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ASSISTÊNCIA TÉCNICA
E GERENCIAL
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SBN – Quadra 1, Bloco F. Edifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908
Telefone: (061) 3878-9500
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Sumário
Início da jornada........................................................................................................................... 6
Desafios da jornada................................................................................................................. 7
Vamos começar?....................................................................................................................10
Introdução do módulo..............................................................................................................11
Início da jornada
Este curso tem como principal objetivo abordar a dinâmica no campo e o dia
a dia de um assistente técnico, capacitando você para as diferentes situações
que envolvem a Assistência Técnica e Gerencial da propriedade rural.
O curso tem caga horária total de 150 horas, por isso, foi dividido em 5
módulos de 30 horas cada. Dessa forma, você pode se organizar e realizar
seus estudos com tranquilidade.
Calcular e
interpretar
indicadores técnicos
e econômicos nas
Você está aqui! principais cadeias
Módulo 5
produtivas da Planejamento
pecuária ou da da Propriedade
Reconhecer os Módulo 3 agricultura. Rural
Início da conceitos gerenciais
Gerencial II Gerencial II Definir em
jornada da Metodologia de
da Assistência da Assistência que consiste o
Final da
Assistência Técnica
Técnica e Técnica e planejamento jornada
e Gerencial.
Módulo 1 Gerencial Gerencial estratégico da
Gerencial I da Contextualizar os propriedade rural
Metodologia da Assistência Módulo 4 assistida pela
conceitos gerenciais
Assistência Técnica Técnica e Metodologia de
da Metodologia de
e Gerencial Gerencial ATeG, facilitando
Assistência Técnica
e Gerencial. sua compreensão e
Aprimorar conhecimentos Módulo 2 aplicabilidade.
metodológicos para o
desempenho necessário
de ações de assistência
técnica, destacando as
competências requeridas
ao exercício da atividade.
Desafios da jornada
Como o conteúdo é todo interligado, você deverá acessar o curso de forma
linear. Ou seja, precisa explorar o primeiro tema, todos os tópicos e realizar a
Atividade de Passagem para, depois, acessar o tema seguinte.
Veja a seguir os tipos de desafios que você encontrará ao longo dos módulos,
que servirão para reforçar o conteúdo apresentado.
Pense e Decida
Situações práticas e objetivas em que você deve analisar
o cenário e tomar uma decisão. Não possui valor para a
certificação, mas permite reforçar conceitos importantes e
fixar esse conhecimento de forma prática.
Atividade de Passagem
Composta por apenas uma questão, a Atividade de
Passagem tem o objetivo de verificar se você teve um
bom aproveitamento em relação ao conteúdo do tema
correspondente. É importante responder a atividade para
poder acessar o tema seguinte.
Estudo de Caso
Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso
consiste em uma questão reflexiva, relacionada aos temas
estudados. No primeiro módulo, como resposta para
a questão, você deverá gravar um vídeo atuando como
protagonista dele, respondendo oralmente a pergunta
lançada no Estudo de Caso. A partir do segundo módulo a
resposta será por texto escrito.
Simulado
Ao finalizar o conteúdo, depois de passar por todos os
temas do módulo e tiver completado a última atividade,
você deverá responder o Simulado. Ele é composto por 17
questões de múltipla escolha, que você pode responder
até três vezes para se preparar adequadamente para a
Avaliação.
Avaliação
A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar
o seu desempenho em cada módulo. Ela é composta por
17 questões objetivas, assim como o Simulado, e será
realizada depois de que os três temas de estudo tiverem
sido concluídos.
Fórum
O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento
entre você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica
aberto durante todo o seu período de estudos na respectiva
fase, permitindo que você faça a postagem de novas
percepções, enquanto trilha seu processo de aprendizagem.
ESTUDO
DE CASO MÉDIA PARA
AVALIAÇÃO APROVAÇÃO
Correção
automática
Nota enviada
depois com o 2 =
feedback do 6 ou mais
tutor
Certificado
Ao final da sua jornada, com o desempenho esperado, você terá o seu
certificado de conclusão do curso. Então, para garantir isso, você deve:
Vamos começar?
Agora que você já conhece o percurso e as informações necessárias, já pode
começar a sua jornada de aprendizado.
Conte sempre com a ajuda da tutoria e da monitoria caso tenha alguma dúvida
sobre o curso ou sobre o Ambiente de Estudos. Aproveite a oportunidade para
participar das atividades propostas, como os fóruns e as enquetes. Explore
tudo que temos disponível!
Introdução do módulo
Calcular e
interpretar
indicadores técnicos
e econômicos nas
Você está aqui! principais cadeias
Módulo 5
produtivas da Planejamento
pecuária ou da da Propriedade
Reconhecer os Módulo 3 agricultura. Rural
Início da conceitos gerenciais
Gerencial II Gerencial II Definir em
jornada da Metodologia de
da Assistência da Assistência que consiste o
Final da
Assistência Técnica
Técnica e Técnica e planejamento jornada
e Gerencial.
Módulo 1 Gerencial Gerencial estratégico da
Gerencial I da Contextualizar os propriedade rural
Metodologia da Assistência Módulo 4 assistida pela
conceitos gerenciais
Assistência Técnica Técnica e Metodologia de
da Metodologia de
e Gerencial Gerencial ATeG, facilitando
Assistência Técnica
e Gerencial. sua compreensão e
Aprimorar conhecimentos Módulo 2 aplicabilidade.
metodológicos para o
desempenho necessário
de ações de assistência
técnica, destacando as
competências requeridas
ao exercício da atividade.
Na prática, este módulo tem o objetivo de prepará-lo para que você possa
expressar todo o seu potencial de trabalho no campo e tenha plena condição
de conduzir o processo de formação das pessoas e de transformação dos
resultados das propriedades atendidas. Para isso, o módulo foi dividido em
três temas:
Tudo isso para que você possa se tornar um autêntico educador agente de
transformações no campo, capaz de:
Praticando…
Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que
acha de ver esses conceitos de forma mais prática?
Tome nota
Tema 1: Histórico da
assistência técnica no Brasil
Introdução
Estrutura do tema
Grandes são os desafios enfrentados pelos agentes da assistência técnica, por
isso é necessário que todos estejam preparados e munidos de informações e
conhecimentos. Para facilitar o entendimento do conteúdo e garantir o acesso,
cada tema é dividido em tópicos.
Tópico 1
Entendido o que esperar de cada tópico? Então, siga em frente e tenha ótimos
estudos!
Tópico 1: Contextualização da
realidade rural brasileira
Você conhece a diversidade da realidade rural brasileira
na prática?
Atividade Leiteira
70 litros em
média por dia.
A produtividade da
vaca brasileira é muito
baixa, se comparada
com a de outros
países. Observe!
45
41,6
40 39,0 39,1
36,0
35 33,2
31,8
30 28,4 29,8
25
20
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Fonte: IBGE, Censo Demográfico (2010)
Por exemplo:
Fonte: Gasques et al. (Apresentação Eliseu Alves, Congresso da FAPEG, em Goiânia, 2016)
Potencial de crescimento
O Brasil é o país que apresenta o potencial mais elevado para crescimento da
produção de alimentos no mundo. Diferente de muitos países, o Brasil possui
uma dimensão continental, de 8.500.000 km², e tem poucas restrições
climáticas e de topografia, reunindo assim as melhores condições para o
cultivo de plantas e a criação de animais.
2
restrição climática.
3
Muitos locais dos Estados
Unidos da América (EUA) ficam
5
impossibilitados de produzir
durante vários meses do Em Israel, que também possui A Austrália tem um terço
ano, por causa das condições pouco espaço, o desafio para do seu território muito
climáticas. No estado de produzir é tão grande que seco, com pouca ou
Wisconsin (EUA), para viabilizar uma das formas de se utilizar nenhuma condição para
o manejo das vacas de leite, é a água doce é por meio da produção.
necessário construir instalações dessalinização da água do
muito caras e esse alto mar, o que custa muito para a
investimento onera a produção,
afetando a competitividade
sociedade. 1
dessa atividade naquela região.
