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● O construtivismo não é uma luta entre a ciência e a interpretação, mas sim uma
natureza na ciência social. Adler fala brevemente sobre uma diferença entre a ciência
da física e a social;
● Adler comenta sobre uma visão mais ampla da teoria quando se tem mais atores na
análise, tais como as ONG's e os movimentos sociais. Sendo importante ressaltar que,
para Adler, esses outros atores antes de serem atores internacionais, são “veículos de
premissas teóricas, interpretações e significados coletivos”. E podem a chegar a
construir uma realidade social dentro das relações internacionais.
Constructing Norms of Humanitarian Intervention de Martha Finnemore (1996)
● Para a autora, o interesse nacional não parece ser o fator determinante. Finnemore
argumenta que é preciso considerar o contexto normativo em mudança em que tais
intervenções ocorrem;
● O interesse nacional não parece ser o fator determinante. Ela comenta que é preciso
considerar o contexto normativo em mudança em que tais intervenções ocorrem;
● A autora tenta estabelecer uma plausibilidade e uma utilidade das normas como uma
explicação para o comportamento internacional dos atores, como a intervenção estatal
em assuntos domésticos de outros países;
● Para ela, as intervenções humanitárias hoje devem ser multilaterais para serem
consideradas legítimas;
● Finnemore discute a questão da norma em alcançar o nível tomado como certo e ser
legitimado, e consequentemente, como isso poderá ser o fator que afeta o
comportamento do Estado. Finnemore argumenta que "normas [...] moldam interesses
e interesses [.] moldam ações" dessa forma, "a conexão assumida aqui entre as normas
e a ação é aquela em que as normas criam condições permissivas para ação mas não
determinam ações".
The Responsibility to Protect and the Problem of Military Intervention de Alex Bellamy
(2008)
● A R2P pode dar uma importante contribuição para pensar o problema da intervenção
militar ao mitigar potenciais 'riscos morais', superando a tendência dos atores
internacionais de se concentrarem exclusivamente em métodos militares e dando
impulso aos esforços para operacionalizar a proteção no campo;
● Esta obra lança luz sobre as maneiras pelas quais a sociedade internacional e suas
concepções do uso legítimo da força evoluíram historicamente;
● Ela mostra, em uma tendência histórica e global paralela, que o uso da força pelos
Estados tem se tornado cada vez mais legalizado;
● Finnemore examina três casos de mudança sistêmica: intervenção para cobrar dívidas
soberanas, intervenção militar humanitária e intervenção para proteger a paz e a
ordem internacionais. O objetivo dela não é examinar episódios individuais de
intervenção em si, mas esclarecer mudanças nos padrões globais de intervenção;
● Ela também afirma que a mudança de crenças sobre o uso da força pode ter um efeito
constitutivo, não meramente regulador, na medida em que reformula os interesses de
um ator. No entanto, para Finnemore, a batalha não é entre normas e crenças de um
lado e poder e interesse de outro. Ela admite que o poder importa, e que pode até ser
necessário mudar a prática do Estado, embora raramente seja suficiente;
Security Studies: An Introduction de Paul Williams (2008)
● Ainda sobre a segunda parte, são apresentados temas de low politics que, sobretudo
a partir de meados da década de 1990, passaram a ser apresentados como
sendo relevantes para a segurança de estados individualmente considerados,
para regiões específicas e para o sistema internacional como um todo;
● Essa terceira seção estuda o papel das alianças entre os Estados, as instituições
regionais e as Nações Unidas como agentes atuantes e influentes na política
mundial, especialmente no que diz respeito à segurança regional e internacional;
Síntese Comparativa
Os dois textos de Martha Finnemore são bastante didáticos e importantes para o campo das
Relações Internacionais. A corrente construtivista será a linha teórica que irei seguir durante a
minha monografia e principalmente os argumentos estudados por Finnemore servirão como
uma base fundamental para este projeto.
O texto de Emanuel Adler servirá de grande ajuda para me guiar sobre o marco teórico
construtivista, visto que sua obra comenta de forma bastante clara e direta sobre a história e
os principais argumentos da teoria construtivista dentro da academia das Relações
Internacionais.
A obra de Alex Bellamy é de extrema importância, pois o autor, de maneira precisa e
compreensível, explica o conceito de Responsabilidade de Proteger e também traz
argumentos consideráveis à tona sobre intervenções militares e a R2P.
