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EIXO TÉMATICO:

Gt 06- Narrativas e relatos de


experiências.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO:
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ESSES DIREITOS VELADOS EM
UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA
Mônica Mendes da Cunha1
RESUMO:
O presente artigo apresenta um relato de experiência sobre o processo de inclusão em uma
instituição de ensino privado. Tomando a educação especial como objeto de estudo, se objetiva
apontar a trajetória histórica das políticas públicas de inclusão nas escolas e conhecer a forma de
implementação desses direitos, a partir da ótica de uma educadora. Trata-se de um estudo que teve
como referência metodológica a pesquisa exploratória, a partir da perspectiva do estudo de caso. O
estudo foi realizado em uma instituição privada do interior do estado de Mato Grosso do Sul, durante
o período letivo do ano de 2019. A coleta de dados se deu por meio de observações tendo como foco
apresentar o real tratamento recebido por alunos com necessidades educacionais especiais. Os
resultados, mesmo que exploratórios, apontaram que o ensino inclusivo atingiu um alto patamar de
direitos para aqueles que há tanto tempo viveram esquecidos, todavia, concluímos que, a escola real
carrega no seu caminhar uma cultura de meritocracia, que exclui os alunos que não se encaixam no
modelo sócio-político-econômico. Acrescentamos ainda que o processo de inclusão escolar é a
construção de um espaço acolhedor, que educa e não discrimina, e, sobretudo, desenvolve
mecanismos para que todos os seus alunos permaneçam, compreendendo as diferenças do outro e a
complexidade de cada uma delas.

Palavras-chaves: Políticas Públicas de Inclusão; Educação Especial; Educação Especial no Brasil;


Escola Inclusiva.

INTRODUÇÃO
O presente relato de experiência focalizará, de maneira pouco extensa, os
movimentos históricos, nacionais e internacionais, da relação entre as pessoas com
deficiência e a sociedade. Delimitando a temática, o presente trabalho busca revelar
práticas de exclusão das pessoas com necessidades educativas especiais, tomando
como lócus uma instituição privada do interior do Estado de Mato Grosso do Sul,
tendo os seus direitos velados, os mesmos construídos historicamente no passar
dos anos sendo fruto de muitas lutas.
A Constituição Federal de 1988 assegura a vida, a segurança, a liberdade e
a educação. No capítulo III, traz em seu artigo 205º que a educação é de direito de
todos, tendo em vista seu preparo para o exercício da cidadania (BRASIL, 1988).
Apesar de nem sempre as definições constitucionais serem cumpridas, devemos
entender que, o direito deve ser compreendido como um fenômeno social, assim
como aponta Nozu (2015), e está situado no tempo e no espaço, e é influenciado
pelas transformações sejam elas políticas, sociais, culturais ou econômicas.
Apresentando documentos desde a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948), qual não trata diretamente das pessoas com necessidades
educativas especiais, com o intuito de mostrar as influências do documento nas
conquistas posteriores a ele, o presente trabalho busca mostrar essas conquistas

