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11 LENDAS (FAKES) ADVENTISTAS POPULARES (OU NEM TANTO):

01 - Ellen G. White diz que igrejas adventistas inteiras se perderão, com seus pastores e tudo.

Simplesmente, não existe nenhum texto dela falando isso.

02 - Ellen G. White viu no céu só os que frequentam os cultos de quarta-feira.

Ainda que tenha a intenção de incentivar a frequência aos cultos de quarta-feira, essa ideia é completamente
ausente dos escritos da irmã White.

03 - Ellen G. White previu o 11 de setembro.

Só os mais antigos lembram dessa. Baseado, mais uma vez, numa falsa interpretação dos escritos de Ellen
White. Graças a Deus, esse mito praticamente desapareceu (pelo menos, do meio de pessoas que têm juízo
são).

04 - A igreja adventista é (ou foi) o povo da Bíblia.

Essa é uma lenda antiga e ainda muito popular. Mas procure qualquer fonte fora da igreja adventista e não
encontrará ninguém afirmando "os adventistas são o povo da Bíblia". Tal mito surgiu devido ao fato dos
católicos, em tempos remotos, se referirem aos "crentes" (como eles chamavam todos os cristãos não
católicos), por estes sempre andarem com a Bíblia debaixo do braço — coisas que católicos não faziam. E,
também, por causa da Reforma Protestante do Séc. XVI, os crentes passaram a dar muita importância à Bíblia.

Inclusive, já ouvi a mesma coisa de batistas e presbiterianos, ambos afirmando que no passado eram "o povo
da Bíblia". Ao que parece, todos os evangélicos têm em seu imaginário que um dia já foram particularmente
conhecidos como "o povo da Bíblia". Numa rápida consulta na internet, encontrei as seguintes publicações:

— No próprio site da Convenção Batista Brasileira, eles até hoje afirmam: "Somos o povo da Bíblia". Fonte:
https://convencaobatista.com.br/siteNovo/pagina.php?MEN_ID=24;

— "Os batistas são mundialmente conhecidos como o povo da Bíblia". Fonte:


https://www.chtb.com.br/curso/missiologia-batista/comprar

— "O povo batista, de um modo geral, era considerado o 'povo da Bíblia'. Por mais humilde que fosse o crente
batista, seu preparo na classe de catecúmenos (batismo) ou na Escola Bíblica Dominical fazia dele um sábio
intérprete das coisas do Reino". Fonte: https://www.uniaonet.com/opbcb.htm

— Até no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo eles afirmam isso:
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/ementario/anexos/044aSS040920.htm

Um pesquisador escreveu a respeito: "Ao procurar base para firmar suas convicções, muitos cristãos,
especialmente a partir do período da Reforma, enfatizaram demasiadamente a Bíblia. Os cristãos
frequentemente se definiram como o ‘povo da Bíblia.'" (Raleigh Kirby Godsey, When We Talk about God, Let's
Be Honest, p. 57).

Em minha experiência, já participei de Pequeno Grupo só de jovens e de PG apenas com idosos (de 60 anos
para cima, acredite). Esses idosos, todos eles, 'pegaram' o tempo em que, supostamente, éramos o povo da
Bíblia. No entanto, o nível de conhecimento deles era praticamente o mesmo dos jovens. Só tinham, talvez,
mais conhecimento das tradições, usos e costumes do passado.

PS: Os concursos bíblicos que várias vezes os adventistas ganhavam, não significam muita coisa, porque o tipo
de pergunta que ocorriam nesses concursos eram supérfluas e infantis (ex.: "quem era o pai de Davi?";
"quantos anos viveu Jarede?" etc.), que não indicam verdadeiro conhecimento bíblico/teológico.

05 - Ellen G. White diz que a igreja adventista irá se apostatar.

O que ela diz é o exato contrário do que esses irmãos pregam: “A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas
não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora no joeiramento — a palavra
separada do trigo precioso”. — Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 380.

"Sei que o Senhor ama Sua igreja. Ela não deve ser desorganizada ou esfacelada em átomos [grupos ou
pessoas] independentes. Não há nisto a mínima coerência; não existe a mínima evidência de que tal coisa
venha a se dar. Aqueles que derem ouvidos a essa falsa mensagem e procurarem fermentar outros, serão
enganados e preparados para receber mais avançados enganos, e virão a nada." — Mensagens Escolhidas,
vol. 2, pp. 68 e 69.

Essa ideia de apostasia sempre surge entre aqueles que pensam a fé como sendo "rigor ascético". Ascetismo
é uma doutrina herética combatida pelo apóstolo Paulo, em Colossenses, que defende a abstenção até
mesmo dos mais saudáveis prazeres físicos e psicológicos. Sua essência é "não manuseies isto, não proves
aquilo, não toques aquiloutro" (Cl 2:20-23). Paulo diz que isso é "segundo os preceitos e doutrinas dos
homens" (v. 21) e não de Deus. O apóstolo continua dizendo que, mesmo que esse tipo de espiritualidade
enferma tenha certa "aparência de sabedoria", na verdade não passa de "falsa humildade" e que "não têm
valor algum para refrear os impulsos da carne" (v. 23, Nova Versão Internacional).

