Você está na página 1de 9

Ensaios sobre o multilateralismo:

reflexões de um diplomata e acadêmico


Norma Breda dos Santos

P certo. Portanto,o futuro


oucas vezes pareceu tão in-
refletir sobre a pro-
o interesse e a regra”, como sucintamen-
te Maria Regina Soares de Lima anuncia
moção da estabilidade das relações in- no prefácio ao livro. Ou seja, o autor par-
ternacionais tornou-se particularmente te da premissa de institutions do matter
relevante. Há bem pouco tempo, para a para refletir sobre a sua experiência na
recorrente menção à “crise do multilate- ONU, em Nova York, onde representou
ralismo”, associada à falta de eficiência, o Brasil de 1999 a 2003. Nas palavras do
rapidez e racionalidade das organizações próprio autor, o objetivo de seu trabalho
internacionais, colocaram-se como alter- é “sem hesitação, uma defesa do multila-
nativa as virtudes que a ação unilateral teralismo” e buscar “entender o que seria
de uma grande potência poderia prover. a contribuição específica da ONU para a
Irônica e tristemente, nos últimos meses ordem internacional” (p.16).
a palavra crise passou a ser usada para se O livro de Fonseca Jr. está dividido
referir mais à gravidade do cenário eco- em duas grandes partes. A primeira de-
nômico e político mundial do que aos las trata especificamente da ONU e busca
problemas dos fóruns multilaterais, cuja responder à indagação: como combinar
atuação está sendo questionada, mas não interesses e regras nas relações entre os
considerada negligenciável. Pelo contrá- Estados? A resposta, segundo o autor,
rio, os mecanismos de governança que as está na construção da “vontade multila-
organizações internacionais podem pro- teral”, que imprime legitimidade à ação
ver têm sido notoriamente objeto de uma coletiva e individual dos Estados. O papel
atenção e debate. Fala-se em uma profun- da legitimidade na política internacional,
da reforma no Fundo Monetário Inter- diga-se de passagem, é tema caro ao au-
nacional (FMI) para que possa monito- tor que, dez anos atrás, publicou A legi-
rar e gerenciar adequadamente o sistema timidade e outras questões internacionais:
financeiro mundial. Tem-se, igualmente, poder e ética entre as nações.
chamado a atenção para a função da Or- Não por acaso, o autor expressa sua
ganização Mundial do Comércio (OMC) afinidade intelectual com John G. Rug-
de evitar o aumento do protecionismo gie,1 cujos estudos apontam as dimensões
comercial que tende a se tornar mais for- centrais para o funcionamento da lógica
te em momentos de crise econômica. multilateralista. Mas Fonseca Jr. assinala
Com a densidade e a originalidade que que fala a partir de outro lugar, já que a
resultam da reflexão combinada à ação, sua perspectiva é sobretudo a do diplo-
Gelson Fonseca Jr. escreveu O interesse e mata, daquele que pensa a partir da “ne-
a regra: ensaios sobre o multilateralismo, cessidade do serviço”, daquele que está
que trata “da contribuição das instituições inserido no processo da formulação de
multilaterais para o ajuste entre o indivi- policies.
dual e o coletivo, a força e a comunidade, Segundo Ruggie, para entender o pa-