1
Mestranda em Educação Social; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; Corumbá, Mato Grosso do Sul; E-mail:
mendescunha1@hotmail.com
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históricas, visando o âmbito educacional, na compreensão de como se iniciou essa
construção de direitos em nossa sociedade, entretanto declarando neste relato de
experiência fatos ocorridos após publicações destes documentos, lei e decretos, de
situações degradantes à pessoa com deficiência no seu desenvolvimento enquanto
cidadão de direito.
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE DIREITOS
Neste subitem se traça como objetivo a observância além da ótica mais
imediata da sala de aula, para que possamos buscar e entender ao fundo em
quando começamos a aceitar alunos com diferenças significativas na escola – e na
sociedade. Para tanto, é necessário delinear um caminho para entender as
efetivações desses direitos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos2 foi aprovada em 1948, após
a publicação da Carta das Nações Unidas3 ter-se visto a necessidade da publicação
de algo maior diante das atrocidades nazistas que estavam chegando ao
conhecimento de todos. Aprovada pela ONU, de forma convicta afirma em seus
primeiros artigos:
Artigo 1.º: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade de
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
outros em espírito e fraternidade.[...]
Artigo 3.º: Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e a segurança
pessoal. (ONU, 1948, s.p.)
Todos os seres humanos possuem dignidade e direitos iguais, assim como
afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos, contudo para que esses
direitos venham fazer valer e passem a integrar as legislações têm sido necessário
ressaltá-los. Então, desde 1948, a Organização das Nações Unidas4 promove
eventos, publicação de documentos, declarações e norteiam convenções, tudo isso
com a disposição de alargar a compreensão do que vem a ser os direitos humanos.
Em 1990, em Jomtien, na Tailândia, ocorreu a Conferência Mundial sobre
Educação para Todos, que produziu um documento que ficou conhecido como
Declaração de Jomtien, que tinha como plano de ação satisfazer as necessidades
básicas de aprendizagem. O documento inicia nos rememorando o quanto já havia
se passado desde a publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e,
em todo o mundo, ainda existiam problemas graves em diversos setores, dentre eles
o da educação. Reafirma em seus parágrafos a quem pertence os direitos e a
importância da educação, e propõe ainda a universalização ao seu acesso.
Com os movimentos desencadeados pela Declaração de Jomtien, em 1994
ocorreu a Conferência Mundial sobre Educação Especial na cidade de Salamanca
na Espanha. Essa conferência produziu um documento que ficou conhecido como

2
DUDH
3
É o tratado que estabeleceu o que conhecemos hoje por Nações Unidas. Publicada após o término da Segunda Grande
Guerra, “reafirmando o compromisso das nações com os direitos humanos e liberdades fundamentais.” (SILVA & GARCEZ,
2019, p. 95).
4
ONU
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Declaração de Salamanca, qual trata, de forma mais específica, comparado à
Declaração de Jomtien, dos princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educativas especiais5.
Na Declaração de Salamanca a educação, como direito humano e de todas
as pessoas, vai ganhando força, reforçando os pensamentos de uma educação que
seja inclusiva e acessível a todos. Defende então a ideia de inclusão de crianças
com deficiência, ou qualquer outra característica, na escola regular, de que todos
devem aprender juntos, cada qual com sua limitação e dificuldade – seja ela
temporária ou não. Torna cada vez mais incoerente a ideia de uma educação
segregada, e deixa claro o papel da escola nas ofertas de recursos necessários para
derrubar as barreiras da aprendizagem.
[...] escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de
suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou
outras. Aquelas deveriam incluir crianças deficientes e super-dotadas,
crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de
população nômade, crianças pertencentes a minorias lingüísticas, étnicas
ou culturais, e crianças de outros grupos desavantajados ou marginalizados.
[...] (UNESCO, 1994, p. 3)
Após 10 anos da Declaração de Jomtien, os países participantes da Cúpula
Mundial de Educação, admitem que os objetivos traçados na Tailândia ainda não
haviam sido atingidos na sua totalidade, portanto resolvem firmar novas metas para
a expansão da educação e o acesso às escolas, mantendo o foco na qualidade da
aprendizagem. Então no ano 2000, no Senegal, na cidade de Dakar, a Cúpula
Mundial de Educação se compromete, em um documento que ficou conhecido como
a Declaração de Dakar, a “alcançar os objetivos e metas de Educação Para Todos
(EPT) para cada cidadão e cada sociedade.”(DECLARAÇÃO DE DAKAR, 2000, p. 1)
Diante de diversos embates se viu necessária a elaboração de um
documento que abordasse de forma direta as questões sobre os direitos das
pessoas com deficiência, já que a desde a Declaração de Salamanca já havia se
passado 12 anos e as questões relacionadas a essa parcela da população ainda
pareciam não estar claras. Em 2006, em Nova York, é publicado um documento com
nome de Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 6. E este
documento possui como marco histórico a definição de deficiência.
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. (ONU,
2006, p.16)
Em 2007, se inicia os trâmites no Brasil para a assinatura do texto principal e
a protocolamento facultativo da CDPD. Pelo Decreto Legislativo de n.º 186/2008 o
Congresso Nacional ratificou a CDPD e sua promulgação se deu por meio do

