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É uma consequência natural (ou deveria ser) para aqueles que cometem
irregularidades no serviço público. Contudo, infelizmente, temos recebido
muitos casos de servidores honestos e dedicados que acabam sendo
vítimas de PAD’s, com a única e exclusiva finalidade de perseguição. E isso
não é correto!
O servidor que responde PAD por perseguição fica ansioso, pelo receio de uma
possível demissão, passa a ser visto com maus olhos por colegas de repartição,
tem que participar de reuniões tensas com a comissão que processa o PAD.
Muitos acabam adoecendo ou desenvolvendo problemas físicos e
psicológicos graves.
Em vista de todo esse contexto, tem outro fator que piora ainda mais a
situação do servidor: o excesso de prazo do PAD. Prolonga-se o PAD como
uma espécie de punição ainda maior para o servidor perseguido. Daí surge
uma questão: se houver excesso de prazo em um PAD, ele pode ser anulado?
Então é possível que, legalmente, o PAD possa se arrastar por até 120
dias.
Lembrando que esse prazo deve ser contato a partir do ato que constitui a
comissão, e não do primeiro ato da comissão. Por exemplo, se o primeiro ato
da comissão instaurada for uma reunião para analisar documentos e ocorra no
dia 20 do mês, mas a comissão foi instaurada por portaria no primeiro dia do
mês: o prazo começa a ser contado do primeiro dia, não do dia 20. Assim,
mesmo que a comissão constituída por uma portaria demorar para se reunir e
iniciar os trabalhos, o prazo continua correndo normalmente.
Mas, além do excesso de prazo, o que mais é preciso para pedir a anulação do
PAD?
Para o STJ, para anular um PAD é preciso que o servidor prove que o excesso
de prazo cause efetivo prejuízo à sua defesa. Há uma decisão desta corte
(MS 16.554, de 2014) que traz um caso insólito.
Como não houve nenhum prejuízo para sua defesa, mesmo ele estando
afastado do cargo, o STJ entendeu que o excesso de prazo não justificaria a
nulidade do PAD.
Conclusão
Na verdade, existem vários motivos para anular um PAD, e falaremos deles
com maiores detalhes em outra oportunidade. O importante aqui é saber que o
simples excesso de prazo não é motivo para anulação de um PAD.
O que até certo ponto é justificável, pois o objetivo deste tipo de processo é
apurar irregularidades no serviço público e punir os responsáveis. E isso
muitas vezes pode levar tempo. O que não se justifica é a Administração usar o
tempo para prejudicar a defesa do servidor no processo, violando seus direitos
ao contraditório e à ampla defesa.