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28/02/2023

Princípio do dispositivo: significa em termos gerais que o processo civil depende da


vontade das partes, ou seja da vontade do autor e do réu. Em que medida é que o
processo civil que é uma ação está pendente em tribunal está dependente da vontade
das partes? A propria existencia da ação depende da vontade do autor, porque sem
impulso processual não há ação em tribunal. O juiz não pode tomar iniciativa de
desencadear um processo para depois proferir uma sentença.
A este principio opõem-se o principio da oficialidade que é aquele que caracteriza não
o processo civil mas o processo penal, e aqui sim a existencia do processo não deriva
da vontade dos particulares, porque no processo penal quem desenvolve a ação é o
Ministério Público.

Não há processo sem autor, e é-se autor apresentando-se em tribunal e formulando


um pedido, uma pretensão contra alguém; a propria manutenção e continuidade do
processo está dependente da vontade das partes, sendo que podem por termo ao
processo independentemente do juiz querer ou não, pode haver desistência;
confissão, e em muitos aspetos a própria subsistência do processo depende da
vontade das partes.

Plano alegação dos factos;


Por regra o juiz só pode ter em conta no processo os factos que forem alegados pelas
partes - art.º 5, nº1 CPC.
Causa de pedir: são os factos em que o autor fundamenta a sua pretensão;
Exceções: são meios de defesa. Cabe ao autor alegar os factos em que fundamentar a
sua pretensão. Cabe ao autor trazer os factos em que fundamenta o pedido, e cabe ao
réu trazer para o processo os factos em que se baseiam a sua defesa. As exceções que
o legislador está a considerar são as perentórias. A falta de um pressuposto processual
significa uma exceção dilatória porque está a invocar um meio de defesa que se for
julgado improcedente obsta a apreciação do mérito da causa. A diferença é que as
exceções dilatórias são meios de defesa que tem em vista impedir o juiz de conhecer o
mérito da causa, ou seja, a falta de um pressuposto processual positivo ou a
verificação de um pressuposto processual negativo. Nas dilatórias estão em causa
questões processuais, e nas perentórias são aquelas em que o que está em causa são
questões de natureza substantiva, por exemplo: o réu vem dizer que já pagou, isto não
é uma questão processual, está a invocar um facto que extingui um direito de crédito.
Art.º 5 CPC: cabe ao autor e ao réu invocar os factos que sejam importantes para a
posição que adotaram no processo.
Art.º5, nº2 CPC: para além dos factos essenciais que são invocados pelas partes, o juiz
pode ainda considerar os factos: complementares; instrumentais; concretizadores e os
notórios. Esta possibilidade do juiz poder invocar estes factos sem que eles sejam
invocados pelas partes são uma atenuação do princípio do dispositivo, quanto a estes
o juiz não está vinculado ás partes;
As partes limitam o poder de decisão do tribunal
13.15

As partes podem desistir da ação;


As partes podem confessar os factos;
As partes podem transigir;
As partes tem de ter iniciativa/impulso processual
As partes balizam/delimitam a atividade jurisdicional do tribunal
O tribunal não pode condenar em quantidade superior nem em objeto diverso

Art.º 5 CPC

1. Alegação dos factos;


2. Conformação dos factos;
3. Delimitação da atividade jurisdicional dos tribunais

PROCESSO - 5 fases

- articulados;
- gestão inicial do processo e da audiência prévia ou do saneamento e condensação;
- instrução;
- audiência final (discussão e julgamento);
- sentença.

Art.º 10 CPC

Ações declarativas: tribunal declare qual o direito substantivo aplicável aos factos
trazidos a juizo pelas partes (art.º 5 CPC);
- simples apreciação:
- positivas: a parte pede ao tribunal que este declare a existencia de um facto ou
de um direito
- negativas: a parte pede ao tribunal que este declare a inexistência de um facto
ou de um direito. Pode haver réplica - quando serve para o autor se defender do
pedido reconvencional deduzido pelo réu na contestação
Ações executivas: pressupõe-se que o direito esteja declarado e que o tribunal adote
as providencias adequadas á realização de uma obrigação que não foi voluntariamente
suprida;
Ex: penhora - realização coativa (pela força).

