupo de Estudos de Redes Contratuais na teorias, motivações, fundamentos das redes
Escola Superior da Advocacia da Ordem dos contratuais, complementaram-se com
Advogados do Brasil – Subseção Rio Grande estudos envolvendo os atuais modelos de
do Sul foi aberto no segundo semestre de negócio em Economia compartilhada,
2021, com o intuito de estudar o fenômeno Economia colaborativa, Relações negociais
da organização contratual em formato de estabelecidas de forma individual, Drivers do
rede. Consumo Colaborativo,
A partir do curso de Redes Contratuais e do Crowd Companies e Crowdsourcing.
número de inscritos, considerando as Dos textos discutidos, os participantes
discussões que foram realizadas nas aulas, apresentaram os resumos que são aqui
os interessados na continuidade dos estudos apresentados para aqueles que trabalham
e demais participantes, já estão na terceira ou estudam as redes com intuito de ampliar
edição do Grupo, agora coordenados pelo o entendimento e a compreensão sobre o
Professor Arnaldo Rizzardo Junior e pela tema.
advogada Christiane Baladão.
Em uma abordagem atualizada e
interseccional, as discussões e os estudos
geraram a elaboração de artigos pelos
participantes, que abrange a Teoria
Organizacional (Administração de
Empresas), Sociologia, Economia e Direito,
contemplando ainda análise sobre novos
modelos de negócios.
Formatação de negócios em rede significa
pensar no modelo de negócio de cada rede a
partir dos ativos específicos que pretende
explorar e a consequente estruturação
instrumental da rede. Um modelo de
crescimento orgânico e celular, onde replicar
é estratégia, é unificação de propósitos e
interesses. Por meio do
associativismo/cooperação, colaboração e
coordenação empresarial, uma modalidade
estratégica de exponencializar qualquer tipo
de negócio.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
APRESENTAÇÃO
À 3ª EDIÇÃO – 2022- 2O SEMESTRE
negócio em Economia compartilhada,
O Grupo de Estudos de Redes Contratuais e Economia colaborativa, Relações negociais
Estruturas de Plataformas, da Escola estabelecidas de forma individual, Drivers do
Superior da Advocacia da Ordem dos Consumo Colaborativo, Crowd Companies e
Advogados do Brasil – Subseção Rio Grande Crowdsourcing.
do Sul, foi aberto no segundo semestre de Dos textos discutidos, os participantes
2021, com o intuito de estudar o fenômeno apresentaram os resumos que são aqui
da organização contratual em formato de apresentados para aqueles que trabalham
rede, chegando agora na 3º edição, sob ou estudam as redes com intuito de ampliar
mediação dos Professores Arnaldo Rizzardo o entendimento e a compreensão sobre o
Filho e Christiane Engelmann Baladão. tema.
Em uma abordagem atualizada e
interseccional, as discussões e os estudos
geraram a elaboração de resumos de artigos
pelos participantes, que abrange a Teoria
Organizacional (Administração de
Empresas), Sociologia, Economia e Direito,
contemplando ainda análise sobre novos
modelos de negócios.
Formatação de negócios em rede significa
pensar no modelo de negócio de cada rede a
partir dos ativos específicos que pretende
explorar e a consequente estruturação
instrumental da rede. Um modelo de
crescimento orgânico e celular, onde replicar
é estratégia, é unificação de propósitos e
interesses. Por meio do
associativismo/cooperação, colaboração e
coordenação empresarial, uma modalidade
estratégica de exponencializar qualquer tipo
de negócio.
Por tratar-se de tema que pode ser
amplamente discutido por várias ciências, os
participantes, a partir de textos selecionados
em que versavam sobre os conceitos,
teorias, motivações, fundamentos das redes
contratuais, complementaram-se com
estudos envolvendo os atuais modelos de
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
PLATAFORMAS DIGITAIS
Chris Baladão1
“A importância das redes está na capacidade de ampliar o poder de ferramentas humanas culturais relacionadas à
sociabilidade, economia e a política (MARGOTO e FERNANDES, 2015) 2”
1
Advogada. Formada em Direito pela PUCRS em 2006. Especialista em Direito e Processo do Trabalho e cursou
especialização de Gestão em Tributos e Planejamento Tributário pela mesma universidade.
2
MARGOTO, Julia B.; FERNANDES, Jorge H. C.. Inteligência coletiva, redes sociais e capital social: em busca de
conexões conceituais. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 20, n. 42, p.
93–108, jan. /abr., 2015
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
3
RODRIGUES, Carlos Alexandre. Blockchain e Criptomoedas. 2. ed.rev - Salvador: EDjusPodivm, 2021, p.26.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
________________________
CAMPOS, César Cunha et al. Cidades Sustentáveis. FGV Projetos, 2018. Modelos de negócio em economia
colaborativa: estruturas e impactos no âmbito das cidades, Rossana Pavinelli.
4
Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade da em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade
Região da Campanha - URCAMP, campus Santana do Católica de Santa Maria de Buenos Aires; Pós-
Livramento; Pós-graduada em Direito e Planejamento graduanda em Advocacia Corporativa pela Fundação
Tributário pela Universidade Estácio de Sá; Mestranda do Ministério Público.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
com o contexto tecnológico e seu impacto produtos, abrindo seus laboratórios para
por meio da tecnologia. usuários e programadores), e da Linux (que
A autora demonstra como inovação e revolucionou o mundo tecnológico ao abrir
colaboração andam lado a lado para causar seu código de software e criar um ambiente
disrupção no mercado, focando colaborativo entre usuários).
principalmente na sustentabilidade e no A colaboração facilita a troca de
consumo racional. A inovação é uma das conhecimento e de inovação, e por conta
principais engrenagens que move a disso, a estrutura das redes propicia que
economia, sendo ela sempre o fator essas disrupções sejam mais fáceis de serem
principal do aprimoramento de alcançadas. Negócios que são realizados
performances e resultados. Joseph pelo modelo da economia compartilhada
Schumpeter tratava-a em dois formatos: a geralmente se debruçam em cima de dois
incremental, referindo-se à melhoria em grandes apelos dos consumidores: a
processos; e a radical, referindo-se ao sustentabilidade e o consumo racional. Por
rompimento dos limites aos quais a inovação conta dessas preocupações dos
incremental se encontra, ocasionando o que consumidores, abre-se espaço para negócios
chama de disrupção criativa. A inovação não mais sustentáveis, utilizando-se da
refere-se apenas a inserção de um novo capacidade excedente disponível. Por conta
produto ou serviço no mercado, mas de sua estrutura e organização, as redes
também a novos ou melhorados processos facilitam que esses apelos se tornem mais
ou métodos ou práticas de negócios, desde acessíveis, tanto para empresas quanto para
que causem algum tipo de disrupção no consumidores.
mercado. Um ótimo exemplo disso está na plataforma
Como exemplo dos modelos colaborativos brasileira "Tem Açúcar?", onde se oferece
focados na ideia de open inovation, a autora um espaço para vizinhos se aproximarem e
traz os processos de inovação ou de realizarem empréstimos e trocas de bens de
produção, realizados a partir de colaboração uso doméstico, sem a necessidade de
externa, muito comum nas áreas desembolso financeiro para tanto. Como
tecnológicas, como é o caso da IBM (que muito bem questiona a autora: "para que
incentiva competições com o escopo de comprar uma furadeira se o uso por ano será
identificar novas soluções para seus de apenas alguns minutos?".
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
A estrutura das redes também permite que edição, a Honeycomb indicava-se empresas
a governança das organizações inseridas em nos setores de transporte, espaço, serviços,
determinada rede seja diferente daquela de alimentação, bens de consumo e dinheiro;
organizações mais tradicionais: nas na segunda edição acrescentou-se os
organizações tradicionais o objetivo setores de saúde e bem-estar, logística,
principal é o lucro, e as interações internas corporações, utilidades, municípios e
são baseadas em relações hierárquicas; já educação; e por fim, na terceira e mais atual
nas redes o lucro não é exatamente o edição acrescentou-se também os setores
principal objetivo, podendo muitas vezes de transporte fragmentada em serviços de
estar voltado para os ganhos de eficiência ou mobilidade e compartilhamento de veículos
de escala, ou também na competitividade, e a de saúde e bem-estar subdividida em
que posteriormente será revertido em lucro saúde e em bem-estar e beleza, análise de
para todas as empresas dentro desta rede. dados e reputação e o suporte ao
Além disso, os custos de operação podem empreendedor. Isso demonstra como
ser diminuídos, uma vez que a estrutura das progressivamente tem havido um
redes facilita a operacionalização do crescimento de empresas abraçando a
modelo. estrutura de redes para trazer inovações
Jeremiah Owyang trouxe o conceito voltadas para diversos segmentos da
Honeycomb Grafic, uma colmeia sociedade.
colaborativa para representar um conselho Por último, a autora traz novas categorias
de inovação, tendo dentro desta colmeia para a classificação de modelos de negócios
grandes nomes que operam em modelo de em economia colaborativa. Primeiramente
rede. Essas empresas trazem motivações ela traz compartilhamentos e colaborações
sociais (como sustentabilidade, aumento via pagamento pelo acesso ou pelo uso,
populacional e contato social), motivações nessa categoria encontramos apps mais
econômicas (como financiamento de populares e conhecidos pelos usuários como
startups e recursos inexplorados) e Uber, AirBnb, TruckPad, entre outros. Nesta
capacitadores tecnológicos (como categoria o usuário não possui posse do bem
tecnologias móveis, redes sociais e internet ou serviço oferecido, ele terá apenas o
das coisas) como suas principais técnicas acesso e por ele pagará.
aplicadas aos seus negócios. Na primeira
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
LUCAS USTER5
Panorama das plataformas digitais de consumo colaborativo no Brasil: uma análise descritiva. Bibiana Giudice da
Silva Cezar. Marina Valim Bandeira. Kathiane Benedetti Corso. Filipe Mello Dorneles. Matheus de Mello Barcellos.
