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Módulo BÁSICO » Deus e seu Povo I e II » Lição 8

Lição 8: LEVÍTICO E NÚMEROS

Nesta unidade estudaremos os dois próximos livros da Lei, sendo o primeiro:


Levítico.

RESUMO: LEVÍTICO

O livro deve seu nome aos levitas. Foram estes os responsáveis pela instrução na lei,
como também ajudaram no tabernáculo (e, mais tarde, no templo). Levítico nos
apresenta uma coleção de leis acerca das ofertas, como estas deviam ser entregues
no tabernáculo (1-7), e também a respeito dos sacerdotes e seu trabalho (8-10; 21-
22). Nos capítulos 11-15 há regulamentos acerca do que é “puro” ou “impuro”. O
capítulo 16 trata do “Dia da Expiação”. No livro também há regras com relação ao
alimento (17), à vida do homem e a mulher (18) e de pessoas em geral (19; 20; 25-
27). O assunto dos capítulos 23-25 são as festas de Israel. Há muita coisa nos dois
Testamentos que dificilmente podemos compreender sem um conhecimento dos
costumes religiosos do antigo Israel, como estes são descritos em Levítico.

8-1 Nesta altura o povo está, com Deus, a caminho entre o Egito e a Terá Prometida,
isto é: está ainda no deserto .

8-2 Mas Levítico não nos conta nada desta jornada; antes, como vimos no resumo
acima, ele nos apresenta uma coleção de leis .

8-3 Porque os israelitas não caminham sozinhos, mas Deus os acompanha.

8-4 Como aprendemos na unidade anterior, no deserto o Deus santo está com Seu
povo de maneira especial no tabernáculo que Ele manda os israelitas
confeccionar.

8-5 O tabernáculo, podemos afirmar, é a residência de Deus, onde o povo comunga


com Ele. Já vimos, na unidade anterior, o fato de Deus habitar o tabernáculo
destaca o fato de que Ele é:
a) um Deus imundo

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b) o Deus santo
c) indiferente ao pecado.

8-6 E se Deus é santo, então aqueles que comungam com Ele devem também ser
santos .

8-7 O povo deve ser santo porque Deus é santo.

8-8 É mister Israel saber como deve viver uma vida santa, sendo que ele é o povo
santo do Deus santo .

8-9 Eis, então, o tema de Levítico: Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do
Egito, para que eu seja vosso Deus: portanto vós sereis santos, porque eu sou santo
(11.45). O povo deve ser santo porque Deus é santo.

8-10 É o Senhor que libertou Seu povo do Egito que está ordenando aqui. Por isso
Ele pode exigir: “Portanto vós sereis santos , porque eu sou santo ”.

8-11 E que quer dizer: “ser santo”? A esta pergunta Levítico responde
principalmente em termos daquilo que deve ser realizado dentro do tabernáculo,
quer dizer, Levítico preocupa-se mais com:
a) negociações comerciais
b) o culto
c) as relações com os adversários do povo.

8-12 Levítico registra tantas leis acerca do culto justamente para deixar claro seu
tema, que é: “ Portanto vós sereis santos, porque eu sou santo”.

8-13 A santidade de Deus que exige que Seu povo também seja santo é a
preocupação do livro de Levítico .

8-14 Esta preocupação se expressa no tema do livro, que é: “Portanto vós sereis
santos, porque eu sou santo”.

OBSERVAÇÃO: É justamente esta preocupação que é pressuposta pelos muitos


regulamentos acerca das coisas “limpas” e as “imundas” (veja especialmente 11-15).
Além de qualquer coisa relacionada com o culto pagão, há várias coisas e atividades
(em si não pecaminosas e que são, às vezes, até exigidas da pessoa) que tornam a
pessoa “imunda”, fazendo com que esta seja excluída da comunidade do Senhor até
que seja purificada – depois de certo intervalo e por meio dum rito envolvendo
água (ou, mais raramente, sangue). As coisas ou atividades consideradas como
causadoras de impureza são:
1. a vida sexual, inclusive a menstruação;

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2. o parto;
3. a doença, especialmente a “lepra”;
4. o sangue;
5. certos animais, como o porco (por que relacionados com o culto pagão?);
6. a morte.