Causa de pedir: é o fundamento do pedido


Reconvenção: contra ataque do réu facto ao autor

Art.º 147 CPC


Havendo mandatário tem de elaborar estas peças pelo artigo

07/03/2023

Principio do dispositivo: para haver processo tem de haver iniciativa do autor


Impulso processual: art.º 3. o tribunal não pode resolver algo sem que as partes lhe
peçam
O andamento do processo depende da vontade das partes.
Concretizações práticas: as partes se entenderem podem desistir do processo, neste
caso o autor porque o este é que formula o pedido. O reu tambem o poderá fazer
relativamente ao pedido reconvencional
Pode desistir
- do pedido: extingue o prorpio direito, e não o pode fazer valer em mais lado
nenhum
- da instancia: apenas faz cessar o processo que se instaurou. Se a desistência for
requirida apos o oferecimento da …, etc.
As partes podem transigir (acordar/transação) por mutuo acordo. Podem acordar ou
acabar com um litigio. São livres de transigir em qualquer estado da causa,
dependendo da sua vontade
Confessar: a parte reconhecer os factos que as desfavoreçam e favoreçam a parte
contrária (art.º352 CC)
Art.º 283/285/286 CPC

Ainda se pode concretizar numa outra atuação das partes: art.º 280 CPC: compromisso
arbitral

A vontade das partes que limita/restringe/baliza a atividade jurisdicional do tribunal,


porque este não pode condenar em quantidade superior á que é pedida nem pode
decidir em objeto diverso do que é pedido.

A mora compensa-se através de uma indemnização - mora compensatória (?)


A aplicação do direito está balizada ao pedido deduzido pelo autor
Ainda mais importante tem a ver com os factos: (ação está proposta quando esteja a PI
na secretaria do tribunal) - art.º 552 CPC (artigo importante relativamnete ao
requisitos para a PI).
Pedido ao tribunal
Fundamentação do pedido: tem de estar baseada em factos essenciais que constituem
a causa
Dois elementos fundamentais da PI: causa de pedir e pedido - uma petição em que
falte ou em que sejam indeligiveis ou se a causa for incompatível com o pedido - caso
aconteça a petição é inépta - nulidade do processo, logo o juiz nem aprecia o mérito da
causa - absolvição do reu da instancia (exceção dilatória)

Art.º 5 CPC - importância do principio do dispositivo.


Se o ónus não for exercido existe uma desvantagem
Quer o 562 d) e o 5 Nº1 - factos essenciais que constituem a causa de pedir (aquilo que
fundamenta o pedido). O pedido é a concreta pretensão de tutela jurisdicional que o
autor pretende fazer com ele.
Art.º 581, nº1 CPC: o pedido depende de uma causa de pedir que é constituída por
factos juridicos. No pedido tenho de apresentar a concreta pretensão de tutela
jurisdicional
Os factos é que vão dar origem e explicar o conteúdo de direito. A causa de pedir é o
facto ou conjunto de factos que sustentam e fundamentam o pedido. O art.º 581, Nº4:
nas ações reais a causa de pedir é o facto juridico de onde deriva o direito real
invocado (onde nasce/origem).
Exemplo: o direito de propriedade é um direito real máximo. O direito de propriedade
confere ao seu titular os poderes de usar, fruir e dispor de modo pleno e exclusivo -
art.º 1305 CC
Art.º 1439 CC - o usufruto é tambem um direito real, ainda que menor - 581, nº4 CPC -
a causa de pedir é o facto juridico de onde deriva . O juiz não sabe como é que adquiri
o direito de propriedade - tenho de o dizer sob pena da PI for inepta. Nas ações reais
tenho de explicar como adquiri aquela titularidade (herdar; comprar; usucapião)
Nas outras ações tenho de alegar quer os factos de onde deriva o direito invocado
quer os factos que justificam o seu conteúdo. Tem de se alegar todos os factos
essenciais (todos os factos constitutivos do direito invocado) e partir daqui são
considerados procedentes (?)

O juiz pode ter ainda em conta outros factos:


instrumentais: servem de instrumento para chegar aos essenciais
complementares/concretizadores: factos dos factos essenciais, desde que as partes
tenham possibilidade de se pronunciar. Complementa/completa e o concretizador é
que o densifica (como é que se pagou)
notórios:

Caso prático:
Normas: 1101 e 1102 CC
Eu, Abel, sou proprietário de uma vivenda em Lisboa porque a comprei através de
contrato de compra e venda celebrado em 2000 e desde dessa altura arrendei esse
imóvel ao senhor Bento e situa-se em Oeiras, que é um excelente inclino e paga a
renda a tempo e horas, é inclino modelo, mas sou pai e o meu filho acabou de casar e
é facto notório que em Portugal goza os empréstimos tem juros altíssimos. Ele e a sua
mulher não ganham para poderem pagar uma renda de casa, eu autor tenho direito a
denunciar o contrato de arrendamento porque o meu filho necessita da casa para
morar. Pede então ao juiz que declare a denuncia do contrato de arrendamento.

