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Autores:
Arnaldo Rizzardo Filho
Christiane Baladão
Cristiane de Mello Mascarenhas
Eduarda Jade Stumer Santos
Eduardo Teixeira Farah
Eva Motta
Fátima Cabeleira Almeida Zucchetto
Laura Schroder Feijó
Lucas Uster
Matheus da Silva Pitaméia
Renata Pozzi Kretzmann
Rosângela Souza de Souza
Sandy Danielle da Silva Fernandes
Víctor Villamil Ferreira
Vitor Luís Botton
Vitória de Bona
Coordenadores
Arnaldo Rizzardo Filho
Christiane Baladão
Alexandre Torres Petry
C129
ISBN: 978-65-88371-19-0
CDU: 347.44
Jovita Cristina Garcia dos Santos – CRB 10ª/1517
PREFÁCIO........................................................................................................................... 6
CHRIS BALADÃO................................................................................................................. 9
ECONOMIA .......................................................................................................................................... 49
DIREITO ............................................................................................................................................. 69
EDUARDA JADE STUMER SANTOS .................................................................................... 69
SOCIOLOGIA..................................................................................................................................... 96
O Grupo de Estudos de Redes Contratuais na dentre outros temas que são de relevância
do Sul começou seus encontros no segundo as mais diversas teorias de diversas ciências
semestre de 2021, com o intuito de estudar que tratam das redes contratuais.
A partir do Curso de Redes Contratuais sociais. Deve-se tirar a venda dos olhos de
aprofundada dos temas multidisciplinares resumo dos mesmos. Esses resumos são aqui
do Curso, que abrange Teoria Organizacional apresentados para aqueles que trabalham
primeiras teses e estudos sobre a origem das interdisciplinar, de literaturas que tratam
redes, as motivações, as justificativas de das redes, para que sirva de apoio ao início
décadas atrás e que estão em consenso com de uma compreensão mais profunda sobre
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
“A importância das redes está na capacidade de partes, os indivíduos passam a ter, por fim,
ampliar o poder de ferramentas humanas culturais
uma condução consensual, pressupondo
relacionadas à sociabilidade, economia e a política
(MARGOTO e FERNANDES, 2015)2” sempre que esses indivíduos e esses agentes
estratégia está identificada neste texto que Blockchain- que as DAOS - Organizações
os estudos sobre um tema tão atual que são ferramenta estabelecidas. Uma série de
e autônoma mantida por práticas de público. “Um grande livro contábil, público e
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MARGOTO, Julia B.; FERNANDES, Jorge H. C..
Advogada. Formada em Direito pela PUCRS em 2006.
Especialista em Direito e Processo do Trabalho e Inteligência coletiva, redes sociais e capital social: em
cursou especialização de Gestão em Tributos e busca de conexões conceituais. Encontros Bibli:
Planejamento Tributário pela mesma universidade. revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da
informação, v. 20, n. 42, p. 93–108, jan. /abr., 2015
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RODRIGUES, Carlos Alexandre. Blockchain e
Criptomoedas. 2. ed.rev - Salvador: EDjusPodivm,
2021, p.26.
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Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade da em Direito Tributário pela Pontifícia Universidad
Região da Campanha - URCAMP, campus Santana do Católica de Santa Maria de Buenos Aires; Pós-
Livramento; Pós-graduada em Direito e Planejamento graduanda em Advocacia Corporativa pela Fundação
Tributário pela Universidade Estácio de Sá; Mestranda do Ministério Público.
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economia, sendo ela sempre o fator essas disrupções sejam mais fáceis de serem
principal do aprimoramento de alcançadas. Negócios que são realizados
performances e resultados. Joseph pelo modelo da economia compartilhada
Schumpeter tratava-a em dois formatos: a geralmente se debruçam em cima de dois
incremental, referindo-se à melhoria em grandes apelos dos consumidores: a
processos; e a radical, referindo-se ao sustentabilidade e o consumo racional. Por
rompimento dos limites aos quais a inovação conta dessas preocupações dos
incremental se encontra, ocasionando o que consumidores, abre-se espaço para negócios
chama de disrupção criativa. A inovação não mais sustentáveis, utilizando-se da
refere-se apenas a inserção de um novo capacidade excedente disponível. Por conta
produto ou serviço no mercado, mas de sua estrutura e organização, as redes
também a novos ou melhorados processos facilitam que esses apelos se tornem mais
ou métodos ou práticas de negócios, desde acessíveis, tanto para empresas quanto para
que causem algum tipo de disrupção no consumidores.
mercado. Um ótimo exemplo disso está na plataforma
Como exemplo dos modelos colaborativos brasileira "Tem Açúcar?", onde se oferece
focados na ideia de open inovation, a autora um espaço para vizinhos se aproximarem e
traz os processos de inovação ou de realizarem empréstimos e trocas de bens de
produção, realizados a partir de colaboração uso doméstico, sem a necessidade de
externa, muito comum nas áreas desembolso financeiro para tanto. Como
tecnológicas, como é o caso da IBM (que muito bem questiona a autora: "para que
incentiva competições com o escopo de comprar uma furadeira se o uso por ano será
identificar novas soluções para seus de apenas alguns minutos?".
produtos, abrindo seus laboratórios para A estrutura das redes também permite que
usuários e programadores), e da Linux (que a governança das organizações inseridas em
revolucionou o mundo tecnológico ao abrir determinada rede seja diferente daquela de
seu código de software e criar um ambiente organizações mais tradicionais: nas
colaborativo entre usuários). organizações tradicionais o objetivo
A colaboração facilita a troca de principal é o lucro, e as interações internas
conhecimento e de inovação, e por conta são baseadas em relações hierárquicas; já
disso, a estrutura das redes propicia que nas redes o lucro não é exatamente o
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Advogado. Mestre em Direito Civil e Empresarial Legaltechs (AB2L), Membro da Associação Nacional
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD),
(UFRGS), Bacharel em Direito pela Universidade Ex-técnico judiciário no Tribunal de Justiça do Rio
Federal do Rio Grande do Sul, Pós-graduado em Grande do Sul, Ex-Chefe de Serviço na Secretaria de
Direito da Proteção de Dados (LGPD) pela Legale, Pós- Recursos Especiais e Extraordinários no Tribunal de
graduado em Direito Empresarial pela Legale, Justiça do Rio Grande do Sul.
Membro da Associação Brasileira de Lawtechs e
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Alguns exemplos são: plataformas de Vêm, a princípio, para facilitar a vida das
crowdfunding, plataformas de mapeamento pessoas. Entretanto, também traz
colaborativo, plataformas de crowdsourcing desconforto, ansiedade e angústia, na
e espaços de coworking. medida da impossibilidade de se
acompanhar todas as mudanças.