4
Existem outros países do mundo cuja capacidade
produtiva é limitada por disporem de uma área pequena,
como é o caso da Nova Zelândia, que possui pouco
espaço para ampliar a produção.
Por essa razão, o mundo todo está de olho no Brasil. Quando se fala nas
projeções da produção de alimentos para 2050, estima-se que:
Limitadores do crescimento
Dentro desse cenário potencial, existem questões que limitam o crescimento do
país – entre elas destacamos a baixa escolaridade e a baixa produtividade.
Você sabia?
Essa é uma realidade de todo o Brasil, mas podemos destacar que nos estados
do Sul o problema sucessório é ainda mais acentuado. Os mais velhos,
imigrantes italianos e alemães, predominantes no Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná, hoje já estão muito sozinhos nas propriedades.
A importância da assistência
Diante do que você viu até aqui, podemos dizer que a Assistência Técnica
e Gerencial (ATeG) nas propriedades é urgente, tanto para preservá-las
quanto para que soluções mais lucrativas cheguem aos produtores.
estabelecimentos rurais,
dos quais.
declaram produção e
utilizam a terra.
Receberam Receberam
Quantidade de Não receberam
regularmente ocasionalmente
estabelecimentos
Qtd. % Qtd. % Qtd. %
• 2,9 milhões de produtores são muito pobres, com meio salário mínimo de VBP
mensal por estabelecimento.
Não informantes - -
Fonte: Censo Agropecuário IBGE (2006) – Dados corrigidos pelo IGP/DI (jun. 15).
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
O objetivo era
difundir técnicas
relacionadas
à escolha de
sementes, plantio,
espaçamento e
colheita para as
culturas de milho,
arroz e feijão.
Dizem também que os primeiros passos da
extensão se deram em Viçosa/MG, em 1929,
com a criação da “Semana do Fazendeiro”, que
é realizada até os dias de hoje.
Primeira fase
Período
Conhecida como Humanismo Assistencialista, esta primeira
fase ocorreu de 1948 a 1963.
Começou no estado de Minas Gerais, com a criação da Acar –
um serviço de cooperação técnica e financeira americana que
disponibilizava linhas de crédito por meio de assistência técnica,
de forma a repassar aos produtores os insumos e as práticas
agrícolas que os enquadrariam na chamada agricultura moderna.
A extensão rural tornou-se um sistema nacional a partir da
criação da Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural
(ABCAR), em 1956.
Descrição
O objetivo da extensão da ABCAR era aumentar a produtividade
agrícola e proporcionar melhores condições de vida para as
famílias rurais por meio do aumento da renda. Isso se estendeu
aos diversos estados da federação, através da Acar.
Nos escritórios locais dessa entidade havia equipes formadas
por extensionistas da área agrícola e da área de economia
doméstica, que se preocupavam com as ações de bem-estar
social das famílias rurais.
A atuação dos técnicos, apesar de levar em consideração o fator
humano, era marcada por uma relação paternalista. Ou seja,
eles apenas procuravam induzir mudanças comportamentais
por meio de métodos preestabelecidos, que não favoreciam
a construção crítica e participativa dos indivíduos assistidos e
quase sempre visavam resultados imediatos.
Público
O público-alvo era composto preferencialmente pelos pequenos
produtores, mas não havia distinção clara de quem seria
atendido.
As unidades eram utilizadas como meios de intervenção em
grupos e comunidades, lideranças comunitárias, famílias e
jovens da zona rural organizados em grupos.
Cabia aos extensionistas promover mudanças de comportamento
e de mentalidade, além de supervisionar a aplicação do crédito
concedido às famílias.
Metodologia
As metodologias utilizadas eram campanhas e programas de
rádio, visitas às propriedades rurais, decisões conjuntas quanto
à aplicação de recursos do crédito rural, treinamentos, reuniões
e demonstrações técnicas e de resultados.
Segunda fase
Período
Esta fase, chamada de Difusionismo Produtivista, durou de
1964 a 1980 e foi caracterizada pela abundância de crédito
rural subsidiado.
Durante essa época, os produtores adquiriram um pacote
tecnológico modernizante atrelado ao uso de muito capital
subsidiado, que foi investido em máquinas e outros insumos
industrializados, como fertilizantes e sementes selecionadas.
A Ater servia para inserir o homem do campo nas regras
da economia de mercado, com o objetivo de aumentar a
produtividade e a mudança da mentalidade dos produtores, do
“tradicional” para o “moderno”.
Descrição
A extensão atuava com o objetivo de convencer os produtores
a adotar novas tecnologias. Os conhecimentos empíricos
(baseados na experiência, sem bases científicas) dos
produtores, assim como as suas necessidades tradicionais, não
eram considerados. A Ater agia de uma forma protecionista e
paternalista.
A Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Embrater) foi criada nesse período, quando houve uma grande
expansão do serviço de extensão rural no país. Em 1960, apenas
10% dos municípios brasileiros contavam com os serviços de
Ater. Já em 1980, a extensão rural atingiu aproximadamente
80% dos municípios do país.
Público
Como o crédito rural era o principal indutor de mudanças, os
pequenos agricultores familiares ficavam à margem do serviço
de extensão rural, já que não possuíam uma estrutura produtiva
compatível com as garantias e exigências bancárias.
Foi também na metade dos anos 1970 que as associações de
crédito e as Aters foram transformadas em empresas estatais.
Por isso, o público prioritário era composto de médios e grandes
produtores. Muitos projetos grandes foram realizados.
Metodologia
As metodologias utilizadas para difundir tecnologias eram
os programas de rádio, as campanhas, os dias de campo, as
reuniões, as demonstrações de resultados, as palestras e os
treinamentos, além das visitas técnicas às propriedades.
Terceira fase
Período
Essa fase, chamada de Humanismo Crítico, durou de 1980 a
1989. Principalmente por causa do esgotamento do modelo de
crédito rural subsidiado, teve início no país uma nova proposta
de extensão rural, que previa a construção de uma “consciência
crítica” nos extensionistas.
Descrição
As mudanças no meio rural contribuíram para a revisão da
missão extensionista frente às consequências negativas
(sociais e ambientais) da modernização parcial da agricultura
brasileira. De acordo com essa nova filosofia, as metodologias
de intervenção deviam ser fundamentadas nos princípios
participativos, levando em conta os aspectos culturais dos
produtores e de suas famílias.
Na segunda metade dos anos 1980 houve redução do
financiamento externo, crise fiscal e diminuição dos
investimentos públicos, mas o foco no aumento da produção e
na especialização produtiva regional era mantido. Diante disso,
tiveram início mudanças na concepção e na prática da extensão.
Público
Apesar da nova orientação para seguir princípios participativos,
as empresas de Ater continuavam a atender os pequenos e
médios agricultores, que haviam sido deixados de lado pelo
processo seletivo de modernização dos anos 1970, tornando-os
dependentes dos insumos industrializados e subordinados ao
capital industrial.
Metodologia
O planejamento participativo era um instrumento de ligação
entre os técnicos de Ater e os produtores, com base na pedagogia
da libertação desenvolvida por Paulo Freire.
O grande desafio da época para as instituições de ensino,
pesquisa e movimentos sociais era o de criar meios de colocar
em prática as metodologias participativas de Ater e envolver os
produtores, desde a concepção até a adoção das tecnologias,
tornando-os parte do processo.
Última fase
Período
Em 1990 começou o período conhecido pela Diversificação
Institucional, com a extinção Embrater e do Sistema Brasileiro
de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sibrater).
Essa é a fase atual, caracterizada pela criação do Programa
Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e pela reestruturação
institucional da Ater.
Descrição
As mudanças já ocorridas nesse período influenciaram a
diversificação das organizações, das entidades e das instituições
prestadoras de Ater (ONGs, prefeituras, sindicatos, cooperativas,
agroindústrias, lojas agropecuárias etc.), que passaram a buscar
novas fontes de recursos para a intervenção e a reivindicar
políticas sociais, levando à criação do Pronaf, em 1996.
