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ESCOLA__________
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____ DATA ___/ ___/ 20__
NOME__________
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______ N.O____ TURMA_____
GRUPO I
A
Leia o poema seguinte.
BICARBONATO DE SODA1
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
10 Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
E − xisDeus!
Meu
− tir...
Que budismo me esfria no sangue!
20 Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,
Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconsequência da superfície das coisas,
25 Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!
Fernando Pessoa, Poesia de Álvaro de Campos (ed. Teresa Rita Lopes), Lisboa, Assírio & Alvim, 2013.
1 Solução farmacológica usada para tratar a acidez do estômago.
2. Indique as soluções apontadas pelo “eu” com vista a enfrentar a situação em que se
encontra, confirmando a sua resposta com elementos textuais pertinentes.
[…]
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
Tragédia em Alcântara
Junto das esplanadas lisboetas das Docas continua submerso o navio que há 130 anos
naufragou no Tejo, arrastando 32 pessoas para a morte.
Nem sempre é durante a violência das tempestades ou no fervor das batalhas que os
naufrágios sucedem. Por vezes, é nas águas de um porto de abrigo que se dá a tragédia.
5 A prová-lo está o vapor francês Ville de Victoire,
Victoire, que na véspera de Natal de 1886 se afundou
na doca de Alcântara, em Lisboa, devido à colisão com um couraçado inglês que lhe rasgou o
casco. O rombo provocou o seu naufrágio em menos de dez minutos, arrastando para a morte
passageiros e tripulantes. O drama que tanto impressionou Lisboa foi notícia até do outro lado
do mundo, onde alguns jornais australianos relataram o naufrágio.
10 O Ville de Victoire fora construído em 1883 em St. Nazaire. Tinha 95 metros de comprimento
e deslocava cerca de 2500 toneladas. Era propriedade da companhia Chargeurs Réunis, de
Paris, que se tornou conhecida pelas rotas de transporte de mercadorias e passageiros para a
América do Sul.
A 17 de dezembro levantou ferro do Havre, com destino a Santos, no Brasil, com uma carga
15 composta essencialmente por barris de vinho de Bordéus e champanhe, manteiga, batatas e
até um cavalo. Entre os passageiros, na sua maioria emigrantes, viajavam um médico e
mecânicos franceses, negociantes brasileiros e alemães, além de agricultores e jornaleiros
ingleses, suíços, italianos e belgas. Lisboa era uma escala habitual onde, além de passageiros
portugueses, embarcou barris de vinho.
20 Ancorado em Alcântara desde a manhã de 22 de dezembro, assiste no dia seguinte à
chegada ao Tejo de uma esquadra inglesa que larga ferro a estibordo.
É na madrugada de 24 de dezembro que se dá a tragédia. Pelas 5 horas, o couraçado inglês
Sultan,, um navio de cem metros e 9300 toneladas, é arrastado pela força da maré vazante do
Sultan
Tejoesporão.
seu e colide com o Ville de Victoire,
Victoire, furando-lhe o casco abaixo da linha de flutuação com o
25
As águas do Tejo encarregam-se de agravar o acidente e, continuando a arrastar o Sultan rio
abaixo, fazem que o seu esporão termine de rasgar completamente o casco do Ville de
Victoire.. Assim que se apercebeu do sucedido, o comandante Joseph Simonet mandou tocar o
Victoire
sino a rebate e acionar a sirene do vapor, mas a dimensão do rombo não permitiu qualquer
30 reação. O navio afundou-se em menos de dez minutos.
Os poucos tripulantes que, despertos pelo choque de colisão, conseguiram abandonar os
camarotes onde dormiam, salvaram-se como puderam, alguns deles recolhidos pelas fragatas
do Tejo. Outros náufragos não resistiram e, esgotadas as forças, afogaram-se antes que
alguém os socorresse. O comandante Simonet permaneceu na ponte até ao fim, pedindo
35 socorro que “não recebeu de ninguém”. Seria recolhido por um escaler do vapor inglês NeoNeo..
4. A frase “O drama que tanto impressionou Lisboa foi notícia até do outro lado do
mundo” (ll. 8-9) integra
(A) uma oração subordinada adverbial consecutiva.
(B) duas orações subordinadas adjetivas relativas.
(C) uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
GRUPO III
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam
c onstituam (ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas palavras –, há que
atender ao seguinte:
um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto
produzido;
um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
MATRIZ DO TESTE
GRUPOS
I II III
Domínios LEITURA
e e LEITURA EXPRESSÃO
Conteúdos COMPREENSÃO ESCRITA
GRAMÁTICA
COTAÇÕES
Item A
Funções sintáticas
Heterónimos Texto
Valor lógico dos conectores
Álvaro de Campos argumentativo
Orações subordinadas
Referentes
Item B
Modalidade
Cesário Verde
Tipologia de
(excerto de “Num bairro
itens
moderno”)
Item B
4 e 5 (2 itens x 20 pontos)
PROPOSTA DE COTAÇÃO
GRUPO I
1. ……………………………………………….…………………….………………..