estudos avançados 23 (66), 2009 1

Norma Breda dos Santos.indd 1 29.06.09 15:39:26


pel e a relevância das organizações inter- legitimidade no sistema internacional
nacionais, é necessário percebê-las como e, ainda que se observe, hoje, em vá-
instrumentos para a realização dos inte- rias áreas, graus baixos de consenso,
resses dos Estados nacionais – interesses a [ONU] como tal, ainda é referência
muito mais abrangentes do que aqueles necessária para ganhos de estabilida-
definidos pelo realismo –, o que signifi- de e ordem no sistema internacional.
(p.205)
ca que não se pode analisar a eficiência
desses foros a partir de um ponto de vista A invasão do Iraque em março 2003
puramente formal, mas sim considerando pelos Estados Unidos, com o apoio do
condicionantes históricas e políticas. Em Reino Unido e outros países que for-
uma palavra: identificando o que seus maram a Coalition of the Willing, ob-
membros buscam ao delas participarem. jetivou derrubar o governo de Saddam
Assim, o multilateral é definido por sua Hussein e encontrar armas de destruição
dimensão qualitativa, que explica sua efi- em massa (ADM), bem como um atalho
ciência e duração: um arranjo multilateral para capturar Bin Laden. O Conselho de
é a coordenação de políticas nacionais en- Segurança estabelecera anteriormente
tre três ou mais Estados, segundo determi- mecanismos para monitorar o governo
nados princípios. A dimensão qualitativa iraquiano e manter a paz e/ou evitar a
tem entre seus corolários a indivisibilida- ameaça à paz na região. Rapidamente a
de e a reciprocidade difusa (Robert Keo- Coalizão conseguiu derrubar o governo
hane),2 ou seja, os custos e os benefícios de Saddam Hussein. As ADM não foram
de um arranjo multilateral devem ser dis- encontradas. Tampouco Bin Laden. E a
tribuídos entre os seus componentes, que lição?
podem antecipar a continuidade da coo- O que George W. Bush trouxe ao che-
peração coletiva ao longo do tempo. gar à presidência dos Estados Unidos foi
Não se poderia falar da legitimidade, a mudança “da própria natureza do jogo”
que resultaria da crescente convergên- na política internacional.
cia entre interesses e regras interestatais Os EUA, ao levarem unilateralmente o
que, concomitantemente, as reforçaria? valor das fichas, altera[ram] o sentido
Fonseca Jr. afirma que, no caso da ONU, da reciprocidade. [.... Mudou] o jogo
as demandas podem “ser da mais variada multilateral. A visão americana é pecu-
origem”; mas liar, única, compartilhada por poucos,
e exige, correspondentemente, ações
quando são projetadas no mundo mul-
únicas e respaldo diferente do Conse-
tilateral, adquirem uma característica
lho de Segurança. A nitidez com que
comum para que tenham legitimidade,
o projeto norte-americano é unilateral
ao se sustentarem ideologicamente em
elimina a possibilidade de que o me-
valores universais. Mesmo quando ser-
canismo da reciprocidade difusa ope-
vem a um interesse específico, que seja
re. [...] Seria impossível imaginar no
de uma Superpotência, as demandas
futuro, uma retribuição americana...
mudam de natureza ao serem filtradas
(p.107-8)
pela via multilateral. Estendem-se além
do limite nacional, passando a ser, em Poder-se-ia imaginar que, tivessem os
tese, expressas na linguagem do inte- Estados Unidos encaminhado suas de-
resse da comunidade internacional. Os mandas à ONU e obtido sucesso em fil-
Estados continuarão a ser geradores de trá-las pela via multilateral, estendendo-