Metodologia
É uma fase em que se dá um valor maior aos aspectos gerenciais
da propriedade. A visão da produção deixa de ser voltada para a
máxima produção (ótimo produtivo) e busca o melhor resultado
econômico (ótimo econômico).
Entenda os termos
Ótimo produtivo é o ponto conhecido como o limite da
capacidade produtiva da unidade, independentemente dos
custos necessários para se alcançar esse nível de produção.
Exemplo: uma propriedade que produz leite com 10
vacas fez todos os ajustes e investimentos necessários e
conseguiu alcançar a produtividade média de 30 litros por
vaca por dia e alcançou um montante de 9.000 litros/mês.
Ou seja, alcançou sua capacidade máxima de produtividade
e de produção.
Ótimo econômico é o nível de produção que confere o melhor
resultado econômico. Se produzir menos, o resultado piora
e a redução da renda é maior do que a redução dos custos.
Se produzir mais o resultado também piora, pois os custos
aumentam mais do que a renda.
Isso significa que não basta adotar tecnologias e obter produções
elevadas com aumento de despesas, sem que haja resultados
econômicos. Da mesma forma, não se pode olhar apenas para
o fator custo e limitar a produção por falta de estrutura ou do
aporte de insumos.
Exemplo: a mesma propriedade de produção de leite
analisou seus custos e rendas e fez os ajustes necessários.
Mesmo com a produtividade caindo para 27 litros por vaca
por dia e sua produção mensal caindo para 8.100 litros,
conseguiu obter um resultado econômico melhor do que na
situação anterior.
Isso acontece quando a redução ocorrida nos custos é mais
significativa do que a redução na renda pela queda do volume
produzido. Nesse caso usado como exemplo, o produtor sai
na vantagem se produzir 27 litros por vaca por dia, em vez
de 30 litros, encontrando assim o ótimo econômico.
Para alcançar seus objetivos, a partir desse novo modelo, a assistência técnica
passou a realizar intervenções nas propriedades, oferecendo ao produtor uma
análise econômica voltada à obtenção de resultados e lucratividade. E foi
com base nessa nova realidade que em 2013 foi desenvolvido o modelo de
Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu que a
Entendeu melhor
assistência técnica e Conheceu as fases
a importância da
a extensão rural são da extensão rural no
assistência técnica
muito importantes para país e a sua evolução
para o agronegócio
o desenvolvimento até os dias de hoje.
brasileiro.
sustentável do país.
Tópico 3: A importância da
assistência técnica
Por ser o serviço de maior alcance no meio rural, a assistência técnica exerce
papel fundamental no desenvolvimento do homem no campo e se firma
cada vez mais como o principal meio de ligação entre as políticas públicas e
o agronegócio.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
1º Estágio
Conhecimento
Exposição à inovação
2º Estágio
Interpretação e julgamento
Processo cognitivo
3º Estágio
Avaliação mental
Vantagem comparativa
4º Estágio
Experimentação
Validação
5º Estágio
Adoção
Uso contínuo
• as exigências de mercado;
Na prática
do tipo de
público com o do objetivo da
qual deseja se comunicação,
comunicar,
da natureza da
da mensagem disponibilidade
que se quer de material.
comunicar,
Categorias
De acordo com esses aspectos, podemos dividir os métodos em quatro
categorias: massa, grupal, individual e digital.
Na prática
Os oito métodos
Seguindo esse caso prático apresentado, considere que o passo seguinte é
validar a tecnologia na propriedade de um dos produtores interessados.
Isso pode ser feito por meio de uma visita do técnico para fazer uma
demonstração da técnica na propriedade que provavelmente aplicará a nova
tecnologia.
Esse seria um dos oito tipos de métodos existentes para fazer a divulgação.
Conheça cada um deles!
1. Visita técnica
• planejamento,
• análise de dados,
• avaliação de resultados,
• demonstrações de técnicas.
2. Dia de campo
Estações técnicas são unidades “montadas” no dia de campo, nas quais são tratados os
temas técnicos a serem apresentados para grupos menores de produtores participantes. O
número de estações varia de um dia de campo para outro, ficando em torno de quatro, com
apresentações de 25 minutos em cada estação por onde todos os grupos circulam.
Estação 2 – recria
de fêmeas (no local
onde as bezerras
são manejadas).
Estação 4 –
qualidade do leite Estação 3 –
(na sala de ordenha). suplementação
para o período seco
(no canavial).
3. Palestra
Na prática
4. Reunião técnica
Na prática
Na prática
Na prática
7. Excursão
• o objetivo, • o transporte,
• o local, • os custos,
Na prática
8. Conferência web
Na prática
Benchmarking
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Compreendeu a
importância do uso de
Conheceu os 5 Entendeu como
métodos de disseminação
estágios para adoção funcionam as 4
de informação e
de novas tecnologias. categorias de métodos.
conhecimento para
assistência técnica.
Desde que foi iniciada, a Assistência Técnica e Extensão Rural passou por
evoluções, incluindo aspectos relativos à política. Estamos falando de quase
um século de serviços.
A realidade do campo
Assuntos do campo
Estamos começando mais um episódio do nosso
quadro Assuntos do Campo!
E o papo é sobre uma lei. Mais especificamente,
sobre como a assistência técnica e extensão rural é
descrita por ela.
Nossa legislação atual define a extensão rural
pública como:
“O serviço de educação não formal, de caráter
continuado, no meio rural, que promove
processos de gestão, produção, beneficiamento
e comercialização das atividades e dos serviços
agropecuários e não agropecuários, inclusive das
atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.”
Ufa! Esse é o texto oficial. Mas, na prática, para que
essa política funcione, é necessário que alguém a
execute.
E é aqui que entra a nova Lei da Ater, estabelecendo
que as entidades responsáveis por executar o
Pronater devem preencher determinados requisitos
e obter o credenciamento como entidade executora
do programa.
As ações geradas pela Política Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural têm contribuído para a
implementação de diversos programas e políticas,
alguns exclusivos para o meio rural e outros não.
Nesse contexto, tivemos ainda a criação da Agência
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural,
conhecida como Anater, por meio da Lei nº 12.897,
de 2013, e regulamentada em 2014 pelo Decreto
nº 8.252.
A Anater é uma instituição paraestatal que credencia
entidades públicas e privadas capazes de prestar
serviços de assistência técnica e extensão rural.
O país tem um
perfil rural e uma
economia
agropecuária
muito
diversificada.
Um modelo ou
sistema único de
ATeG dificilmente
atenderia a toda a A iniciativa privada surge
demanda potencial como uma oportunidade
existente. de somar esforços às
demais entidades do
setor público, originando
novos modelos de
assistência técnica.
Você sabia?
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Compreendeu a
Conheceu a linha do
importância da
tempo referente à
iniciativa privada para o
evolução dos serviços
desenvolvimento mais
de assistência técnica
rápido e sustentável da
e extensão rural no
agropecuária nacional
Brasil.
por meio da Ater.
Encerramento do tema
Você chegou ao final deste primeiro tema e, durante os estudos, pode
reconhecer a importância da assistência técnica no meio rural. Agora,
finalizada esta etapa, será capaz de:
Abordar os métodos
de disseminação de
conhecimentos nas
Discorrer sobre a atividades rurais,
origem e as fases da relacionando a
extensão rural, sobre ação de assistência
Destacar os pontos a Política Nacional de técnica ao processo
mais relevantes Assistência Técnica, educativo do
da realidade rural bem como os produtor rural.
brasileira e descrever principais conceitos
as classes de de assistência
produtores rurais no técnica.
Brasil.
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
Segundo Rogers (2003), no processo mental de tomada de decisão, desde
o primeiro contato com uma tecnologia até a sua adoção, o produtor rural
passa por alguns estágios.
Tema 2: A Assistência
Técnica e Gerencial
Introdução
Dessa forma, ao final dos estudos deste tema você será capaz de:
Estrutura do tema
Para que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema
foi dividido em tópicos. Conheça a seguir o objetivo de cada um deles.
