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AÇÃO:

A ação é o direito que uma parte (ou seja, o autor ou demandante) tem de iniciar um processo judicial para buscar uma solução
para uma disputa ou reivindicação legal. A ação é o instrumento legal que permite que um indivíduo ou entidade leve seu caso
perante um tribunal. Para que uma ação seja válida, ela geralmente deve cumprir os seguintes elementos:

Interesse de agir: O autor deve ter um interesse legítimo na resolução do conflito. Isso significa que ele deve ser diretamente
afetado pela disputa.

Possibilidade jurídica do pedido: O pedido do autor deve ter base em uma norma legal existente, ou seja, deve haver uma lei ou
regulamento que ampare a reivindicação.

Legitimidade das partes: As partes envolvidas devem ser as partes corretas para resolver a disputa. Por exemplo, uma pessoa não
pode processar outra pessoa em nome de um terceiro, a menos que tenha autorização legal para fazê-lo.

Processo:

O processo é o procedimento legal que ocorre após a apresentação da ação. Envolve todas as etapas desde a apresentação da ação
até a decisão final do tribunal. O processo é projetado para garantir que ambas as partes tenham a oportunidade de apresentar
seus argumentos e evidências, e que o tribunal tome uma decisão justa com base na lei e nos fatos apresentados.

Exemplos:

Divórcio: Se um casal decide se divorciar, um dos cônjuges (o demandante) deve apresentar uma ação de divórcio perante um
tribunal. Neste caso, a ação é o pedido de divórcio, e o processo envolve a citação do outro cônjuge, a apresentação de
documentos financeiros, a negociação de acordos de custódia de filhos e divisão de propriedades, e, finalmente, a emissão do
decreto de divórcio pelo tribunal.

Reivindicação de danos em um acidente de carro: Se alguém sofre danos em um acidente de carro causado por outra pessoa, ele
pode apresentar uma ação por danos pessoais contra o motorista responsável. A ação nesse caso seria o pedido de indenização
por danos pessoais, e o processo envolve a coleta de evidências, depoimentos de testemunhas, negociações de liquidação e, se
necessário, um julgamento para determinar a responsabilidade e os danos a serem pagos.

Disputa de locação: Se um locatário e um proprietário têm uma disputa sobre questões de aluguel, como reparos não realizados, o
locatário pode apresentar uma ação de reparo de aluguel perante o tribunal. A ação nesse caso seria o pedido de reparos, e o
processo envolve a notificação ao proprietário, uma audiência judicial, e a decisão do tribunal sobre a obrigação do proprietário de
fazer os reparos.

ELEMENTOS DA AÇÃO

Partes legítimas: As partes envolvidas na ação devem ser as partes corretas para resolver a disputa. Isso significa que o autor
(quem move a ação) deve ter legitimidade para apresentar o caso, e o réu (a parte contra quem a ação é movida) deve ser a pessoa
ou entidade correta a ser demandada. Por exemplo, um terceiro que não está diretamente envolvido na disputa geralmente não
pode mover uma ação em nome de outra pessoa, a menos que tenha autorização legal para fazê-lo.

Interesse de agir: O autor deve ter um interesse real e legítimo na resolução da disputa. Isso significa que o autor deve ser
diretamente afetado ou prejudicado pelo problema que está buscando resolver através da ação. Não é permitido iniciar uma ação
apenas por curiosidade ou interesse acadêmico.

Causa de pedir: A causa de pedir, também conhecida como "causa de ação", é o conjunto de fatos e circunstâncias que
fundamenta a reivindicação do autor. Em outras palavras, o autor deve apresentar os fatos que justificam legalmente sua ação. Por
exemplo, se alguém está processando por danos pessoais decorrentes de um acidente de trânsito, a causa de pedir incluiria
detalhes sobre o acidente, lesões sofridas e alegações de negligência do réu.

Pedido ou pretensão: O pedido é a reivindicação específica que o autor faz ao tribunal. Ele deve ser claro e preciso, indicando
exatamente o que o autor está buscando. Por exemplo, em uma ação de divórcio, o pedido pode incluir a solicitação de dissolução
do casamento, guarda de filhos, pensão alimentícia, divisão de propriedades, entre outros.

Fundamento jurídico: A ação deve estar fundamentada em uma base legal válida. Isso significa que deve haver uma lei,
regulamento ou princípio jurídico que dê suporte à reivindicação do autor. O autor deve citar as leis ou regulamentos aplicáveis em
sua ação.