2 estudos avançados 23 (66), 2009

Norma Breda dos Santos.indd 2 29.06.09 15:39:26


as “além do limite nacional, passando a onde teve suas posições endossadas. Com
ser, em tese, expressas na linguagem do a multilateralização da discussão, o Brasil
interesse da comunidade internacional” não viu reconhecida sua tese, mas, nem
(p.205), a estabilidade e a ordem no siste- por isso, deixou de ganhar no médio e no
ma internacional não teriam sido afetados longo prazos, assim como todos os países
tão negativamente. da Bacia do Prata, pois o entendimento
Sobre a participação do Brasil na sobre os princípios de gerenciamento de
ONU, o autor afirma que “é pratica- recursos naturais compartilhados trouxe
mente ativa em todos os temas” de sua benefícios a todos. Saiu-se, assim, de um
agenda, ainda que, vale lembrar, no iní- quadro em que três Estados estavam en-
cio de seu funcionamento, a diplomacia volvidos numa controvérsia – Argentina,
brasileira a percebia como um fórum de Brasil e Paraguai. O aspecto numérico ou
exercício de “prestígio multilateral caro”, quantitativo (três Estados) não caracteri-
que “[proporciona] ganhos políticos, zava como multilateral a discussão sobre
mas não econômicos”. Ou seja, não se o aproveitamento do Rio Paraná, como
considerava que existia uma relação com- diria Ruggie. A multilateralização acon-
pensatória entre o custo de participação teceu com sua discussão na ONU, que
na ONU e a transferência de recursos – resultou no acerto sobre princípios gerais
recursos financeiros e tecnologia – a fim com relação ao aproveitamento de recur-
de garantir o desenvolvimento do país. sos naturais comuns e, consequentemen-
Ainda assim, é verdade que a diplomacia te, no entendimento formal entre os paí-
brasileira sempre teve na organização in- ses da Bacia do Prata no sentido de aceitar
ternacional uma participação constante e aqueles princípios. Lembremos que um
cooperativa, centrando sua preocupação arranjo multilateral é a coordenação de
na questão do desenvolvimento (Bueno, políticas nacionais entre três ou mais Es-
1994, p.132; Breda dos Santos, 2002).3 tados, segundo determinados princípios.
Sobre a diplomacia brasileira, Fonseca Sobre a importância desse entendimento
Jr. cita o interessante exemplo da con- para o melhor relacionamento e a aproxi-
trovérsia sobre a construção de Itaipu mação política entre os países da região,
na década de 1970 (p.127). Nesse caso, parece desnecessário insistir.
o Brasil assumiu, em princípio, uma po- Instituições importam. Importam
sição defensiva, não querendo perder a tanto que provavelmente a análise de
vantagem que oferecia sua posição ge- Fonseca Jr. se tornaria mais instigante se
ográfica no Rio Paraná, defendia a tese o autor tivesse se estendido um pouco
do “prejuízo sensível”, que lhe facultava mais em observações de caráter crítico
decidir sobre as eventuais consequências sobre a ONU. É o que muitos especia-
da construção da usina para os países à listas em Relações Internacionais têm fei-
jusante do Rio. Por sua vez, a Argentina to, assim como uma importante corrente
entendia que deveria prevalecer o princí- crítica de acadêmicos da área do Direito
pio da “consulta prévia”, preocupando- Internacional Público, que consideram
se, sobretudo, com a navegabilidade do que o multilateralismo tornou-se “nossa
Rio Paraná e a viabilidade das usinas hi- religião secular”. Desafiam a difundida
drelétricas que pretendia construir. O go- crença de que se melhora o mundo com a
verno argentino levou a questão à ONU, expansão da competência e o enforcement

estudos avançados 23 (66), 2009 3

Norma Breda dos Santos.indd 3 29.06.09 15:39:26


power das instituições internacionais. e ruandenses um autêntico debate nacio-
Anne-Marie Slaughter (1997, p.194), nal sobre as atrocidades que vivenciaram
das representantes mais eminentes des- (Alvarez, 200, p.3).
sa corrente, afirma que as instituições A segunda parte de O interesse e a regra
internacionais, incluindo aí as entidades contém cinco textos. O primeiro deles foi
não governamentais, agem, constante- escrito com Benoni Belli, e seu tema, a
mente, de forma unilateral, sob o manto governabilidade democrática, articula-se
da duvidosa legitimidade que advém do particularmente à primeira parte do livro.
fato de o fazerem em nome de um gru- Nesse capítulo, os autores problemati-
po de Estados ou dos interesses de uma zam as instituições internacionais, ainda
coletividade qualquer. O que, de fato, re- que com clara afiliação a uma matriz de
alizam, segunda a autora, é a defesa da pensamento que confere às instituições
supremacia de um Estado hegemônico papel fundamental para a construção da
ou de um grupo de interesses. Sugere ordem internacional. Os dois textos que
como exemplo alternativo à tradicional seguem têm caráter ensaístico e tratam de
diplomacia interestatal a utilização de re- temas regionais. Um deles estuda as rela-
des transnacionais de atores domésticos, ções entre a Europa e a América Latina
governamentais e privados, tais como no âmbito da ONU. Aborda duas ques-
parlamentares e funcionários de bancos tões essenciais para todo arranjo coletivo
centrais, que realizariam mais rapidamen- delimitado por vínculos particulares, a
te e de modo mais simples aquilo que se exemplo da Comunidade dos Países de
espera dos funcionários internacionais. Língua Portuguesa (CPLP): como refor-
Enfim, advogam os críticos que nem çar as relações internas do grupo e inseri-
sempre, ou muito frequentemente, os las em instituições multilaterais de escopo
mecanismos multilaterais não são os mais universal, como a ONU. O quarto texto
apropriados para a solução de questões volta-se novamente para questões mais
que podem ser de interesse internacional, abrangentes e que, por isso mesmo, exi-
mas não deixam de ter um conteúdo de gem maior ousadia analítica: “discute de
forte interesse doméstico. Nesse senti- que maneira uma eventual multipolari-
do, apontam como exemplo os casos do zação afetaria as tendências do multila-
Camboja e de Ruanda. Em ambos, passa- teralismo” (p.18). Finalmente, o último
do o período dos genocídios, as autorida- texto é a apresentação que o autor fez
des desses países propugnaram a criação ao volume da Coleção “Clássicos IPRI”
de tribunais ou comissões nacionais, aos dedicado aos escritos de Jean-Jacques
moldes da Comissão da Verdade criada Rousseau sobre relações internacionais.
na África do Sul que, com sucesso, apu- A apresentação situa a obra de Rousseau
rou os delitos cometidos sob o apartheid em seu tempo e no conjunto dos clássicos
e proporcionou à sociedade sul-africana pensadores sobre relações internacionais
um profundo debate sobre a sua história reunidos.
recente. Foi vencedora, porém, a ONU, Valem ressaltar ao menos alguns as-
com o decisivo apoio da administração pectos da trajetória intelectual de Gelson
norte-americana, que criou tribunais in- Fonseca Jr., que dão uma ideia do valor
ternacionais especiais, sediados em Haia, de sua contribuição à área de Relações
e deixou de proporcionar aos cambojanos Internacionais no Brasil. O autor faz par-