Tópico 1
A importância da
formação continuada Modelo da Assistência
Tópico 5 Tópico 2
no processo da Técnica e Gerencial
assistência técnica Conhecer a importância de
Compreender a um modelo de assistência
importância da qualificação Tema 2 técnica associado à consultoria
no desempenho das gerencial, descrevendo
competências requeridas as etapas que compõem
para a função do Técnico o processo da Assistência
de Campo. Técnica e Gerencial.
Tópico 4 Tópico 3
Visto o objetivo de cada tópico, siga em frente neste tema e ótimos estudos!
Tópico 1: Organização de
assistência técnica
• no incentivo à diversificação.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Compreendeu a amplitude
Entendeu a importância da Assistência Técnica e
da Ater nos caminhos Gerencial e sua importância
do desenvolvimento do no fortalecimento da
agronegócio brasileiro. produção agropecuária em
geral.
O mesmo Censo apontou que tanto a produtividade quanto a renda média dos
produtores rurais brasileiros são muito baixas. O que significa que a assistência
técnica, especialmente quando combinada com consultoria gerencial, pode ser
o apoio que esses produtores precisam para elevar sua produtividade
e sua renda, tornando as empresas rurais lucrativas e sustentáveis.
A Metodologia de ATeG
O Senar, utilizando sua enorme capacidade e acreditando que pode contribuir
ainda mais para a multiplicação do conhecimento, deu início à criação e à
implantação da Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial em 2013.
Classes
AeB
301 mil
Assistência
Técnica e
Gerencial
Classes D e E* – 1,46 milhão
Extensão
Rural
Classes D e E – 2,61 milhões
Vale destacar que a ATeG ainda utiliza tecnologia como meio para alcançar
o fim desejado: a sustentabilidade econômica, ambiental e tecnológica do
produtor.
A realidade do campo
Mesmo não existindo uma fórmula mágica para equacionar essa situação,
alguns elementos são básicos e serão detalhados no módulo gerencial. São
eles:
É a atividade profissional de
A assistência técnica é um
transferência de conhecimentos,
trabalho desenvolvido por meio
contratada para formulação de
de informações orientadas aos
diagnósticos ou soluções para
produtores rurais e direcionada
as necessidades específicas dos
à atividade técnica, tendo como
clientes, não se alinhando jamais
objetivo solucionar questões
com ações assistencialistas.
relacionadas com a produção.
Na prática
A realidade do campo
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Entendeu a relação
benefício x custo
em que se baseia a
Metodologia da ATeG.
Coordenação
Supervisão
Demanda
Capacitação
Adesão do Produtor
Sensibilização
Seleção de Prioridades
Técnico de
Campo
Formação de grupos
produtores
Assistência Técnica e
Gerencial na
Propriedade
Diagnóstico Avaliação
Produtivo Sistemática de
Individualizado Resultados
Ao participar da sensibilização, o
produtor terá a oportunidade de assinar
uma lista de intenção que o credencia a
seguir para a próxima etapa.
Assuntos do campo
Um dos fatores essenciais para a realização das ações previstas é que o produtor
rural tenha, como perfil, valores e características que vão contribuir para
o sucesso do trabalho. São eles:
Valores Características
A realidade do campo
• Formação e escolaridade.
• Localização da propriedade.
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
Dados coletados
do questionário Percepção técnica
socioeconômico, que partiu da
Diagnóstico
do inventário de observação
Produtivo
recursos*, de dos processos
Individualizado
informações que envolvem
técnicas e a atividade
econômicas
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
Vale destacar que deve ser definido um plano para cada meta estabelecida.
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
Observe!
Intensificação,
Gestão Técnica maximização da
produção
Tecnologia avançada,
técnica a serviço do Gestão Técnica
resultado econômico
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
01
DIAGNÓSTICO
PRODUTIVO
INDIVIDUALIZADO
05 02
AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO
SISTEMÁTICA ESTRATÉGICO
DE RESULTADOS
ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA
04 03
CAPACITAÇÃO ADEQUAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
COMPLEMENTAR
Observe!
Produtor e
Técnico de
Produtor Produtor Técnico de
Campo
Campo
Registros das
Coleta de Lançamento Discussão dos
informações
dados SISATeG resultados
diariamente
Com auxílio
Caderno do Foco no trabalho do Técnico e do
do Técnico de
Produtor Produtor
Campo
Você sabia?
Vale destacar que as etapas de AteG apresentadas podem dar uma ideia
de linearidade, onde uma seguida da outra, porém é preciso compreender
que algumas podem acontecer simultaneamente. É possível estar no
momento de elaboração do plano e, ao mesmo tempo, fazendo uma adequação
tecnológica e recebendo uma formação complementar. A ideia das etapas é
para que nenhuma delas deixe de ser realizada.
Central de
PARCERIAS ESTRATÉGICAS
Inteligência
Coordenador Técnicos de
Regional Campo
Núcleo de
Projetos
Capacitação de
Equipe Técnica 1 técnico para 20
Supervisores
a 30 produtores
Norteador da
Metodologia
1 Supervisor
para até 15 Produtores
Administrativo Técnicos de Rurais
Financeiro Campo
Coordenação Regional
A Coordenação Regional de cada estado tem a função de operacionalização
da Assistência Técnica e Gerencial por meio das seguintes ações:
Controle e manutenção
Controle dos cadastros
dos cadastros das equipes
dos projetos de ATeG por
técnicas nas regionais do
regional, propriedades e
Senar e os respectivos
produtores rurais atendidos.
cadastros de usuário.
Criação e disponibilização
Capacitação e
de material para
suporte direto aos
capacitação dos
Coordenadores e
profissionais das equipes
Supervisores de ATeG
técnicas nas regionais
nas regionais do Senar.
do Senar.
• Plataformas de bancos de
dados para armazenamento dos
dados cadastrais dos projetos,
equipes técnicas e propriedades/
produtores atendidos nas
regionais do Senar nos estados.
• Demonstrativos de benchmarking
nos diversos níveis (atividade
exploratória, projeto, regional
etc.).
Conheça!
A figura a seguir apresenta o fluxo de informações, que tem início com a coleta
de informações e dos lançamentos do produtor no caderno do produtor, que
é passado para o técnico. Os dados desse caderno são inseridos no SISATeG
pelo supervisor, através da plataforma online do SISATeG, e chegam à central
de inteligência, onde ficarão armazenados em um banco de dados. Observe!
Fluxo de Informações
Produtor
Rural Análises específicas
de cada cadeia do
Anotações de dados agronegócio
(Caderno do Produtor)
Interface WEB
para os fluxos
Técnico(a)
de dados
de Campo
Análise de
consistência
Supervisor
Analisa dados
(Software ATeG-SENAR)
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu a estrutura
institucional e
operacional da ATeG
do Senar.
Coordenador técnico
Perfil
Para exercer a coordenação de ATeG é recomendado que o
profissional tenha o perfil de acordo com as responsabilidades
e atribuições inerentes ao agente. É importante, antes de tudo,
que ele apresente características como:
• liderança e capacidade de incentivar e estimular o aprendizado
da equipe,
• competências e proatividade para favorecer a implementação
de ações inovadoras e mudanças estratégicas, estimulando
a criatividade dos envolvidos no processo,
• bom relacionamento e boa comunicação com diferentes
níveis, desde os membros da coordenação e da equipe até
as pessoas do meio rural.
Importante! Deve ter ética e firmeza em suas ações, tomar
decisões justas e direcionadas ao êxito das ações de ATeG.
Atribuições
• Acompanhar o desenvolvimento da equipe técnica de ATeG,
sugerindo, corrigindo, orientando e direcionando suas ações.
• Prospectar, estabelecer e fortalecer as parcerias estratégicas
para condução da ATeG.
• Promover reuniões periódicas para discussão, alinhamento
e avaliação dos resultados obtidos, compartilhamento das
linhas de trabalho, lições aprendidas e outras informações
que possam contribuir e/ou impactar na melhoria contínua
dos processos de ATeG.