Considerações finais A quarta revolução industrial é um amplo
sistema de tecnologias avançadas como
A maior parte das plataformas digitais
inteligência artificial, robótica, internet das
analisadas é do tipo website (sem aplicativo)
coisas e computação em nuvem que estão
e pertencente ao sistema de Estilos de Vida
alterando formas de produção/trabalho e os
Colaborativos. As plataformas digitais estão
modelos de negócios no Brasil e no mundo.
revelando um novo perfil de consumidor: o
Neste contexto, estão as PLATAFORMAS
consumidor que busca a responsabilidade
DIGITAIS, que possibilitaram o surgimento
do consumo consciente. Ainda, constatou-se
do mercado virtual, marketplace ou e-
que o consumo colaborativo no Brasil por
commerce, muitas vezes formatado como
meio de plataformas digitais está
REDES CONTRATUAIS. Estas, por sua vez,
aumentando.
inovam também na forma de ADMINISTRAR,
alterando conceitos:
_________________________________
DE PARA
COMPETIÇÃO COLABORAÇÃO
Eva Motta6 INDIVIDUALISMO COLETIVISMO
6
Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-
IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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RIZZARDO Filho, Arnaldo, Curso de Redes
Contratuais, Livraria do Advogado, 2022, p.147
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Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Civil na UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU
Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade na área de Direito Civil
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suas relações intraorganizacionais. controle total como uma solução, esta pode
Governança é a combinação de mecanismos vir a optar por entrar em uma aliança para
de controle jurídico e social que visa contrariar certas forças do mercado que
coordenar e salvaguardar os recursos dos ameaçam seu bem-estar comercial. Alianças
aliados, elencar responsabilidades combinam os ativos e capacidades com as
operacionais e a dividir os retornos das incertezas e responsabilidades de todas as
atividades em conjunto. partes. Cooperação efetiva requer
Uma aliança estratégica envolve no mínimo comprometimento sério dos parceiros em
dois parceiros comerciais que: não tirar vantagem do outro quando
- Permanecem juridicamente independentes oportunidades surgem.
após a formação da aliança;
Motivos estratégicos, intenções e escolhas
- Compartilham os benefícios e controle
gerencial da performance das tarefas Empresas apostam em alianças estratégicas
estabelecidas; por muitos motivos: para aumentar sua
- Fazem constantes contribuições em uma capacidade produtiva, para reduzir
ou mais áreas estratégicas como tecnologia incertezas em suas estruturas internas e
ou produtos. ambientes externos, para adquirir vantagens
A formação de relações em rede é competitivas que permitam a o aumento do
intimamente ligada com a criação de normas lucro ou ganhos em futuras oportunidades
que promovem confiança e reciprocidade negociais que irão permitir que estes
econômica (social capital). Apesar de comandem valores de mercado mais altos na
relações em rede e capital social serem sua comercialização.
conceitos próximos, não são idênticos. Os motivos estratégicos pelos quais
Relações em rede podem gerar um capital empresas embarcam na formação de
social corporativo na forma de prestígio alianças são vários:
organizacional, reputação, status e 1) Busca por mercado;
reconhecimento de marca. 2) Aquisição de meios de distribuição;
3) Ganhar acesso a nova tecnologia;
Alianças estratégicas como formas híbridas
4) Aprender e internalizar habilidades
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confiança abrange não somente termos não Mesmo assim, a mais meticulosa
especificados e condições em contratos salvaguarda contratual não providencia
complexos e de prazo indeterminado, mas garantias suficientes para incertezas,
também estratégias coletivas ambiguidades e disputas que
intraorganizacionais para eliminar rivalidade frequentemente surgem nas operações
na tácita coordenação. cotidianas.
Um problema central permanece sendo Gerar confiança entre os parceiros é crucial
sobre a maneira de melhor balancear a para superar as suspeitas iniciais do rival
interdependência e o controle com formas sobre uma possível parceria meramente
alternativas de governança nas alianças oportunista. Desigualdades no poder
estratégicas. A governança se propõe a organizacional indicadas por disparidades na
apresentar mecanismos particulares contribuição de recursos e controladas por
importantes para solução de conflitos e cada parceiro pode impedir a criação da
preservação da relação com parceiros. confiança em razão da disparidade dos
parceiros na capacidade em cumprir suas
Gerenciamento da formação da aliança
obrigações. Alianças iniciais entre parceiros
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aprendizado pode ocorrer pela exploração menores e mais jovens. Assim, empresas
competição, enquanto a última traduz uma parceria inicial e em toda sua extensão
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Graduada em Direito e Comércio Exterior pela PUC
MG, Pós-Graduada em Direito Notarial e Registral
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ganhos individuais dos agentes envolvidos. conjunto pelo Governo do Estado do Rio
Graduado em Direito pela Universidade Regional Especialização em Direito Contratual pela Faculdade
Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus Cers, Mestrando do PPGDireito da Faculdade
Frederico Westphalen/RS, Pós-Graduado em nível de Meridional – IMED.
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Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-
IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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mais para tomar decisões porque optaram na gestão estratégica. Garante ações
consenso, prática torna mais lenta e - Redes com menor eficácia: governança
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Graduada em direito pela UFPEL, advogada inscrita
na OAB/RS 49.849.
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Graduada em Direito pela PUCRS, Pós- Graduação
em Gestão Pública Municipal UFRGS, Pós- Graduação
em Direito Público ULBRA Canoas.
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g) Relação com o território: situações que o mercado exige. Concluiu o estudo, que
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Bacharela laureada em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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fundamentos das suas principais ideias e do bem, mas sim o de administrar os recursos
contexto em que foram desenvolvidas em internamente, evitando os custos de se
comparação com a evolução das Ciências recorrer ao sistema de preços.
Econômicas. Em descrição à conjuntura, vale Dessa percepção se originou a teoria do
referir ter sido Ronald Coase um importante custo de transação, segundo a qual Ronald
economista inglês do século XX, laureado Coase afirma que usar do mercado – isto é,
com o prêmio Nobel de Economia de 1991 do sistema de preços – para transacionar
por mérito, especialmente, da elaboração da implica em custos como os de formular
teoria dos custos de transação e da teoria da contratos, levantar preços, colher
firma, que ganharam destaque com seus informações necessárias, conduzir
artigos “The Nature of the Firm”, em 1937, e negociações, inspecionar produtos, resolver
“The Problem of Social Cost”, em 1960. possíveis conflitos, entre outros. Nesse
O seu interesse quanto às diferentes sentido, em resposta à indagação (i), o autor
organizações das firmas, sobretudo os identifica o sentido da existência das firmas
processos de integração vertical, resultou na sempre que for mais rentável manter sua
construção das teorias da firma e do custo de estrutura de administração interna de
transação, publicada no artigo “The Nature recursos do que enfrentar os custos de
of the Firm”, em 1937. Esse estudo, ao tratar transação impostos pelo mercado, e, à
as firmas como um fenômeno econômico – indagação (ii), Ronald Coase percebe que o
buscando entender (i) por que as firmas crescimento da organização ocorre até que a
existem e (ii) do que depende o seu tamanho realização de uma transação extra dentro da
– impulsionou a superação do entendimento firma custe o mesmo de realizá-la no
de que a empresa seria mera abstração que mercado, sendo aspectos importantes, é
combina insumos a fim de maximizar juros. claro, os custos transacionais da firma e do
Considerando o entendimento de Adam mercado, o número de transações da firma,
Smith sobre a capacidade de coordenação a quantidade e o tamanho de erros
da economia pelo sistema de preços (“The cometidos pelo empresário nas transações e
Wealth of Nations”, em 1776), Ronald Coase o preço do fornecimento de fatores de
identificou que o papel da firma no mercado produção para empresas de maior porte.
não poderia ser a alocação de recursos, já Outro marco do autor foi a criação do
que o mercado já fazia isso perfeitamente chamado Teorema de Coase, que consistiu
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Graduada em Direito pela PUCRS, Pós- Graduação
em Gestão Pública Municipal UFRGS, Pós- Graduação
em Direito Público ULBRA Canoas.