Com base nesta história como juízes podemos ou não aplicar as normas jurídicas de
direito substantivo que conferem ao senhoria a possibilidade de denunciar o contrato.

Resposta:
A petição Inicial assim apresentada é considerada

Causa de pedir: é constituída por factos juridicos que tem de ser concretos. (art.º 581,
nº4 CPC)
Identidade de causa de pedir: quando procede do mesmo facto jurídico.
Art.º 552, nº1 alinea b) CPC - o autor quando elabora a PI em que propõe a ação deve
expor os factos essenciais que constituem a causa de pedir.
Art.º 5, nº1 CPC - as partes, neste caso o autor tem o ónus de alegar os factos
essenciais que constituem a causa de pedir.
Essenciais: são necessários para que a ação seja julgada procedente.
Nas ações em que se invoca direitos de crédito é necessário alegar todos os factos que
demonstrem esse direito. Nestes casos são todos os factos constitutivos do direito
invocado pelo autor, ou seja, todos os factos que integram o ambito de previsão da
norma juridica que tutelam o interesse do autor.
Se estiverem reunidos todos esses factos o juiz possa aplicar a estatuição - art.º 1101
CC
existe uma norma que tutela este interesse.
Temos de saber se o autor apresentou todos os factos para aquilo que pretende?
acontece é que há uns factos mais essenciais que outros - art.º 5, nº1 - essenciais
Art.º 5, Nº2, alinea b) factos complementares ou concretizadores - todos eles são
essenciais porque sem eles a ação não será julgada procedente.
Existe diferença, o art.º 5, nº2 dá a entender que quanto aos factos complementares
ou concretizadores não tem de ser alegados pelas partes…
A diferença entre uns e outros é que relativamente ao essenciais do nº1 - nucleares ou
estruturantes
Nº2 - complementares
Divergencia doutrinária:
professor Lebre Freitas: todos estes factos integram a causa de pedir, porque todos
eles são factos constitutivos do direito invocado pelo autor, mas a falta de uns e outros
não gera a mesma consequencia. A falta de alegação dos factos essenciais nucleares -
inéptidão da PI - exceção dilatória que leva á absolvição do réu da instancia
A falta de alegação dos factos essenciais complementares - Inconcludência da PI - tem
como consequencia que a ação será julgada improcedente.
Professor Teixeira de Sousa entende que se os factos complementares ou
concretizadores podem resultar da instrução da causa, não cabendo no onus do Nº1,
os complementares não fazem parte da causa de pedir. A causa de pedir é apenas
formada pelos factos do Nº1. mas as consequencias são iguais. Se faltaerm os esenciais
- ineptidão , os concretizadores - inconcludencia

Nucleares - são aqueles factos que permitem identificar, individualziar a concreta


pretensão de tutela jurisdiconal invocada pelo autor.
Se taparmos o pedido ele queria a casa para o filho e conseguimos perceber que está
numa norma juridica. Logo está individualizada a pretensão da tutela jurisdiconal pelo
factos alegados, significa que foram alegados os essenciais ou estruturantes logo não é
inépta.
Comparar os factos com o 1102 e ver se falta algum facto, se faltar falta um facto
complementar

NÃO ALEGOU que não tinha outra casa no concelho de Oeiras, logo não alegou todos
os factos essenciais para que ação seja procedente

14/03/2023

Como distinguir os pedidos alternativos dos subsidiários:


só há possibilidade de deduzir pedidos alternativos em dois casos:
- nos termos do art.º 553 CPC - dedução de pedido alternativo:
1. quando o direito é por sua origem ou natureza alternativo - o CPC trata pelo
lado ativo, mas o CC vamos ao livro do direito das obrigações, existem obrigações
alternativas (art.º 543 CC). Quando no CC se refere ás obrigações alternativas
enquadra-se no que o 553 do CPC aos direitos que por sua origem ou natureza são
alternativos. Basta que cumpra uma obrigação, e exonera-se da outra.
2. quando os direitos se podem resolver em alternativa: quando a ordem juridica
… a pretensão do autor, pode escolher uma delas, direitos que se podem resolver em
alternativa, não em termos de resolução, mas sim no sentido de ficar
tratado/reparado.

O nosso direito substantivo é regulado tendo em conta a noção de situação juridica.