• Monitorar os dados qualitativos e quantitativos, tanto técnicos
quanto econômicos, inseridos no sistema de monitoramento
de dados, relacionados à sua coordenação, primando sempre
pela sua consistência.
• Reunir-se com o grupo de produtores na ocasião da
implantação da ATeG e sempre que se fizer necessário.
• Conhecer a Metodologia de ATeG, tendo clareza em relação
aos conceitos aplicados.
• Interagir com os supervisores e técnicos, de modo a garantir
o suporte técnico e os metodológico necessários à condução
das suas atividades.
• Incentivar a capacitação da equipe de ATeG para a melhoria
contínua do seu desempenho.
• Gerenciar as dificuldades encontradas.
Supervisor técnico
Perfil
O perfil desse profissional se baseia em alguém que conheça
profundamente a Metodologia de ATeG e tenha expressivo
conhecimento técnico. Além disso, ele também deve ter:
• identificação com o meio rural,
• conhecimento da região onde atuará,
• habilidade para trabalhar em equipe,
• boa comunicação verbal e escrita,
• responsabilidade,
• espírito de colaboração,
• equilíbrio emocional,
• disciplina,
• imparcialidade,
• ética,
• capacidade criativa,
• visão crítica e holística,
• motivado e motivador,
• iniciativa e proatividade,
• otimismo,
• objetividade.
Atribuições
• Analisar as metas estabelecidas de planejamento de cada
propriedade com a real situação.
• Comparar as descrições registradas no relatório realizado
pelo Técnico de Campo com o executado na atividade.
• Apoiar no aspecto tecnológico e no metodológico os
Técnicos de Campo.
• Garantir a execução da metodologia da Assistência Técnica
e Gerencial.
• Solicitar a adequação, quando necessária, dos dados
técnicos e econômicos coletados pelos Técnicos de Campo.
• Validar os documentos referentes às visitas realizadas pelos
Técnicos de Campo.
Supervisão Supervisão
in loco a distância
Visitas às propriedades
rurais sem a presença do Análises das
técnico para avaliação da programações
evolução da propriedade planejadas.
atendida.
Observações
das ações.
Supervisor
Acompanha até
15 Técnicos de
Campo
Técnico de Campo
Perfil
Aliadas com a capacidade técnica do profissional, algumas
características relacionadas ao comportamento dos Técnicos de
Campo vão ajudar na execução do trabalho em campo. Elas são
necessárias para garantir sempre a clareza e a transparência
nas relações interpessoais que poderão ser construídas com a
atuação na área de assistência técnica a produtores rurais.
Além delas, ainda fazem parte do perfil desejado, ter:
• flexibilidade,
• capacidade analítica
• capacidade de síntese,
• discrição pessoal e institucional,
• pontualidade,
• honestidade,
• compromisso,
• tolerância,
• empatia,
• conhecimento técnico atualizado,
• humildade,
• capacidade de comunicação,
• proatividade,
• habilidade para ouvir,
• equilíbrio emocional,
• motivação e vontade de aprender,
• capacidade de aceitar críticas e de ser autocrítico,
• confiança nas orientações,
• boa comunicação verbal e escrita.
Atribuições
• Transmitir a metodologia com clareza e objetividade.
• Acompanhar a rentabilidade da propriedade rural no aspecto
técnico e no gerencial, visando gerar recomendações que
viabilizem maior rentabilidade da propriedade atendida.
• Definir o planejamento de cada propriedade em conjunto com
o produtor rural.
• Orientar os produtores para atingirem resultados econômicos
satisfatórios e com sustentabilidade, promovendo o
aprendizado de técnicas gerenciais.
• Promover a implantação de soluções que contribuam para
melhoria ou mudanças importantes no cotidiano de trabalho.
• Analisar as situações encontradas de forma holística,
abrangendo todos os aspectos que podem influenciar na
mudança do perfil das propriedades assistidas.
• Manter-se atualizado sobre o mercado e as melhores práticas
na sua área de atuação.
• Tranquilidade e serenidade ao abordar o produtor.
• Adaptar-se às mudanças e necessidades emergentes.
• Inovar em busca de soluções viáveis e adequadas para a
resolução de situações-problema em conjunto com seu
supervisor.
• Realizar as metas e atividades nos prazos estabelecidos.
• Manter o diálogo e a comunicação horizontalizada.
• Usar linguagem adequada, mesmo que em assuntos técnicos,
possibilitando a compreensão por todos.
• Elaborar o relatório, as orientações ou os e-mails com clareza.
• Discrição pessoal e institucional.
• Visão crítica e holística.
• Inserir os dados e as informações no sistema de monitoramento,
por meio do software.
Técnico de Campo
Atende até 30
propriedades
Pense e decida
Feedback
Ciclo
Sistema produtivo Período Safra Condições
Nível de e edafoclimáticas
tecnológico produtivo e as fases
adotado que fazem plantio entressafra da região
parte
Atividade Carga N° de N° de
Periodicidade
produtiva horária visitas/mês visitas/ano
2,4,6 ou 8
Agroindústria Mensal/bimensal 1a2 12 a 24
horas
Bovinocultura de 2, 4 ou 8 Mensal/bimensal/
0a2 6 a 24
corte horas bimestral
Bovinocultura de
2 ou 4 horas Mensal/bimensal 1a2 12 a 24
leite
2, 4, 6 ou 8 Mensal/bimensal/
Cafeicultura 0a2 6 a 24
horas bimestral
2, 4 ou 8 Mensal/bimensal/
Cana de açúcar 0a2 6 a 24
horas bimestral
Mensal/bimestral/
4, 6 ou 8
Floresta trimestral/ 0a1 2 a 24
horas
semestral
Ovinocaprinocultura 2, 4 ou 8 Mensal/bimensal/
0a2 6 a 24
de corte horas bimestral
Ovinocaprinocultura
2 ou 4 horas Mensal/bimensal 1a2 12 a 24
de leite
T0 (tempo zero)
Caderno do Produtor
Medidas de Impacto
Entregas:
• Entregar o termo de adesão.
• Entregar o caderno do produtor e dar as orientações a respeito da sua
utilização na coleta e registro dos dados.
• Realizar o registro dos dados do cadastro do produtor e da propriedade no
sistema de monitoramento.
• Realizar o registro do DPI T0 no sistema de monitoramento.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
• Prestar orientações técnicas e gerenciais para a próxima visita.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Realizar o registro dos dados do diagnóstico econômico / inventário de
recursos (IR) no sistema de monitoramento.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Entregar o DPI T0 ao produtor e orientá-lo a se preparar para a elaboração
do planejamento estratégico (PDCA) T1.
• Entregar o relatório de orientação de medidas de impacto, que pode conter
orientações gerenciais, organizacionais e técnicas.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Entregar o DPI T0, caso ainda não tenha sido entregue.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita
técnica.
• Entregar o planejamento estratégico (PDCA) T1 com registro no sistema
de monitoramento.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Finalizar e apresentar DPI T1 na 12ª visita.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Entregar o DPI T1.
• Entregar o 2o caderno do produtor.
• Apresentar o planejamento estratégico (PDCA) T2.
• Elaborar o relatório de visita com os indicadores do benchmarking.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica.
• Elaborar o relatório de visita no sistema de monitoramento.
Entregas:
• Registrar no sistema de monitoramento os dados coletados na visita técnica,
• Entrega final:
» Elaborar o relatório geral.
» Atualizar o DPI T2 na 24ª visita.
» Realizar o comparativo dos diagnósticos DPI T0, T1 e T2.
» Entregar o planejamento estratégico (PDCA) T3.
» Entregar o comparativo de indicadores.
» Prestar as orientações finais.
Saiba Mais
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Tópico 5: A importância da
formação continuada no processo
de assistência técnica
Por isso, a formação não tem foco apenas na área técnica e gerencial,
mas também no desenvolvimento de competências de liderança, habi-
lidades de relacionamento e capacidade de persuasão.