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Por outro lado, a teoria dos custos de especifica quais são os agentes habilitados a
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empresarial assume papel central. Afirma-se que brota do estado de alerta do Tomador
O autor aduz que a atividade, a intuição realidades do mercado fazem parte dos
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Graduada em Direito pela Faculdade Meridional-
IMED e graduada em Ciências Contábeis pela UFRGS.
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decisões precisa saber onde estão estas economizador robbinsiano procura tirar a
por alguns como a Teoria do Preço. O preço pelo seu estado de alerta explora, especula,
competitividade. O empresário puro precisa puro é que agrega valor à economia, sendo a
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(1) estado de desequilíbrio, tal que existem institucional com as novas trajetórias de
(3) estado de alerta da função empresarial Acrescenta que “ainda na mesma década,
(4) tendência à extinção do lucro puro (dos com leitura inteiramente acessível aos não
MACHADO, Vinicius Cassol da Silveira. Oliver mais antigas, que remetem ao historicismo
Williamson: uma revisão de literatura. 2016
econômico alemão, exercem uma influência
A autor faz referência ao “institucionalismo ímpar nesse modo de pensar. Por conta
como a linha de pensamento oposta ao dessa corrente surge uma nova linha de
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Mestre em Direito dos Negócios e da Integração Empresa e da Economia pela FGV; Bacharel em
Regional pela UFRGS; Especialista em Direito da Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS.
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inventadas que estruturam as interações provável que estava sendo criada uma
humanas. Os aspectos sociais estão competição desleal de mercado. ”
presentes nos estudos de North, o qual, Posteriormente, “em 1971 foi publicado na
inclusive afirma que “as instituições são as American Economic Association o artigo
regras do jogo. ” ‘The Vertical Integration of Production:
Nesse diapasão, o autor afirma que “o Market Failure Considerations’ muito
grande mérito de Williamson foi ir além de relevante para a carreira de Willamson,
uma crítica ao mainstream e à compreensão especialmente, por ser um trabalho que o
da firma com o enfoque em custo de levaria para a TCT. Pode-se destacar: a) a
produção. Williamson adiciona um ótica da ortodoxia foi suplantada pela ótica
pensamento alternativo. Não estava do contrato e governança; b) a racionalidade
propondo uma adição à teoria dos custos de é limitada, em contratos complexos é
produção, ou seja, tinha como objetivo a incompleto; c) o comportamento durante o
formulação de um pensamento novo para intervalo de execução do contrato amplia a
um problema antigo e parecia ter exaurido ideia de auto interesse simples; d) os custos
as suas explicações. ” Expõe o autor que “o de transação são positivos, condicionados
economista trabalhou na divisão antitruste aos atributos de transação; e) a adaptação é
como, ‘Special Economic Assistant to the relevante para o desempenho da firma; f) as
Head of the Antitrust Division of the US decisões da ação institucional decorrem dos
Department of Justice’, entre 1966 e 1967. níveis de dependência bilateral. ” Nesta
Aquele foi um grande salto para formulação perspectiva, “a decisão de integralizar ou
de novas teorias. No fim da década de 60 a terceirizar um bem ou serviço foi
liderança e funcionários da Divisão compreendido por Williamson que animado
Antitruste defendiam, de forma ligou para seu amigo Dan McFadden
predominante, a visão teórica dos preços, relatando que ampliara sua compreensão
analisavam a concorrência com base nos sobre o tema, mas que encontrava dois
preços de mercado e custo de produção. grandes desafios: como colocar todo esse
Então se uma firma optava por uma conhecimento e seus desdobramentos no
verticalização de sua produção acendia uma papel, e como ter uma teoria tão completa
luz amarela alertando a divisão que era sobre a firma sem testá-la empiricamente. ”
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Por meio da expansão dos estudos de que não ocorrem por meio dos mercados e
Williamson e “como todos os sim dos contratos. Se o termo ‘custo de
desdobramentos do institucionalismo a transação’ é hoje tão comum, isso devemos
escola não é fechada em seus conceitos, a ambos: Coase pela criação e Williamson
permitindo muitos tipos de abordagem. Logo pela difusão. ”
é possível o desenvolvimento de muitas teses “Recentemente, o neoinstitucionalismo
a contar do que foi produzido por reverberou o desenvolvimento econômico,
Williamson. ” A denominada trilogia de além de ter seus conceitos disseminados em
Williamson é composta pelas obras: “Market agências multilaterais. Em contrapartida, o
and Hierarchies (1975); The Economic arquétipo principal foi base de discussões
Institutions of Capitalism (1985) e The relevantes sobre a reforma do Estado por
Mechanisms of Governance (1996). Estes autores oriundos de outras matrizes teóricas,
livros buscam de forma minuciosa a autores estes que recusam o paradigma
compilação dos vários artigos publicados, neoclássico, e seu projeto geral: a ideia do
em que não era possível explicar suas ideias comportamento maximizador, onde o
de forma agrupada e com uma linha Homem Econômico pode ser substituído pelo
contínua de pensamento devido a restrições Homem Contratual, sem instituições, o que
estilísticas típicas das publicações da para os neoclássicos é uma ficção, para
profissão. ” Oliver Williamson é um modelo simples e
Outro aspecto salientado pelo autor é que viável. ”
“Se Coase foi inovador em trazer um novo “A compreensão de Williamson deve
ponto de vista, foi Oliver Williamson quem começar pelos seus pressupostos que são
transformou ideias em prática, exaustivamente trabalhados em Markets
desenvolvendo os fundamentos para estudos and Hierarchies. São eles: a) os custos de
na área da Economia das Organizações, de transação são associados aos modos
forma que pudessem fazer análises pautadas institucionais de organização; b) a
por modelos realistas. Desde a década de 70, tecnologia tem sua importância, mas não é
Oliver Williamson se dedica incansavelmente fator fundamental da existência da firma; c)
ao seu modelo, testando hipóteses sobre os o centro da análise são as falhas de mercado
mecanismos de governança das (...) Em Market and Hierarchies, Williamson
organizações, sobre as relações entre firmas destaca que a organização interna da firma
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é determinante para o seu resultado, de tal domínios da firma e por vezes podem ocorrer
forma que gera vantagens competitivas. Por trocas de produtos com outras firmas, algo
vezes essa necessidade de organização surge como troca de favores. Em resumo, é clara a
com a grande incerteza nas transações e, visão de Williamson que o principal objetivo
assim, uma busca das firmas por verticalizar da organização econômica é a economia de