5
Carvalho (2000) informa que o conceito de necessidades educacionais especiais foi utilizado tendo por base um relatório
inglês, elaborado em 1978, com o nome de The Warnock Report Special Educational Needs ou Report of the Committee of
Enquiry into the Education of Handicapped Children and Young People.
6
CDPD
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Decreto n.º 6.949, de 25 de agosto de 2009. Todo esse processo possibilita que os
artigos da Convenção passem então a ter força constitucional em nosso país. Ou
seja, para o estabelecimento das políticas públicas brasileiras, elaboração e
aplicação da legislação e para a compreensão das leis que o antecedem, a CDPD é
um documento referência.
Após mais de 10 anos de debate no Congresso Nacional, conforme lembra
Silva e Garcez (2019), foi aprovada em 2015 a Lei Brasileira de Inclusão. Assim
como a CDPD, a LBI traz de forma detalhada diversos direitos, assim como à
educação e saúde.
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.[...]
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência,
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível [...] segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem. (BRASIL, 2015, s.p.)
O diferencial, no que se refere à educação, a LBI avança nas consequências
quando ocorrer a recusa de matrícula de crianças e adolescentes com deficiência no
ensino regular, tanto na rede pública quanto na rede particular.
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e
multa: I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino
de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência.
(BRASIL, 2015, s.p.)
Ainda em 2015, reunindo as nações do mundo todo para mais uma
avaliação sobre a situação da educação mundial, foi realizado o Fórum Mundial de
Educação, na cidade de Incheon, Coreia do Sul. Foram analisados os objetivos dos
documentos anteriores, e frente aos desafios ainda persistentes, se viu a
necessidade da publicação de um novo documento, conhecido como Declaração de
Incheon, que tem como objetivo a renovação do compromisso com a educação
mundial, defendendo a ideia de uma educação inclusiva, equitativa de qualidade, e
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Inclusão e equidade, por meio da educação é o alicerce de uma agenda de
educação transformadora e, assim, comprometemo-nos a enfrentar todas as
formas de exclusão e marginalização, bem como disparidades e
desigualdades no acesso, na participação e nos resultados de
aprendizagem.[...] Portanto, comprometemo-nos a fazer mudanças
necessárias nas políticas de educação e a concentrar nossos esforços nos
mais desfavorecidos, especialmente aqueles com deficiências, a fim de
assegurar que ninguém seja deixado para trás. (ONU, 2015, p.3)
Com o objetivo de focarmos na história da construção de direitos das
pessoas com deficiência, de maneira internacional e nacional, ponderamos no
presente subitem, como marcos históricos, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos e, pouco mais de 50 anos depois, a Convenção sobre os Direitos das
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Pessoas com Deficiência, e outras publicações fundamentais para a construção dos
direitos adquiridos hoje, como a Lei Brasileira de Inclusão. No que se refere
especificamente à educação, conhecemos os documentos que nortearam os
movimentos de inclusão, e com a união desses movimentos – e da luta pelos direitos
das pessoas com deficiência – foi possível estabelecer os mesmo objetivos em prol
de uma educação de qualidade para todos, sem exceção. Todos esses documentos
fortalecem a ideia de uma educação que inclua a todos, assim como declarado no
Fórum Mundial de Educação (2015), e não deixa ninguém para trás. Compromisso
firmado até o ano de 2030 com a educação mundial.
ESCOLA PARA TODOS: ESCOLA INCLUSIVA