Entenda melhor…
O técnico que atuará na ATeG precisa ser muito bem capacitado para o
exercício de suas funções. Ele precisa conhecer profundamente o produtor,
sua família, seus costumes e suas dificuldades. Assim, será mais fácil
se aproximar dele e conquistar sua confiança, viabilizando a adoção das
tecnologias propostas.
O técnico que vai trabalhar com o produtor rural, seus empregados e sua
família necessita se capacitar para trabalhar com a educação de adultos, com
base nos conceitos e princípios da andragogia,
Assim, entendemos que a sala de aula não deve ser o local único e preferido
para capacitar produtores rurais. É sempre melhor que eles tenham atividades e
treinamentos mais próximos do local onde as suas operações produtivas
acontecem.
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Compreendeu a
Recebeu orientações
Entendeu como o Senar responsabilidade do Técnico
expressas de como o
valoriza a educação de Campo na Formação
Técnico de Campo deve
continuada no processo Profissional Rural do
buscar conhecimento
da ATeG. produtor para promover
contínuo.
mudanças efetivas.
Encerramento do tema
De acordo com o conteúdo estudado, a maioria dos produtores rurais brasileiros
não recebe nenhum tipo de assistência técnica e, quem recebe, é de forma
eventual e descontinuada. Agora, você será capaz de:
Apresentar o modelo
de ATeG, as etapas
que compõem
Descrever as esse processo e a
responsabilidades importância que
de cada agente esse modelo tem
Explorar a envolvido, sua quando associado à
organização da rotina de visitas e consultoria gerencial.
assistência técnica, a importância da
das principais formação continuada
organizações que do produtor e do
prestam esse técnico durante o
serviço, sua estrutura processo.
operacional e os cinco
passos da assistência.
A segunda etapa deste módulo foi bem intensa e bem relevante para você que
deseja fazer a diferença no trabalho do campo.
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
A Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial está fundamentada em cinco
etapas, que abrangem todo o processo a ser aplicado no desenvolvimento da
propriedade rural atendida.
Nesse contexto, identifique qual das alternativas abaixo mostra todas essas
etapas, inclusive na ordem em que elas devem acontecer:
Tema 3: Técnicas de
abordagem ao produtor
rural
Introdução
Por isso, o objetivo deste tema é que você seja capaz de:
Para que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema
foi dividido em tópicos. Conheça a seguir o objetivo de cada um deles.
Tópico 1
Assuntos do campo
De forma prática, informar ao produtor, por meio de suas atitudes, que está
engajado na obtenção dos resultados contratados no serviço de assistência
técnica, significa:
Poder Pessoal
Poder Contextual
O poder pessoal independe
O poder contextual ou do status e dos papéis
funcional está ligado à que o indivíduo representa
função dentro de uma e ocupa no contexto
estrutura determinada. Ou social. Ele vem do próprio
seja, surge do lugar que a indivíduo, se refere às
pessoa ocupa na estrutura suas características
social, seja uma sociedade, de personalidade,
seja um grupo ou uma experiências, vivências,
empresa produtora de bens conhecimento, energia
e serviços. vital, motivações interiores,
criatividade, capacidade
de enfrentar desafios,
maturidade emocional,
competência técnica, nível
de assertividade, intuição e
competência interpessoal.
Poder Contextual
Poder Pessoal
Conhecimento
Conexão Competência
Na prática
Dessa forma, está claro qual poder você vai usar, não é
mesmo?
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Compreendeu a
Conheceu o poder
importância de estabelecer
contextual e o pessoal,
uma relação de confiança
entendendo as
com o produtor rural,
características de cada
garantindo um processo
um e a aplicabilidade
de assistência harmônico e
deles na sua rotina.
positivo.
Tópico 2: Entendendo o
comportamento humano
A realidade do campo
Quando criança, o ser humano tem a necessidade de ser aceito pelos pais,
irmãos, avós, professores, ou seja, por aquelas pessoas que são figuras de
autoridade em seu meio. Para isso, experimenta comportamentos e atitudes
que são aceitos por eles e, com o passar do tempo, são incorporados à sua
personalidade.
Nessa condição, o cérebro não identifica que está no momento atual, muito
distante do que aconteceu no passado, e que pode pensar de forma diferente.
Trata-se de uma pessoa adulta, com vários recursos para lidar com o que
está acontecendo, os quais não estavam disponíveis na infância.
Pode significar que a Pode ser que ele tenha Isso pode estar
sua família viveu essa visto seus pais trabalharem relacionado ao medo do
experiência e não teve os muito, do amanhecer ao produtor de conhecer a
resultados que esperava. anoitecer, entendendo que realidade e não saber lidar
essa é a atitude correta. com ela.
Na prática
Ao perceber que o produtor está tomando por fato informações e crenças não
atualizadas, sem concordância com a realidade presente, o técnico precisa
tomar alguns cuidados na comunicação com ele.
Tome nota
Status quo é uma expressão do latim que significa estado atual ou situação atual.
Isso justifica a importância de que o técnico faça uso do seu poder pessoal,
utilizando sua intuição, capacidade de comunicação, empatia, sensibilidade e
bom senso em todo o processo de Assistência Técnica e Gerencial.
Esse é o assunto do quadro Assuntos do Campo, que por sua vez, é sempre
atual e muito relevante para a sua saúde emocional. Leia e conheça!
Assuntos do campo
O assunto agora é profundo e essencial. Vamos
bater um papo sobre o impacto do estado emocional
do técnico na Assistência Técnica e Gerencial.
Para poder lidar com produtores que permanecem com o sistema não vencedor
ativado, é necessário que o técnico esteja com o sistema vencedor ativado,
mantendo equilíbrio emocional para lidar com as diversas resistências que o
produtor possa apresentar.
O técnico precisa ter recursos para lidar com o produtor quando perce-
ber que ele está desqualificando a sua realidade. Ou seja, o produtor
tem um problema a ser resolvido, porém não emprega a energia neces-
sária para a sua resolução.
Uma boa forma para lidar com situações como essa é conduzir a conversa por
meio de perguntas, mantendo uma sequência lógica, estimulando o raciocínio,
a reflexão e a autonomia do produtor.
Observe!
Qual seria a
Como você Como você pode
importância de
controla o custo se organizar para
conhecer o destino
de alimentação fazer as anotações
que se dá ao dinheiro
dos animais? desses controles?
da propriedade?
Dessa forma, fica evidente que a função do técnico não é apenas repassar
informações tecnológicas ao produtor, mas também diagnosticar o
comportamento apresentado pelo produtor no momento da visita. Assim,
o técnico saberá se o produtor está disponível para receber as informações,
ou se precisa ouvi-lo primeiro, para evitar que as resistências do sistema não
vencedor influenciem o projeto de assistência técnica.
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Entendeu como
Conheceu alguns Compreendeu
funcionam os estados da
conceitos importantes como realizar uma
personalidade humana e
a respeito do comunicação efetiva
sua influência na relação
comportamento humano e cuidadosa com o
entre o técnico e o
e suas crenças. produtor rural.
produtor rural.
Compreendeu a
importância do técnico
como agente de apoio
para que o produtor
rural encontre soluções
para os seus problemas.
Acompanhe!
Nascemos para sermos felizes, dar certo na vida, sermos leves, ter sen-
timentos de alegria, amor e usar nossas potencialidades de forma ple-
na. Isso é uma crença que deve prevalecer!
Existem momentos
Por outro lado, em
na vida em que
virtude de alguns
percebemos que os
acontecimentos,
projetos vão bem,
como doenças na
sentimos paz interna,
família, objetivos não
os relacionamentos são
alcançados, trabalho
agradáveis e surgem
em excesso, decepção
novas oportunidades. É
amorosa, noites
um momento favorável
mal dormidas, entre
em que estamos
outros, podemos
curtindo os benefícios
entrar no sistema não
de quem está com
vencedor sem nos
o sistema vencedor
darmos conta.
ativado.
• dor de cabeça,
• problemas de estômago,
• tensão muscular,
• culpa,
• pensamento acelerado.
Ações de descongelamento
Ficar atento aos fatores que nos tiram o equilíbrio emocional faz a diferença
entre estar bem ou não em nossa vida. Alguns são externos e estão fora de
controle. Outros são internos e podem acontecer de maneira involuntária.