processos no intuito de diminuir as custos de transação via compromissos
possibilidades de comportamentos creditáveis, ou seja, gerar por contratos e
oportunistas e contratos ineficientes. Dessa relações um compromisso de evitar os
forma, as falhas de mercado levam a firma a esforços de comportamentos oportunistas. ”
verticalizar a produção, ou partes dela. ” “Oportunismo, os indivíduos podem tirar
“Logo nos primeiros capítulos de The vantagem de duas principais formas: a) no
Economic Institutions of Capitalism são momento de firmar o contrato, ao incluir
abordadas as já citadas ideias de cláusula que lhes darão vantagem, sem que
oportunismo, racionalidade limitada, assim haja uma total compreensão da outra parte;
como o conceito de transação, intercâmbio e b) durante o contrato, deixando de executar
contratos. a) risco moral é a não o contrato de forma satisfatória, seja por um
compreensão se as partes de um contrato excesso de confiança, seja por pouca
farão o que foi combinado se forma fiscalização da outra parte. ”
satisfatória, e ocorre quando seu próprio “Essa dificuldade de avaliação é decorre dos
interesse é inconsistente com os interesses seguintes fatores: 1) racionalidade limitada,
do principal; b) Hold up: esse oportunismo visto a dificuldade de avaliar os preços; 2)
ocorre quando um dos lados tem uma comportamento oportunista pela criação de
dependência extrema do outro, não havendo carteis; 3) especificidade dos ativos que
possibilidade de troca de contratante, levam a dependência de poucos
resultando em um grande poder, visto que é fornecedores; 4) assimetria de informação, o
possível não cumprir com partes do contrato comprar pode não saber sobre a relação
e o contratado nada poderá fazer. ” entre as firmas e desconhecer seus custos
“Definição do limite da firma é difuso quando (...) o conceito de oportunismo, permite que
tratado pela compreensão da firma como os agentes atuem estrategicamente na
um conjunto de contratos. É importante procura de seu auto interesse sem que isso
destacar que as relações se estendem dos leve ao colapso da firma, como quando as
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firmas usam tecnologias bem padronizadas decisões em cenários iguais, ou seja, algo
ou criam mercados internos de trabalho. mais permeia a decisão. A sugestão é que a
Consequentemente, tanto a inclusão de economia comportamental seja a fronteira
agentes oportunistas quanto a de elementos da TCT, considerando que nela poderemos
contrários que reduzem o impacto deste tipo encontrar mais respostas sobre a previsão de
de comportamento, representam maneiras comportamento das firmas. É possível que o
de remodelar a realidade. Esta reconstrução avanço da TCT depende de olhar mais a
da realidade deve evitar que a contradição fundo para dentro das firmas e seus
percebida no esquema teórico do indivíduos, para analisar a sua organização e
mainstream reapareça. ” o comportamento dos indivíduos tomadores
“Para a execução dos contratos é necessária de decisão”.
a criação de medidas de desempenho e
controles de resultado, demandando
recursos para essa atividade das firmas. A
atividade de verificação dos contratos não é
A Economia do Conhecimento: uma
um custo de produção, ao contrário, é um
contribuição conceitual
custo direto oriundo do oportunista. Muitas
vezes quando esses custos são muito Matheus da Silva Pitaméia19
elevados pode a firma optar por não efetuar
BAQUERO, Pablo Marcello. Collaborative Inter-Firm
o contrato. ” Innovation In The Frontiers Of The Knwolegde Economy:
Preliminary Remarks Towards Rethinking Private Law For
“A Performance atributes pode ser do tipo:
the New Economy. Cadernos de Programa de pós-
a) denota a adaptabilidade da firma ao graduação em Direito. UFRGS. Ed. digital. V. 16, nº. 01, pg.
152 a 171. Jan/ago 2021.
mercado e o tipo; b) a capacidade de CAFAGGI, Fabrizzio. Contractual Networks, Inter-Firm
Cooperation and Economic Growth. Disponível em:
cooperação. ‘Contract law’ diz respeito à <https://www.eui.eu/Documents/DepartmentsCentres/Law
/Publications/Introduction.pdf>. Acesso em 26 out.2021.
necessidade de realização de contratos POWEL, Walter; SNELLMAN, Kaisa. The Knowledge
Economy. Annu. Rev.Socio. Stanford, California.
jurídicos formais para proteção da
Vol.30: 199-220. February, 2004.
transação. ” SMITH, Keith. What is the ‘knowledge economy’?
Knowledge Intensity and Distributed Knowledge
Por fim, sintetiza o autor que “é possível que Bases. The United Nations University, 2002,
Discussion Paper Series, Maasticht, 2002.
diferentes gestores tomem diferentes
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Advogado. Formado em direito pela URCAMP, pós-
graduando em gestão, governança e setor público
pela PUCRS.
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tendência, deve-se dizer por fim. Mas uma elementos fundamentais para uma teoria do
realidade que necessita ganhar uma moldura direito contratual relacional, com objetivo
que alce voo ao infinito de suas clássica, fundada num conceito bastante
20
Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Civil na UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU
Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade na área de Direito Civil.
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Reconhece-se que não existe uma coisa que internalizações. A existência de relações
poderíamos chamar de contrato típico; por contratuais em andamento, sejam elas
outro lado, é importante reconhecer que há hierárquicas ou não, cria expectativas de que
um conjunto de práticas jurídicas que trocas futuras ocorram, ao menos em parte,
permitem identificar historicamente a em termos previsíveis.
formação de uma identidade conceitual. O autor traz dois exemplos paradigmáticos
Trata-se, sim, de descrever categorias que para descrever os contratos descontínuos e
permitam compreender e operar a relacionais: (1) compra de gasolina numa
experiência contratual – pois não se concebe rodovia – transação é instantânea,
uma relação contratual sem instituições completa, rápida e impessoal; e (2)
estabilizadoras, regras sociais, valores, casamento tradicional – caráter não
economia e linguagem; a sociedade é fonte exclusivamente econômico, com constante
primária do contrato. possibilidade de revisão e mudança.
Uma outra fonte do contrato é a Sete elementos da transação contratual:
especialização ou divisão social do trabalho, 1) Relações primárias e não-primárias e
a qual conduz a uma forma de troca entre número de participantes; 2) Medida e
bens diferentes produzidos por pessoas especificidade da transação; 3) Começo,
distintas. Um terceiro elemento seria a duração e término; 4) Planejamento; 5)
liberdade para escolher, em algum grau de Divisão e compartilhamento de ônus e
autonomia da vontade. Um quarto benefícios (cooperação e solidariedade) e
elemento, a consciência de que o passado fontes de apoio moral e econômico; 6)
desempenha importante papel de Poder; 7) Visão e expectativas dos
estabilização de expectativas. participantes.
