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GAFISA S.A.

CNPJ/MF nº 01.545.826/0001-07
NIRE 35.300.147.952
Companhia Aberta

COMUNICADO AO MERCADO
Esclarecimentos sobre notícia veiculada na imprensa

A GAFISA S.A. (“Gafisa” ou “Companhia”) (B3: GFSA3) vem, em atenção ao Ofício nº


13/2024/CVM/SEP/GEA-1, expedido pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) em
19 de janeiro de 2024 (“Ofício”), abaixo integralmente transcrito, prestar os
esclarecimentos devidos:

“Senhor Diretor,

1. Reportamo-nos à notícia veiculada em 18.01.2021 no jornal O Globo,


seção notícias, sob o título: “Justiça manda bloquear até R$ 24 milhões que
a Gafisa tem para receber", em que constam as seguintes afirmações:

A Gafisa sofreu uma derrota judicial na disputa que trava desde 2019 com a
carioca Polo Capital Securitizadora. A Justiça de São Paulo determinou um
bloqueio de até R$ 24 milhões nos recursos que a construtora está prestes a
receber por meio dos 'bônus de subscrição' que emitiu – um processo de
venda de ações a investidores que já são sócios da companhia.

A Polo Capital pediu a penhora de todos os valores que a Gafisa for receber
no âmbito de um processo movido contra a empresa há mais de quatro anos.
Naquela época, quando a construtora ainda era controlada pelo sul-coreano
Mu Hak You, a Polo acusou a Gafisa de desviar recursos.

Isso porque a gestora havia comprado Certificados de Recebíveis Imobiliários


(CRIs) da construtora, na prática adiantando à empresa o dinheiro que ela
ganharia com a venda de apartamentos. A Gafisa continuaria cobrando o
pagamento junto aos clientes, mas teria que repassar os valores à Polo. Mas,
segundo acusou a gestora à época, a Gafisa teria emitido boletos de
cobrança com sua própria conta bancária, retendo o dinheiro da Polo.

Diante dessa situação, a Polo entrou com um processo de execução contra a


Gafisa. Esta semana, a gestora alertou a Justiça para o recebimento iminente
de volume significativo de recursos pela Gafisa graças aos chamados bônus
de subscrição
Embora o prazo final do processo de bônus fosse abril, há prazos mensais
para que os investidores exerçam o direito a eles - ou seja, pagando para ter
mais ações da companhia, que embolsa os recursos. A Polo identificou
negociação relevante de bônus no último dia 9 de janeiro - um dia antes do
fim do prazo mensal -, o que indicaria a iminência da entrada de milhões no
caixa da Gafisa.

2. Tendo em vista o exposto, determinamos que V.Sª. esclareça se a notícia


é verídica, e, caso afirmativo, explique os motivos pelos quais entendeu não
se tratar de fato relevante, bem como comente outras informações
consideradas importantes sobre o tema.

3. Cabe ressaltar que pelo art. 3º da Resolução CVM nº 44/21, cumpre ao


Diretor de Relações com Investidores divulgar e comunicar à CVM e, se for o
caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que
os valores mobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à
negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus
negócios, bem como zelar por sua ampla e imediata disseminação,
simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários
sejam admitidos à negociação.

4. Tal manifestação deverá ocorrer por meio do Sistema Empresa.NET,


categoria: Comunicado ao Mercado, tipo: Esclarecimentos sobre
questionamentos da CVM/B3, assunto: Notícia Divulgada na Mídia, a qual
deverá incluir a transcrição deste ofício. O atendimento à presente
solicitação de manifestação por meio de Comunicado ao Mercado não exime
a eventual apuração de responsabilidade pela não divulgação tempestiva de
Fato Relevante, nos termos da Resolução CVM nº 44/21.

5. Alertamos que, de ordem da Superintendência de Relações com Empresas,


no uso de suas atribuições legais e, com fundamento no inciso II, do art. 9º,
da Lei nº 6.385/76, e na Resolução CVM nº 47/21, caberá a determinação de
aplicação de multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem
prejuízo de outras sanções administrativas, pelo não cumprimento da
exigência contida neste ofício, enviado exclusivamente por e- mail, até
22.01.2024.

Atenciosamente”

Em atendimento ao Ofício, a Companhia esclarece que a notícia veiculada no jornal O


Globo (“Notícia”) faz referência ao processo judicial em trâmite perante o Judiciário
Estadual de São Paulo através do qual a Polo Capital Securitizadora S/A (“Polo”), cobra
obrigação de recompra de títulos que lastreiam recebíveis imobiliários que foram objeto
de contratos de cessão de créditos firmados entre o período de 2012 a 2017.

A Gafisa informa que apenas tomou conhecimento sobre o conteúdo da decisão judicial
quando da publicação da Notícia, tendo em vista que a intimação da decisão veio a
ocorrer apenas na presente data. Ademais, ressalta que adotará providências para
buscar a reforma da referida decisão.

No referido processo judicial, a Gafisa segue em sua defesa veiculando seu


inconformismo contra a pretensão da Polo, em especial pela ausência de liquidez do
título executivo, causada pela falta de documentação comprobatória do
inadimplemento dos mutuários originais dos recebíveis, fato que acarreta limitação do
exercício do direito de defesa.

Importa destacar que os valores em disputa no referido processo judicial se encontram


integralmente garantidos. Apesar disso a Polo insiste em recusar bens que foram
ofertados em diversas oportunidades para constituir garantia do Juízo, com o nítido
propósito de tumultuar o processo, inclusive veiculando novos pedidos de penhora
como este que foi a base da notícia em análise.

A recente decisão de primeira instância que foi objeto da matéria jornalística ainda
dependerá de confirmação em instâncias recursais e se trata de apenas mais um
movimento processual em um litígio que já fora oportunamente divulgado ao mercado,
detalhadamente, por ambas as partes, em diversas vezes desde 2019.

Pelo exposto, no entendimento da Companhia, a recente ocorrência não caracteriza fato


relevante para fins da Resolução CVM nº 44, de 23 de agosto de 2021, conforme alterada
(“Resolução CVM 44”), não ensejando divulgação específica pela Companhia.

Por fim, a Gafisa reitera o seu compromisso de manter os seus acionistas e o mercado
devidamente atualizados acerca de qualquer informação relevante, na forma da
Resolução CVM 44.

São Paulo, 22 de janeiro de 2024.

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