Responsabilidade emocional
Também é responsabilidade do técnico
da assistência técnica ter seus recursos
para estar bem consigo mesmo,
uma vez que seu estado emocional e
seu comportamento vão influenciar
a condução de seus trabalhos na
propriedade rural, ainda mais quando
atender a um produtor que esteja com
o sistema não vencedor ativado.
Ele precisa da presença do outro para sobreviver. Tanto isso é verdade que,
na prisão, o principal castigo aos presos não é a violência física, mas sim a
privação do contato humano, quando colocam um preso na solitária.
Estar bem é uma decisão própria. O técnico não deve cair na armadilha
de culpar outras pessoas ou até o produtor rural pelo que está sentin-
do. Somos responsáveis pelo que estamos pensando e sentindo, e o
estado emocional que esses pensamentos e sentimentos causam refle-
tem na forma como reagimos diante dos acontecimentos da vida.
viagem.
Isso ressalta a forma com que cada um
lida com os acontecimentos da vida,
O que é defensividade?
Significa não fazer algo para mudar o que é necessário. É uma fuga para
não lidar de forma consciente com o que está acontecendo. Ela é usada para
evitar respostas autônomas, muitas vezes até estimulando outras pessoas a
assumirem o controle da situação criada por esse tipo de comportamento.
Esse ciclo vicioso o mantém no sistema não vencedor, uma vez que ele não
toma a iniciativa para resolver o que está acontecendo e cria uma expectativa
de que algo ou alguém possa assumir a ação que é de sua responsabilidade.
Tome nota
O técnico pode contar com vários recursos para estimular o produtor, como:
• ter clareza no contrato de trabalho,
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Entendeu que
Compreendeu ações confiança, consciência
importantes para e ação são efetivas
manter o equilíbrio para obter o equilíbrio
emocional. emocional e manter o
sistema vencedor ativo.
Tópico 4: Relacionamento
interpessoal e autocontrato de
mudança
Então, de acordo com esse conceito, significa que ouvir a outra pessoa com
atenção e engajamento é um sinal de respeito e demonstração de que ela é
o que importa no momento. É muito bom perceber quando alguém está nos
dando atenção.
Todos se
Isso faz nos
sentem
sentirmos bem,
importantes e
vivos, alertas e
reconhecidos.
aceitos.
É um ouvir e interagir
de ser humano para
ser humano, sem
críticas e
julgamentos.
Reconhecimento Condicional
Reconhecimento incondicional
Consequência
Consequência Levam ao crescimento,
Modelam e reforçam Tipos de reconhecimento estimulam a autoestima e
comportamentos. a segurança.
Exemplo Exemplo
"Os controles gerenciais "É um prazer poder
realizados por vocês Condicional Incondicional atender à sua
estão ótimos. Parabéns!" Positivo Positivo propriedade. Sinto-me
muito bem aqui."
Nesse caso, cabe o cuidado de não fazer desse momento um estímulo para
desmotivar, gerar insegurança ou desmerecer a atitude do produtor, mas
auxiliar no desenvolvimento da propriedade rural.
A forma não verbal é um meio muito mais potente e sutil do que a linguagem
verbal no processo de relacionamento interpessoal. Isso acontece porque está
menos sujeita ao controle consciente das pessoas, pois expressa seus reais
sentimentos, sensações, opiniões e posicionamentos.
Na prática
Tenha sempre em mente que o que você tem a dizer é para contribuir com o
desenvolvimento do produtor rural. A forma como você fala e o momento vão
ou não contribuir para isso.
Pense e decida
Feedback
Por isso, é muito importante entender o motivo da tensão primeiro, pois isso
ajuda você a se certificar de que, realmente, o seu sistema vencedor está
ativado. Ele é essencial para dar esse tipo de reconhecimento e não correr
o risco de se tornar um incondicional negativo, o que poderia interferir de
forma negativa nos resultados da Assistência Técnica e Gerencial realizada
na propriedade.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Compreendeu a
Conheceu Entendeu como
importancia de saber
comportamentos que as formas de
como e quando fazer
influenciam de forma reconhecimento podem
reconhecimentos em um
positiva o ambiente da tornar um ambiente
diálogo com o produtor
ATeG. positivo ou negativo.
rural.
Você sabia?
Técnico Produtor
Mensagem
Feedback
Emissor Receptor
Lembrando dos conceitos dos sistemas vencedor e não vencedor, fica evidente
que há dois circuitos na exteriorização de comportamentos: positivo e
negativo. Você verá cada um em detalhes na sequência!
Orientação/estrutura
É aquela que define acordos, estabelece critérios
e regras, apresenta orientações, critica com
direcionamento positivo, fixa limites e valores
adequados. É apoiadora, justa, séria e ética.
Exemplo: Acredito que seja importante revisarmos
nosso planejamento.
Proteção/suporte
É a comunicação afetuosa, que permite crescimento,
desenvolvimento e autonomia. Mantém contato visual,
junta-se em ações que dão suporte à ação inicial da
pessoa, permite limites adequados (de cuidados),
incentiva a ação, dá contensão e permissão para agir.
Exemplo: Creio em seu potencial e sei que você pode
colocar as metas da propriedade em prática.
Pedir/dar informação/análise
Às vezes, antes de tomar uma decisão, é necessário
entender o que está acontecendo. Para isso, é importante
solicitar informações, apresentar dados pertinentes, criar
alternativas, pensar em conjunto e ampliar a percepção
da realidade.
Essa é a comunicação que pergunta sem críticas, pede
dados e características, explica como entendeu, pondera,
é objetiva, processa dados da realidade no aqui e agora,
conclui, compara dados e características, é responsável
e autônoma.
É muito útil para tomar decisões sensatas, baseadas
em fatos objetivos da realidade, sem interferência de
julgamentos, preconceitos e crenças não atualizadas.
Exemplo: Você poderia me apresentar informações sobre
sua estratégia para aumentar a produção leiteira?
Espontaneidade
Somos seres humanos com qualidades e pontos de
melhoria, acertamos e erramos. Ser espontâneo significa
ter permissão para agir de forma autêntica.
Se estamos alegres, podemos demonstrar nossa alegria,
como também podemos nos permitir sentir a tristeza.
Se estamos com raiva, podemos senti-la, diferenciando
sentir de agir. Sentir raiva difere de agir com raiva.
É na espontaneidade que estão a criatividade, a intuição,
a motivação, a alegria e a afetuosidade.
Exemplo: Estou triste por não ter atingido as metas de
produção este mês.
Cooperação
Para manter qualquer relação de forma duradoura,
é essencial seguir o combinado. Vale para qualquer
relacionamento.
O técnico que ouve opiniões do produtor rural constrói
alternativas em conjunto, reserva tempo para avaliar
como foi a implantação de projetos e apresenta de forma
clara o que deseja.
Ele terá maior probabilidade de que o produtor se
empenhe na obtenção dos resultados que devem ser
atingidos, pois o que deve ser feito está claro para todos.
Cooperar é seguir o combinado.
É a comunicação que segue orientações, ordens, normas
e procedimentos, cumpre o combinado, percebe a
necessidade de ajuda e a oferece, cria alternativas, tem
flexibilidade para alcançar resultados e buscar soluções.
Exemplo: Conforme o combinado, entregarei os
relatórios na próxima sexta-feira.
Dominação
Forma de comunicação que critica o que falta fazer e
não o que foi feito. Normalmente, diz que ninguém faz
nada certo, é desqualificadora, inibidora, centralizadora,
preconceituosa, crítica, agressora e desrespeitadora.
Exemplo: Isso está completamente errado!
Permissividade
É a superprotetora, fazendo e decidindo pelo outro. Ajuda
antes de ser solicitado, não reconhece a evolução do
indivíduo, inibe a experimentação, cerceia a autonomia. É
centralizadora, desqualificadora e inibidora, estimulando a
dependência e a incapacidade.
Exemplo: Técnico que faz o trabalho do produtor,
descrendo de seu potencial para concluir a atividade.