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a fusão do interesse individual egoísta e do descontínua, visto ser este o seu modelo
interesse pelo outro, o que viabiliza a paradigmático de análise das relações de
existência de relações de longo prazo, troca.
servindo como mecanismo de garantia do
11.1. A transaction cost analysis
direito de participação no direito privado de
maneira análoga às garantias civis do A finalidade da transaction cost é
cidadão no direito político – constitui o estabelecer estruturas de regulação (ou
conjunto de garantias dos contratantes nas governo) das relações contratuais que
relações contratuais. A regulação jurídica da apresentem o menor custo possível. Isto
boa-fé e a ampliação de seu uso, a sua pode ser obtido, seja através de relações
extensão e a sua importância constituem hierárquicas dentro de uma empresa, seja
relevantes fatores de estímulo à criação e através de estruturas horizontais de
manutenção de relações de confiança regulação do mercado, seja através de
(trust), solidariedade e cooperação. princípios contratuais.
A transaction cost visa eliminar os custos da
11. Teoria neoclássica e os modelos
relacionais: o modelo dos custos da transação para restabelecer o contrato
transação versus modelo de Macneil descontínuo em seu lugar natural de
igualdade entre as partes, autonomia da
Duas abordagens da teoria relacional: (1) vontade e liberdade contratual.
caracterizada pela análise dos custos da
transação ou transaction cost analysis, 11.2. A visão de Macneil
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Bacharela laureada em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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lado, foram divididos em (2.1) cadeias enquanto instituto com regime jurídico
heterogêneas por acidente – com identidade próprio, mas, para isso, seu fundamento
de obrigações principais, apesar da diferença deve pousar na indivisibilidade dos
nos tipos dos contratos; e (2.2) grupos conjuntos contratuais interdependentes,
heterogêneos (stricto sensu) – a identidade conforme brecha deixada por Bernard
de obrigações envolve uma obrigação Teyssie que foi aprofundada pela doutrina
acessória em um dos contratos, podendo ser francesa contemporânea. A ideia atual é de
simétricos (a obrigação idêntica é acessória autonomizar a categoria dos conjuntos
em todos os contratos) ou assimétricos (a contratuais interdependentes ao lado da
obrigação idêntica é principal em um noção de grupos contratuais, já que nos
contrato e acessória em outro), sendo os primeiros as ações são plenamente possíveis
últimos translativos (com obrigação de dar pois comumente interpostas entre as partes
idêntica) ou não translativos (com obrigação de algum dos contratos, enquanto o objetivo
de fazer idêntica). principal do reconhecimento dos grupos
Assim, na ótica da autora, da situação de contratuais está na fundamentação para
parte de um grupo contratual, seja ela parte ações diretas entre sujeitos não
cocontratante – parte no procedimento e da cocontratantes.
norma contratual – ou simples parte De fato, a Corte de Cassação vem
contratante – parte na norma contratual, reconhecendo a existência de vários
mas não no procedimento –, adviria a conjuntos contratuais interdependentes e
possibilidade de ajuizamento de ação direta. aplicando seus efeitos quando percebida a
Ocorre que, como critica Francisco Marino, a intenção comum dos envolvidos, a qual
sua tese não é capaz de delimitar os casos de impõe a observação de uma economia geral
coligação contratual juridicamente do contrato. Para tanto, verificou, em geral,
relevantes, perdendo algumas subespécies os termos dos contratos (que muitas vezes
importantes, que passariam a ter referem a afetação do objeto ao outro
tratamento comum, assim como ignora as contrato), as causas do contrato (percebidas
hipóteses de coligação de contratos entre as pela análise contextual do texto contratual e
mesmas partes. das circunstâncias do caso) e se há uma
De acordo com Francisco Marino, é possível operação econômica em comum.
a construção da coligação contratual
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Para uma porção de estudiosos da matéria, abordada já por Pontes de Miranda, que
o fundamento dos efeitos atribuídos pela contrapôs pluralidade negocial unida e não-
Corte a essa categoria de coligação decorreu unida. Orlando Gomes, por sua vez,
de uma renovação da noção de causa observou diferenças entre a união
contratual. Segundo Denis Mazeaud, o contratual externa – ausente coligação
conceito de causa adotado pela Corte foi o contratual propriamente dita, já que os
liame econômico irredutível que une os contratos não se completam, nem se
contratos, de modo que, ao se identificar a excluem –, com dependência – os contratos
impossibilidade de cumprimento de um dos se completariam e, se bilaterais, formariam
contratos, a validade ou a eficácia do outro uma unidade econômica – e alternativa – os
(construída em consideração à existência, contratos se excluiriam na hipótese de
validade e eficácia do primeiro) é fatalmente implemento ou frustração da condição.
afetada (desprovida de utilidade) e pode ser Outros diversos pesquisadores
retroativa ou irretroativamente extinta por doutrinadores trataram da coligação
ausência de causa. No entanto, esse contratual, como Waldirio Bulgarelli, João
entendimento não é pacífico. No ponto de Alberto Schützer, José Abreu Filho e Antonio
vista de Anne-Sophie Lucas-Puget, Jean- Junqueira de Azevedo, tendo alguns deles se
Michel Marmayou e Jacques Ghestin, a manifestado sobre a projeção da validade,
interdependência, se não prevista em lei, eficácia e execução de um contrato sobre
deve resultar de uma vontade manifestada outro, e a importância da identificação do
pelas partes, a qual poderia, na concepção fim contratual na interpretação dos
dos dois primeiros, até ser objeto de um contratos coligados. Mereceram menção
contrato distinto. especial os autores Rodrigo Xavier Leonardo
Finalizado o estudo dos contratos coligados e Carlos Nelson Konder, que dedicaram
na doutrina francesa e constatada a trabalhos especificamente ao tema.
operabilidade dos conjuntos contratuais Rodrigo Xavier Leonardo realizou profunda
interdependentes naquele país, Francisco análise sobre as redes contratuais, uma
Marino faz um breve paralelo em relação ao espécie de união de contratos que
desenvolvimento do tema no Brasil a partir demandaria, em razão das suas
de referências a doutrinadores brasileiros. O peculiaridades – presença de um nexo
autor refere ter sido a coligação contratual sistemático entre os contratos que
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Sandy Danielle da Silva Fernandes22 partes, bem como aquilo que está implícito
naquela relação.