O que essas pessoas pensam ser espiritualidade sadia e busca de santidade, por mais sinceras que elas sejam,
segundo a irmã White, não passam de esquisitices: "Nenhuma ocasião deve ser dada aos descrentes para
criticar nossa fé. [Como cristãos, já] somos considerados esquisitos e diferentes, e não devemos seguir um
procedimento que leve os descrentes a assim nos julgarem, mais do que nossa fé requer que sejamos." —
Ellen G. White, Testemunhos Seletos Vol. 1, p. 169.

Em outras palavras, algumas pessoas sinceras, porém seriamente equivocadas, querem ser "santas" ou
"diferentes" em coisas que Deus nunca exigiu delas — ou de qualquer outra pessoa. Elas têm uma imaginação
doente e estão sempre temendo as coisas mais simples. Vivem assombradas com o futuro e com o que
equivocadamente chamam de "mundanismo". Sua fé não tem substância, por isso podem cair a qualquer
momento. Em outras palavras, elas não confiam a segurança de suas vidas a Deus.

Além disso, na prática, elas parecem querer ser mais criteriosas, mais detalhistas do que o próprio Deus. No
fim, enquanto pensam estar honrando a Deus, O estão criticando, por Ele não estipular na Sua Palavra aquilo
que elas imaginam que é errado. Agem como se a Palavra de Deus, a santa Escritura, fosse insuficiente.

No fundo, o ascetismo é baseado no orgulho. O orgulho de não confiar em Deus.

06 - Somente a IASD enfatiza a santificação.

Esse mito, mais popular no passado, tem ressurgido com força na igreja, especialmente devido à influência
do teólogo adventista argentino Fernando Canale. No entanto, o que ele fala sobre somente os adventistas
darem ênfase à santificação — como se os demais evangélicos/protestantes fossem um bloco monolítico e
se não existissem as igrejas oriundas do Holiness Movement - movimento de santidade; metodistas
wesleyanos; puritanos e neo-puritanos etc. —, é simplesmente ignorância braba ou pura mentira. Há
inúmeros livros, inclusive de reformados e batistas, dando muitíssima ênfase à santificação (como exemplo,
veja o livro: "Teologia da "livre graça": 5 maneiras em que ela diminui o evangelho", do batista Wayne
Grudem; veja também o artigo "Lutero e os Antinomistas: Qual é a visão evangélica da lei?", do presbiteriano
Heber Campos Jr.: https://l1nq.com/SrKKr)

07 - Existe um "evangelho adventista".

Essa ideia é mais comum entre as pessoas que acham que apenas adventistas falam de santidade e contra
um "evangelho 'oba!', 'oba!'". Além disso, entre outras coisas, a ideia popular de que toda a Bíblia ou todo
um conjunto de doutrinas é o evangelho leva alguns a achar que existe um evangelho exclusivamente
adventista. Ou seja, nesse caso, o evangelho seria todo o corpo doutrinário adventista. Mas, de acordo com
Paulo (leia Rm 1:16-17 e 1Co 15:1-4, numa versão moderna, como a NVI ou NVT), o evangelho é uma doutrina
específica que lida, em resumo, exclusivamente com a boa notícia do ensino bíblico sobre a salvação, o plano
de Redenção por meio da justificação pela fé somente, por causa da obra de Cristo somente, pela graça
somente em nosso lugar, para nos livrar da condenação e do poder (escravidão) do pecado.

A obediência aos mandamentos de Deus, como amar o próximo e a Deus acima de tudo é essencial, mas é a
lei (leia Mt 22:36-39). O evangelho (boa notícia) só existe porque houve uma transgressão dessa lei e sua
consequente condenação (ou seja, uma má notícia). Se o homem não tivesse caído em pecado e ficado,
devido a isso, sob a condenação da Lei, não existiria necessidade de uma boa notícia (evangelho), porque não
teria existido uma má notícia (condenação da lei). A Bíblia é clara: a santa e boa lei de Deus não salva, mas
condena (leia Rm 3:19; Gl 3:13). E se ela não salva, logo sua observância (amar o próximo e a Deus) não é boa
notícia. Concordando com o que Paulo diz nessa passagem, afirma a irmã White:

“A lei de Deus, pronunciada do Sinai com terrível solenidade, é para o pecador o pronunciamento de sua
condenação. É da alçada da lei condenar, mas não existe nela nenhum poder para perdoar ou redimir." (EGW,
ME, v. 1, p. 236).

Assim, nossa ênfase numa disciplinada observância dos mandamentos, por mais essencial que seja, não é o
evangelho. O Evangelho lida com a salvação. Lei/obediência é fruto ou resultado dessa salvação, provida pelo
evangelho.

"Pendurado na cruz, Cristo é o evangelho. [...] Essa é nossa mensagem, nosso argumento, nossa doutrina,
nosso aviso aos impenitentes, nosso encorajamento aos sofredores, a esperança de cada crente" (EGW. BC6,
p. 1113).