A escola inclusiva deu oportunidade de entrada aos alunos que por muito
tempo foram ignorados pelo âmbito educacional e mostra ainda que é a escola que
precisa se adequar para cumprir seu papel e assim a garantia de uma educação
para todos. Entender o que vem a ser uma escola inclusiva é um exercício diário,
pois o conceito do que é educação se amplia e passa a se basear em princípios que
apresentam a escola como um espaço de convivência com as diferenças, não
somente de conteúdos didáticos (embora este aspecto não possa ser
desvalorizado).
O objetivo da educação especial na perspectiva da educação inclusiva é
garantir a retirada das barreiras à aprendizagem e proporcionar acesso aos
conteúdos escolares. Portanto não tem caráter assistencial ou clínico, mas sim
educacional e de maneira alguma substitui o papel dos médicos e demais
profissionais da saúde no tratamento da criança.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional7, o Plano Nacional de
Educação(2014-2024)8, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica (Decreto 02/2001) e a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva9 são documentos que exercem um importante
papel no processo contínuo de garantia de direitos e a permanência de todos na
escola.
A Lei de nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 (9394/96), ou LDBEN,
estabelece a regulamentação das diretrizes e bases da educação no Brasil, seja ela
do público ou privado, reafirmando o direito à educação instituída pela Constituição
Federal de 198810. No que se refere à pessoa com deficiência, trouxe avanços na
oferta de ensino especializado, sempre que necessário, e se deu o início na oferta
da educação especial na faixa etária de zero a seis anos de idade, assim como
lembra Carvalho (1997). Entretanto, ainda não apresenta um compromisso com a
inclusão desses alunos em sala de aula comum.
7
LDBEN
8
PNE
9
PNEEPEI
10
Documento que busca “instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacifica das controvérsias [...]” (BRASIL, 1988, s.p.)
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Quando se manifesta a ideia de que as classes comuns devem ser
frequentadas apenas por aqueles que estão aptos a acompanhar e desenvolver as
atividades curriculares, como é previsto no documento da Política Nacional de
Educação Especial11 (1994), é reforçado o pensamento de que a educação de
alunos com necessidades educativas especiais é de inteira responsabilidade da
educação especial e não da escola comum, o que retrocede a todos os direitos
adquiridos e reforçados em Constituição Federal (1988) 12.
A Lei nº 13.005, ou o PNE, possui um prazo de dez anos e apresenta uma
meta específica para trabalhar na modalidade da educação especial tendo em vista
a perspectiva da educação inclusiva, que objetiva:
Universalizar para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com
deficiência, [...] o acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, [...] com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas
de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados,
públicos ou conveniados. (BRASIL, 2014, s.p.)
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva foi publicada em 2008, anterior a PNE, e é um documento que orienta a
formulação e a execução de políticas públicas na intenção que a educação especial
seja orientada para que se organize e ocorra na perspectiva da educação inclusiva.
Publicada pouco tempo depois da CDPD, a PNEEPEI utilizou essa nova definição de
deficiência e firmou um compromisso com os direitos humanos, colocando como
princípio a importância de superação da segregação e exclusão, não apenas no
âmbito escolar, assim como também em toda sociedade.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos
alunos com deficiência [...] nas escolas regulares, orientando os sistemas de
ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais,
garantindo: Transversalidade da educação especial desde a educação
infantil até a educação superior; Atendimento educacional especializado;
Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
Formação de professores para o atendimento educacional especializado e
demais profissionais da educação para a inclusão escolar; Participação da
família e da comunidade; Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos
mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação;
e Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
(BRASIL, 2008, s.p.)
Podemos afirmar que a PNEEPEI vem com a intenção de proporcionar as
condições para que os alunos frequentem a escola, instigando a transformação da
educação para que, assim como firmado na Declaração de Incheon, ninguém fique
para trás. No entanto, ao que se refere a PNEEPEI, é importante frisar a sua
delimitação da população de Educação Especial13, e, como se verá neste trabalho,
há a presença de crianças com outras características que não são incorporadas
11
PNE
12
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.” (BRASIL, 1988, s.p.)
13
“alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” (BRASIL, 2008, s.p.)
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como público alvo da Educação Especial, contudo na Declaração de Salamanca, é
englobado a ideia da perspectiva de que “dentro das escolas inclusivas, crianças
com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer suporte extra
requerido para assegurar uma educação efetiva.” (UNESCO, 1994, s.p.) O fator de
não se enquadrarem no grupo que é visto hoje como público alvo da Educação
Especial não a eximem de foco de desatenção e preconceito.

