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Introdução
1
Aluno do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, campus Amílcar
Ferreira Sobral – CAFS, em Floriano – PI. E-mail: fneto101@gmail.com
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Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, campus
Amílcar Ferreira Sobral – CAFS, em Floriano – PI. E-mail: izabearrais@ufpi.edu.br
Como referencial teórico, utilizamos Coudry (2001); Silva (2008); Frantz
(2011); Moreira (2010), entre outros, assim como também algumas diretrizes
curriculares nacionais de ensino. O referencial teórico está subdividido em dois
subtópicos, em que o primeiro faz uma reflexão acerca do surgimento da literatura
infantil e uma reflexão sobre o que diz as diretrizes curriculares nacionais de ensino
a respeito do tema, o segundo discute acerca das implicações da literatura infantil
para a formação de leitores, por fim fazemos as considerações finais, seguidas das
referências.
Quanto ao processo metodológico, o presente estudo trata-se de uma
pesquisa bibliográfica baseada em análise de dados secundários que busca verificar
as implicações da Literatura Infantil para o desenvolvimento da formação de leitores
de crianças de 8 e 9 anos de idade dos anos iniciais do Ensino Fundamental. De
acordo com Lima, (2003, p. 3), a pesquisa científica tem o potencial de levantar
dados que podem embasar o conhecimento sobre uma determinada realidade que
se pretende estudar, no qual “[...] contribui de maneira singular para o
desenvolvimento de uma ou mais respostas ao problema suscitado pelo
pesquisador”.
Nos primeiros anos de vida, a criança vive uma fase de descoberta muito
grande e estas vão gerando conhecimento dentro de si, no qual desenvolve tanto a
sua oralidade, a leitura, a escrita quanto o pensamento crítico e reflexivo do aluno. E
é partindo desse contexto que as implicâncias e contribuições da literatura infantil se
tornam tão crucial no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que o uso da
leitura nos anos iniciais do Ensino Fundamental se torna tão necessário. Desse
modo, o uso adequado da literatura infantil nos anos iniciais implica diretamente de
forma positiva neste processo.
Nas palavras de Zilberman (1994, p. 22), a Literatura Infantil,
[...] sintetiza, por meio dos recursos da ficção, uma realidade, que
tem amplos pontos de contato com o que o leitor vive
cotidianamente. Assim, por mais exacerbada que seja a fantasia do
escritor ou mais distanciadas e diferentes as circunstâncias de
espaço e tempo dentro das quais uma obra é concebida, o sintoma
de sua sobrevivência é o fato de que ela continua a se comunicar
com o destinatário atual, porque ainda fala de seu mundo, com suas
dificuldades e soluções, ajudando-o, pois, a conhecê-lo melhor.
Sabendo que é nos anos iniciais que a criança tem seus primeiros
contatos com os livros, o incentivo para o desenvolvimento do hábito da leitura é
primordial nessa fase. Segundo Bamberger (1991), uma das implicações da
literatura infantil na formação de leitores é fazermos com que a criança tenha
sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem, antes que as histórias
em quadrinhos, as revistas ilustradas e a torrente de imagens veiculadas pelos
meios de comunicação de massa tomem conta dela, visto que estaremos
promovendo o seu desenvolvimento como ser humano. No qual, entende-se a
importância de tornarmos esta prática prazerosa.
No entanto, trabalhar a literatura Infantil de forma lúdica implica
positivamente e faz toda diferença neste processo. A escritora Cecília Meireles
(1984) reforça esta ideia quando diz que a literatura infantil, em lugar de ser a que se
escreve para as crianças, deve ser a que as crianças leem com agrado. Perante
isso, compreende-se que a aprendizagem precisa ocorrer de forma autônoma e
prazerosa no qual a criança é livre para imaginar o mundo que quiser e, além disso,
criar livremente.
Neste cenário Bordini (1985, p. 27-28) chama a atenção ao apontar que
“os textos literários adquirem, no cenário educacional, uma função única, singular:
aliam à informação o prazer do jogo, envolvem razão e emoções numa atividade
integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas na sua esfera cognitiva”.
Sendo assim, a literatura infantil abre espaço para que o trabalho do professor traga
ludicidade e criatividade implicando, desse modo, no ato de estudar, tornando-o
prazeroso, o qual faz com que a criança se sinta estimulada a aprender.
Dessa maneira, é imprescindível o uso desta ciência nos anos iniciais do
Ensino Fundamental com as crianças, pois a partir dela os educandos têm o contato
com diferentes narrativas, histórias, contações e etc. Elementos estes que
constituem propostas contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Portuguesa (1997) onde ressaltam o “Domínio da Língua oral e escrita, sendo
fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se
comunica, tem acesso à informação, expressa e define pontos de vista, partilha ou
constrói visões de mundo, produz conhecimento” (p.11). Melhor dizendo, os
Parâmetros Curriculares reforça mais uma vez a ideia de que o incentivo a leitura na
vida das crianças nos anos iniciais tem sua significância e implica certamente no seu
desempenho social.
Entretanto, sabemos que criar o hábito de trabalharmos a literatura de
forma lúdica e criativa diariamente, com foco principal na formação de leitores, não é
algo simples, porém é algo fundamental, pois implica positivamente no
desenvolvimento cognitivo, oral e imaginário da criança. Cadermartori (2017)
destaca ainda que, quando um adulto produz um livro para uma criança, se
manifestam ideias sobre o que os pequenos leitores devem ser e pensar, servindo
como instrumento de formação, concepção ideológica e dos conceitos que devem
ser adquiridos. Reforçando, assim, a necessidade da prática da leitura diariamente
em sala de aula.
Dessa forma, a leitura, além de implicar no desenvolvimento crítico e
reflexivo da criança, também influencia certamente no desenvolvimento emocional.
Pois, segundo Cunha (1974) “a literatura Infantil implica e quer influir em todos os
aspectos da educação do aluno. Assim, nas três áreas vitais do homem (atividade,
inteligência e afetividade) em que a educação deve promover mudanças de
comportamento, a Literatura Infantil tem meios de atuar”. Entende-se que a literatura
infantil é uma arte e enquanto arte é algo crucial na vida do sujeito, visto que implica
em um sentido na vida da criança, até mesmo no que diz respeito a afetividade.
Nesta óptica, Góes (2010, p.47) reforça mais uma vez este conceito sobre
a importância da leitura na vida da criança, quando afirma que o desenvolvimento da
leitura entre crianças implicará positivamente em um enriquecimento progressivo no
campo dos valores morais, da cultura, da linguagem e no campo racional. O hábito
da leitura ajudará na formação da opinião e de um espírito crítico, principalmente, a
leitura de livros que formam o espírito crítico, enquanto a repetição de estereótipos a
empobrece.
Assim, concordamos com Meireles (1994, p. 36) ao afirmar que:
Considerações Finais
Referências
LAMEIRÃO, L. Ninguém é tão grande que não possa aprender nem tão pequeno
que não possa ensinar: o autoconhecimento do educador. Território do brincar:
diálogo com escolas. São Paulo: Instituto Alana, p. 76-81, 2015.
ZENTI, L. Aulas que seus alunos vão lembrar por muito tempo: motivação é a
chave para ensinar a importância do estudo na vida de cada um de nós. Nova
Escola, São Paulo: Abril, v. 134, ago. 2000.