A Revista Ministério tratou explicitamente dessa questão, da seguinte forma:

"O evangelho pregado pelo primeiro anjo de Apocalipse 14 é 'eterno' (v. 6) porque nunca existiu 'outro' (Gl
1:6-9), posto que as pessoas de todas as épocas sempre foram salvas por depositar a fé no Cordeiro de Deus
(Hb 4:2; Jo 1:29; 3:16; 1Pe 1:18-20)" (Cristhian Alvarez Zaldúa, em artigo publicado na edição de setembro-
outubro/2017. Fonte: <https://www.revistaadventista.com.br/reforma-500/a-deus-toda-gloria/>. Acesso em
13/09/22).

Se referindo a um tempo anterior a Cristo, o autor de Hebreus declara: "Porque também a nós foram
anunciadas as boas-novas [evangelho], exatamente como aconteceu com eles. Mas a palavra que eles
ouviram não lhes trouxe proveito, porque não foram unidos por meio da fé com aqueles que a ouviram"
(Hebreus 4:2, NAA)

A suma de tudo isso é: não existe evangelho adventista! Assim como não existe evangelho batista ou
presbiteriano. Só há um evangelho e ele é eterno, pregado desde o Adão, passando por Abraão, Moisés, Davi,
Jeremias etc.
08 - Ellen White é o Espírito de profecia.

"Os adventistas do sétimo dia consideram que os escritos de Ellen White são uma manifestação do Espírito
de Profecia. Por vezes, isso tem sido contestado, mas está essencialmente correto se for bem entendido como
a obra do Espírito Santo e [a expressão 'Espírito de Profecia'] não se limita exclusivamente ao ministério ou
aos escritos de Ellen White" (Merlin D. Burt. A orientação fundamental do ministério profético de Ellen G.
White, Em: Quando Deus fala, o dom de profecia na Bíblia e na história, Ed. Dwain N. Esmond [CPB, 2017], p.
315)

O pioneiro Uriah Smith disse o mesmo: “Enoque, o sétimo depois de Adão, olhou antecipadamente, pelo
Espírito de profecia, para o segundo advento de Cristo em poder e glória” (na introdução do livro “Patriarcas
e profetas”, p. 21).

09 - Jesus só entrou no santuário em 1844.

"Jesus entrou no Lugar Santíssimo na sua ascensão para inaugurar o santuário celestial e Seu ministério
sacerdotal. [...] O raciocínio é simples: assim como Moisés inaugurou o santuário terrestre, entrando no Lugar
Santíssimo como parte do ritual de inauguração (Êxodo 26:33, 34; 40:9; Levítico 8:10-12; Números 7:1, 89; cf.
Hebreus 9:21), Jesus fez o mesmo. Essa entrada foi prevista em Daniel 9:24 ('ungir o Santo dos santos'), no
final das 70 semanas proféticas. Depois, ele entrou no Santíssimo em 1844 para efetuar a purificação do
santuário celestial (o Dia da Expiação, em cumprimento de Daniel 8:14) – dois eventos distintos." (Fonte:
https://shre.ink/lj9k; leia também: https://shre.ink/lj9q)

Ellen White pensa o mesmo:

“Ainda carregando humanidade, Ele ascendeu ao céu, triunfante e vitorioso. Ele levou o sangue da expiação
ao santíssimo, aspergiu sobre o propiciatório e Suas próprias vestes e abençoou o povo. Em breve, Ele
aparecerá pela segunda vez para declarar que não há mais sacrifício pelo pecado" (Ellen G. White, Signs of
the Times, 19 de abril de 1905).

10 - Estudar a Lição da Escola Sabatina por 5 anos é o equivalente a um curso de teologia.

Só se esse for o curso mais insuficiente do mundo! Basta considerar o conhecimento das pessoas que estudam
a lição há décadas. Salvo raríssimas exceções, na igreja não existe quem conheça as línguas bíblicas originais
ou saiba o que é teologia bíblica, teologia sistemática, hermenêutica bíblica, arqueologia bíblica, eclesiologia
ou saiba sequer definir como o evangelho funciona na Bíblia ou quão fundamental é a teologia do "já e ainda
não" da escatologia inaugurada, tão importante para se conciliar diversos aspectos do Reino de Deus e das
profecias do fim. Tudo isso e muito mais é o mínimo que se estuda num bom curso de teologia.

11 - Reavivamento e Reforma é mudança alimentar.

Limitar ou mesmo falar mais de reforma sanitária do que de virtudes como justiça, caridade, lealdade,
misericórdia, gratidão, contentamento, altruísmo, generosidade, perdão, humildade etc. é o oposto de
reforma e reavivamento. Quem enfatiza mais aquelas coisas está morto espiritualmente e não sabe. Existem
inúmeros budistas e até ateus que vivem uma maravilhosa vida saudável. Nenhum deles sequer têm a menor
ideia do que seja vida espiritual cristã.

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