Agora, não é possível explicar tudo a respeito desta distinção feita com tanta ênfase
entre o “limpo” e o “imundo”. O que é que determina se certa atividade pertence a
uma categoria ou à outra? Talvez o mais certo seja pensar que Deus, neste caso,
aproveitou distinções já existentes (como, de fato, já existiam entre vários povos),
para frisar bem Sua santidade tanto como a exigência do Seu povo ser santo. E,
além disso, será que uma dessas coisas ou atividades consideradas “imundas” terá
lugar no Reino de Deus na sua forma definitiva? (Veja Is 35.8; 52.1; MT 8.1-3; 22.30;
Ap 21.4,27). Nos capítulos 13-14, o causador da imundícia é a lepra. Mas
provavelmente temos que pensar aqui não da nossa doença de Hansen, mas de uma
doença curável da pele.

8-15 Nos capítulos 1 a 7, Levítico nos apresenta um assunto bastante complicado: as


ofertas. Neste caso também, Levítico descreve minuciosamente como as ofertas
devem ser preparadas e apresentadas, mas não nos diz quase nada a respeito do seu
porquê. As leis não explicam por que o povo deve trazer ofertas a Deus.

8-16 Mas é claro que elas têm a ver com a comunhão entre Deus e Seu povo .

8-17 Por que trazer ofertas? Desde que o texto não nos explica, várias teorias têm
sido proferidas. Assim se diz que as ofertas:
1. são uma dádiva do povo a Deus, a Quem pertence a terra (25.23);
2. efetuam a comunhão entre Deus e Seu povo, especialmente por meio da refeição
sacrificial;
3. efetuam o perdão, a reconciliação.
Assim parece que a ofertas têm:
a) uma só função
b) várias funções
c) nenhuma função.

8-18 Mas podemos resumir todas elas, dizendo que as ofertas facilitam a comunhão
entre Deus e Seu povo .

8-19 Por meio das ofertas, o povo externa sua gratidão e recebe o perdão divino.
Podemos afirmar, pois, que as ofertas facilitam a comunhão entre Deus e Seu
povo.

8-20 Levítico também nos apresenta regulamentos a respeito de várias festas que o

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povo deve celebrar em épocas determinadas (23-25). Servem elas para lembrar
Israel sistematicamente dos grandes feitos de Deus , do Seu amor e cuidado para
com Seu povo .

8-21 Assim facilitam a comunhão entre Deus e Seu povo tanto as ofertas que o
povo traz como as festas que eles celebram.

8-22 Qual a função das ofertas e festas descritas em Levítico? Elas facilitam a
comunhão entre Deus e Seu povo .

8-23 E esta ênfase nas ofertas e festas não é de se admirar, porque o tema de
Levítico é: “Portanto vós sereis santos porque eu sou santo”.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9a).

LEITURA EXIGIDA

Lv 11.41-45; 16.1-10; 19; 25; Hb 8-10.

Passemos agora para o estudo de Números.

RESUMO: NÚMEROS

Números deve seu nome aos recenseamentos do exército e dos levitas (a tribo
sacerdotal) em 1-4. Também há um recenseamento relatado no capítulo 26. Além
desses, há preceitos para a vida da comunidade e o culto (3-8; 15; 18-19; 27-30),
sendo nestes introduzidos relatos sobre a jornada de quase quarenta anos para a
Terra Prometida: as codornizes (=codornas) (11), a sedição de Miriã e Arão (12), os
doze espiões (13-14), a rebelião de Coré, Datá e Abirão (16), a vara de Arão (17), o
pecado de Moisés (20), a serpente de bronze (21), Balaão (22-24) etc. Fica muito
evidente a rebeldia do povo contra seus líderes e contra Deus. Quanto mais
impressionante, pois, é o fato de que constantemente no livro é dito: “Disse o
Senhor a Moisés....”. Assim Deus continua fiel ao Seu povo e ao Seu plano, e
defende Moisés, apesar das falhas deste (20).