Why has the Syrian war lasted 11 years? (BBC)
● O artigo da BBC tem como introdução o início da guerra síria, onde a grande maioria
da população criticava sobre as altas taxas de desemprego, a falta de liberdade política
sob o governo de Bashar al-Assad;
● Centenas de grupos rebeldes surgiram e não demorou muito para que o conflito se
tornasse mais do que uma guerra entre sírios a favor ou contra Assad. Potências
estrangeiras começaram a entrar no conflito, como enviando dinheiro, armas e
soldados, e à medida que o caos piorava, organizações jihadistas extremistas com seus
próprios objetivos, como o grupo Estado Islâmico (EI) e a Al-Qaeda, se envolveram.
Isso aprofundou a preocupação da comunidade internacional, que os via como uma
grande ameaça;
● O artigo aborda também a questão sobre quantos óbitos e pessoas torturadas. Segue
comentando sobre os atores envolvidos no conflito, onde os principais apoiadores do
governo da Síria foram a Rússia e o Irã, enquanto a Turquia, as potências ocidentais e
vários países do Golfo Árabe apoiaram a oposição em graus variados durante o
conflito;
● O texto tem um cuidado ao tratar de como o país foi afetado por essa guerra durante
esses 11 anos. Comenta também sobre o altíssimo número de refugiados sírios dentro
e fora do país, onde que os sírios são a maior população que busca refúgio no mundo
inteiro e também que precisam de uma grande ajuda humanitária;
Syria's War and the Descent Into Horror (Council on Foreign Relations)
● O artigo do CFR faz uma análise acentuada desde a década de 1970, comentando
sobre o antecessor de Bashar al-Assad, pai de Bashar, Hafez al-Assad. Hafez veio de
uma minoria Alawi, uma seita xiita heterodoxa que há muito era perseguida na Síria;
● Os Assads presidiram um sistema que não era apenas autocrático, mas cleptocrata,
distribuindo patronato para vincular os sírios ao regime. Quando os protestos na Síria
de 2011 se transformou em guerra civil, muitos membros de grupos minoritários
permaneceram leais ao regime, mas também alguns sunitas, temendo vingança se as
forças da oposição tomassem a capital síria, Damasco;
● Bashar al-Assad sucedeu seu pai em 2000 prometendo reformas, como deixar os
mercados tomarem o lugar do “socialismo árabe". Ele desmantelou e privatizou os
monopólios estatais, mas os benefícios se concentraram entre os bem ligados ao
regime, enquanto o fim dos subsídios e dos tetos de preços prejudicou os camponeses
e trabalhadores urbanos. Além disso, houve também uma seca recorde de 2006 a 2010
onde piorou ainda mais os problemas socioeconômicos. Os agricultores migraram
para as cidades em números cada vez maiores, fazendo com que a taxa de desemprego
aumentasse;
● O artigo comenta sobre a Primavera Árabe e a reação de Bashar, que respondeu aos
manifestantes imediatamente, oferecendo apenas reformas simbólicas enquanto
orientava os serviços de segurança a reprimir os protestos com força;
● É falado também sobre a alta violência do governo contra a sua população civil, onde
o exército sírio disparou contra manifestantes desarmados e realizou prisões em
massa, tanto prendendo protestantes quanto prendendo pessoas que não estavam
fazendo parte do movimento. Torturas e execuções extrajudiciais foram
frequentemente relatadas em centros de detenção;
● O artigo encerra dando atualizações sobre o cenário atual da Síria. Por mais que a
violência tenha diminuído, os civis estão agora sofrendo uma crise econômica. Mais
de 80% da população vive na pobreza. Os sírios têm sido as principais vítimas de
sanções internacionais, incluindo o Ato César dos EUA, que visa pressionar o regime
a se reformar. Embora tenham pouco efeito aparente sobre Assad, as sanções
desencorajaram estados como os Emirados Árabes Unidos de normalizar as relações
com a Síria.
● Este artigo investiga os esforços de mediação na Síria desde a eclosão da guerra civil
em 2011 até a primavera de 2016;
● Esta obra contribui com a primeira revisão da mediação na Síria que compreende o
conflito em sua totalidade, sistematiza dados para pesquisas sobre gestão de conflitos
e avalia a política de mediação existente na Síria com um olhar para o futuro.