Existem sempre dois lado:
- ativo: regra geral o sujeito é titular de um direito
- passivo: sujeito sujeita-se a um dever/obrigação
Art.º 397 CC
Pedidos subsidiários: pedido á cautela. Quero isto!, mas se for julgado improcedente
então considera-se o outro.
Exemplo: contratos promessa de compra e venda: apenas se obrigam no futuro a
celebrar um contrato definitivo. O A prometeu vender ao B a fração Nº1 de um imóvel
- CPCV (contrato promessa de compra e venda).
O contrato promessa tem uma forma em que tem de ser um documento escrito,
assinado pela parte ou pelas partes (art.º 410 CC, nº2)
Contrato definitivo: escritura ou documento particular autenticado
Nº3: quando se trata de fração autónoma tem de conter as assinaturas
presencialmente reconhecidas e o notário deverá certificar-se da licença de
construção.
Se a lei para o definitivo exigir uma forma como a escritura pública, para o promessa
As partes celebraram mas não reconheceram as assinaturas no otário - logo não se
respeita a forma - violação leva a nulidade.
Regra geral no contrato promessa o promitente comprador entrega ao vendedor um
sinal, para que demonstre está efetivamente interessado em celebrar o contrato
definitivo. Se o que recebeu o sinal não cumprir, o comprador pode pedir a restituição
do sinal em dobro.
O A (comprador) intenta uma ação contra o vendedor alegando que celebrou um
contrato de compra e venda do edificio X, mas ele não compareceu á escritura
Se o promessa for nulo por falta de forma aplicam-se as regras da nulidade.
Se o pedido for improcedente declara-se a nulidade do promessa (art.º 289 CC)….
"ou caso assim não se entenda" "ou"

Quando aparece o "ou" - temos de ver se é subsidiário ou alternativo


O pedido regra geral tem de ser único; geral; fixo; prestação vencida e idóneo; a lei
processual permite que se possam deduzir outros tipos de pedidos.

21/03/2023

Caso prático:
O António intentou uma ação contra Bernardo dizendo que: "comprou ao reu uma
parcela de terreno pelo preço de 100 000 euros por estar convencido que no mesmo
poderia construir uma vivenda".

Decorrido um mês após a compra, verificou que o respetivo projeto de licenciamento


camarário não foi aprovado, pelo que deixou de ter qualquer interesse na manutenção
do contrato.
António terminava PI e pediu-lhe a anulação do contrato de compra e venda e a
condenação do réu no valor que se venha a comprovar corresponder aos danos
sofridos com a aquisição do terreno.

O reu contestou invocando a ineptidão da PI e a inadmissibilidade processual dos


pedidos formulados.

Concorda com a contestação apresentada?

- ineptidão da PI:
Ineptidão da PI: art.º 186, aliena a) CPC: falta a causa de pedir
Não alega factos que permitam identificar a concreta pretensão material (ver matéria
dos erros)
Não conseguindo individualizar a PI é inepta
Art.º 552, Nº1, aliena d): PI deve conter os factos essenciais que constituem a causa de
pedir;
Art.º 5, nº1 CPC: factos essenciais, este são todos aqueles que são necessários á
procedência da ação.
Para um aparte da doutrina a causa de pedir engloba quer os factos essenciais
nucleares ou estruturantes e os complementares ou concretizadores
Porem face ao que diz o art.º 5 CPC: só a falta dos nucleares ou estruturantes que
permitem individualizar a concreta pretensão do autor é o que origina a ineptidão.
Visão mais restrita da causa de pedir.
Só a falta dos essenciais é que dá origem á ineptidão.
A questão está me saber se face á pretensão de anulação e há de indemnização foram
alegados factos que permitam individualizar/identificar a concreta pretensão material
identificada pelo autor.

Pode aceitar-se que a PI é inepta, mas a não ser assim, a não se entender deste modo,
a entender-se que foram alegados factos essenciais nucleares nunca a ação podia ser
julgada procedente porque ela era insuficiente para ser julgada procedente, quer para
um ou para os outro pedidos.

Pode-se sempre entender que é inconclusa para as duas doutrinas, sendo que uma é
mais abrangente do que a outra.
Professor Teixeira de Sousa: não necessitam face ao art.º 5 CPC de ser alegados
A causa de pedir tem de ter todos os factos constitutivos do direito invocado pelo
autor
O erro só é relevante quando nos termos da lei se possa obter a sua anulação, com
base no erro invocado.

Partir do geral de modo a chegar ao concreto. O que o autor tem de fazer na PI; onus;
explicar o que são os factos essenciais; distinguir entre os nucleares e
complementares, mas processualmente há uns que não devem deixar de ser alegados,
que são os essenciais.

Não sabemos de onde vem os danos que o autor alega - não consigo identificar a
petição é inepta.