RELATOS PONTUAIS DO LÓCUS ANALISADO

Partindo da perspectiva de um estudo de caso, o presente relato de


experiência, tomou como referência metodológica a pesquisa exploratória. A
instituição observada está localizada no interior do estado de Mato Grosso do Sul,
em uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes. A instituição privada é, hoje,
um dos colégios mais antigos da cidade e é uma instituição confessional na forma de
orientar seus educandos. As observações ocorreram durante o período letivo do ano
de 2019 e as coletas de dados se deu por meio de observações e registros em
diários de bordo.
No ano de 2019, a instituição contava com 15 alunos com necessidades
educativas especiais, sejam eles laudadas14 ou não, porém, de todos, apenas três
deles são relatados no presente artigo. Os alunos e suas especificidades estão
apresentados na tabela abaixo.
Tabela 1: Nomeação, série e especificidade dos alunos observados.

Aluno Série Especificidade


Aluno 1 Educação Infantil – Síndrome de Down
Nível 2
Aluno 2 2º Ano Transtorno do espectro autista
Aluno 3 4º Ano Transtorno do Déficit de
Atenção; Dislexia e Discalculia.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020.


Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008), o acesso à educação se inicia na educação infantil, visto
que, é nessa fase que se desenvolvem as bases necessárias para a construção do
conhecimento e desenvolvimento global do aluno. O Aluno 1, apresentava uma
alteração genética15, tal qual conhecemos como Síndrome de Down. Por ser um
aluno de tão pouca idade, e a primeira vez a estar convivendo em um ambiente
escolar, apresentava pequenos pontos de desenvolvimentos, mas em um ano