CAMPBELL, David; COLLINS, Hugh. Descobrindo as
dimensões implícitas dos contratos. Para que serve o Os autores, no entanto, indicam que não
Direito Contratual, p. 65-97, 2014
existe uma completa negação das
Enquanto o direito contratual dimensões implícitas dos contratos, e que,
contemporâneo concorda que existe mais a sim, em alguns momentos ele é capaz de
uma relação contratual do que apenas o vislumbrar sua existência, embora seu trato
acordo de vontade das partes, o direito seja inapropriado. Enquanto autores
contratual clássico traz o princípio da clássicos defendem que as dimensões
liberdade contratual em um pedestal, não implícitas não devem ser incorporadas à
considerando, no entanto, que existem análise jurídica, a análise minuciosa de
outros fatores que devem ser considerados certas relações vai demonstrar que não é
quando da análise de um contrato. O direito sempre sustentável a teoria de que as
contratual clássico via a relação negocial relações contratuais são descontínuas e não
como algo desconexo onde não existe devem ser ponderadas o contexto social do
continuidade em suas obrigações uma vez qual se originam (ou no qual estão inseridas)
que a prestação é cumprida. tampouco as percepções implícitas que
Nesse sentido, a doutrina clássica sofre ao delas decorrem. As dimensões implícitas
não conseguir perceber a existência das aqui discutidas mostram-se diretamente
dimensões implícitas dos contratos. Isso se opostas a ideia da teoria clássica que explica
torna extremamente importante ao a relação contratual como algo racional,
analisarmos contratos relacionais e fruto da liberdade de escolha dos indivíduos
contínuos, por exemplo, vez que tais que celebram o contrato.
contratos dependem, nas palavras dos
autores, de “obrigações dispersas de Formação dos Contratos
22
Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade Sá; Mestranda em Direito Tributário pela Pontificia
da Região da Campanha - URCAMP, campus Santana Universidad Católica de Santa Maria de Buenos Aires;
do Livramento; Pós-graduada em Direito e Pós-graduanda em Advocacia Corporativa pela
Planejamento Tributário pela Universidade Estácio de Fundação do Ministério Público.
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mais abertamente às dimensões implícitas das dimensões implícitas que eles podem
de um contrato. Isso porque, através da ter, mesmo da fase pré-contratual.
doutrina da influência indevida, é possível o
juiz analisar a relação social existente entre Conteúdo das Obrigações Contratuais
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Fuller explica que, da mesma forma que a invalida ou os torna ineficazes. Em primeiro
interpretação das leis deveria ter o jogo de momento pode parecer que este se torna
dessa ideia, pois o contrato escrito entanto eles não perdem sua validade tal
das partes para aquela relação. A melhor Documentos preliminares são elaborados
compreensão implícita deste, vez que se o as circunstâncias que podem causar uma
Embora tal afirmação possa parecer possibilidades que podem ser abrangidas em
minuciosa para a identificação do que as Nesse sentido, vemos mais uma vez a
longe disso ocorrer: em uma tradição onde o relação: implicitamente as partes não
implícito que além do objeto será entregue relação, ou que também não haja
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Enquanto operadores, juristas prezam pelos prejuízo. Medidas estas que poderiam ser
contratos preliminares para uma garantia diminuídas, ou mesmo relevadas na relação.
implícita da relação para seus clientes, Também nesse sentido vemos que o
observando os documentos preliminares judiciário vai se valer da análise do contexto
com relevância substancial, importante ter social que a relação está inserida: a
em mente que estes são apenas penalidade a ser utilizada pelo intérprete
formalizações incompletas da transação, deverá estar condizente com os costumes e
que traz outras intenções não descritas (seja práticas comerciais onde a relação está
implicitamente ou pela impossibilidade de inserida.
previsão) pelas partes.
Justificativa para a Incorporação das
Remédios Dimensões Implícitas
tipo de prejuízo a outra parte, formalmente, contra a análise das dimensões implícitas nas
os documentos escritos trazem métodos relações contratuais se dá pelo fato que esta
a parte que teve prejuízo. Os autores contratar. Os autores apontam que isso está
implícito de cooperação entre as partes, primeiro lugar que a análise meramente das
danos se alguma das partes falhar ao alternativa prática. Além disso, temos que
cumprir sua prestação, de acordo com o fatorar que o contrato escrito não quer dizer
quebra contratual se deu por motivo diverso ampliando os lucros que as partes colheram
imporá medidas que podem onerar que nem todos os contratos são
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vezes de uma cooperação entre as partes da tem sido tratado de maneira segura
relação e para isso tais contratos podem vir juridicamente e dogmaticamente pelos
formalizados com cláusulas subentendias, tribunais. Em busca da melhor ferramenta
incompletos, mas que a cooperação entre as de acesso da realidade jurídica em questão,
partes é necessária para sua realização. Marc Amsturz afasta as já conhecidas
Isso se dá principalmente em contratos de casuística e legislação política, por
longo-prazo, relacionais e de interação, onde abrangerem atores limitados, e conclui pela
não é possível prever todas as nuances da necessidade de um terceiro ponto de vista
relação, mas de tempos em tempos é que solucione os problemas jurídicos
necessário auxílio jurídico para assegurar a existentes (qualificação jurídica,
eficiência e segurança das transações, onde características de tipo legal e consequências
deverá se ter em consideração que tais jurídicas das redes contratuais).
relações possuem dimensões implícitas que O autor refere-se a esse caminho como
regem a relação, além daquelas que tenham “jurisprudência sociológica”, embora
sido acordadas previamente ou reconheça não ser um termo exatamente
formalizadas. adequado. O seu intuito é de que, por meio
de práticas de reflexão sociais advindas de
âmbitos parciais da sociedade, ou seja, para
___________________________ além do Direito, sejam constatadas
orientações normativas sociais aptas a
promover uma reconstrução jurídica
LAURA SCHRODER FEIJÓ23
autônoma. Mais especificamente a
23
Bacharela Laureada em Ciências Jurídicas e Sociais Responsabilidade Civil pela Escola Brasileira de
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Direito.
(2020) e Pós-graduanda em Advocacia Contratual e
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Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca.
Advogado.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
De acordo com o autor, essa rede se II. Grupos por coordenação de estrutura
comporta como um ente estável, com societária (grupos de sociedades)
independência da incorporação ou exclusão
Como tradicionalmente definido, o grupo de
de membros, que atua de forma coordenada
sociedades se refere à uma unidade
para a obtenção de um fim comum, ainda
econômica que se manifesta por meio de
que existam tensões internas entre seus
diferentes pessoas jurídicas. O que
membros, e que em lugar de configurar sua
caracteriza o grupo de sociedades é a
gestão e funcionamento no âmbito do
direção unitária e o que define o grupo por
regime societário, confia a gestão comercial
subordinação é a dependência ou
à mecanismos de divisão de funções e à
subordinação econômica de alguns
criação de laços de confiança entre os
membros em relação à sociedade
sujeitos independentes que compõem a
dominante. Já nos grupos por coordenação
rede.