5
Advogado. Mestre em Direito Civil e Empresarial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bacharel
em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pós-graduado em Direito da Proteção de Dados (LGPD)
pela Legale, Pós-graduado em Direito Empresarial pela Legale, Membro da Associação Brasileira de Lawtechs e
Legaltechs (AB2L), Membro da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD), Ex-técnico
judiciário no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Ex-Chefe de Serviço na Secretaria de Recursos Especiais e
Extraordinários no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
mapear todas essas plataformas, o estudo Das 104 plataformas observadas, 65% são de
compartilhamento de automóveis.
A maior parte das plataformas digitais
analisadas é do tipo website (sem aplicativo)
Mercado de redistribuição
e pertencente ao sistema de Estilos de Vida
Consiste na forma de consumo colaborativo Colaborativos. As plataformas digitais estão
baseada na venda ou troca de produtos que revelando um novo perfil de consumidor: o
não são mais utilizados por alguns, porém consumidor que busca a responsabilidade
que podem ser utilizados por outros. do consumo consciente. Ainda, constatou-se
Essa forma de consumo colaborativo que o consumo colaborativo no Brasil por
colabora para a reutilização dos produtos, meio de plataformas digitais está
reduzindo o desperdício e o consumismo. aumentando.
Alguns exemplos são: plataformas de
brechó, sites de troca de livros, sites de troca
de brinquedos infantis.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Lucas Uster6
6
Advogado. Mestre em Direito Civil e Empresarial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bacharel
em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pós-graduado em Direito da Proteção de Dados (LGPD)
pela Legale, Pós-graduado em Direito Empresarial pela Legale, Membro da Associação Brasileira de Lawtechs e
Legaltechs (AB2L), Membro da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD), Ex-técnico
judiciário no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Ex-Chefe de Serviço na Secretaria de Recursos Especiais e
Extraordinários no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Eva Motta7
TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Plataformas para Participação. In: Wikinomics: como a colaboração em
massa pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
7
Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
inteligência artificial, robótica, internet das mercado. Não há entre os envolvidos vínculo
coisas e computação em nuvem que estão societário e/ou empregatício.
alterando formas de produção/trabalho e os Nova configuração de negócios que são os
modelos de negócios no Brasil e no mundo. pilares da Economia Moderna e da Economia
Neste contexto, estão as PLATAFORMAS Contemporânea.
DIGITAIS, que possibilitaram o surgimento As PLATAFORMAS, também são chamadas
do mercado virtual, marketplace ou e- de ECONOMIA DE COMPARTILHAMENTO.
commerce, muitas vezes formatado como Compartilhar o que já existe e está sendo
REDES CONTRATUAIS. Estas, por sua vez, subutilizado, diminuindo custos e
inovam também na forma de ADMINISTRAR, alavancando negócios. Pela tecnologia de
alterando conceitos: informação conseguem compartilhar as
DE PARA capacidades excedentes de produtos e
COMPETIÇÃO COLABORAÇÃO serviços. Ocorre uma horizontalização das
INDIVIDUALISMO COLETIVISMO
relações contratuais.
As plataformas podem ser:
Nessa configuração, em rede, cujos
VERTICAIS HORIZONTAIS
participantes são muitos, coletivismo, é FRANQUIAS ASSOCIAÇÃO
necessária uma COORDENAÇÃO, que fixará COMERCIAL
regras que disciplinarão estas relações. Em peers to peers – UBER peers inc - REDEMAC
negócios que muitas vezes estão formatados um software chamado Peer to Peer (ponta a
semelhantes que interagem, normalmente dos pontos ou nós da rede funcionam tanto
por meio de plataformas on-line, sem a como cliente quanto como servidor,
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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RIZZARDO Filho, Arnaldo, Curso de Redes Contratuais, Livraria do Advogado, 2022, p.147.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Depois de ter se popularizado este conceito, A Amazon permite que 140 mil
muitos MASHUPS semelhantes eram programadores externos de software
apresentados diariamente. acessem seu banco de dados de produtos e
Os mashups com o google, por exemplo, seus serviços de pagamento para criar suas
surgiram para fazer qualquer coisa, desde próprias ofertas.
identificar a localização de cenas de crimes As plataformas abertas são a colaboração
até identificar casas de celebridades. em massa em ação.
Assim, estavam entrando em um mundo Quando ocorreu o furacão Katrina, foi criado
onde grandes plataformas abertas para um site/aplicativo para encontrar pessoas
participação servem de base para que que se distanciaram, desapareceram.
grandes comunidades de parceiros possam Diversos sites foram feitos, mas não
inovar e criar valor. Expandir seus negócios interagiam, enfim, era como se nada tivesse.
sem precisar aumentar seus custos. Então, numa sexta-feira, David Geilhufe
Uma plataforma pode ser um serviço de reuniu voluntários com bons conhecimentos
Internet como o google maps, ou como no de Tecnologia para ordenar o caos. Começou
caso da Amazon, pode incluir um sistema de a vasculhar diversos bancos de dados e
comércio eletrônico para armazenar, Bulletin boards on-line usando processo
comprar e distribuir bens. As empresas automatizado “screen scraping”. Na noite
alavancam as plataformas, para parcerias de segunda-feira, 50 mil itens haviam sido
com programadores que criam aplicativos processados até chegarem a um total de
para agregar valor. Chamados de 650mil no site www.katrinalist.net. Mais de
ecossistemas de programadores – redes de um milhão de buscas foram realizadas após
parcerias de negócios criadas quando uma o furacão. O notável é que a execução do
empresa abre seus serviços de software e projeto People Finder poderia ter exigido do
seus bancos de dados através de uma estado um vultoso orçamento anual ou até
Interface de Programação de Aplicativos mais. Porém, o grupo People Finder se
(API). A exemplo, o upload de 40% dos bens reuniu para executá-lo em quatro dias sem
no eBay agora é feito a partir de sistemas de custo algum para os contribuintes. Foi a
estoque de lojas de terceiros que usam esse colaboração em massa das Plataformas
site como canal alternativo de vendas. abertas, mostrando tudo que tem de
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
SALES, Raissa Karen Leitinho; AMARO, Ana Carla; BALDI, Vania. Construindo Confiança em
Plataformas Digitais Para Partilhar Estilos de Vida Colaborativos em Contextos Sustentáveis.
Comunicação e sociedade, n. 39, p. 223-247, 2021.
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Bernardo Assumpção Pinto Bravo. Advogado. Formado em Direito pela UCAM-RJ. Contato:
bernardo@pbravo.adv.br.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
O estudo traz esse código como auxílio para dados e da. privacidade dos utilizadores. Por
os gestores e utilizadores das plataformas último, mas não menos importante, a
trilhem o caminho da confiança, indicando categoria “condições”, onde encontramos
como categoria mais relevante a “práticas e um direito elencado pelas plataformas e três
condutas”, onde se encontram 11 (onze) compromissos que perpassam a
diretrizes que dizem respeito aos princípios, participação dos utilizadores.
às responsabilidades, aos compromissos e Por meio do método de estudo utilizado,
deveres dos sujeitos nas experiências, em através da quantidade de diretrizes
seguida indicam a categoria “segurança e adotadas por cada uma das codificações de
privacidade”, que versa sobre a cada plataformas, é possível compreender
responsabilidade e medidas de utilização das melhor suas filosofias, deixando
plataformas, a proteção e segurança dos transparecer que a Volunteers Base, de uma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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CODINA, José Nicolás Barragán; RODRÍGUEZ, Pablo Guerra; VILLALPANDO, Paula. Modelos de
negocios basados en el concepto de economía colaborativa: análisis de factores característicos y
casos ilustrativos. Daena: International Journal of Good Conscience,
v. 12, n. 3, p. 101-123, 2017.
10
Advogada. Pós graduanda em Direito Civil e Processo Civil pela FMP/RS. gabrielimaleto@gmail.com
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Centralidade e
proximidade;
Poder de bonacich
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
TEORIA ORGANIZACIONAL
Christiane Baladão11
BALESTRIN, Alsones; VERSCHOORE, Jorge Renato; REYES JUNIOR, Edgar. O campo de estudo sobre redes de
cooperação interorganizacional no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, p. 458-477, 2010.