- inadmissibilidade processual dos pedidos formulados:

Situação de cumulação de pedidos - inadmissibilidade de pedidos. O autor deduz


pedidos cumulativos - processualmente nada há que impeça essa cumulação, porque
eles não são incompativeis, posso pedir a anulação e uma indemnização por danos. O
que acontece é que o autor pela indemnização por danos faz um pedido genérico, e
não faz concreto, ele deveria alegar qual é a situação que o permite fazer o genérico e
não concreto (art.º CPC). Quando é generico o autor tem de alegar o porque de fazer
aquele pedido, o pedido generico, logo era inadmissível porque não sabemos o porque
dele fazer aquele pedido. O pedido deve ser fixo; concreto; prestação fixa e vencida;
adequado;
Art.º 569 CC
Ele tinha de invocar que ainda não sabia quantificar os danos que a situação tinha
causado, para que o juiz possa saber onde vai alicerçar a admissibilidade do genérico,
somente quanto ao pedido de indemnização.

28/03/2023

O Artur recebeu uma carta que diz o seguinte: "fica citado para contestar querendo a
ação acima referida, no prazo de 30 dias devendo constituir mandatário". O Artur
assinou o aviso de receção da carta na data de 28.03.2023.

Ato: citação
Modalidade da citação: citação pessoal.
Citado por via postal, carta registada com aviso de receção -art. º 225, nº2 CPC, sendo
que o aviso de receção é remetido para o Tribunal sendo que fica a sabe que recebeu
no dia 28.03.2023. esta data é importante para a contagem dos 30 dias para efetuar a
contestação.
Não se aplica a regra da notificação do terceiro dia posterior ao da sua elaboração.
O tribunal fica a saber que ele recebeu e o dia em que recebeu - art.º 569 CPC - 30 dias
a contar da citação.

Dia 10.05.2023 - a funcionária do tribunal vê que já passaram os 30 dias para a


contestação, e que este não a apresentou. Entramos numa situação de revelia, dado
que o réu não contestou dentro do prazo.
Citação pessoal R (REVELIA), mas a revelia do Artur pode assumir dois tipos, consoante
ele não conteste nem tenha qualquer tipo de intervenção, ou mesmo não contestando
intervenha no processo. Neste caso estamos perante uma revelia absoluta, porque ele
não dá sinal de nada.

Citação pessoal - revelia absoluta: a funcionária do tribunal vai ter de fazer o processo
concluso entregue ao juiz, para que este, segundo o art.º 566 CPC para verificar se foi
feita de acordo com os termos legais, porque só assim é que o tribunal tem a garantia
que o réu sabe que foi intentada uma ação contra ele, que tem um prazo para o fazer
e quais as consequencias que daí advenha.
Quando não tenha sido feita de acordo com os termos legais, o juiz ordena a sua
repetição.
Quando verifique que tenha sido feita com todas as formalidades legais vai existir uma
consequencia.

Regra geral quando temos uma citação pessoa com revelia absoluta esta situação é
igual a revelia operante, isto porque opera um efeito cominatório semipleno que
consiste em considerarem-se confessados os factos alegados pelo autor na PI, a menos
que se verifique uma das exceções do art.º 568 CPC.
Semipleno porque este apenas opera um efeito probatório e não condenatório.

1.
Nos casos em que o carteiro vai entregar a carta e não está ninguem, e entrega á
Violeta (vizinha), sendo que este lhe deve entregar o mais brevemente possivel, sendo
que assina o aviso de receção, do dia 28.03.2023, sendo que o aviso é remetido para o
tribunal, sendo que quem recebeu a carta foi um terceiro. Nestes casos a secretaria do
tribunal no prazo de 2 dias úteis deve enviar uma carta registada para o réu. O prazo
para contestar conta na mesma desde a citação.
Dia 10.05.2023, e não houve contestação do Artur, e o tribunal não sabe que a Violeta
entregou logo a carta ao Artur.
Neste caso temos uma citação quase pessoal, sendo que tem relevância porque é
equiparada pela lei á citação pessoal - art.º 567 CPC ("devendo considerar-se citado na
própria pessoa"). Falamos em revelia absoluta e operante.

Citação quase pessoal + revelia absoluta = operante, a menos que haja revelia
inoperante

Artur revoltado, escreveu uma carta para o tribunal dentro dos 30 dias para a
contestação - isto é uma situação de revelia porque ele não contesta, mas neste caso é
relativa, porque ele interviu, apesar de não ter contestado.
Revelia relativa operante, a menos que se verifique uma das exceções do art.º 568 CPC
A intervenção do Artur foi a seguinte: constitui advogado, sendo que este se limitou a
juntar a procuração ao processo, encontrando-se em revelia relativa, porque no prazo
da contestação ele interviu, mesmo não tendo contestado.
Revelia operante a menos que se verifique uma das exceções do art.º 568 CPC.