não há subordinação, mas
Nesse esquema, as redes contratuais podem
interdependência, com uma colaboração
adotar estruturas muito variadas, podendo
horizontal entre as empresas. Esses grupos
ser predominantemente horizontais,
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
podem ser articulados por meio de pela normativa comunitária, pelo Direito da
mecanismos societários, contratuais ou Concorrência, assim como pela
mistos. Administração de empresas, para concluir
Dessa definição, decorre que o grupo por que a direção unitária existiria quando uma
coordenação e a rede empresarial são pessoa ou entidade dispõe de um
conceitos parcialmente coincidentes e que mecanismo de atribuição de competências
não se excluem. que permite a adoção, realização e execução
Contudo há críticas sobre a real existência da de medidas de planejamento, organização e
figura dos grupos por coordenação. Para gestão empresarial.
alguns autores, o conceito de direção A obra estima que essa atribuição da direção
unitária, muitas vezes confundido com a nasce normalmente de um contrato, citando
noção de controle, acabaria por como exemplo a convenção prevista nos
descaracterizar o grupo por coordenação arts. 265 e 272 da Lei de Sociedades
como verdadeiro grupo de sociedades. Anônimas brasileira. E a razão da
O art. 42 do Código de Comércio espanhol, necessidade de contrato é que não existem
prevê que existe um grupo de sociedades nesses grupos os mecanismos de controle
quando uma delas detém, direta ou próprios dos grupos por subordinação, de
indiretamente, controle sobre as demais. modo que por meio desse instrumento se
Nesse sentido, o autor destaca a atribui a direção a um dos membros. Como
ambiguidade presente no grupo por alternativa a esse esquema, existe também a
coordenação, que se encontra em zona possibilidade de atribuição de diferentes
limítrofe entre a concentração e a competências entre os membros, sendo
cooperação ou colaboração. reservado um sistema de assembleia para a
As características do grupo por coordenação decisão de questões fundamentais.
são a direção unitária e a ausência de Assentadas essas bases, o autor trata de
dependência, o que para alguns se vê como diferenciar o grupo por coordenação de
contradição ontológica. Nesse sentido, o outros formatos de colaboração empresarial
trabalho se propõe a comprovar se é como o grupo de interesse econômico, o
possível compaginar ambos conceitos. Para consórcio brasileiro, o agrupamento de
isso, parte da noção de direção unitária interesse económico ou a joint venture. Por
surgida na Aktiengesetz de 1937, passando último, trata ainda sobre a possibilidade de
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
uma regulação própria dos grupos por estrutura piramidal, podendo, não obstante,
coordenação, identificando as experiências aproximar-se à estruturas mais paritárias e
brasileira e italiana, e analisando com de coordenação.
profundidade o art. 78 da Lei de As redes contratuais podem ter quatro
Cooperativas espanhola. formas de articulação distintas: um contrato
III. Grupos por coordenação de estrutura multilateral (v.g. consórcios), múltiplos
contratual (redes contratuais) contratos bilaterais interdependentes (v.g.
franquia), um contrato principal e diversos
O autor observa que atualmente existem
contratos bilaterais de execução (v.g.
mais redes empresariais de origem
contrato para compra coletiva), ou um
contratual ou mista que estritamente
contrato estipulado em benefício de
societárias. A razão seria que as redes
terceiro.
contratuais vieram para suprir uma lacuna
entre o tradicional Direito de contratação 1. Contratos multilaterais e grupos por
sinalagmática e o Direito Societário baseado coordenação. Por meio desse modelo, as
no interesse comum dos sócios e na partes acordam fazer ou não fazer algo, não
estrutura corporativa. necessariamente implicando na
transferência de propriedades ou valores,
Conforme o texto, os membros da rede
mas coordenando suas atividades com
possuem interesses homogêneos ou um
algum grau de decisão conjunta, com o sem
interesse comum, mas também possuem
estrutura de gestão independente. Esse
interesses divergentes e incluso
modelo pode ser puramente contratual sem
antagônicos. Esses conflitos costumam ser
estrutura de coordenação (v.g. joint venture)
solucionados mediante o estabelecimento
ou contratual com estrutura de cooperação
de condições gerais ou mediante a divisão de
(v.g. consórcio italiano).
funções entre a rede e outro tipo de
Esse modelo permite que cada parte
estruturas, como sociedades em comum
conserve a sua independência jurídica e
(v.g. cooperativas).
econômica proporcionando uma solução
Em muitas ocasiões, a líder da rede exerce
para a realização de atividades em comum.
funções de supervisão e de mediação de
Pode ser societário, contratual ou misto.
conflitos. Normalmente a estrutura da rede
No caso de que exista contrato, este deveria
se assemelha à dos grupos de sociedades de
regular, ao menos, o seguinte: entrada e
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
saída da rede, sistema de poder ou estrutura celebra outro contrato com terceiro para
de governo, divisão de responsabilidade, transportar o produto adquirido, enquanto o
distribuição de lucro, extinção do contrato e produtor contrata um espaço refrigerado
dissolução da rede. para armazenar seu produto.
2. Contratos vinculados e grupos por Modelo em árvore. Uma empresa
coordenação. Nesse caso, a rede é distribuidora (A) contrata com um fabricante
constituída mediante diversos contratos (B) o fornecimento de produtos para suas
bilaterais ou multilaterais entre três ou mais lojas (C). O fabricante (B) impõe cláusulas
partes. Trata-se de contratos complexos que referentes a venda de seus produtos, de
regulam diversas obrigações para um fim modo que a empresa distribuidora (A) impõe
comum. Ao possuir uma finalidade comum, cláusulas de interesse do fabricante no
esses contratos possuem um nível de contrato que celebra com suas lojas (C). Por
interdependência que pode ser considerado outro lado, as lojas (C) demandam a
como um único negócio. Considera-los de diversificação dos produtos com o objetivo
forma isolada seria inapropriado já que uns de atender a demanda dos consumidores, de
são causa de outros, a nulidade de um dos maneira que a distribuidora (A) estrelece em
contratos produz consequências sobre os seu contrato com o fabricante (B) cláusulas
demais. de interesse de suas lojas (C).
As redes que se estabelecem por meios 3. A proliferação de redes contratuais de
desses contratos vinculados normalmente, estrutura coordenada. O trabalho trata
mas não necessariamente, nascem em ainda sobre os grupos de consumidores que
grupos por subordinação, onde a sociedade se organizam de modo a agrupar seu poder
dominante possui um poder hierárquico de compra e com isso poder negociar de
sobre as demais. Nesse sentido, o autor forma coletiva. Em seu parecer, contudo,
exemplifica um caso de modelo de rede essas denominadas centrais de compra ou
linear e outro de modelo de rede em árvore. grupos de compra coletiva (com ou sem
Modelo linear. Um produtor por meio de estrutura cooperativa) se configuram como
uma cooperativa agrária pactua o grupos hierárquicos, e não propriamente
fornecimento de seu produto de maneira como grupos por coordenação, dado que
periódica com um distribuidor final. A partir existe uma entidade dominante que aglutina
deste primeiro contrato, o distribuidor esse poder de compra.