Prova pré-constituída (em alguns sistemas legais): Em alguns sistemas legais, é necessário que o autor apresente evidências ou
documentos relevantes junto com a ação, conhecidos como "prova pré-constituída". Essa prova pode ser crucial para apoiar a
reivindicação desde o início do processo.

Competência do tribunal: O autor deve apresentar a ação perante um tribunal competente, ou seja, um tribunal que tenha
jurisdição sobre o assunto em questão. A jurisdição refere-se ao poder do tribunal para lidar com determinados tipos de casos com
base em sua localização geográfica e área de competência.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

. Pressuposto de Jurisdição:

Definição: Refere-se à competência do tribunal para julgar um caso específico.

Exemplo: Se um litigante deseja processar um caso de divórcio, deve fazê-lo no tribunal que tem jurisdição sobre casos de família
na jurisdição em que as partes residem.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigo 42.

2. Pressuposto de Citação Válida:

Definição: As partes envolvidas no processo devem ser devidamente notificadas de sua inclusão no processo.

Exemplo: Uma citação adequada é aquela em que o réu é notificado de maneira apropriada sobre a ação e tem a oportunidade de
se defender.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigos 238 a 250.

3. Pressuposto de Petição Inicial Válida:

Definição: A petição inicial deve cumprir os requisitos legais, incluindo uma exposição clara dos fatos e das reivindicações do autor.

Exemplo: Em uma ação de cobrança de dívidas, a petição inicial deve especificar o valor da dívida, a data em que a dívida foi
contraída e outros detalhes relevantes.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigos 319 a 330.

4. Pressuposto de Capacidade das Partes:

Definição: Todas as partes envolvidas no processo devem ter capacidade legal para participar de um processo judicial.

Exemplo: Uma pessoa menor de idade normalmente não tem capacidade para processar ou ser processada sem representação
legal adequada.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigos 70 a 76.

5. Pressuposto de Legitimidade das Partes:Definição: As partes devem ser as partes corretas para a ação, ou seja, aquelas com
interesse legítimo na disputa.Exemplo: Em um caso de herança, somente os herdeiros legais têm legitimidade para disputar a
validade de um testamento.Artigo relacionado (CPC/2015): Artigo 485, VI.

6. Pressuposto de Interesse Processual:

Definição: As partes devem ter um interesse legítimo e atual na resolução da disputa.

Exemplo: Uma pessoa não pode mover uma ação judicial apenas por curiosidade ou interesse acadêmico; deve haver um interesse
real na resolução da disputa.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigo 485, IV.

7. Pressuposto de Possibilidade Jurídica do Pedido:

Definição: A reivindicação apresentada no processo deve ter uma base legal válida.

Exemplo: Não é possível mover uma ação para anular um contrato válido a menos que haja fundamentos legais, como fraude ou
erro.

Artigo relacionado (CPC/2015): Artigo 485, VI.

8. Pressuposto de Ausência de Litispendência e Coisa Julgada:

Definição: Não é permitido que duas ações idênticas sobre o mesmo assunto estejam pendentes ao mesmo tempo (litispendência),
e uma ação sobre a qual já houve decisão final (coisa julgada) não pode ser movida novamente.

Exemplo: Se um processo sobre uma disputa de propriedade já foi julgado e a decisão tornou-se definitiva, uma nova ação sobre a
mesma disputa não pode ser iniciada.

CONCEITO COMPETENCIA MATERIALE TERRITORIAL

Competência Material:
A competência material (também conhecida como competência em razão da matéria) se refere à autoridade de um tribunal para
julgar casos de uma determinada natureza ou categoria. Isso significa que certos tipos de casos são atribuídos a tribunais
específicos com base na natureza legal da disputa. Aqui estão alguns exemplos:

Tribunal de Família: Este tribunal possui competência material para lidar com casos relacionados a questões familiares, como
divórcio, guarda de filhos, pensão alimentícia e adoção.

Tribunal Criminal: Tem competência material para julgar casos criminais, como homicídios, roubos, tráfico de drogas e outros
crimes.

Tribunal do Trabalho: Responsável por casos de direito do trabalho, incluindo disputas trabalhistas, demissões injustas e questões
de salários não pagos.

Tribunal de Comércio: Tem competência material para casos comerciais, como litígios entre empresas, falências e questões
contratuais.

Tribunal de Família e Menores: Alguns sistemas jurídicos têm tribunais separados para lidar com questões de família e questões
relacionadas a menores, como abuso infantil e adoção.