4 estudos avançados 23 (66), 2009

Norma Breda dos Santos.indd 4 29.06.09 15:39:26


a “excelência do corpo diplomático bra-
sileiro” tornava seu estudo praticamente
desnecessário já que a política externa
brasileira era conduzida com competên-
cia pelo Itamaraty, afastado da universi-
dade” (CNPq, 1977). Portanto, além de
resultar da experiência de um diplomata,
o livro de Gelson Fonseca Jr. apresenta
reflexões de alguém que, com um grupo
de parceiros ilustres, começou a pensar
sobre teoria das relações internacionais,
política internacional e política externa
brasileira quando, no Brasil, a comunida-
de acadêmica, de maneira geral, não sabia
muito bem para o que servia estudar Re-
FONSECA JUNIOR, Gelson. O interesse
lações Internacionais.
e a regra: ensaios sobre o multilateralismo. Um novo título publicado por Gelson
São Paulo: Paz Terra, 2008. Fonseca Jr. é mais do que suficiente para
instigar sua leitura. Ainda assim, preten-
deu-se nesta resenha chamar a atenção
te de uma geração que a partir de mea- para temas tratados pelo autor que fazem
dos dos anos 1970 começou a produzir parte de um debate tão amplo quanto
trabalhos sobre política externa brasileira essencial da área de Relações Internacio-
e sobre política internacional munida de nais, área em que o mainstream, embora
ferramentas acadêmicas. Dessa geração não monolítico, é norte-americano. Pers-
fazem parte também Celso Furtado, Ale- pectivas que agregam diversidade forta-
xandre Barros, Octavio Ianni, Carlos Es- lecem a construção de quadros teóricos
têvão Martins, Moniz Bandeira, Roberto mais profícuos à compreensão da atuação
Gambini, Hélio Jaguaribe, Gerson Mou- de atores – no caso, notadamente os Es-
ra, Maria Regina Soares de Lima e Hélio tados – não hegemônicos.
Jaguaribe. São intelectuais que trabalha- Espera-se que, menos jovem e prova-
vam num terreno caracterizado à época velmente com mais tempo para escrever,
pelo Conselho Nacional de Desenvolvi- Gelson Fonseca Jr. brinde também seus
mento Científico e Tecnológico (CNPq) leitores com a publicação de reflexões
como “de abandono”. Na verdade, tra- especificamente voltadas para a atuação
tava-se mais propriamente da inexistência multilateral brasileira, para a qual con-
de estudos brasileiros com instrumentos tribuiu com reconhecido talento. Como
analíticos acadêmicos, que esses pesqui- não se perguntar sobre o processo de for-
sadores tratavam começar a suprir, ainda mulação das posições brasileiras na ONU
que se afirmasse que “o interesse por esta no período em que o autor esteve em
área tend[ia] a ser maior em países que Nova York? Difícil não alimentar a expec-
desempenham um papel muito ativo no tativa de ler sua narrativa e ver enrique-
sistema internacional, que não tem sido, cido o conjunto, ainda numericamente
historicamente, o caso brasileiro” e que muito modesto, de memórias escritas por