11
Graduada em Direito pela PUC/RS, especialista em Direito e Processo do Trabalho e Especialista em Gestão de
Tributos e Planejamento Tributário pela PUC/RS. Co-criadora do “Projeto Empodera”, que visa compartilhar
conteúdo e conexões parae entre empreendedoras. Staff e colaboradora na produção do AFRO'NTALK'S, um talk
show de entrevistas com afroempreendedores, para inspirar e valorizar, um ato de representatividade e de
celebração.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
vida social, pois possuem harmonia de Tríade porque são identificados três
interesses em decorrência da falta, de uma elementos, três dimensões, três análises que
comum falta, de uma restrição da qual estes são realizadas para se compreender as redes
indivíduos/atores não possuem. de cooperação:
O que antecede a rede é a dor. Os estudos indivíduos/atores/antecedentes,
mostram que as redes são iniciadas a partir grupos/relação(elo)/processo e as
da escassez do mercado específico, da falta organizações/rede/resultados (ganhos das
de mão de obra qualificada, da insuficiência redes).
de recursos básicos, como uma matéria A partir destes conceitos quanto à
prima específica. A partir dessa constatação composição, cientificamente somos
de não haver e em igualdade de hierarquia, tendenciosos aos porquês, já que os
colhendo aprendizagem e inovação a partir materiais examinados visam, em sua
dessa conexão, conexão esta devidamente maioria, a compreensão sobre as razões, os
elaborada, pensada, planejada, por grupos motivos, as vontades pelas quais as redes
de organizações, com intenção de assim foram realizadas, dando ênfase aos grupos
estarem, parte-se desta escassez para de organizações existentes, ou seja,
abundância, designados, nomeados, prepondera-se os estudos sobre as
reconhecidos. motivações que levaram os indivíduos a se
E as vontades, que antecedentes seriam de organizarem da forma que estão.
escassez, durante as vantagens obtidas É na perspectiva das razões pelas quais as
através das redes se sobressaem, em razão redes são constituídas que as pesquisas são
desse movimento coletivo, já que uma em sua maioria tendenciosas, bem como na
andorinha só não faz verão. intenção que há entre os atores, portanto,
Os conceitos e apontamentos, este dentro da linha do tempo da rede, as redes
conhecimento e esta descrição fotográfica de cooperação interorganizacionais tem
das redes foram extraídos da predominância suas origens como foco.
de determinadas correntes teóricas O porquê do sucesso, as razões de sucesso
encontradas nas pesquisas sobre redes de das redes, já que os estudos denotam que as
cooperação entre organizações, bem como redes de cooperação interorganizacional no
da tríade que estas redes são compostas. Brasil possuem maior capacidade de
resolução, de alcance dos objetivos pelos
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
quais constituídas. E por essa busca pelas Pela natureza composta, interseccional e
razões de êxito, a compreensão sobre as interdisciplinar a explicação do cenário das
ações coletivas e a maneira em que foram redes de cooperação no Brasil torna-se mais
mobilizadas para a obtenção do objetivo em tangível a partir das principais correntes
comum, ou seja, a teoria sobre as estratégias teóricas acima referidas, que não abarcam
das redes de cooperação, é comum na só uma linha de conhecimento por si só mas
maioria das discussões. atestar o efetivo sucesso das redes, já que
Não há o que estranhar, porque se os possível mensurar a capacidade das redes de
estudos em sua maioria estão vinculados as converter os objetivos antecedentes,
causas antecedentes, motivações e partindo-se de uma ideia de fenômeno.
intenções das partes a se estabelecerem em Fenômeno este amplamente estudado pela
rede, a estratégia é abordada com maioria das universidades do sul do país,
frequência, “em compreender as redes mais cujos autores dos artigos estão vinculados a
como estratégia das organizações para instituições de ensino que por um período
competirem”, competitividade, agora estiveram engajadas no Programa Redes de
coletiva, impactando positivamente nas Cooperação derivado de uma política
organizações. pública estatal que implicou na criação de
O texto destaca-se, ainda, a teoria mais de 200 redes de cooperação. A parceira
institucional sobre as redes de cooperação, pública e privada nos anos 2000
que trata da teoria quanto ao proporcionou à pesquisadores, mestrandos
reconhecimento, quanto ao vínculo de e doutorando material consistente para
dependência por pertencimento a compreensão sobre.
determinada rede e a teoria dos custos de Fenômeno ou aldeia, as redes de
transação, que são frequentemente cooperação interorganizacional do Brasil
discutidas pelos autores científicos, bem ainda demandam de mais estudos científicos
como a teoria das redes sociais, laços sociais sobre a sua existência, principalmente
estabelecidos que poderão afetar a rede, atuais, diante da tecnologia, da internet das
afinal, somos a média das pessoas das quais coisas, da inteligência artificial, que torna
nos conectamos. exponencial e em potencial rede, qualquer
tipo de negócio.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Introdução
12
Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade
Civil na UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU na área de Direito Civil
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
que promovem confiança e reciprocidade negociais que irão permitir que estes
econômica (social capital). Apesar de comandem valores de mercado mais altos na
relações em rede e capital social serem sua comercialização.
conceitos próximos, não são idênticos. Os motivos estratégicos pelos quais
Relações em rede podem gerar um capital empresas embarcam na formação de
social corporativo na forma de prestígio alianças são vários:
organizacional, reputação, status e 1) Busca por mercado;
reconhecimento de marca. 2) Aquisição de meios de distribuição;
3) Ganhar acesso a nova tecnologia;
Alianças estratégicas como formas híbridas
4) Aprender e internalizar habilidades
controle total como uma solução, esta pode estender conexões de fornecimento para
vir a optar por entrar em uma aliança para ajuste às mudanças de mercado;
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
38
Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
para superar as suspeitas iniciais do rival Alianças estratégicas podem operar como
sobre uma possível parceria meramente canais institucionalizados para transferir e
oportunista. Desigualdades no poder criar novas capacidades organizacionais. O
organizacional indicadas por disparidades na aprendizado pode ocorrer pela exploração
contribuição de recursos e controladas por em que uma empresa absorve o know-how
cada parceiro pode impedir a criação da da outra ou pela experiência comum de
confiança em razão da disparidade dos parceiros na constância da implementação
parceiros na capacidade em cumprir suas de acordos colaborativos. A primeira
obrigações. Alianças iniciais entre parceiros dinâmica de aprendizado traduz
sem experiência prévia frequentemente competição, enquanto a última traduz uma
começam com relações contratuais formais maior mutualidade e interdependência.
39
Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
_______________________________________
BALESTRIN, Alsones; VERSCHOORE, Jorge Renato; PERUCIA, Alexandre. A visão relacional da estratégia:
evidências empíricas em redes de cooperação empresarial. BASE-Revista de Administração e Contabilidade
da Unisinos, v. 11, n. 1, p. 47-58, 2014
Introdução
13
Graduada em Direito e Comércio Exterior pela PUC MG, Pós-Graduada em Direito Notarial e Registral
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administração dos recursos intangíveis ou Sempre que uma empresa precisar definir e
exclusivos que uma empresa detém, gerenciar suas transações com outra, haverá
trazendo para essa uma vantagem custo de transação, muitas vezes não
competitiva. Para Barney (1991), estes tratados pelas empresas, seja na negociação
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transação tem liame com a confiança nas sinônimos, porém, não podem ser
relações interorganizacionais (Bachmann e confundidos (Cropper et al., 2008).
Zaheer, 2008). A consolidação do conceito de estratégias
Por fim, pode-se notar que as perspectivas coletivas foi fruto de estudos de Astley
dominantes no campo da estratégia, através (1984) e de Astley e Fombrun (1983), que
da estrutura de indústria, da visão baseada possibilitou entender que as estratégias das
em recursos e dos custos de transação, empresas não necessariamente devem
dizem respeito à busca da vantagem acontecer por meio de ambientes
competitiva entre empresas, onde competitivos, traçando várias alternativas
necessariamente deve existir um ganho de de ações colaborativas de curta e longa
um lado e uma perda de outro (Axelrod, duração.
1984). Astley (1984) identificou três visões
Assim, faz-se necessária uma compreensão organizacionais, resumidas em: “cavaleiro
teórica mais abrangente dos postulados solitário” (empresa é pioneira e luta contra
essenciais das perspectivas dominantes, por condições impostas), “orientação
meio de uma visão relacional, a fim de egocêntrica’ (empresa é autossuficiente e
discutir possibilidades, como a existência de toma ações independentes) e “orientação
resultados positivos para ambos os lados da militar da estratégia” (organizações vistas
relação. como inimigas, lutando em ambiente voraz a
fim de conquistar posição estratégica no
A visão relacional da estratégia
campo de batalha).
A partir da década de 1980, a visão relacional Em oposição a essas visões, Astley (1984)
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Graduado em Direito pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus
Frederico Westphalen/RS, Pós-Graduado em nível de Especialização em Direito Contratual pela Faculdade
Cers, Mestrando do PPGDireito da Faculdade Meridional – IMED.
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eficaz as mudanças no ambiente e/ou no a ação flexível das empresas que constituem
mercado, reduzindo incertezas associadas à a rede, na qual cada membro mantém sua
diferentes operações. individualidade legal.
As redes de cooperação reúnem Em linhas gerais, o processo de gestão é
empreendimentos que possuem objetivos democrático, em que existe uma
comuns. São dedicadas a desenvolver participação horizontal e ativa entre as
ganhos coletivos, sem que as empresas empresas envolvidas, abrindo espaço para a
participantes venham a perder a sua participação optativa dos membros nas
autonomia de gestão. Assim, unem aspectos decisões da rede. Ademais, a direção,
ligados a flexibilidade e agilidade, e formada por representantes dos próprios
aumentam a escala no mercado, priorizando associados, assume as decisões operacionais
a ideia de ganhos coletivos na cooperação e de controle. No entanto, nada impede que
em rede. em redes mais maduras e de maior porte se
É cediço que as pequenas empresas profissionalize a gestão executiva da rede.
apresentam dificuldades de competição com Outrossim, os associados devem observar
empresas maiores, em razão de custos que a rede de cooperação deve ser
elevados de produção, pequena escala, percebida como uma “nova empresa”, e que
desconhecimento de mercado, deficiência um ponto essencial neste processo de
em tecnologia, capacitação, obtenção de gestão é que os ganhos gerados em conjunto
crédito, entre outros. pelas empresas integrantes sejam
Desta forma, as redes de cooperação distribuídos da forma mais igualitária
empresarial são uma ferramenta possível.
