A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, que
perpassa todos os níveis da Educação Básica do país e está prevista na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu art. 37º § 1º diz
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos
jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caraterísticas do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. (LDB 9394/96, art. 37º § 1º). A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada.
Permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo e, dessa
forma, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho. A EJA é ofertada tanto no ensino presencial, como à distância (EAD), com o objetivo principal democratizar o ensino da rede pública no Brasil. Anteriormente, a EJA era conhecida como supletivo. Hoje, é o programa e dividido em etapas, com abrangência do ensino fundamental ao médio. EJA Ensino Fundamental: destinada a jovens a partir de 15 anos que não completaram a etapa entre o 1° e o 9° ano. Nessa etapa, os alunos são inseridos no processo de ensino-aprendizado e são estimulados a novas formas de aprender e pensar. Tem duração média de 2 anos para a conclusão.
EJA Ensino Médio: destinada a alunos maiores de 18 anos que não
completaram o Ensino Médio, que completa a Educação Básica no Brasil. Ao concluir essa etapa, o aluno está preparado para realizar provas de vestibular e Enem, para ingressar em universidades. O tempo médio de conclusão é de 18 meses. As disciplinas da Educação de Jovens e Adultos estão de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, que define aprendizagens necessárias para o desenvolvimento do aluno na Educação Básica do país, sendo elas:
Ensino Fundamental Ensino Médio
Língua Portuguesa História Sociologia Ciências Filosofia Matemática Língua Portuguesa Inglês Inglês Artes Artes Educação Física Educação Física Ciências História Matemática Geografia Química Física A certificação da EJA era chamada, até alguns anos atrás, de Exame Supletivo. A prova avalia as competências dos estudantes para a obtenção do certificado de conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. Quem estudou por conta própria ou por outros programas, que não tenham ligação com a EJA, também pode inscrever-se nesses exames para conquistar o certificado. A prova EJA Ensino Fundamental é realizada pelas secretarias municipais ou estaduais de educação. O aluno deve informar-se em seu município sobre as datas e documentos necessários para a inscrição, assim como sobre o dia e o local da prova. A inscrição é gratuita e o aluno precisa ter pelo menos 15 anos para realizar o exame e pleitear o certificado da EJA.
Assim como para o Ensino Fundamental, a prova EJA
Ensino Médio também pode ser realizada pelas secretarias municipais ou estaduais de educação. Respeitar o tempo, a trajetória e a faixa etária dos alunos são essenciais para lidar com todos os alunos, mas, especialmente, com aqueles que retornam à escola na vida adulta.
Ensinar jovens e adultos é um ato de empatia, não importa qual seja
o momento da vida, todos estamos constantemente aprendendo.
A ação coordenadora e formadora junto aos professores iniciantes
de EJA deve passar por algumas observações e considerações. 1. As trajetórias dos educandos
Cada educando tem uma trajetória e, no momento de ensinar,
deve-se considerar essas trajetórias e trazê-las para dentro da aula. Não ouvi-las com ouvido de mercador. Elas devem ser entrelaçar à aula, fazer parte dela. E isso só é possível quando buscamos, antes, conhecer ativamente nossos alunos. 2. Respeitar o tempo de cada um
Não podemos jamais nos esquecer de que cada educando tem
seu tempo. No caso de jovens e adultos, isto é importantíssimo! Achar que todos aprenderão do mesmo modo ou no mesmo tempo levará ao desânimo daqueles que, por este ou aquele motivo, não conseguem acompanhar a turma.
Não significa que esperaremos todos chegarem ao mesmo ponto,
o que é igualmente um desastre. Significa sim que vamos estabelecer em nossa aula, plano, objetivos para que cada qual avance dentro de suas potencialidades e de acordo com seu momento. 3. Cada faixa com suas especificidades
Um risco muito comum (e frequente) é infantilizar os educandos.
Isso acontece, às vezes, involuntariamente, na forma de falar com eles, de cobrá-los, ou ainda nos tipos de atividades que se propõe em sala de aula.
Às vezes, esse é um movimento inclusive desejado pelo aluno, que
traz consigo uma imagem da escola que não pôde frequentar quando criança. Mas, o ato infantil também é um dos motivos que afastam os jovens e adultos da escola. Daí que a postura do professor de EJA não deve negligenciar nunca o fato de que somos adultos lidando com jovens ou adultos.
Este princípio da relação deve estar
presente em conversas, mais também no material que levamos para a sala de aula. Temas, leituras, exercícios devem ilustrar e dialogar com o mundo que eles efetivamente vivem. Daí o cuidado que devemos ter com materiais que sejam trazidos das turmas regulares. 4. Respeitar a diversidade
Uma sala de EJA seja a melhor amostra de como nossa sociedade é
diversa. As turmas da escola em que trabalho, por exemplo, reúnem jovens que não se adaptaram à escola tradicional, jovens em conflito com a lei, pessoas com deficiência física e intelectual, homossexuais, travestis, transexuais, idosos, mulheres, negros, trabalhadores.
Todos estão ali, fisicamente juntos no mesmo espaço e a postura do
professor e prática em sala de aula deve dialogar com todos. 5. Motivar sempre e jamais desistir
A baixa autoestima é encontrada em muitos educando de EJA. Suas
trajetórias de dificuldades de toda ordem, sua experiência muitas vezes traumática com uma escola excludente, as adversidades que enfrentam para frequentar a sala de aula são grandes barreiras que esses alunos precisam transpor para acessar, permanecer e concluir com sucesso. Lidar com elas é um dever constante do professor de EJA. Um educador desta modalidade que acredita que seu papel é exclusivamente ensinar conteúdos de uma determinada disciplina está fadado ao fracasso. Ensinar jovens e adultos pressupõe um envolvimento maior do professor com seus alunos. Ele precisa se aproximar, ouvir, conversar, compreender os problemas (da aprendizagem e da vida) e estimular seus educandos. Sem esse tête-à-tête, qualquer esforço será em vão.
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