Imaturidade
Exterioriza um comportamento inadequado para a
situação. É egoísta, grosseira, exibe emoções extremas. É
irracional, desorganizada, amoral e não educada.
Exemplo: O que você tem a ver com minha vida?
Reclamação
Reclama sem ter dados objetivos da realidade. Não
encontra soluções e sempre se justifica. Coloca a culpa
no outro, faz críticas, reclama de terceiros, é agressiva e
rebelde.
Exemplo: Sempre sobra para mim.
Submissão
Aceita uma adversidade sem conversar sobre ela. Não se
defende de algo quando não está confortável ou quando
é injustiçado, sem coragem de dizer “não” para algo que
não aceita.
Exemplo: Sim, senhor.
A comunicação e os circuitos
No circuito positivo da comunicação as pessoas encontram soluções para
questões que necessitam de resolução e se aproximam. O clima da conversa
é amistoso e gera um ambiente de harmonia. Nesse circuito, a comunicação
é clara e sincera.
O ambiente é próprio para se expressar, sabendo que não haverá críticas nem
julgamentos, pois o receptor está disposto a ouvir. Ouvem-se, analisam,
interpretam e definem qual ação realizar.
Em alguma fazenda...
Conversa entre o Técnico de Campo e o Produtor - caso em que o Técnico não
tivesse recebido treinamento e não estaria preparado para lidar com essas
situações
Técnico, o que
fazer para
aumentar a
produtividade da
atividade leiteira?
O senhor deve
trocar seus
equipamentos, pois
estão com baixa
eficiência.
Técnico de
Produtor Campo
Seria bom,
mas eu não
tenho recursos
financeiros.
Então faça um
financiamento!
Técnico de
Produtor Campo
Mas as taxas de
juros são altas e
eu não gosto de
financiamentos.
Técnico de
Produtor Campo
Não costumo
vender nada do
que tenho.
Apenas queremos
que sua propriedade
melhore. Fazemos de
tudo para ajudar.
Técnico de
Produtor Campo
Técnico de
Produtor Campo
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Conheceu os princípios
Compreendeu o
da comunicação Entendeu a importância
funcionamento da
assertiva, ferramenta de manter a comunicação
comunicação no
fundamental para o no circuito positivo na
círculo positivo e
trabalho do Técnico de ATeG.
negativo.
Campo.
Encerramento do tema
Durante o tema, foi visto que para realizar um bom trabalho como Técnico
de Campo é preciso bem mais que conhecimento técnico e disposição para o
trabalho. Você pôde compreender
Os aspectos do
comportamento
humano,
A necessidade de identificando
manter o controle crenças limitantes
emocional para e situações de
A necessidade de ficar em condições desequilíbrio
estar bem, ter um de auxiliar os emocional, podendo
relacionamento produtores, que lidar com essas
saudável com o então poderão ter adversidades
produtor e uma consciência da e conquistar a
comunicação realidade e encará-la, confiança
eficiente. tomar decisões mais do produtor.
assertivas e alcançar
melhores resultados.
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
Para que tenhamos efetividade na adoção das orientações técnicas, gerando
melhoria nos resultados da propriedade rural atendida, sabemos que é
fundamental a criação de um ambiente favorável para a assistência técnica,
de modo que a confiança seja a base da relação entre Técnico de Campo e
produtor rural.
e. Evitando ouvir palpite dos outros membros da família, o técnico deve se ater
ao contato com o responsável pela propriedade. Se muitos derem palpite, vira
bagunça e o ambiente fica conflituoso.
Encerramento do módulo
• A realidade rural
brasileira, a origem, a
evolução e a filosofia • O estabelecimento
da assistência de uma relação de
técnica. confiança com o
• A importância da produtor, entendendo
Assistência Técnica o comportamento
e Gerencial no meio • A organização, as humano e mantendo
rural, meios de responsabilidades o equilíbrio emocional,
disseminação dela e e o papel de cada o relacionamento
da Política Nacional agente, bem como interpessoal,
de Assistência a importância da o autocontrato
Técnica e Extensão formação continuada de mudança e
Rural. no processo de a comunicação
Assistência Técnica e assertiva.
Gerencial.
Final de etapa
Estudo de Caso
Será apresentada para você, no Ambiente de Estudos, uma
situação-problema relacionada aos temas estudados no módulo.
Responda, fazendo uma análise da situação. Aqui no Módulo 01,
você deverá gravar um vídeo de até 3 minutos respondendo a
pergunta lançada no Estudo de Caso.
O upload do vídeo deverá ser feito no LMS dentro da atividade
Estudo de Caso. Essa atividade será corrigida pelo tutor, que
dará uma nota e um feedback.
Simulado
Também no Ambiente de Estudos você encontrará 17 questões
objetivas sobre os três temas deste módulo. Você pode realizar
o Simulado três vezes, permitindo que você se prepare bem
para a Avaliação.
A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota.
Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento,
estudar e ter uma prévia de como será a Avaliação. Aproveite!
Avaliação
Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação.
Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla
escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo.
Essa atividade online é obrigatória e vale nota.
O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A
correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção da
atividade.
Onde acessar?
Para acessar essas atividades, clique no menu do seu Ambiente de Estudos e
depois em Minhas Avaliações.
Ah! Caso falte energia durante a Avaliação, não se preocupe, pois o sistema
de avaliações, incluindo o Simulado, são salvos automaticamente. Você não
perderá nada do que já respondeu!
A alternativa (a) está incorreta por inverter a sequência proposta por Rogers
(2003), colocando como segundo passo a avaliação e o julgamento como
terceiro passo, quando o correto seria o inverso.
A alternativa (b) está incorreta por não seguir a ordem proposta por Rogers
(2003), colocando como primeiro passo a discussão, quando seria tomar
conhecimento; e como segundo passo o interesse, quando seria o julgamento.
A alternativa (d) está incorreta por trazer como primeiro passo a comparação
do novo com o tradicional, ao invés de tomar conhecimento. Como quarto
passo está a adesão da tecnologia, quando seria a validação.
A alternativa (e) está incorreta por apresentar como primeiro passo a validação,
quando seria a tomada de conhecimento da tecnologia. Como segundo está
a comparação, ao invés de fazer julgamento. Como terceiro passo apresenta
o julgamento, quando seria avaliação mental, e como quarto passo traz a
adesão, quando seria a validação.
Tema 2
Alternativa correta (e)
A alternativa (a) está incorreta por não apresentar as cinco etapas na ordem
em que elas devem ocorrer. Apresenta o diagnóstico produtivo individualizado
após o planejamento estratégico, o qual deveria vir antes, até porque o
diagnóstico seve de base para a realização do planejamento.
A alternativa (d) está incorreta por não apresentar a etapa formação profissional
complementar, prevista na metodologia, e por citar como etapa a conquista
da confiança do produtor.
Tema 3
Alternativa (a)
A alternativa (c) está incorreta por dar uma ideia de que o Técnico de Campo
deve priorizar os aspectos tecnológicos, buscando simplesmente o aumento
da produção, esquecendo das questões relacionadas ao relacionamento com
o produtor, além da questão gerencial.
A alternativa (d) está incorreta por usar o tempo de forma eficiente junto
ao produtor, mas não fazer a devida aproximação para melhor conhecê-lo
e compreendê-lo. Também por afirmar que o técnico é quem deve tomar as
decisões na propriedade, fato que confronta a metodologia.
A alternativa (e) está incorreta por afirmar que o Técnico de Campo deve
ouvir apenas o responsável pela propriedade, evitando maior contato com os
demais membros da família, situação contrária ao que prega a metodologia.
Referências bibliográficas
ASBRAER. Assistência técnica e extensão rural no Brasil: um debate
nacional sobre as realidades e novos rumos para o desenvolvimento do país.
Minas Gerais, 2014. Disponível em: http://goo.gl/TkNzhO. Acesso em: 9 mar.
2017.
ROGERS, M.E. Diffusion of innovations. 5. ed., New York: Free Press, 2003.