organizacional eficaz para a evolução das A rede, como uma “nova empresa”, deve
empresas, principalmente as de menor traçar objetivos e estratégica de longo prazo,
porte, eis que tem o poder de aumentar a baseada em elementos como: o valor da
competitividade para as empresas reputação; a interdependência dos recursos
associadas, por meio de ações uniformizadas e das empresas; a complementaridade de
e padronizadas, que possibilitam o ganho de recursos; a comunicação relacional; a busca
escala relacionado com as várias formas de permanente da flexibilidade; o
união entre as empresas, melhorando a sua comprometimento e a ênfase coletiva no
fatia de participação no mercado, mantendo
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planejamento nas ações; estratégia; o na formulação das estratégias, eis que, sem
planejamento; a direção; e o staff. estratégia, uma rede não consegue gerar a
A ideia central para a formação de redes está competitividade desejada por seus
no fato de que as relações de cooperação associados.
possam resultar em ganhos para todos os É importante traçar e definir os objetivos
envolvidos, quais sejam: a possibilidade de globais, a missão e a análise dos ambientes
ampliar a capacidade de ação de uma interno e externo. Ainda é necessário adotar
determinada empresa individual a partir de um padrão, que contribua a agilidade nos
uma perspectiva coletiva; ganhos de escala e processos de marketing, negociação e
os ganhos relativos ao poder de mercado; expansão.
geração de soluções coletivas que tende a Nas práticas em estratégia pode-se citar dois
permitir a geração e disponibilização de personagens de grande importância: o
soluções a partir da rede na qual a empresa guardião do planejamento e o embaixador.
se insere; redução dos custos e riscos Em algumas redes, o planejamento não é
assumidos pelas empresas associadas; seguido na prática pelos associados. Neste
acúmulo de capital social, ganhos de caso, o papel do guardião tem grande
aprendizagem coletiva. importância, tendo em vista a complexidade
Deve-se destacar, ainda, a importância dos de se acompanhar a execução eficaz do
instrumentos de gestão das redes, que planejamento estratégico na rede.
podem ser classificados em quatro grandes Destaca-se que o guardião trabalha no
grupos: i) contratuais; ii) estratégicos; iii) acompanhamento da execução do plano
decisão; e iv) interação. estratégico, podendo ser, inclusive, um dos
associados, sendo visto como uma figura
PARTE 2 - Práticas de Gestão de Redes
neutra no processo, o guardião pode
Capítulo 1- Estratégia
fiscalizar e encorajar a participação de todos
A estratégia é responsável por moldar o os atores envolvidos dentro de princípios de
processo de desenvolvimento da rede, igualdade.
alinhando as necessidades de cada empresa No que tange ao alinhamento da empresa
associada aos objetivos coletivos mais com a rede, tem-se a figura do
amplos. Neste ponto, é importante a “embaixador”, que, propositalmente, não
participação de todos os associados da rede está ligado à diretoria da empresa associada
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e sim ao quadro de funcionários, pois aqueles que integram a rede, focando nos
consciente da essência estratégica a ser ganhos coletivos, tornando as empresas
conduzida na empresa, tem a habilidade de mais próximas e almejando os objetivos
“falar” a língua de seus colegas (também comuns. A aproximação entre os parceiros
funcionários) e de entender como tais pode ser feita por meio de ações simples,
estratégias-macro da rede, naturalmente de como encontro regulares dos membros e
caráter mais abstrato, podem resultar em interação com especialistas e lideranças,
ações operacionais/práticas dentro da envolvendo o conjunto dos parceiros.
empresa. Por outro lado, as atitudes não desejáveis
Sendo assim, a ideia do “guardião do praticadas por membros que integram a
planejamento estratégico”, faz com que os rede podem ser sanadas através de sanções,
proprietários das empresas associadas vez que previstas em um estatuto, ou em
atuem dentro das diretrizes traçadas na outros termos.
elaboração do planejamento estratégico. O Importante dar atenção especial a questões
“embaixador” atua no nível operacional das de gestão que identificam pontos de
empresas, cumprindo um importante papel melhoria na rede, zelando pelo processo
no alinhamento da estratégia da rede com a decisório democrático, que pode ser feita
estratégia da empresa. em dois passos. Em primeiro lugar ressalta-
se a antecipação das necessidades e
Capítulo 2 – Coordenação expectativas dos associados. Em um
segundo lugar destaca-se a inserção de
A coordenação diminui os conflitos
novos instrumentos de gestão.
operacionais típicos da rotina de trabalho.
Para a implementação de novas práticas é
Acordos e tratativas informais referentes às
interessante observar: 1) que a prática possa
responsabilidades e deveres dos associados
ser utilizada na maioria das redes; 2) que não
são de extrema importância para validar o
necessite de investimentos financeiros
disposto nos contratos das redes.
significativos; 3) e que seja de fácil aplicação.
Necessário, também, mecanismos que
Um exemplo dessas práticas foi a adoção de
regulamentam, protegem e defendem a
um “termômetro”, que consiste em uma
maioria dos associados.
ferramenta para capturar as ideias e as
A cooperação reduz a rivalidade e
percepções dos associados, tendo em vista
comportamentos oportunistas entre
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Eva Motta15
WEGNER, Douglas; DURAYSKI, Juliana; DE SOUZA VERSCHOORE FILHO, Jorge Renato. Governança e eficácia de
redes interorganizacionais: Comparação entre iniciativas brasileiras de redes de cooperação. Desenvolvimento
em Questão, v. 15, n. 41, 2017
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Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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redes foram segmentadas, por tempo com menores níveis de eficácia demoram
existência, por segmento de operação e mais para tomar decisões porque optaram
número de associados. Foi elaborado um pela forma colegiada. Assim, depende do
questionário de sete perguntas com base consenso, prática torna mais lenta e
nos resultados das redes e as respostas de demorada as decisões, prejudicando a
eficácia foram medida pelos pesquisadores eficácia. Seria a mais legitima;
especialistas em redes, numa escala de cinco - Quanto à especialização: uma rede
pontos, variando de 1 (baixa eficácia) e 5 consegue ser mais eficiente com maior
(alta eficácia). Posteriormente foram potencial de eficácia se adotar conselhos ou
dispostas num ranking das 5 redes que equipes especializadas, que assumem
apresentaram maiores eficácia e 5 redes que diferentes tarefas, proporcionando agilidade
apresentaram menores eficácia. e fazendo com que muitos processos
ocorram simultaneamente na rede;
Apresentação e análise de resultados
Formalização
- Quanto ao modo de governança: redes com
maior nível de eficácia utilizaram o modo de Em linhas gerais, as redes com menores
governança por Organização Administrativa níveis de ganhos não possuem processos
de Red. Redes com menor nível de eficácia descritos e registrados; as com maiores
organizam-se por meio de um modo de níveis de eficácia possuem
governança compartilhada; normas/regulamentos que são seguidas por
- Quanto a centralização das decisões: redes todos os integrantes da rede.
com maiores níveis de eficácia optaram pela
Discussão de resultados. Modo de
centralização das decisões por equipes, sem
governança mecanismos de governança
necessidade de consulta aos demais,
resultando em maior agilidade e eficiência. - Redes com maior eficácia: organizadas por
Todas utilizam sistemas informatizados para meio Organização Administrativa de Redes.
se comunicarem (intranet, chat e e-mails). Maior número de membros.
Uma delas está investindo software para Operacionalização a cargo de consultores e
melhorar os contatos online, reuniões gestores. Centralização nas decisões, maior
virtuais, compras em conjunto, votação formalização das atividades e maior
eletrônica para facilitar as decisões. Redes especialização. Os empresários se envolvem
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Eva Motta16
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Graduada em Direito pela Faculdade Meridional- IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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https://sebraers.com.br/franquias-cooperacao/redes-de-cooperacao-uniao-para-o-fortalecimento-das-empresas/
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Diante disso, era necessário mudar a cultura, também uma fonte de recursos financeiros,
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Neste primeiro capítulo o autor analisa As redes alemãs estão organizadas e são
o contexto econômico do momento, no representadas por uma entidade
qual a cooperação entre empresas nacional, a Federação Alemã de Redes e
alcançou níveis elevados de Centrais de Negócios, denominada
desenvolvimento e com grande Mittelstandsverbund, que defende os
importância socioeconômica, interesses gerais das redes, sugerindo
especialmente na Alemanha e na políticas públicas de apoio às pequenas
Espanha, e com olhar nessa experiência empresas, oferecendo serviços de
consolidada aponta caminhos para suporte e desenvolvimento de projetos
evolução das redes brasileiras. de inovação voltados para seus
Na Alemanha, cujos primeiros modelos membros.
de cooperação remontam ao século XIX, No Brasil, a cooperação é bem mais
a cooperação apresenta o mais alto recente, surgiu como resposta dos
nível de desenvolvimento e importância pequenos empreendimentos às
socioeconômica. Atualmente, mais de dificuldades decorrentes da abertura de
230.000 empresas do varejo participam mercado iniciada na década de 1990,
de 310 redes de empresas, em 45 ramos que possibilitou a entrada de grandes
de atividade e geram 2,4 milhões de empresas internacionais e a cooperação
empregos, o que representa um volume possibilitou às pequenas empresas
anual de 490 bilhões de euros em competirem ou concorreram com os
negócios. grandes conglomerados.
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Graduada em direito pela UFPEL, advogada inscrita na OAB/RS 49.849.
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CRUZ, June Alisson Westarb; MARTINS, Tomaz Sparano; QUANDT, Carlos Olavo. Redes de cooperação:
um enfoque de governança. Revista Alcance, v. 15, n. 2 (Mai-Ago), p. 190-208, 2008.
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Graduada em Direito pela PUCRS, Pós- Graduação em Gestão Pública Municipal UFRGS, Pós- Graduação
em Direito Público ULBRA Canoas.
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DAWSON, Angus; HIRT, Martin; SCANLAN, Jay. The economic essentials of digital
strategy. 2016.