Competência Territorial:

A competência territorial se refere à autoridade de um tribunal com base na localização geográfica. Isso determina qual tribunal
específico, dentro de uma jurisdição maior, tem jurisdição sobre um caso específico com base em sua localização geográfica. Aqui
estão exemplos que ilustram a competência territorial:

Tribunal do Distrito de São Paulo: Se um evento ou disputa ocorre na cidade de São Paulo, o tribunal do distrito de São Paulo pode
ter competência territorial sobre o caso.

Tribunal da Comarca de Lisboa: Em Portugal, se uma disputa ocorre na área de Lisboa, o tribunal da comarca de Lisboa pode ser o
tribunal com competência territorial.

Tribunal de Nova York: Nos Estados Unidos, se um evento ocorre no estado de Nova York, o tribunal do condado onde o evento
ocorreu pode ter competência territorial sobre o caso.

Tribunal Distrital de Londres: No Reino Unido, se uma disputa ou evento ocorre em Londres, o tribunal distrital de Londres pode ter
jurisdição territorial.

PARTES

No contexto jurídico, "partes" refere-se às pessoas ou entidades envolvidas em um processo judicial. Isso inclui o demandante (ou
autor), que move a ação legal, e o demandado (ou réu), contra quem a ação é movida. Além disso, podem haver terceiros,
assistentes, curadores especiais e outras partes com funções específicas em determinados casos. Cada parte tem direitos e
responsabilidades ao longo do processo, com o tribunal garantindo um procedimento justo e imparcial.

LISTISCONSORCIOA TIVO , PASSIVO,MIXTO,FACULTATIVO E OBRIGATORIO

O litisconsórcio é um conceito jurídico que se refere à situação em que há mais de uma parte, seja como autores (litisconsórcio
ativo), réus (litisconsórcio passivo), ou ambas (litisconsórcio misto), em um único processo judicial. O litisconsórcio pode ser
classificado em diferentes tipos com base na sua natureza e nas circunstâncias do caso. Aqui estão as principais categorias de
litisconsórcio:

Litisconsórcio Ativo:

Definição: O litisconsórcio ativo ocorre quando há múltiplos autores ou demandantes em um único processo judicial, todos
buscando a mesma reivindicação contra a mesma parte ou partes.

Exemplo: Um grupo de três herdeiros que desejam mover uma ação conjunta para reivindicar sua herança após a morte de um
parente falecido.

Litisconsórcio Passivo:

Definição: O litisconsórcio passivo ocorre quando há múltiplos réus em um único processo judicial, todos enfrentando as mesmas
alegações e reivindicações dos autores.

Exemplo: Várias pessoas ou empresas são processadas coletivamente por danos causados em um acidente de trânsito, onde os
autores alegam que todos os réus compartilham a responsabilidade pelo acidente.

Litisconsórcio Misto:

Definição: O litisconsórcio misto envolve a presença de múltiplos autores e múltiplos réus em um único processo, geralmente
quando há complexidade na relação jurídica.
Exemplo: Em uma disputa de divórcio, onde um casal está se divorciando e também está em disputa a guarda dos filhos, ambos os
cônjuges podem ser autores e réus, dependendo das questões em disputa.

Litisconsórcio Facultativo:

Definição: O litisconsórcio facultativo ocorre quando a lei permite, mas não obriga, que múltiplas partes se juntem ao processo.

Exemplo: Em um caso de dano à propriedade, a lei permite que os proprietários afetados escolham individualmente se desejam ou
não se juntar ao processo como autores.

Litisconsórcio Obrigatório:

Definição: O litisconsórcio obrigatório ocorre quando a lei exige que todas as partes com interesses relevantes sejam incluídas no
processo, caso contrário, o processo não pode prosseguir.

Exemplo: Em algumas situações de disputa de propriedade coletiva, a lei pode exigir que todos os co-proprietários sejam incluídos
como autores ou réus para que o processo seja válido.

Denunciação da Lide:

Definição: A denunciação da lide permite ao réu principal chamar um terceiro para figurar no processo. O objetivo é que, se o réu
principal for condenado, o terceiro também seja responsável pela indenização.

Exemplo: Um fabricante de pneus (réu principal) é processado por um acidente de carro. O fabricante pode denunciar a
concessionária (terceiro) que vendeu os pneus defeituosos, alegando que, se for condenado, a concessionária deve compartilhar a
responsabilidade.

Chamamento ao Processo:

Definição: O chamamento ao processo permite ao réu chamar outro réu para figurar no mesmo processo, quando há uma relação
jurídica entre eles que pode afetar o julgamento.

Exemplo: Um inquilino (réu original) é processado por danos a uma propriedade alugada. O inquilino pode chamar o proprietário
da propriedade (terceiro réu) para o processo, alegando que o proprietário é parcialmente responsável pelos danos.

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