O Tribunal já tinha tentado fazer de tudo para saber onde é que se encontrava o Artur
- citação edital

O Artur passou á porta do tribunal e viu o anúncio em que é réu, tomou conhecimento
e foi ter com o advogado sendo que ainda tinha tempo para contestar, mas não o faz.
Citação edital + revelia absoluta = (consequencia)

O Artur vê o edital e fica chateado, e manda uma carta ao tribunal . Está em revelia
relativa.
citação edital + revelia relativa (sem intervenção de advogado) = revelia inoperante
(art.º 568)

O Artur vê o édito e vai advogado e diz para não contestar, mas este junta procuração
aos autos para saber o desenvolvimento do processo, mas não contesta.
Citação edital + revelia relativa (com intervenção de advogado) = a intervenção do
Artur é uma intervenção qualificada porque no prazo da contestação ele constitui
mandatário. Existe uma maior garantia de saber as consequencias de ser citado, não
contestar e de juntar procuração - revelia relativa operante (art.º 567 CPC)

A citação é dos atos mais importantes do processo (art.º 188 e 191 (atenção ao nº4)
CPC)

09/05/2023

Antonio intentou contra Bernardo e Carla uma ação declarativa dizendo e pedindo o
seguinte:
1º em Janeiro de 2021 entreguei aos réus o automóvel XP de que era proprietário,
acordando com estes que procederiam ao pagamento de 1000 euros por mês até
dezembro de 2021
2º em abril de 2021 enviei uma carta registada com aviso de receção a Bernardo e
Carla solicitando que procedessem ao pagamento dos meses de fevereiro e março pois
ainda não haviam sido pagas as respetivas prestações.
3º Bernardo respondeu pedindo desculpa pela demora e prometendo continuar a
pagar conforme se havia comprometido.
4º Carla não respondeu.
O autor pedia pelo exposto deverão os réus ser condenados pelo pagamento de 11
000 euros ou assim não se entendendo na restituição do automóvel
Bernardo contestou dizendo:
- a PI é inepta
- ter celebrado com o autor um contrato de aluguer do automovel XP
- que a assinatura colocada no aviso de receção referido em (2) e na carta referida em
(3) e a não pertence.
- que não pagou os alugueres de fevereiro e março, pois o automovel tinha uma grave
avaria e nunca chegou a ser utilizado conforme Carla informou o autor.
- o automovel foi deixado por Carla numa oficina de reparações.
- o autor não cumpriu o acordo entregando um automovel que carecia de reparação.

No final da contestação pode ler-se: pelo exposto devo ser absolvido do pedido e o
autor condenado a restituir o valor de 1000 euros correspondente ao mês de janeiro
que liquidei antecipadamente pelo aluguer. Carla citada pelo agente de execução não
contestou. Terminada a fase dos articulados o juiz convocou uma audiencia previa
para os fins previstos nas alienas a e b, do art.º 591, nº1

1. Classifique a contestação: contestação de defesa por exceção dilatória. A


ineptidão dá lugar á nulidade de todo o processo (art.º 577), a nulidade
constitui uma exceção dilatória que impede o juiz de apreciar o mérito da
causa, que pode dar lugar á absolvição do réu da instancia ou remessa para o
tribunal competente (art.º 576, nº2). Se partimos do pressuposto que o que o
autor alega é um contrato de compra e venda, o réu invoca um outro facto
(contrato de aluguer), o que é incompativel com o que o autor disse. No ponto
2 o reu defende por impugnação de facto indireta.

Impugnação de facto direta (3): nega constantemente que assinatura da carta lhe
pertence, contradiz diretamente os factos invocados pelo autor.
4/5 e 6: exceção perentória extintiva, ele invoca o cumprimento defeituoso e
simultaneamente ele utiliza esta fundamnetação para fazer um pedido
reconvencional. Contestação defesa e de reconvenção. É um pedido autónomo.
2. caracterize a revelia de Carla: citação pessoal e uma revelia absoluta - revelia
operante, a menos que se verifique uma das exceções do art.º 568, aliena a). O
outro reu contestou e por
3. Concorda com a designação imediata da audiência prévia, nos termos
indicados?