Graduada em Direito pela PUCRS, Pós- Graduanda em Gestão Pública Municipal UFRGS, Pós- Graduação
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21
21
https://www.mckinsey.com/~/media/mckinsey/business%20functions/strategy%20and%20corporate%20finance
/our%20insights/the%20economic%20essentials%20of%20digital%20strategy/digital%20distruption%20cm%202.p
df
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assinatura única e podem ouvir as faixas que corresponde às melhores práticas globais. Se
quiserem à vontade. O mesmo aconteceu com algum desses indicadores estiver presente, é
fotografias e imagens, que os consumidores sinal de que há uma oportunidade de
não precisam mais revelar. Eles também transformação e disrupção digital.
podem reservar passagens instantaneamente
Exposição de novas ofertas
on-line, ignorando os agentes de viagens.
Os consumidores estão usando a tecnologia
A digitalização permite que novas fontes
digital para impor a sua vontade. Uma
entrem nos mercados de produtos e de
“purificação” da demanda, que ocorre à
trabalho de maneiras, que até então eram
medida que os clientes satisfazem suas
quase impossíveis. Como o “software come
necessidades e desejos anteriormente não
o mundo” – mesmo em mercados
atendidos. Os clientes não comparam mais
industrializados – as empresas podem
as ofertas de uma empresa com as de seus
liberar a oferta onde quer que haja ativos
rivais diretos, hoje, as experiências que eles
subutilizados. Quais são os indicadores de
têm com a Apple, Amazon ou ESPN são o
disrupção potencial à medida que as
novo padrão para todas as suas experiências
empresas revelam fontes de fornecimento
de consumo.
até então inacessíveis.
As pessoas estão se acostumando a ter suas
Os invasores são capazes de reunir
necessidades atendidas no local que
virtualmente capacidade redundante,
escolherem, na hora que determinarem e,
digitalizar mão de obra ou recursos físicos e
muitas vezes, de forma gratuita. Sua
tirar proveito da economia colaborativa.
empresa não pode oferecer isso a eles? Pois
Custos fixos ou custos que não variam
é muito provável que em breve outro
constantemente com o aumento do volume
descubra como oferecer. O modelo de
são altos. Graças a esses indicadores, os
negócios de uma empresa pode ser
invasores são capazes de provocar uma
vulnerável se qualquer uma dessas coisas for
perturbação.
verdadeira.
A vulnerabilidade, quanto a este item é: uso
O cliente não consegue o que quer onde e
parcial de produtos pelos clientes, produção
quando quer. O cliente tem que subsidiar
inelástica em relação ao preço, oferta
outros clientes de alguma forma. A
variável ou imprevisível, os custos fixos ou os
experiência de usuário do cliente não
invariáveis são altos
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fornece informações em tempo real sobre o monetizar a curva para os clientes, fornece
andamento das entregas. Os clientes têm uma nova experiência de usuário atraente e
novas propostas de valor, que aprimoram reduzir os custos de produção e distribuição.
aquelas que existiam. As redundâncias da cadeia de valor criam
A vulnerabilidade atrela-se: a informações ambiente que elimina intermediários
ou mídias que enriqueçam muito o produto; lincando o cliente diretamente. Os canais
oferecer um produto físico, enquanto o digitais podem substituir redes físicas e de
desejo do cliente é um conectado, varejo.
defasagem de informações entre a compra e
Plataformas em hiperescala
o rastreio do produto, a necessidade de
repetir a compra do produto, aluguel de
Empresas como Apple, Tencent e Google
carro.
estão desconstruindo as definições
tradicionais da indústria, ampliando as
Sistema de negócio repensado
categorias de produtos e segmentos de
Entregar essas novas propostas de valor, por
clientes. Os proprietários dessas plataformas
sua vez, requer repensar ou reimaginar os
de hiperescala têm uma alavanca
sistemas de negócios subjacentes. As
operacional significativa da automação de
empresas tradicionais, que há muito se
processos, algoritmos e efeitos de rede. Em
concentram no aperfeiçoamento de suas
mercados específicos de produtos ou
cadeias de valor do setor costumam
serviços, os proprietários de plataformas
desconfiar de novos participantes que
geralmente têm objetivos diferentes dos
introduzem maneiras inteiramente novas de
players tradicionais do setor. Nesse sentido,
gerar receita. As forças que atuam nesta
plataformas de hiperescala podem
área do modelo mudam a forma como as
atrapalhar as empresas tradicionais. Os
cadeias de valor funcionam.
modelos de negócios existentes cobram
Canais digitais e serviços virtualizados
pelas informações solicitadas pelos clientes.
podem substituir ou remodelar redes físicas
Não existe um conjunto único e integrado de
e de varejo. Walmart e Zara integraram
ferramentas para gerenciar interações entre
digitalmente suas cadeias de suprimentos,
usuários e fornecedores em um setor. Esses
criando operações mais baratas e eficazes. O
fatores incentivam os provedores de
New York Times virtualizou jornais para
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DE SOUZA DUTRA, Ivan; ZACCARELLI, Sérgio Baptista; DOS SANTOS, Sílvio Aparecido. As redes
empresariais de negócios e o seu poder competitivo: racionalidade lógica ou estratégica?. Revista de
Negócios, v. 13, n. 1, p. 11-27, 2008.
23
Advogado (OAB/RS 83.859). Mestre em Direito (Unisinos). Membro da CSI (OAB/RS). Autor dos livros “Manual de
Direito Desportivo” (EDIPRO, 2014), “Bacamarte” (Giostri, 2016) e coautor de outras obras. Editor e articulista da
Lócus Online. Contato: cesar.cavazzola@gmail.com.
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convergência para oito características mais integrada e maior, criando maior poder de
evidentes que foram propostas aqui: 1) competitividade.
compartilhamento de recursos; 2) práticas 11. Foi analisada a vantagem competitiva
informais ou regras; 3) competências alcançada pelo consórcio modular da
sinérgicas ou complementares; 4) Volkswagen Veículos Comerciais (VWC), no
reciprocidade; 5) aprendizagem ou co- mercado brasileiro de ônibus e caminhões
evolução; 6) poder de troca; 7) posição ou frente aos seus concorrentes. O principal
espaço ocupado na rede; 8) alinhamento da objetivo foi entender como se define
proposta de valor. estratégia diante da prática de uma Rede de
9. Torna-se difícil a visualização física de Negócios em concorrência com outros
uma Rede de Negócios. A dificuldade não negócios ou empresas.
está na complexidade dos dados e 12. No período entre 1960 e 1990, as
informações, ou da própria rede, mas na corporações passaram por diversas fases
forma de pensar como elas existem. Propõe- evolutivas, na busca da competitividade e
se que, para entender como a estratégia conquista do mercado mundial. A partir de
ocorre nestas redes é preciso deixar de meados da década de 1980, este ambiente
racionalizar de forma lógica e passar a mutante e de alta concorrência forçou o
racionalizar de forma estratégica. setor automobilístico a repensar os seus
10. Então, as Redes de Negócios podem modelos de gestão, aumentou a exigência
ser definidas como ‘sistemas’, cujas partes das qualificações das empresas envolvidas e
mais importantes são as empresas que forçou um incremento do segmento de
possuem negócios e se dedicam a um autopeças. Constatou-se o processo de
determinado tipo de produto, passando a “outsourcing” não somente com a entrega
ter no seu conjunto, um poder de competir de peças e componentes, mas de
muito maior do que as empresas subsistemas montados (módulos), com
consideradas isoladamente. A essência das participação direta no processo de
redes de negócios foi evidenciada: cada montagem do produto final dentro das
organização separada se especializa no que instalações das montadoras. Isto deu origem
faz melhor, explorando as vantagens de ser aos condomínios industriais. A evolução do
menor, aproveitando as vantagens de estar condomínio industrial para o modelo de
consórcio modular pôde ser observada na
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Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, com estágio de pesquisa na Universidade de Roma La
Sapienza; Mestre em Direito pela Universidade de Zaragoza; Bacharel em Direito pela PUCRS. Advogado.
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restrito quando há interação somente entre integração envolvem: (1) interações com
as partes ou amplo quando há interação terceiros, (2) acordos de representação, (3)
também com terceiros. fluxos de informações multidirecionais.
Em segundo lugar, interessa distinguir o tipo O envolvimento facilita a aprendizagem
de estrutura constituído, que pode ser de interorganizacional necessária para a criação
doação quando uma parte simplesmente de novas práticas, técnicas e regras. A
cede recursos para que outra realize suas integração facilita a transmissão dessas
próprias atividades, de parceria quando práticas, técnicas e regras para além das
ambas trabalham juntas por seus próprios organizações evolvidas. Colaborações que
objetivos ou de representação quando as têm altos níveis de envolvimento entre as
partes chegam a trabalhar pelos objetivos partes e que estão altamente integradas em
umas das outras. seu campo de atuação serão positivamente
Por último, é importante observar como se associadas à criação de novas proto-
dá o fluxo de informações entre as partes. Ele instituições.
pode ser unidirecional quando somente uma
Conclusões
parte aprende da outra, bidirecional quando
ambas trocam conhecimentos ou
Os autores concluem que as organizações
multidirecional quando as partes e terceiros
que desejem mudanças institucionais devem
aprendem uns com os outros.
observar não somente a relação com seus
Aplicando esses critérios, a análise se centra
parceiros, mas também o modo como a
em verificar em que tipos de colaboração
colaboração se integra à própria
entre as partes foram criadas novas práticas,
organização.
técnicas e regras que se difundiram e que
Organizações que se concentram somente
foram reproduzidas além da própria relação
no próprio negócio podem obter vantagens
bilateral. A conclusão é que para isso ocorra
competitivas, mas podem estar renunciando
deve haver altos níveis de envolvimento e
à oportunidade de realizar mudanças no
integração.
campo em que operam.