The Consequences of Chaos: Syria's Humanitarian Crisis and the Failure to Protect
● Hoje existem vários desafios a essa ordem. Como, na Ásia, há uma rápida ascensão da
China, que está interrompendo os relacionamentos em toda a região; na Europa, onde
a Rússia busca desfazer o acordo pós-Guerra Fria por meio da agressão; e no Oriente
Médio, onde o próprio sistema estatal regional está se desintegrando e entramos em
uma fase de sangrenta competição regional e uma guerra geopolítica por procuração;
● No primeiro capítulo, fala como a crise de refugiados sírios saiu do controle e hoje
eles são a maior população buscando refúgio, sendo a crise humanitária mais
assustadora do nosso tempo;
● Como a maior parte da atenção mundial vai para o êxodo dos refugiados, menos
atenção tem sido dada aos deslocados dentro do país e menos ainda àqueles que não
podem deixar suas comunidades;
● A guerra da Síria não foi causada pela comunidade internacional, mas sim o produto
de fatores políticos e econômicos profundamente enraizados na região e ações
específicas tomadas pelo regime de Bashar al-Assad e vários grupos insurgentes.
Embora a guerra tenha sido auxiliada por atores internacionais que forneceram armas
e combatentes a todos os lados do conflito, o texto ressalta que é importante ter em
mente que as raízes do conflito são principalmente internas.
● É importante ressaltar este trecho presente no texto: "No conflito é possível observar
a influência e interferência de vários grupos em diferentes formas. A guerra civil
tomou uma proporção que torna difícil determinar todos os envolvidos, porém, o
conflito reviveu antigas tensões entre o Ocidente e o Oriente";
● O artigo explora bem o cenário que estava se passando na ONU desde o começo do
confronto, menciona os relatórios sobre os crimes cometidos pelo governo sírio, as
primeiras sanções, uma possível intervenção militar, o começo da ajuda humanitária e
auxílio básico à população;
● Muito importante que o texto citou que a Síria é um dos poucos países que não fazem
parte do tratado internacional que proíbe armas químicas, o que fez as nações
ocidentais ficarem receosas que o país tivesse reservas não declaradas dessas armas,
portanto o Conselho de Segurança da ONU começou a discutir novamente uma
possível intervenção militar no país;
● Ao final do texto, os autores concluem que todos esses motivos reforçam o impasse
na negociação da resolução do conflito, e que precisa haver uma sintonia tanto na
esfera doméstica quanto na global para enfim a Síria se tornar um país pacífico.
Síntese Comparativa
● O texto da BBC 'Why has the Syrian war lasted 11 years?' faz um ótimo estudo de
caso acerca do conflito na Síria, trazendo dados, fontes e tocando em todos os pontos
importantes desse assunto. Única questão que poderia ser melhor aprofundado é o
aspecto da política internacional, acredito que tenha faltado uma maior análise sobre
as decisões tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU;
● O artigo 'Syria's War and the Descent Into Horror' do Council on Foreign Relations é
muito bem escrito e detalhado. Traz vários acontecimentos históricos, começando a
analisar desde o antecessor de Bashar al-Assad até os tempos atuais. Uma ótima fonte
de pesquisa;
● 'Mediation in Syria: initiatives, strategies and obstacles' do Contemporary Security
Policy é interessante a leitura pois há uma exploração da mediação feita em todo o
conflito sírio pela Liga Árabe e pelas Nações Unidas. Contudo, não há muito a ser
explorado nesse artigo para servir de apoio para o meu projeto;
● Nos quatro capítulos do 'The Consequences of Chaos: Syria's Humanitarian Crisis
and the Failure to Protect' , o autor aborda diferentes ângulos da guerra na Síria. O
primeiro falando sobre a causa e as consequências do deslocamento sírio, o segundo
sobre os refugiados sírios, o terceiro sobre os desafios que as minorias existentes
dentro do país enfrentam e o quarto finaliza falando sobre o deslocamento sírio e a
ordem internacional;
● O último texto 'A Guerra Civil Síria, o Oriente Médio e o Sistema Internacional'
assim como os anteriores, traz também o lado histórico da guerra da Síria, mas a
diferença dele para os outros é que ele se aprofunda nas tomadas de decisões das
Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança. Também faz uma importante análise
sobre os atores internos e externos que de alguma maneira estão envolvidos no
conflito.
● O estudo aborda de forma muito interessante o cenário onde havia a Guerra Fria e o
seu fim, e logo em seguida, nos anos 90, os vários casos de genocídio que ocorreram
no mundo;
Síntese Comparativa
Referências Bibliográficas
ADLER, Emanuel. O construtivismo no estudo das Relações Internacionais. Lua Nova, n.
47, p. 201-246, 1999.
BBC (2021). Why has the Syrian war lasted 11 years? Disponível em:
<https://www.bbc.com/news/world-middle-east-22270455>. Acesso em: 23/03/2022.
LAUB, Z. Syria Civil War: The Descent Into Horror. Council on Foreign Relations. 2021.
Disponível em: <https://www.cfr.org/article/syrias-civil-war>. Acesso em 23/03/2022.