Os factos que ele invoca permitem individualizar este pedido? Ele invocou os factos
essenciais nucleares ou estruturantes do pedido, entregou e acordou, isto justifica que
ele pode pedir ao tribunal, é suficiente par considerar a petição apta…..
Despacho saneador Art.º 590, nº2 (geral) e 4 (concreto)
O juiz está vinculado ao despacho,

Não!
23/05/2023

Caso prático:

O António intentou uma ação judicial contra Bernardo e Carla dizendo:


1º é proprietário de uma parcela de terreno adquirida por morte do seu pai Daniel
ocorrida no ano 2000
2º que os réus Bernardo e Carla instalaram-se naquele terreno em 2018 aí
construindo uns barracões que passaram a utilizar como armazém.
3º que desde então tem interpelado, por escrito, os réus para abandonarem o
terreno
4º que os réus se recusam a entregar o terreno, apesar do reu Bernardo ter
respondido no sentido de que iria destruir os barracões e devolver a parcela ao
autor.

O autor conclui a PI pedindo que o tribunal reconhece-se que é o proprietário da


parcela do terreno me causa, e em consequencia a condenação dos réus na
restituição imediata do referido terreno.
O reu Bernardo contestou afirmando que:
- os réus foram autorizados, em 2018, a utilizar o imóvel até ao ano de 2025, por
Ernesto, irmão de António, e verdadeiro proprietário da referida parcela do terreno,
conforme declaração (nesse sentido) escrita e assinada por Ernesto e datada de
agosto de 2018, que se junte.

O réu concluiu a petição dizendo que pelo exposto devem os réus ser absolvidos do
pedido, mais se devendo declarar para todos os efeitos que os réus estão
autorizados a utilizar o imóvel até 2025 pelo proprietário do terreno Ernesto.

Carla, citada editalmente, não contestou nem teve qualquer intervenção no


processo.
António, notificado da contestação de Bernardo não respondeu

1 - Elabore o despacho de condensação.

Resposta:

O despacho de condensação tem duas grandes finalidades que são fixar o obejto do
litigio e enunciação dos temas da prova, e só pode acontecer se soubermos o que é
que o réu e o autor alegam nos articulados

Objeto do litigio (o que é o que o tribunal tem de dar resposta na sentença): apurar se
o autor é o proprietário do terreno por o ter adquirido por morte do pai.
- não basta apenas apurar se o autor é o proprietário do terreno por morte do
pai, temos de apurar se os réus estão autorizados a utilizar o terreno até 2025.
É constituido pelo pedido, causa de pedir, exceções e pedido reconvencional (em
abstrato)
Art.º 1311 CC - ação de reinvindicação (ação real) - o autor pede que o tribunal declare
que ele é o proprietário em consequencia que condene os réus a restituírem-lhe o
imóvel. A ação real é uma daquelas situações em que o legislador diz qual é a causa de
pedir (art.º ). Tem de se saber se o António é o proprietário por ter adquirido pelo pai
ter morrido.

Não basta apenas apurar se o autor é o proprietário do terreno por morte do pai,
temos de apurar se os réus estão autorizados a utilizar o terreno até 2025.

Temas da prova: apurar se o autor adquiriu a parcela do terreno por morte do pai, tem
como justificação, ou seja colocamos isto nos temas da prova porque, o réu impugna e
diz que o Ernesto é que é o verdadeiro proprietário. Se por acaso o juiz tiver duvidas
no final do julgamento sobre o se o autor adquiriu ou não o terreno por morte do pai,
o que o juiz vai dizer é que o António não é o proprietário, mas também não diz que é
o Ernesto, porque a via sucessória é um facto constitutivo invocado pelo autor e o
facto foi impugnado pelo réu na contestação.

2º tema: saber se os réus Bernardo e Clara se instalaram no terreno e aí construíram


os barracões e utilizaram como armazém.
3º tema: saber se o autor tem interpelado por escrito os réus para abandonarem o
terreno.
4 tema: saber se os réus se recusam a entregar o terreno.

Este factos integram o tema da prova porque eles náo estáo admitidos por acordo
porque há revelia da Carla que é inoperante, porque foi citada editalmente e
permaneceu na revelia absoluta. Se estes factos não se podem dar como assentes,
como são imputados a ambos os réus não se podem dar como assentes ao Bernardo
por não ter impugnado e não se dão para a Carla por não ter contestado. Como os
factos são comuns se fossemos dar como assentes para o Bernardo e não como a
Carla. Estes factos teriam de ir para

Não supomos nos temas da prova se os réus estão autorizados a utilizar os terrenos,
porque o antonio não respondeu em sede de replica , porque houve lugar há réplica e
o reu fundamenta a declaração que eles estão autorizados a utilizar o imovel até ao
2025.