Altos níveis de envolvimento implicam: (1)
O estudo demonstra que altos níveis de
interações profundas entre os participantes,
integração e envolvimento são positivos
(2) acordos de parceria e (3) fluxos de
também em estágios iniciais, fazendo com
informações bilaterais. Altos níveis de
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ECONOMIA
Laura Schroeder Feijó25
SILVA, Lucas Emanuel da; FARIAS, Tácito Augusto. UMA REVISITA A RONALD H. COASE. RDE-Revista de
Desenvolvimento Econômico, v. 3, n. 35, 2017
A obra em análise pretende revisitar as artigos “The Nature of the Firm”, em 1937, e
contribuições de Ronald Coase para a Teoria “The Problem of Social Cost”, em 1960.
Econômica por meio do exame dos O seu interesse quanto às diferentes
fundamentos das suas principais ideias e do organizações das firmas, sobretudo os
contexto em que foram desenvolvidas em processos de integração vertical, resultou na
comparação com a evolução das Ciências construção das teorias da firma e do custo de
Econômicas. Em descrição à conjuntura, vale transação, publicada no artigo “The Nature
referir ter sido Ronald Coase um importante of the Firm”, em 1937. Esse estudo, ao tratar
economista inglês do século XX, laureado as firmas como um fenômeno econômico –
com o prêmio Nobel de Economia de 1991 buscando entender (i) por que as firmas
por mérito, especialmente, da elaboração da existem e (ii) do que depende o seu tamanho
teoria dos custos de transação e da teoria da – impulsionou a superação do entendimento
firma, que ganharam destaque com seus de que a empresa seria mera abstração que
combina insumos a fim de maximizar juros.
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Bacharela laureada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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de transação, a solução da barganha será Posto isso, cumpre mencionar, para mais,
sempre do Ótimo de Pareto (conceito que que as contribuições de que trata o artigo
designa um estado em que os recursos estão analisado sobre a vida e carreira de Ronald
alocados da maneira mais eficiente possível, Coase vão além do espectro puramente
de tal forma que é impossível melhorar a teórico que envolveu a criação das
posição de um agente sem piorar outro), inovadoras e vultuosas teorias dos custos da
independentemente de como estivessem transação e da firma. Suas ideias
distribuídos inicialmente os direitos entre as formataram e deram peso e
partes, caso em que a intervenção reconhecimento à Nova Economia
governamental seria desnecessária. Por Institucional, conferiram maior realismo e
outro lado, havendo custos de transação, a impulsionaram pesquisas no ramo da
distribuição inicial dos direitos de organização industrial e abriram espaço para
propriedade é estabelecida pela legislação o que viria ser o “Law and Economics”, bem
vigente, a qual é determinante para a como proporcionaram instrumentos para
produção ou não da máxima economia, caso que sucessores e críticos aprimorassem suas
em que, de fato, a intervenção observações – como Williamson, ao
governamental geraria consequências e determinar níveis dos custos de transação e
poderia até mesmo reduzir os custos de propor estruturas de governança, e Douglass
transação, especialmente se definisse – para North, ao constatar a multidimensionalidade
além de um sistema de direitos disponíveis, dos direitos de propriedade e a consequente
que podem ser modificados por decisão das impossibilidade da sua definição prévia com
partes – regras indisponíveis sobre as exatidão.
transações.
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FIANI, Ronaldo. Arranjos institucionais e desenvolvimento: o papel da coordenação em estruturas híbridas. Texto
para Discussão, 2013
26
Graduada em Direito pela PUCRS, Pós- Graduação em Gestão Pública Municipal UFRGS, Pós- Graduação em Direito
Público ULBRA Canoas.
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Por outro lado, a teoria dos custos de especifica quais são os agentes habilitados a
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Eva Motta27
27
Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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___________________________________
MACHADO, Vinicius Cassol da Silveira. Oliver Williamson: uma revisão de literatura. 2016
28
Mestre em Direito dos Negócios e da Integração Regional pela UFRGS; Especialista em Direito da Empresa e da
Economia pela FGV; Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS.
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transação, tornando-se o clássico tecnologia não é dada, não pode ser isolada
contemporâneo da escola. ” como o fazem modelos neoclássicos; b) não
há equilíbrio estável, logo é importante
Contribuições Relevantes de Williamson à
estudar como e por que surgem os
Teoria Econômica
desdobramentos das mudanças na
Por meio da análise de Coase o estudo lança economia; c) atenção ao processo, a
o questionamento sobre “por que uma evolução da economia é gerada por
empresa internaliza atividades? Com um transformações tecnológicas. ”
mercado eficiente ela poderia obter insumos Destarte, “o velho institucionalismo foi
a um custo inferior, supondo a existência de sendo cunhado através dos moldes de uma
ganhos de eficiência provenientes da divisão ciência empírica, diferentemente das teorias
do trabalho (...) a teoria neoclássica ortodoxas, com pobre contato e carregadas
estabelecia que a firma era um mero agente de suposições a respeito do real
maximizador de lucro, desprovido de outro funcionamento da economia. ” Em conexão
interesse que não o de obter o maior com a esfera do direito, o estudo apresenta
excedente possível dada as expectativas dos as principais obras de Commons “Legal
agentes e as condições que prevaleçam no foundations of capitalismo” (1924) e
mercado. Embora esse conceito da firma “Institucional Economics” (1934) e expõe
facilitasse enormemente o trabalho de que “nelas o direito é formulado pela
pesquisa e elaboração de modelos de resposta da escassez e os conflitos de
equilíbrio e crescimento econômico, ele logo interesse sendo um processo de resposta às
se revelou incapaz de lidar satisfatoriamente relações entre os indivíduos da sociedade e
com realidades mais complexas, tais como não algo simplesmente imposto por um
estruturas oligopolistas e imperfeições de grupo seleto de indivíduos. Para o
mercado. Desta forma ela não era capaz de economista a instituição será como uma
explicar o surgimento de estruturas ação coletiva que controla, libera e favorece
oligopolistas dentro do capitalismo, a expansão da ação individual, a instituição
fenômeno sobre o qual a tese maximizadora aflora da própria indigência de recursos que
pouco teria a dizer. ” Por outro lado, foram seria então sanada com o trabalho físico,
apresentadas as percepções de Veblen e sempre claro, que não houvesse restrições
Commons que trabalham com três principais individuais. ”
pressupostos em comum acordo: “a) a
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Por sua vez, Oliver Williamson estabeleceu Nesse diapasão, o autor afirma que “o
as diferenças entre a VEI (Velha Economia grande mérito de Williamson foi ir além de
Institucional) e a NEI (Nova Economia uma crítica ao mainstream e à compreensão
Institucional), haja vista que “o arcabouço da firma com o enfoque em custo de
teórico da NEI enfoca, fundamentalmente, produção. Williamson adiciona um
aspectos microeconômicos, uma teoria da pensamento alternativo. Não estava
firma em uma abordagem não convencional. propondo uma adição à teoria dos custos de
São relevantes para os estudos: a história produção, ou seja, tinha como objetivo a
econômica, os direitos de propriedade, formulação de um pensamento novo para
sistemas comparativos, economia do um problema antigo e parecia ter exaurido
trabalho e formas de organização industrial. as suas explicações. ” Expõe o autor que “o
Recuperam-se assim conceitos importantes economista trabalhou na divisão antitruste
de Coase (1937). É incorporada a ideia de como, ‘Special Economic Assistant to the
que da firma para fora poderá existir um Head of the Antitrust Division of the US
mecanismo de preço, mas em especial Department of Justice’, entre 1966 e 1967.
internamente. O mecanismo de organização Aquele foi um grande salto para formulação
é baseado na hierarquia, logo os contratos de novas teorias. No fim da década de 60 a
não são feitos somente por mecanismos de liderança e funcionários da Divisão
preços. ” Antitruste defendiam, de forma
Coase formula suas ideias baseado nos predominante, a visão teórica dos preços,
conceitos de custos de transação, analisavam a concorrência com base nos
racionalidade limitada, oportunismo e preços de mercado e custo de produção.
especificidade de ativos. Já North, também Então se uma firma optava por uma
ganhador do Prêmio Nobel, se distancia das verticalização de sua produção acendia uma
ideias de Coase e Williamson, pois analisa as luz amarela alertando a divisão que era
instituições como restrições humanamente provável que estava sendo criada uma
inventadas que estruturam as interações competição desleal de mercado. ”
humanas. Os aspectos sociais estão Posteriormente, “em 1971 foi publicado na
presentes nos estudos de North, o qual, American Economic Association o artigo
inclusive afirma que “as instituições são as ‘The Vertical Integration of Production:
regras do jogo. ” Market Failure Considerations’ muito
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_____________________________________
BAQUERO, Pablo Marcello. Collaborative Inter-Firm Innovation In The Frontiers Of The Knwolegde Economy: Preliminary
Remarks Towards Rethinking Private Law For the New Economy. Cadernos de Programa de pós-graduação em Direito.
UFRGS. Ed. digital. V. 16, nº. 01, pg. 152 a 171. Jan/ago 2021.
CAFAGGI, Fabrizzio. Contractual Networks, Inter-Firm Cooperation and Economic Growth. Disponível em:
<https://www.eui.eu/Documents/DepartmentsCentres/Law/Publications/Introduction.pdf>. Acesso em 26 out.2021.
POWEL, Walter; SNELLMAN, Kaisa. The Knowledge Economy. Annu. Rev.Socio. Stanford, California. Vol.30: 199-220.
February, 2004.
SMITH, Keith. What is the ‘knowledge economy’? Knowledge Intensity and Distributed Knowledge Bases. The United
Nations University, 2002, Discussion Paper Series, Maasticht, 2002.