14
A quem é conferido um laudo. Pletsch e Paiva (2018) abordam esse processo, em pesquisa realizada em região do estado
do Rio de Janeiro.
15
Bissoto (2005) aponta a Síndrome de Down como resultado alterado da divisão cromossômica usual, ocorrendo a triplicação,
e não duplicação, do material genético referente ao cromossomo 21.
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mostrou grandes avanços, como pedir para ir ao banheiro e a segurar o lápis de
acordo com nível em que estava inserido.
Ao que se surpreende, Aluno 1 era um aluno com especificidades e
necessidade de atenção, mas foi colocado em uma turma com mais de 28 alunos,
torno a recordar, em uma turma de educação infantil16. O nível 2 era uma turma
muito agitada, que não contava com uma auxiliar de sala, somente com a professora
auxiliar que foi contratada e designada para os cuidados diretos com o Aluno 1.
Após várias tentativas de apoio junto a coordenação, a professora auxiliar foi
orientada que, além da sua função, também iria desempenhar seu trabalho como
auxiliar de sala, sendo daquele momento em diante não somente mais exclusiva
para o auxílio do Aluno 1, mas como também de toda a sala. Como se afirma no
PNEEPEI, “nessa etapa, o lúdico, [...] a riqueza de estímulos nos aspectos físicos,
emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais [...] favorecem as relações
interpessoais, o respeito e a valorização da criança [...]” (BRASIL, 2008, s.p.),
contudo devido ao grande número de alunos que a turma atendia, as necessidades
das outras crianças pareciam ser mais valorizadas e atendidas pelas docentes,
enquanto que Aluno 1 passava horas e horas sentando sem receber o atendimento
devido, desenvolver atividades lúdicas ou estímulos cognitivos e psicomotores como
é sugerido na PNEEPEI.
Aluno 2 foi laudado desde seus 5 anos de idade com Transtorno do Espectro
do Autista17, no ano observado em questão estava no 2º ano do ensino fundamental
I, chegou quando o ano letivo já havia iniciado. Quieto e repelido ao toque, durante
as primeiras semanas chorava na entrada e/ou durante as aulas, dormia ou brincava
de massinha. No ano de 2012 foi sancionada pela Presidente Dilma Rousseff a Lei
Ordinária Federal nº 12.764, que instituí a Política Nacional de Proteção aos Direitos
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diversas diretrizes e
direitos. Quando incluída nas salas de aulas comuns “a pessoa com transtorno do
espectro autista [...] terá direito a acompanhante especializado” (BRASIL, 2012,
s.p.), todavia a chegada de uma professora auxiliar só ocorreu no término do 2º
bimestre do ano letivo, neste ínterim os conteúdos didáticos eram discorridos em
sala ignorando quase que completamente a presença de Aluno 2.
O comportamento do discente entre os períodos anterior ao
acompanhamento e o período com a parceria da professora auxiliar são assertivos
da grande capacidade do aluno. Passou a produzir os conteúdos didáticos juntamtne
da turma e fez valer o seu direito como está prescrito no artigo 205º da Constituição
Federal de 1988. O aluno silencioso e, às vezes, agressivo deu espaço a uma
criança ativa e sagaz. Diante dos resultados positivos no desenvolvimento do aluno,
a professora auxiliar tornou a despertar o interesse da coordenação. Ao término do
3º bimestre, uma docente de outra turma veio a adoecer, tendo seu afastamento
pelo tempo de 3 meses do seu cargo, num súbito a professora auxiliar de Aluno 2 foi
16
Mesmo o Parecer CEED nº398/2005 tendo instituído que o número de alunos na faixa etária de 3 anos seja de até 15
crianças por professor.
17
“Transtorno do Espectro Autista (TEA) define-se por prejuízos persistentes na comunicação e interação social, bem como
nos comportamentos que podem incluir os interesses e os padrões de atividades, sintomas estes presentes desde a infância
que limitam ou prejudicam o funcionamento diário do indivíduo.” (ONZI & GOMES, 2015, s.p.)
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instituída como tal, deixando Aluno 2 sem a devida supervisão, mesmo seu direito
sendo ratificado em lei. Sem demora, o discente volta a ser ignorado em sala. Sem
acompanhamento especializado e uma turma não favorável ao quadro de
necessidade de Aluno 2, a criança torna ao ponto de partida, não era desafiada
durante as atividades ou sequer produzia os conteúdos didáticos no decorrer das
aulas. O movimento era tão somente para manuseamento das massinhas, que eram
entregues pela professora regente no iniciar do dia. Como apresentado nos objetivos
da PNEEPEI (2008), Aluno 2 até possuía o acesso a escola regular, estava dentro
da instituição, mas sua participação tampouco era notada ou sequer se o processo
de aprendizagem estava ocorrendo.
Aluno 3 laudado com Transtorno do Déficit de Atenção18, Dislexia e
Discalculia estava “incluído” em uma turma de 4º ano e, apesar de todas as
dificuldades e limitações, ele e a família, esforçavam-se ao máximo para elaboração
das atividades escolares. Diferente dos alunos 1 e 2, Aluno 3 não se enquadra na
população que é vista hoje como público alvo da Educação Especial, no entanto isso
não o isentou de passar por situações de desrespeito e preconceito. O quadro do
discente era avançado e com inúmeras complicações. Fazer cópias dos textos e
exercícios eram desafios diários. Na maioria das vezes, a professora regente
precisava ficar nos horários de intervalo ou de saída finalizando as cópias no
caderno do aluno, posto que, mesmo após inúmeros pedidos, a coordenação não
disponibilizasse as fotocópias para que o aluno levasse para casa o material da aula,
já que o mais importante era possuir o material independente do meio. É notório que
as tentativas de inclusão do discente em sala partiam do próprio aluno, da família e
da regente. Do aluno e família na tentativa de incluí-lo ou até mesmo fazê-lo se
encaixar nos padrões determinantes pela sociedade, fazendo com que ele
produzisse incansavelmente atividades fatigante de cópias no caderno e atividades
de repetição; e da professora cada vez que esgotava todas as suas tentativas de
inserção do discente em atividades e na mudança, inúmeras vezes, da metodologia
de ensino, sem apoio ou motivação da coordenação.
Durante as observações, Aluno 3 se mostrou muito aplicado nos estudos,
nunca apareceu em dia de prova sem os estudos em dia, entretanto, devido à
dislexia19 , não conseguia transformar em signos o que entendia sobre o conteúdo,
tendo a necessidade das provas serem aplicadas de forma dirigida e oralmente.
Devido as necessidades do discente, inúmeras vezes, a atenção da turma de 37
alunos era reservada totalmente para o aluno, principalmente em dia de prova.
Mesmo a situação sendo diversas vezes apontada à coordenação, ponderando a
necessidade de um acompanhamento especializado, para o melhor desenvolvimento
do aluno, a resposta recebida por diversas vezes era que por lei as especificidades
do aluno não necessitavam de um professor auxiliar, mesmo que na prática a
situação fosse diferente. E, dessa maneira, os bimestres passavam, Aluno 3 tentava
se enquadrar nos requisitos da dita “normalidade”, algumas vezes esquecido em seu