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Caderno de resumos do grupo de estudos de redes contratuais e estruturas de plataforma
Pelo contrário, em algumas ocasiões poderia admitir tais redes de contratos sob a ótica da
haver um acordo entre partes iguais, livre concorrência. Após detalhado estudo, o
inicialmente concorrentes. A opinião do autor conclui que para verificar se a rede
autor é que tais grupos por coordenação contratual se configura como prática
contratuais ou mistos, que se assentam restritiva da concorrência, é preciso avaliar
sobre a base da interdependência, se no caso concreto (i) a natureza do acordo, (ii)
apresentam hoje como alternativa ao o poder de mercado combinado das partes,
desafio de superar a concorrência extrema e (iii) os fatores estruturais. Foge ao objeto
em um mercado globalizado e como a desse resumo a análise de cada um desses
melhor opção para manter a independência pontos, pelo que se remete o leitor à própria
de seus membros. obra.
V. Conclusões. Em suas conclusões, o autor
IV. O problema da qualificação dos grupos sintetiza as diversas desvantagens do grupo
ou redes coordenadas no direito da
de sociedades por coordenação em face a
concorrência
outros modelos organizativos como os
A obra aborda o enquadramento dado pelo grupos ou redes empresariais por
Direito da Concorrência aos grupos por coordenação com base contratual ou mista.
coordenação societários, contratuais ou O autor observa, ademais, que essas redes
mistos. Não tanto aqueles acordos empresariais estão proliferando como
considerados como horizontais, mas mecanismo para que pequenas e médias
especialmente os verticais, que reúnem empresas possam alcançar a dimensão e
empresários situados em distintos níveis da eficácia necessárias em um mercado
cadeia de distribuição. globalizado sem que precisem abrir mão de
A questão é que onde determinados setores sua independência como ocorre em outros
observam a existência de colaboração ou modelos hierarquizados.
cooperação, o Direito da Concorrência pode Contudo, esses modelos contratuais em
entender que ocorre prática contrária à livre rede carecem de segurança jurídica no
concorrência, especialmente nos casos em âmbito do Direito da Concorrência, o que
que o grupo por coordenação abarca não ocorre com os grupos de sociedades
produção-distribuição-consumo. Nesse pertencentes ao âmbito do Direito
aspecto, a obra analisa a viabilidade de Societário. Essa pode ser a razão pela qual
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Pós-Graduado em Direito Tributário, MBA em
Empreendedorismo, Inovação e Startup, Doutorando
em Administração de Empesas, Professor, Autor.
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funcionar como uma unidade em tempo real distribuição. São sistemas organizacionais
tecnologias possibilitam ao capital ser dependente delas. Tal lógica segue quatro
transferido entre contas nos diversos cantos tendências. A primeira e mais abrangente é
a passagem da produção em massa
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Advogada, Bacharel em Direito pela Universidade Sá; Mestranda em Direito Tributário pela Pontificia
da Região da Campanha - URCAMP, campus Santana Universidad Católica de Santa Maria de Buenos Aires;
do Livramento; Pós-graduada em Direito e Pós-graduanda em Advocacia Corporativa pela
Planejamento Tributário pela Universidade Estácio de Fundação do Ministério Público
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relações necessárias ou rede de normas que Um sistema que é gerado através de uma
regem as relações entre os componentes de organização fechada de processos de
um sistema e como estas relações definem produção de maneira tal que a mesma
tal sistema. Já estrutura significa as relações
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valores no capitalismo como base para uma previsões detalhas, mas levantar novas
problemas climáticos traz uma nova ética contexto organizacional vai depender do
para companhias mais social, ecológico e nível de contexto, que por sua vez vai
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Acadêmica de Direito na UFRGS, Pesquisadora em Civil na UFRGS, Assistente jurídica voluntária no SAJU
Direito Contratual Empresarial e Responsabilidade na área de Direito Civil.
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A seu turno, o inciso II do art. 421-A perdas e danos pela parte contrária em caso
determina a observação e respeito, pelo de inadimplemento, o mesmo ocorrendo
julgador ou árbitro, dos termos de alocação quando estipulada cláusula que limita o
de riscos definida pelas partes – seu dever de indenização ao fixar um valor
sinalagma contratual – num esforço para pecuniário máximo a ser devido.
balizar a tendência de que a lei tem em não Como última garantia nas orientações à
atender às particularidades do negócio interpretação judicial dos contratos
entabulado, seja este civil ou empresarial. paritários e simétricos, civis e empresariais,
As partes, ao dedicarem maior rigor na o inciso III do art. 421-A visa a mitigação do
construção dos elementos do contrato, dirigismo contratual ao reputar a revisão
protegem-se não somente da interpretação contratual judicial como excepcional e
arbitrária do juízo ou árbitro ao fornecerem limitada. Considerando o necessário diálogo
mais elementos para a compreensão da que tal inciso precisa ter com os artigos do
realidade contratual por este, mas também Código Civil que abordam o instituto da
protegem a sua confiança recíproca no revisão contratual, quais sejam, arts. 478,
negócio pactuado, a boa-fé contratual e a 479, 480 e 317 do Código Civil, verifica-se
legítima expectativa de ambas as partes ao que o comando normativo em análise é de
conferirem previsibilidade aos efeitos do pouco efeito prático.
contrato a longo prazo. Isto porque reputar a revisão contratual
Entretanto, a própria alocação de riscos já judicial como excepcional e limitada não
possui limitações prévias à redação do altera de maneira substancial as hipóteses às
dispositivo por parte da doutrina. A quais a revisão contratual incide, ou seja,
exemplo, se da alocação de riscos estipulada não provoca quaisquer alterações no
em contrato pelas partes decorrer entendimento normativo já construído pelos
enriquecimento sem causa, onerosidade demais dispositivos que versam sobre o
excessiva ou afronta a preceito de ordem instituto. A revisão contratual muito é
pública, a alocação de riscos será reputada postulada, todavia a jurisprudência
nula ou ineficaz pelo julgador ou árbitro. consolidada nas Cortes Superiores revela
Como outros exemplos, pode-se citar a que esta pouco se opera, apesar de doutrina
ilicitude de que se reveste a cláusula que e jurisprudência terem como máxima que a
exclui a possibilidade de reparação por
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organização nos processos produtivos, de com a incerteza causada pelo ritmo veloz das
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Acadêmica de Direito, cursando o 7º semestre na especializado em Direito Tributário – Grecchi
Universidade do Vale do Sinos, com formação Advogados, dispõe experiência no Poder Executivo,
complementar em Direito Civil Atual - IARGS e no setor da Secretaria da Fazenda, bem como no
Obrigações e Contratos na Economia em Rede - Legislativo da Câmara Municipal.
OAB/ESA. Atua como secretária jurídica no escritório
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Mestre em Direito pela UFRGS. Especialista em atuante na área do Direito Civil, com ênfase em
Direito dos Contratos e Responsabilidade Civil pela Direito do Consumidor e Lei Geral de Proteção de
Unisinos. Professora e pesquisadora. Advogada Dados. renatakretzmann@arkadvocacia.com
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