UNGER, Roberto Mangabeira. A Economia do Conhecimento. Tradução por Leonardo Castro. São Paulo, SP:
Autonomia Literária, 2018
29
Advogado. Formado em direito pela URCAMP, pós-graduando em gestão, governança e setor público pela PUCRS.
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___________________________________
DIREITO
Ronaldo Porto Macedo Junior, CONTRATOS RELACIONAIS E DEFESA DO CONSUMIDOR, Ed. Max Limonad, 1998
elementos fundamentais para uma teoria do uma relação contratual sem instituições
direito um conjunto de práticas normativas, a qual conduz a uma forma de troca entre
30
Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade Civil na
UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU na área de Direito Civil.
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de benefícios e de ônus particulares de uma (de natureza moral) que permite aos
dos que a constituem convergem para fim com outro para benefício mútuo. A definição
comum. O oposto ocorre nos contratos integral seria “cooperar é associar-se com
relacionais, onde os benefícios e ônus são outro para benefício mútuo ou para divisão
vantajosa para apenas uma das partes. igualdade formais entre as partes
contratantes, já nos contratos relacionais há
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MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Contratos coligados no direito brasileiro. Editora Saraiva. 2009,
Caps. 10 e 11
31
Bacharela laureada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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uma generalização das pontuais previsões Após o exame da obra de Bernard Teyssie,
legislativas de possibilidade de ação direta Francisco Marino passa a analisar doutrina
em grupos contratuais no Código Civil francesa posterior, representada por
Francês. Mireille Bacache-Gibeili, que buscou adaptar
Apresentados os principais pontos da obra a noção de grupo contratual a fim de torná-
de Bernard Teyssie, com ressalva à tamanha lo instrumento dogmático adequado à
contribuição do autor ao tema, Francisco identificação dos terceiros passíveis de
Marino tece críticas à noção de grupos sofrer dano contratual em virtude de
contratuais empregada. Na sua visão, os inadimplemento culposo, os quais poderiam
critérios de identidade de objeto e de causa ingressar com ações diretas de reparação
acabam por agrupar espécies que pouco têm contra os inadimplentes. Segundo a sua
em comum, levando a resultados excessivos definição, um grupo contratual seria uma
que esvaziam a categoria do seu sentido cadeia linear de contratos com o mesmo
operativo. bem como objeto e ao menos duas
Em divergência ao doutrinador francês, obrigações de natureza idêntica em comum.
Francisco Marino entende que os Ele ocorreria quando o inadimplemento da
subcontratos constituem coligação em razão parte em um primeiro contrato fosse apto a
de serem concluídos por meio da utilização causar um dano contratual a um terceiro
ou aproveitamento da posição jurídica de (parte em um segundo contrato) porque
que se é titular no contrato-base em curso, esse é credor de uma obrigação contratual
bem como que possuem identidade de fim. idêntica à obrigação contratual do
Além disso, salienta a diferença entre inadimplente.
contratos sucessivos, nos quais a extinção de Considerando isso, Mireille Bacache-Gibeili
um é premissa para celebração do classifica os grupos contratuais em (1)
subsequente, e subcontratos, nos quais a grupos homogêneos – contratos do mesmo
presença do contrato-base é essencial à sua tipo; e (2) grupos heterogêneos – contratos
celebração. Sobre as cadeias contratuais por de tipo distinto. Os grupos homogêneos
adição não organizadas e os conjuntos foram divididos em (1.1) cadeias
contratuais interdependentes divisíveis, homogêneas translativas – nas quais a
percebe não serem caso de coligação em obrigação comum aos contratos é de dar; e
prisma jurídico. (1.2) cadeias homogêneas não translativas –
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nas quais a obrigação comum aos contratos De acordo com Francisco Marino, é possível
é de fazer. Os grupos heterogêneos, por seu a construção da coligação contratual
lado, foram divididos em (2.1) cadeias enquanto instituto com regime jurídico
heterogêneas por acidente – com identidade próprio, mas, para isso, seu fundamento
de obrigações principais, apesar da diferença deve pousar na indivisibilidade dos
nos tipos dos contratos; e (2.2) grupos conjuntos contratuais interdependentes,
heterogêneos (stricto sensu) – a identidade conforme brecha deixada por Bernard
de obrigações envolve uma obrigação Teyssie que foi aprofundada pela doutrina
acessória em um dos contratos, podendo ser francesa contemporânea. A ideia atual é de
simétricos (a obrigação idêntica é acessória autonomizar a categoria dos conjuntos
em todos os contratos) ou assimétricos (a contratuais interdependentes ao lado da
obrigação idêntica é principal em um noção de grupos contratuais, já que nos
contrato e acessória em outro), sendo os primeiros as ações são plenamente possíveis
últimos translativos (com obrigação de dar pois comumente interpostas entre as partes
idêntica) ou não translativos (com obrigação de algum dos contratos, enquanto o objetivo
de fazer idêntica). principal do reconhecimento dos grupos
Assim, na ótica da autora, da situação de contratuais está na fundamentação para
parte de um grupo contratual, seja ela parte ações diretas entre sujeitos não
cocontratante – parte no procedimento e da cocontratantes.
norma contratual – ou simples parte De fato, a Corte de Cassação vem
contratante – parte na norma contratual, reconhecendo a existência de vários
mas não no procedimento –, adviria a conjuntos contratuais interdependentes e
possibilidade de ajuizamento de ação direta. aplicando seus efeitos quando percebida a
Ocorre que, como critica Francisco Marino, a intenção comum dos envolvidos, a qual
sua tese não é capaz de delimitar os casos de impõe a observação de uma economia geral
coligação contratual juridicamente do contrato. Para tanto, verificou, em geral,
relevantes, perdendo algumas subespécies os termos dos contratos (que muitas vezes
importantes, que passariam a ter referem a afetação do objeto ao outro
tratamento comum, assim como ignora as contrato), as causas do contrato (percebidas
hipóteses de coligação de contratos entre as pela análise contextual do texto contratual e
mesmas partes.
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CAMPBELL, David; COLLINS, Hugh. Descobrindo as dimensões implícitas dos contratos. Para que serve o Direito
Contratual, p. 65-97, 2014
32
Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade da Região da Campanha - URCAMP, campus Santana do
Livramento; Pós-graduada em Direito e Planejamento Tributário pela Universidade Estácio de Sá; Mestranda em
Direito Tributário pela Pontificia Universidad Católica de Santa Maria de Buenos Aires; Pós-graduanda em Advocacia
Corporativa pela Fundação do Ministério Público.
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tipo de prejuízo a outra parte, formalmente, contra a análise das dimensões implícitas nas
os documentos escritos trazem métodos relações contratuais se dá pelo fato que esta
a parte que teve prejuízo. Os autores contratar. Os autores apontam que isso está
implícito de cooperação entre as partes, primeiro lugar que a análise meramente das
danos se alguma das partes falhar ao alternativa prática. Além disso, temos que
cumprir sua prestação, de acordo com o fatorar que o contrato escrito não quer dizer
quebra contratual se deu por motivo diverso ampliando os lucros que as partes colheram
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____________________________
_ Laura Schroder Feijó33
Marc Amsturz (ed.). Die vernetzte Wirtschaft: Netzwerke als Rechtsproblem. Schulthess: Zürich,
2004. p. 11-42.
A obra a ser analisada trata da relação entre que solucione os problemas jurídicos
as redes contratuais e o Direito, a fim de existentes (qualificação jurídica,
sugerir uma melhor abordagem jurídica características de tipo legal e consequências
desse fenômeno, que, segundo o autor, não jurídicas das redes contratuais).
tem sido tratado de maneira segura O autor refere-se a esse caminho como
juridicamente e dogmaticamente pelos “jurisprudência sociológica”, embora
tribunais. Em busca da melhor ferramenta reconheça não ser um termo exatamente
de acesso da realidade jurídica em questão, adequado. O seu intuito é de que, por meio
Marc Amsturz afasta as já conhecidas de práticas de reflexão sociais advindas de
casuística e legislação política, por âmbitos parciais da sociedade, ou seja, para
abrangerem atores limitados, e conclui pela além do Direito, sejam constatadas
necessidade de um terceiro ponto de vista orientações normativas sociais aptas a
33
Bacharela Laureada em Ciências Jurídicas e Sociais Pós-graduanda em Advocacia Contratual e
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2020) e Responsabilidade Civil pela Escola Brasileira de Direito.
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associação multilateral (diferenciação entre combinada entre a rede e os nós que dela
obrigações da rede, com lealdade concretamente participam).
intensificada em relação à rede – caso em Ainda, ao analisar a particularidade das
que garantem a finalidade da rede, redes de pesquisa público-privada, qual seja,
permitem correções judiciais do contrato e possuírem lógicas de ação contraditórias,
abrem possibilidades variadas de Marc Amsturz identifica a necessidade de
cancelamento – e obrigações de lealdade do desenvolvimento de um conceito legal de
contrato sinalagmático), concorrência versus interesse de rede passível de utilização
cooperação (sob as condições de re-entry da imediata, com garantia jurídica da
diferenciação entre esses dois institutos, nas autonomia reflexiva dos participantes da
redes há, em verdade, uma “coopetição”, rede, para que possam equilibrar sua função
que permite a maximização de benefícios social e sua contribuição para seu ambiente.
aos participantes, cenário que sinaliza Posto isso, percebe-se da obra em análise a
positivamente a eventual responsabilidade complexidade das redes como atributo
contratual indenizatória de parceiros não intrínseco, a ser reconhecido e aprofundado
contratuais entre si na rede, bem como de pelos juristas, para que possa o Direito –
pessoas externas ao contrato mas dentro da utilizando do indispensável papel das outras
rede, por danos patrimoniais primários) e
disciplinas indicadas – corresponder a tal
atribuição coletiva versus atribuição profundidade, de modo a efetivamente
individual (a depender da atribuição, a solucionar os problemas delas surgidos de
responsabilidade vai atuar de forma forma coerente com a sua dogmática.
descentralizada, múltipla e seletivamente
_____________________________
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Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca. Advogado.