O Senhor ia adiante deles.

8-24 O livro de Números dá prosseguimento à história da jornada do povo pelo


deserto .

8-25 Na Bíblia hebraica, a primeira palavra em Números é justamente esta:


“deserto”. Por isso o próprio livro tem sido chamado “Deserto” pelos judeus, um

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nome muito certo, porque bem resume o conteúdo principal do livro que nós
chamamos Números .

8-26 Agora, “deserto” quer dizer o que?


a) uma terra que mana leite e mel
b) um lugar extremamente inospitaleiro
c) uma área frutífera e segura.

8-27 É fácil compreendermos, pois, que, nesta temporada no deserto, os israelitas:


a) alegravam-se todo dia
b) sempre davam graças por estarem livres dos egípcios
c) eram severamente tentados.

8-28 Apesar da “Presença”, do Anjo do Senhor e do tabernáculo estarem


acompanhando-os, os israelitas esqueciam que, na jornada, Deus estava com
eles.

8-29 Apesar de terem presenciado tantos prodígios operados pelo Senhor, os


israelitas murmuravam constantemente, desejando até voltar para o Egito .

8-30 Não somente Core, Data e Abirão se rebelam (16.1-19), mas também os
próprios líderes – Miriã e Arão (12.1-2), e até mesmo Moisés (27.13-14); Para que
Sua ira, pois, não extermine esse povo incrédulo (13.31-33) e insatisfeito, Deus deve
ser:
a) tardio em irar-se
b) santo
c) poderoso.

8-31 É justamente esta longanimidade que Moisés, numa das suas muitas
intercessões pelo povo confessa: “O Senhor é longânimo...” (14.18). Na face da
rebeldia constante do Seu povo, Deus se revela como longânimo .

8-32 É verdade, o Senhor “não inocenta o culpado...” (14.18). Repetidas vezes o


povo experimenta a ira de Deus. E uma geração inteira, inclusive Moisés, é
impedida de entrar na terra prometida (14.29-30,32; 20.12,24; 32.11-13), havendo de
perecer no deserto .

8-33 Sim, o Senhor bem pode irar-se. Mas olhe como Ele sempre apaga Sua ira e
ouve as intercessões do Seu servo Moisés !

8-34 Veja como o Deus longânimo abençoa Seu povo, ainda que este seja rebelde:
a) Mandando-lhe maná e codornizes (Ex 16.1-21; Nm 11.31-35);
b) Designando 70 anciãos para ajudar a Moisés (11.16-30);

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c) Providenciando-lhe água (20.6-11);


d) Entregando nas mãos de Israel seus adversários (21.1-3,3-35; 31.1-12);
e) Proporcionando-lhe a serpente de bronze (21.8-9);
f) Abençoando-o por meio de Balaão (22-24);
g) Designando Josué para ser o sucessor de Moisés como líder do povo (27.18-23).
É assim que Números apresenta Deus como longânimo para com Seu povo tão
rebelde.

8-35 Os quarenta anos no deserto, portanto, deram a oportunidade ao povo de


conhecer a seu Deus .

8-36 Aquilo que o povo necessitava era:


a) confiar no Senhor
b) um conhecimento teórico de Deus
c) saber que Deus pode fazer tudo.

8-37 Israel precisava de aprender confiar no Senhor, e para esta finalidade o povo
marchou por quarenta anos no deserto .

8-38 No capítulo 33 verificamos o itinerário do povo nesses quarenta anos. Mas


muito mais importante do que o roteiro geográfico foi sua peregrinação espiritual,
pois acompanhando o povo em marcha estava Deus .

8-39 E que jornada difícil! Uma multidão de escravos desorganizados, às vezes


parados por muito tempo nos acampamentos, conhecendo a derrota às mãos dos
inimigos e, uma vez chegados à Terra Prometida, verificando que ela já estava
habitada. E, além do mais, Israel passou esse tempo todo no deserto .