18
TDA
19
Dislexia pode ser entendida como um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica. Possui dificuldades
do reconhecimento fluente da palavra e na habilidade de decodificação dos códigos linguísticos.
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assento próximo a mesa da regente, outras vezes tendo completa atenção e em seu
entorno a completa baderna da turma, que tomava proveito dos longos momentos de
agonia de uma professora que se equilibrava dentro da construção de um ambiente
de inclusão, mas sem estrutura e preparação para incluir.
A Declaração de Incheon (2015) apresenta a inclusão e equidade como
propostas de uma educação transformadora, que busca combater as disparidades e
desigualdades nos acessos à aprendizagem. Os alunos apresentados estão todos
incluídos no ensino regular, no entanto, diante do despreparo para o recebimento da
população escolar, estão segregados em classes comuns, já que suas limitações
são ignoradas e seus direitos velados. O prazo expedido pelo Fórum Mundial de
Educação é o ano de 2030, para que até lá os desfavorecidos, especialmente
aqueles com necessidades educacionais especiais, não sejam deixados para trás,
os anos estão passando e, hoje, essa é a realidade da sala de aula inclusiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito a educação é um dos direitos humanos fundamentais, mas nem


sempre o ambiente é inclusivo. A inclusão é uma prática social que não é aplicada
tão somente na sala de aula, mas também no trabalho, no lazer, nas questões
arquitetônicas, mas, principalmente, na sua atitude para com o outro.
A educação é um direito de todos adquirido em Constituição e reafirmado
nos tantos documentos conhecidos neste artigo. Assim como apresentado na
Declaração de Salamanca, qualquer pessoa, com quaisquer características, tem o
direito de receber educação de qualidade. Logo o profissional da área do ensino,
não deve enxergar as diferenças humanas como obstáculos para o desenvolvimento
no processo de aprendizagem, mas sim como um valor de enriquecimento dos
contextos desafiadores de ensinar. E, para isso, deve receber o apoio e motivação
da coordenação e direção, para que, com sucesso, possa realizar o processo de
aprendizagem. A educação é um meio de transformação de realidade, das formas
de pensar e agir, logo a educação inclusiva deve vir, então, com a intenção de
instigar que, em todos os níveis e modalidades, todos devem ter chances de
aprender.
A premissa de um ensino inclusivo tomou grandes proporções e adquiriu um
alto patamar de direitos para aqueles que há tanto tempo viveram esquecidos,
contudo, como nos relatos apresentados, a escola real, em sua concretude, num
contexto que envolve toda a sua equipe, seja ela os docentes, a direção, os pais, os
alunos, auxiliares de sala, os funcionários de todo o âmbito escolar e bem como o
espaço físico, todos no aspecto que traz o termo escola, carrega no seu caminhar
uma cultura de meritocracia, que exclui os alunos que não se encaixam no modelo
sócio-político-econômico.
Para que a educação inclusiva funcione, é fundamental que não se perca de
vista a orientação de que a educação é um direito de todos. Podemos concluir que,
hoje, a escolarização tem valor imprescindível para o desenvolvimento humano, e
para tanto é necessário que a frequência à escola seja garantida e os direitos sejam
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experiências.
assegurados. Não basta incluir em uma sala de aula, sem que este espaço tenha
estrutura material e humana para receber e o necessário para fazer com que esse
aluno permaneça, tendo ele um convívio e aprendizagem saudável, caso isso não
ocorra nada mais é que segregar em conjunto.
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