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grupos hierárquicos, e não propriamente entender que ocorre prática contrária à livre
como grupos por coordenação, dado que concorrência, especialmente nos casos em
existe uma entidade dominante que aglutina que o grupo por coordenação abarca
________________________
SOCIOLOGIA
Arnaldo Rizzardo Filho35
35
Pós-Graduado em Direito Tributário, MBA em Empreendedorismo, Inovação e Startup, Doutorando em
Administração de Empesas, Professor, Autor.
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Desde o último quarto do século XX, vive-se informação, mas a aplicação desses
visto. Vive-se, hoje, em um mundo digital, e meados dos anos 70 e 90 do século XX, por
a obra de Castells “[...] estuda o surgimento meio de uma lógica que é característica
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_____________________________
MAGALHAES, Rodrigo; SANCHEZ, Ron. Autopoiesis and the Organization of the Future.Autopoiesis in Organization
Theory and Practice, p. 1-22, 2009
36
Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade da Região da Campanha - URCAMP, campus Santana do
Livramento; Pós-graduada em Direito e Planejamento Tributário pela Universidade Estácio de Sá; Mestranda em
Direito Tributário pela Pontificia Universidad Católica de Santa Maria de Buenos Aires; Pós-graduanda em Advocacia
Corporativa pela Fundação do Ministério Público
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identidade deste sistema: haveria uma onde os elementos são responsivos (ação
mudança na estrutura do sistema, isso é, na em resposta a perturbações do ambiente)
manifestação particular em dado ambiente. mas mantém individualidade e identidade
Para ser possível essa recursividade permitir (manutenção da rede de interações que
a evolução da estrutura, o sistema define a organização do sistema).
autopoiético precisar ser fechado
operacionalmente. Esse fechamento Linguagem e Emoções
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sistema. Para Maturana, esses fenômenos sistema operacional Linux que não tem uma
sociais só são possíveis através das emoções. estrutura formal de empresa, nem
empregados ou capital e seu produto é
Organizações e Organizando o Futuro gratuito ao público, mesmo assim ele se
mostra uma ameaça para outras empresas
Segundo James Marcha, o campo de estudos
de software.
organizacionais estaria entrando em uma
quarta era de invasão caracterizado pela Novos Desafios Internos Organizacionais
crescente influência de tecnologias de
1. Nova Abordagem Epistemológica
informação e avanços biológicos na vida
Inspirada por Complexidade e Não-
social e por questões climáticas e Linearidade
sustentáveis que o planeta está passando.
Como exemplo, temos novas atitudes e A teoria da complexidade não tenta fazer
valores no capitalismo como base para uma previsões detalhas, mas levantar novas
problemas climáticos traz uma nova ética contexto organizacional vai depender do
para companhias mais social, ecológico e nível de contexto, que por sua vez vai
em rede estão se conectando com outras, entendido também sob o viés da enação,
bem como pessoas também estão nesse que é a contraparte da autopoiese, onde
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Contornos do art. 421-A do Código Civil pela Lei n° 13.874/2019 / Eduarda Jade Stumer Santos. – 2020. 73 f.
Orientador: Gerson Luiz Carlos Branco. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Faculdade de Direito, Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, Porto Alegre, BR-RS, 2020. 1. Direito Civil.
2. Liberdade contratual. 3. Paridade e simetria contratual. I. Branco, Gerson Luiz Carlos
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Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade Civil na
UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU na área de Direito Civil.
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Vitória de Bona38
CASTELLS, Manuel et al. A sociedade em rede: do conhecimento à política. A sociedade em rede: do conhecimento à
acção política, p. 17-30, 2005
38
Acadêmica de Direito, cursando o 7º semestre na Universidade do Vale do Sinos, com formação complementar
em Direito Civil Atual - IARGS e Obrigações e Contratos na Economia em Rede - OAB/ESA. Atua como secretária
jurídica no escritório especializado em Direito Tributário – Grecchi Advogados, dispõe experiência no Poder
Executivo, no setor da Secretaria da Fazenda, bem como no Legislativo da Câmara Municipal.
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______________________________
PALESTRAS
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Mestre em Direito pela UFRGS. Especialista em Direito dos Contratos e Responsabilidade Civil pela Unisinos.
Professora e pesquisadora. Advogada atuante na área do Direito Civil, com ênfase em Direito do Consumidor e Lei
Geral de Proteção de Dados. renatakretzmann@arkadvocacia.com
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A figura do prosumer surge nesse cenário em fornecedor. Refere-se que ele está na
que há comercialização de produtos e “fronteira da atividade privada e comercial,
serviços personalizados pelo consumidor ou de forma que fica difícil enquadrá-lo como
então uma criação conjunta entre quem consumidor ou empresa”.
compra e quem vende ou produz. São É ‘consumidor’ e ‘ator’. Não aceita mais
contratos atípicos nos quais há incidência de passivamente os bens e os serviços
diversos conjuntos de normas. Pode-se citar oferecidos a ele. O prosumer é exigente e
como exemplo as criações feitas com não hesita mais em desafiar o poder das
impressoras 3D, as encomendas específicas marcas. É mais engajado e sensível às
de produtos personalizados ou a escolha de características responsáveis, éticas e
determinadas peças com características equitativas dos produtos oferecidos.
únicas. O adquirente tem um papel ativo e é Em geral, ele é mais reflexivo quanto ao seu
conhecedor do bem que deseja. comportamento de consumo e muitas vezes
O termo prosumer é de Alvin Toffler, escritor mais investido no co-design da oferta.
e futurista norte-americano, Doutor em Assim, participa voluntariamente da
Letras, Leis e Ciência e conhecido pelos seus definição de novos produtos e serviços, para
estudos sobre a revolução digital, a que respondam melhor ao ideal comercial,
revolução das comunicações e a mas também social.
singularidade tecnológica. O “prossumidor”
5 – O Prosumer no Marketing
é aquele que cria produtos, serviços ou
experiências para uso ou satisfação próprios, Os prosumers ditam tendências, ou seja, eles
excluindo a venda ou a colocação no são influenciadores que geram opiniões
mercado. A aquisição geralmente é para si. importantes – positivas ou negativas -,
São consumidores engajados que principalmente via internet. É aquele
consomem ideias, ferramentas e recursos consumidor que se envolve com a marca,
oferecidos pelos fornecedores a fim de que quer conteúdo porque ele gosta da
transformar ou produzir novos produtos ou marca e com ela se identifica. Se bem
serviços para outros consumidores e capazes engajados eles serão “defensores” da marca
de influenciar operações e processos e da empresa.
comerciais já que muitas vezes as suas ideias Trata-se de um novo perfil de consumidores
são utilizadas e colocadas em prática pelo que gostam de estar sempre conectados ao
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aluguel por temporada (art. 48 da Lei de Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado
Locações).5. Diferentemente do caso sob em 20/4/2021, DJe de 27/5/2021.)
exame, a locação por temporada não prevê APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO
aluguel informal e fracionado de quartos ESPECIFICADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
existentes num imóvel para hospedagem de FAZER, CUMULADA COM PEDIDOS DE
distintas pessoas estranhas entre si, mas sim INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
a locação plena e formalizada de imóvel ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. APLICATIVO DE
adequado a servir de residência temporária TRANSPORTE DE PASSAGEIROS.
para determinado locatário e, por óbvio, DESCADASTRAMENTO DE MOTORISTA
seus familiares ou amigos, por prazo não PARCEIRO.1. A RELAÇÃO JURÍDICA
superior a noventa dias.(...) o uso de ENTRETIDA ENTRE AS PARTES LITIGANTES É
unidades particulares que, por sua natureza, DE NATUREZA CÍVEL, ESTABELECEBIDA NO
implique o desvirtuamento daquela CONTEXTO
finalidade (CC/2002, arts. 1.332, III, e 1.336, DE ECONOMIA COMPARTILHADA (SHARING
IV).9. Não obstante, ressalva-se a ECONOMY), POIS A PRESTAÇÃO DOS
possibilidade de os próprios condôminos de SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
um condomínio edilício de fim residencial - REALIZADA PELO AUTOR - É
deliberarem em assembleia, por maioria INTERMEDIADA PELO APLICATIVO
qualificada (de dois terços das frações ADMINISTRADO PELA EMPRESA DE
ideais), permitir a utilização das unidades TECNOLOGIA RÉ. 2. A RÉ DEMONSTRA QUE
condominiais para fins de hospedagem O AUTOR DESCUMPRIU AS REGRAS
atípica, por intermédio de plataformas CONSTANTES NOS "TERMOS DE USO DO
digitais ou outra modalidade de oferta, APLICATIVO" E NO "CÓDIGO DE CONDUTA"
ampliando o uso para além do estritamente DESTINADOS AOS MOTORISTAS PARCEIROS,
residencial e, posteriormente, querendo, O QUE ENSEJA O IMEDIATO
incorporarem essa modificação à Convenção DESCADASTRAMENTO DA PLATAFORMA. DE
do Condomínio.10. Recurso especial OUTRO LADO, O AUTOR-APELANTE NÃO
desprovido. PRODUZ PROVA ALGUMA SOBRE VÍCIO DE
(REsp n. 1.819.075/RS, relator Ministro Luis FORMA OU ILICITUDE MATERIAL NA
Felipe Salomão, relator para acórdão CONDUTA IMPUTADA À RÉ-APELADA,
NOMEADAMENTE QUANTO AO
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
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