Se não replicou, nos termos do 587, vamos para o art.º 574

Dicas: na duvida decide-se contra quem tem o ónus da prova (art.º 342 CC) - muito
importante, diz expressamente que quem invoca um direito tem de fazer prova dos
factos constitutivos desse direito (tem de provar que adquiriu por morte do pai, se não
o tribunal decide contra ele).
Art.º 414 tem de ser conjugado com os do CC

Saber o que o juiz devia fazer uma vez que tinha duvidas acerca da autenticidade do
documento que o reu juntou nos autos.
Temos de ir ao CC - 414 diz que o juiz decide contra quem tem ónus da prova
Se fosse documento autentico - 370 - a autenticidade, a proveniência do documento
resulta por is própria que ele provém se assinatura desse oficial pública ou se tiver o
selo do respetivo serviço.
Como é documento particular - 370, nº1 - presume-se que provem de autoridade ou
de oficial publico - 374 diz-nos como é que sabemos se é autentico, a letra e a
assinatura ou somente esta …. Consideram-se verdadeiras quanto reconhecidas (a
parte contra a qual é apresentado o documento reconhece que a letra ou assinatura
ou ambos são dele ou de quem emitiu o documento) ou quando não impugnadas pela
parte, não põe em causa veracidade, a proveniência. Quando a parte contra quem o
documento é apresentado declare não saber apesar de lhe serem atribuídas.

Art.º 375 - assinatura é havida como verdadeira, desde que ela seja reconhecimento
presencial.

Mas na nossa hipótese temos um documento de um terceiro que os autorizava a


utilizar o terreno até 2025, mas o autor (contra quem foi apresentado o documento)
impugnou a veracidade do documento (não cabe no 374, nº1).

Uma vez que o autor impugnou a veracidade do documento cabia aos réus fazer prova
da sua veracidade.
Se tivesse feito prova da veracidade o juiz não tinha duvidas, mas como não o fez não é
verdadeiro, logo não podemos aplicar o 376.
Se não tiver sido valido no 374 ou 375 não aplicamos a força probatória do 376.

Sub hipótese: Se for escritura publica que é autentico, na escritura esta escrito que o
preço da compra e venda do imovel foi 500 mil euros e agora como vendedor e não
me pagaram intento uma ação contra eles para me pagarem o preço, que prova que o
preço foi 500 mil euros. Na contestação diz-se que o preço não foi 500 mil euros, foi
para enganar, mas na escritura sendo autentico faz prova plena dos factos.

- neste caso temos de dizer que o documento autentico faz prova plena na
materialidade da relação, fica declarado que as partes declaram esse preço, mas não
fica provado a veracidade daquele preço.

Para os particulares - 376 fazem prova plena apenas se o documento estiver havido
como reconhecido nos termos dos artigos antecedentes.

O juiz tinha duvida acerca de saber se os réus tinham sido ou não autorizados a
utilizar o terreno até 2025.

A decisão do juiz face á duvida manifestada, o juiz terá que absolver o autor do pedido
reconvencional, o pedido era que o tribunal declarasse que os réus estavam
autorizados a utilizar o terreno até 2025, e se esse direito tem como facto constitutivo
a autorização para utilizar o terreno. Se o réu não prova o juiz vai decidir contra quem
estava onerado com o ónus da prova, neste caso o réu que tinha de fazer prova de que
estava autorizado a usar o terreno
342, nº 1

Se o autor não fizesse prova que tinha adquirido o terreno por morte do pai? Absolvia
o réu do pedido, porque a aquisição por morte do pai era facto constitutivo (???).

Art.º 342, nº 3 - não tem a ver com a repartição do onus da porva, mas sim quando
existem duvidas acerca da natureza do facto, se é extintivo, modificativo ou
constitutivo …..

As regras quer do 342 e do 343 podem ser invertidas - 344 e o caso mais normal de
inversão do ónus da porva é quando haja presunção legal. Eu posso estar onerado para
fazer a prova de determinados factos que são constitutivos do meu direito.

O autor propôs uma ação contra o reu alegando vender contra o reu um automovel
pelo preço de.. Que cumpria o reu fazer o pagamento no dia X e este não apagou.
Condene o réu no pagamento.

O réu contesta e diz que pagou, mas terminada a audiencia final o juiz fica com
duvidas se o reu efetuou ou não o pagamento.

Vai condenar o réu no pedido, porque cabia ao réu fazer prova do facto extintivo, e
não tendo feito era a ele que cabia fazer - 346, nº 1

343 nº 2 - caso especial - quando tenha de ser proposta dentro de um certo prazo ….

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