estudos avançados 23 (66), 2009 5

Norma Breda dos Santos.indd 5 29.06.09 15:39:26


nossos diplomatas. Os historiadores, em especiais com os Estados Unidos e, em
particular, esperam a publicação de novos vez de opor-se à Doutrina Monroe, rein-
trabalhos que os auxiliem a compreender terpretou-a e a “multilateralizou”. Esse
os posicionamentos da política externa importante deslocamento conceitual co-
loca a defesa do continente americano
brasileira no fórum em que todos os te-
nas mãos de todos os países do continen-
mas candentes da política internacional
te, o que, até então, era unicamente vista
são discutidos. como fonte da ingerência unilateral nor-
Nesse caso, resta a questão: escreve- te-americana. Rubens Ricupero (1995)
rá o autor como diplomata que enxerga dá uma interpretação similar à de Lafer
o mundo com lentes de acadêmico, ou em seu trabalho sobre a vida do barão do
como o acadêmico que porta as lentes de Rio Branco.
um diplomata?

Referências bibliográficas
Notas ALVAREZ, J. E. Multilateralism and its
1 Ver, em especial, o item IV de O inte- discontents. European Journal of Interna-
resse e a regra, cujo título é “A lógica do tional Law, v.11, n.2, p.393-411, 2000.
multilateralismo: a concepção de John BREDA DOS SANTOS, N. A dimensão
Ruggie”. Ruggie foi assessor de Kofi An- multilateral da política externa brasileira:
nan, secretário-geral da ONU de 1997 a perfil da produção bibliográfica. Revista
2007. Na academia, antecipou a crítica Brasileira de Política Internacional, v.52,
que a perspectiva construtivista faria ao n.2, p.25-45, 2002.
estudo de matriz racionalista das institui-
ções internacionais, chamando a atenção BUENO, C. A política multilateral brasi-
para o papel da intersubjetividade no es- leira.In: CERVO, L . A. (Org.) O desafio
tudo dos regimes internacionais. Das pu- internacional. Brasília: Editora da UnB,
blicações de Ruggie, Fonseca Jr. utiliza- 1994. p.9-58.
se especialmente de “Multilateralism: the BRASIL. Conselho Nacional de De-
anatomy of an institution”, artigo publi- senvolvimento Científico e Tecnológico
cado em 1992. (CNPq). Avaliação e Perspectivas-Ciência
2 Robert Keohane desenvolve o conceito Política. Brasília, 1977.
de reciprocidade difusa sobretudo em seu FONSECA JR, G. A legitimidade e outras
artigo seminal, publicado em 1986, com questões internacionais: poder e ética entre
o título “Reciprocity in international re- as nações. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
lations”.
KEOHANE, R. Reciprocity in internatio-
3 Celso Lafer publicou em 1967 um im- nal relations. International Organisation,
portante artigo no qual analisa a política v.40, n.1, 1986.
exterior brasileira do Império até o fim
LAFER, C. Uma interpretação do sistema
do governo Castelo Branco. Nele, afir-
ma que o momento mais importante
das relações internacionais do Brasil. Re-
das primeiras décadas da República viria vista Brasileira de Política Internacional,
com a indicação do barão do Rio Bran- v.10, n.39-40, p.81-100, 1967.
co para chefiar o Itamaraty (1902-1912). RICUPERO. R. José Maria da Silva Para-
Perspicaz e consciente do inescapável e nhos, Barão do Rio Branco: uma biografia
crescente poder norte-americano, Rio fotográfica, 1984-1995. Brasília; Rio de Ja-
Branco, segundo Lafer, buscou relações neiro: Funag, 1995.

6 estudos avançados 23 (66), 2009

Norma Breda dos Santos.indd 6 29.06.09 15:39:26


RUGGIE, J. Multilateralism: the Anatomy
of an Institution. International Organiza-
tion, v.46, n.6, p.561-74, 1992.
SLAUGHTER, A.-M. The Real New
World Order. Foreign Affairs, v.76, n.5,
p.183-97, 1997.

Norma Breda dos Santos é professora ad-


junta do Instituto de Relações Interna-
cionais (Irel), da Universidade de Brasília
(UnB). @ – normabs@gmail.com

estudos avançados 23 (66), 2009 7

Norma Breda dos Santos.indd 7 29.06.09 15:39:26


8 estudos avançados 23 (66), 2009

Norma Breda dos Santos.indd 8 29.06.09 15:39:26


estudos avançados 23 (66), 2009 9

Norma Breda dos Santos.indd 9 29.06.09 15:39:26

Você também pode gostar