8-40 Mas não foi em vão: justamente no deserto o povo devia aprender a
confiar no Senhor.

8-41 O deserto é a terra “sem forma e vazia” (Gn 1.2), onde os deuses pagãos de
fertilidade não mais funcionam. Mas é justamente nessa divisa da criação que o
Senhor mostra Seu poder e Sua glória!

8-42 Dt 8.2-5 resume muito bem o propósito do Senhor para com Seu povo. Leia,
por favor, este trecho na sua Bíblia. São palavras lindas, não são? Lemos aqui que
no deserto o Senhor queria:
a) castigar um povo rebelde
b) disciplinar Seu filho
c) aniquilar uma geração.

8-43 Pela disciplina paternal do Senhor no deserto, Israel devia aprender a

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confiar no Senhor .

8-44 Assim os ex-escravos tornaram-se o povo de Deus durante sua jornada pelo
deserto .

8-45 Porque foi no deserto que eles aprenderam que deviam confiar no Senhor
ou em Deus.

8-46 O tema de Levítico está resumido em Lv 11.45b: “Portanto vós sereis santos,
porque eu sou santo”.

8-47 As ofertas e festas descritas em Levítico facilitam a comunhão entre Deus e


Seu povo.

8-48 No livro de Números, Deus Se revela como longânimo .

8-49 Através da sua jornada pelo deserto, o povo devia aprender a confiar no
Senhor.

Devia “entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo que procede da
boca do Senhor, disso viverá o homem” (Dt 8.3).

LEITURA EXIGIDA

Nm 6.2227; 11; 12; 13-14; 21.4-9; Jô 3.14-15; 1 Co 10.1-13; Nm 22-24; Dt 8.1-5.

PARA REFLEXÃO

1. Procure a frase “ao Senhor” no livro de Levítico. Qual o significado dela?

2. É verdade que Levítico se preocupa especialmente com os ritos do culto. Mas a


preocupação com a lei moral também não lhe falta (19, por exemplo). Qual o
significado de 25.23 para o Brasil de hoje?

3. Qual a importância de “sangue” no sistema sacrificial? Veja Lv 17.11.

4. Estude os conceitos de “limpo-imundo” e sacrifício nos profetas (Os 6.6; Am 4.1-


5; 5.21-25; Is 1.10-17; 6.5; Jr 13.27) e no Novo Testamento (Mc 7.1-23; At 10.11.18;15;
AP 21.4,27). Pode achar uma referência a esta distinção entre limpo e imundo na
Literatura de Sabedoria?

5. Você sente que certas coisas ou atividades – como relações sexuais, sangue, a
morte, certos animais etc. – tornam uma pessoa “imunda”?

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6. Como Levítico pode nos ajudar a interpretar Sl 51.5? O que está dizendo o
salmista neste versículo?

7. Quais as festas celebradas na sua igreja? Somente a Ceia do Senhor? Deve haver
outras?

8. Em que sentido o conceito de “sacrifício” ou “oferta” da parte do crente funciona


na Igreja? Veja Rm 12.1; Hb 13.15-16; 1 Pe 2.5.

9. Faça um estudo de algumas referências ao deserto, tais como Sl 78.12-54; 106.6-


33; Is 40.1-11; 43.14-21; 48.21; Os 2.14-15; Mt 2.19-4.11; 1 Co 10.1-13; Hb 3.7-19.

10. Olhe o itinerário relatado em Nm 33, procurando traçá-lo num mapa. Se os


israelitas se serviram de burros, e não de camelos, isto explica por que eles não
seguiram por um caminho mais reto: precisaram sempre ficar perto de oásis e
pastos para seus animais.

LEITURA ADICIONAL

Em um dicionário bíblico ou teológico, consulte estes verbetes: festas, puro


(impuro), sacrifícios, sangue, santo.

Desejamos agradecer a J. van der Werf uma parte do material a respeito do


“deserto”.

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