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DOGMATISMO

A palavra dogmatismo vem de dogma (crença, opinião). O dogmatismo é uma


corrente filosófica que acredita que a razão humana pode chegar ao conhecimento da
verdade absoluta. O dogmático não vê problema no processo do conhecimento. Uma
pessoa dogmática pode ser entendida como aquela que possui uma crença considerada
indiscutível, infalível e que não seja possível de ser questionada.
A aceitação da origem do mundo pela teoria do Big Bang, pela teoria da evolução
ou ainda pela visão de uma religião que define regras para explicar vários fenômenos
da vida podem ser exemplos de dogmas. Filósofos dogmáticos: Platão, Aristóteles.
O dogmatismo filosófico é o oposto do ceticismo (corrente filosófica que
acredita na impossibilidade de se chegar as verdades absolutas) expressa uma
confiança na razão humana onde é possível chegar as verdades absolutas, certas e
seguras sobre as coisas. Kant, filósofo alemão iluminista, diria que o dogmatismo é “toda
atitude de conhecimento que consiste em acreditar estar de posse da certeza ou da
verdade antes de fazer a crítica da faculdade de conhecer”.
O dogmatismo religioso pode ser entendido como um conjunto de dogmas
(regras, doutrinas, inquestionáveis). A bíblia por exemplo é um livro com vários dogmas
à exemplo a santíssima Trindade, a ressureição de Cristo, que Cristo é o messias e filho
de Deus, etc.

Em um sentido pejorativo o dogmatismo também pode ser classificado como


uma atitude de aceitar uma ideia, posição ou opinião sem coloca-la em questionamento,
revisão ou dúvida, dessa forma o sujeito atua como passivo no processo do
conhecimento (o que é perigoso). O dogmatismo pode ser associado também ao
autoritarismo e imposição de verdades que não podem ser questionadas, duvidadas
e/ou reformuladas.
PATO OU COELHO?

CETICISMO

Doutrina
filosófica sobre o
conhecimento
humano que
surgiu na Grécia
por volta do
século III a.C. A
palavra
Ceticismo vem
do grego
Sképsis que significa aquele que investiga, questiona. Podemos classificar o cético
como aquele que não toma posição, não afirma nem dúvida, não elabora juízo sobre
algo afim de evitar perturbações em sua alma, permanece sempre na procura,
mantendo a mente aberta.
Para os céticos o conhecimento da realidade em si mesma é impossível,
deveríamos, portanto, do ponto de vista cético, suspender o julgamento sobre as coisas
e coloca-las constantemente em dúvida.
Observe a imagem:
Olhando essa imagem podemos elaborar vários julgamentos como: é uma tribo
indígena, estão fazendo um ritual, o homem no centro é o cacique da tribo, etc. Tais
julgamentos podem classificados como dogmáticos por alegarmos conhecer a verdade
simplesmente pela imagem. Ou ainda, podemos tomar uma posição cética alegando
que não é possível afirmar nada sobre a imagem, ela não fornece uma forma de
conhecimento seguro, podemos nos equivocar quanto a qualquer julgamento.
Diante disso, os céticos diriam é a única atitude viável diante da imagem é fazer
o ideal cético que é a epoché, o que pode ser entendido como não julgar, não pensar o
que é ou não é a imagem. O ceticismo adotou diferentes características na história, O
ceticismo clássico por exemplo surge na Grécia antiga com Pirro de Élida (365 a.C
270 a.C). Este filósofo nunca escreveu nada (assim como Sócrates), tudo o que
sabemos dele se deu através dos escritos de terceiros. A filosofia de Pirro visa a
ataraxia (tranquilidade da alma). Algumas anedotas sobre Pirro alegam que ele era
capaz de suspender o juízo em situações muito desesperadoras ou angustiantes. Uma
dessas histórias alega que Pirro via um de seus amigos se afogando em um lago e o
mesmo ficou neutro e seguiu seu caminho. Pirro é descrito sob diversas características
como: Não simpático, alguém que não se afetava pelas emoções, tampouco pelo que
via.
Porém a própria posição de Pirro pode ser entendida como dogmática. O filósofo
alega que não é possível se chegar à verdade, mas é necessário continuar em uma
busca incessante por esta. Logo, ao dizer que não é possível se chegar a verdade o
filósofo está fazendo uma afirmação ou juízo.

Fonte da tirinha: https://cursoenemgratuito.com.br/ceticismo-e-a-vida-comum/

No período moderno, podemos citar o filósofo René Descartes. O filósofo não


era um cético, procurava inclusive demonstrar a existência de Deus. Desenvolveu um
método que era a chamado de dúvida metódica em que desconstrói todo o
conhecimento que possui submetendo-o ao crivo da dúvida. Descartes colocou tudo o
que sabia sob dúvida chegando à conclusão a sua famosa frase penso, logo existo.
Para se opor aos céticos Descartes apresentou a hipótese do gênio maligno.
Você pensa que existem algumas crenças que são difíceis de contestar. Mesmo o maior
dos céticos não poderia negar que podemos saber isso. Por exemplo, que dois mais
dois é quatro ou que existe diante de você um texto o qual está lendo. Como não
acreditar nisso? O filósofo alegou que até disso podemos estar enganados. Então ele
pensa: E se esse gênio maligno estiver nos enganando o tempo todo? Mesmo eu vendo
o texto o que me garante que isso não é uma ilusão criada pelo gênio?
Material de apoio:
CHINAZZO, Suzana Salete Raymundo. Epistemologia das ciências sociais. 1. ed.
Curitiba: InterSaberes, 2013.
JAPIASSÚ Hilon.; MARCONDES Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
VOGT KATJA. Ancient Skepticism: The Stanford encyclopedia of philosophy.
Disponível em: <https://plato.stanford.edu/archives/fall2018/entries/skepticism-
ancient/#PyrSke>. Acesso em: 22 abr. 2020.
GODOY William. Ceticismo: Significado e 6 argumentos céticos. Disponível em: <
https://filosofianaescola.com/conhecimento/ceticismo/>. Acesso em: 22 de abr. 2020.

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