Conteúdo (C) (12 pontos) 20 pontos
Forma (E+CL) (Estrutura − 4 pontos + Correção linguística − 4 pontos)
3. ………………………………………………………………………………….…… 20 pontos
Conteúdo (C) (12 pontos)
Forma (E+CL) (Estrutura − 4 pontos + Correção linguística − 4 pontos)
B
4. ………………………………………………………………………………… ....... 20 pontos
Conteúdo (C) (12 pontos)
Forma (E+CL) (Estrutura − 4 pontos + Correção linguística − 4 pontos)
5. ……………………………………………………………………………………..… 20 pontos
Conteúdo (C) (12 pontos)
Forma (E+CL) (Estrutura − 4 pontos + Correção linguística − 4 pontos)
100 pontos
GRUPO II
50 pontos
GRUPO III
Estruturação temática e discursiva (ETD) ……………………………………… 30 pontos
Correção linguística (CL) ………………………………………………………………. 20 pontos
50 pontos
PROPOSTA DE CORREÇÃO
GRUPO I
A
1. O “eu” lírico sente-
sente-se dominado por uma terrível angústia que o corrói física e emocionalmente, “do
estômago à alma”
alma”(v.2),
(v.2), fruto do vazio que sente apossar-se de si, em virtude da constatação das
falsas amizades − “que amigos que tenho tido”, (v. 3) – e do deserto que afinal são as cidades que
tem percorrido (v. 4), isto é, as suas vivências. Acrescem ainda a insatisfação, o desânimo e o
abatimento que nascem “da epiderme da alma” (v. 7) e que lhe provocam um estado de abulia. Ao
contrário, os outros parecem-lhe viver num estado de felicidade – “que verão agradável dos
outros!” (v. 27) –, o que talvez explique o facto de não se aperceberem da sua dor e, portanto, não
lhe prestarem a devida atenção.
2. Como se verifica ao longo de todo o texto, o sujeito poético hesita entre diversas soluções: a
primeira, é a renúncia de tudo – “Renego mais do que tudo.
tudo.” (v. 11); a segunda, é a dúvida sobre se a
melhor solução será uma qualquer terapia ou o suicídio – “Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-
me?” (v. 15). A decisão final, porém, é a de “retomar” a sua existência, resolução que repete para si
mesmo de modo a convencer-se da inevitabilidade e obrigatoriedade dessa solução, “E-xis-
“E-xis-tir…
tir… / E
− xis − tir...” (vv. 17-18).
17-18).
3. O verso final encerra um paradoxo. Apesar de afirmar que não tem sede, o “eu” poético pede para
lhe darem de beber. Atendendo ao título, “Bicarbonato de soda” (antiácido usado para tratar da
acidez do estômago) será esta a bebida desejada considerando o seu efeito: regulando a acidez do
estômago, o sujeito lírico poderá ver-se livre não só da náusea física como também da náusea da
alma – “náusea do estômago à alma”
alma ” (v. 2) –, que o agonia e lhe provoca o estado de angústia.
5. Os tipos humanos são vários, mas todos de uma classe operária desfavorecida. Destaca-se uma
vendedeira, “rota, pequenina, azafamada” (v. 6), que procura vender os seus legumes. Esta rapariga
tem um aspeto pobre e desleixado, a avaliar pelo modo como se veste – “ressoam-lhe os tamancos;
meia ” (vv. 12-13) – e pela sua compleição física, destacando-se a
/ E abre-se-lhe o algodão azul da meia”
magreza e a cor doentia – “esgadelhada, feia / […] bracinhos brancos” (vv. 14-15). O criado, ao
contrário, ostenta desprezo, altivez e orgulho, avaliando pelo modo como trata a hortaliceira e
como lhe entrega o pagamento – “despacha; não converses” (v. 17), “Atira um cobre ignóbil”
ignóbil” (v. 19).
Por último, são referenciados os padeiros, que sobressaem pelo esforço físico que têm de
despender no exercício das suas tarefas – “Com o cabaz às costas, e vergando”
vergando ” (v. 22).
GRUPO II
1. – (D)
2. – (B)
3. – (A)
4. – (C)
5. – (D)
6. – (A)
7. – (D)
8. Complemento do nome.
9. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
10. Modalidade epistémica com valor de certeza.
GRUPO III
Resposta de caráter pessoal, mas que deverá ser classificada de acordo com os critérios de
correção dos exames nacionais.
Conclusão – A evolução da ciência e da tecnologia poderão levar o ser humano ainda mais longe.