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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, UFRRJ -

CAMPUS SEROPÉDICA

Curso De Graduação Em Relações Internacionais

Instituto De Ciências Humanas E Sociais

Departamento De Desenvolvimento, Agricultura E Sociedade

Disciplina: Organizações Internacionais;

Docente: Maria Villarreal;

Discente: Gustavo Panzea Wermelinger Tavares – 20200019135

Atividade 1 – Fichamento

O texto de Barros-Platiau e Soendergaard apresenta um breve apanhado das origens de


organizações internacionais, sua importância para consolidação e representação das
Relações Internacionais e inevitáveis críticas ao tema. Num sistema internacional
considerado anárquico pela inexistência de um governo superior as soberanias estatais, a
Organização das Nações Unidas (ONU) representa um órgão responsável por manter a
ordem internacional a partir de valores compartilhados em comum pelas nações, ainda
que estes sejam, em sua maioria, advindos de um imaginário ocidental. Oriundas das
relações e tratados de primeiros líderes e atores emergentes, as primeiras Organizações
Internacionais surgiram de fato no decorrer do século XX com as grandes guerras e a
subsequente institucionalização das RI. A ideia de Estados soberanos como atores
primários no SI, aqueles detentores do Direito Internacional Público passaram a se
expandir na busca por paz e diplomacia em meio as guerras, que levaram a construção
de tratados e alianças, que seriam, por sua vez, as OIs. Organizações Internacionais,
como o texto aponta, variam de conjuntos oficiais de Estados (como a ONU),
organizações do setor privado (como a COI, Fifa, ISO) e até organizações criminosas
como a Yakuza e o Estado islâmico. Englobam também grupos mais extraoficiais, como
o G7 e os BRICS.

No campo das RIs, a teoria mainstream do realismo tem as OIs simplesmente como
arenas de jogo de interesse onde a vontade de uma minoria sobressai a maioria, já que
estão preocupados com o problema da guerra e o dilema de segurança constantemente,
onde não há espaço para cooperação e a necessidade de um estado hegemônico se faz
presente. A vertente dos liberais/idealistas apresentou então uma alternativa para
alcançar e entender a cooperação nas RIs baseando-se principalmente no Direito
Internacional e um conjunto de regras para manter-se uma sociedade internacional, onde
o papel de OIs seriam justamente de vigilância para o seu cumprimento. Levou a
tentativas fracassadas como A Liga das Nações e os 14 pontos de Woodrow Wilson. No
momento pós-gueraa foi quando se entendeu que a importância da economia na politica
internacional e que o bem-estar do Estado vizinho era condicionante ao beneficio
próprio, e então as OIs ganharam mais adesão numa vertente mais institucionalista no
campo das RIs. Em especial, os processos de integração regional nos mais diversos
níveis como o Nafta, a União Europeia e o Mercosul. A partir da ONU, a grande
primeira Organização internacional postulada com objetivos de assegurar paz e
segurança internacionalmente, outras instituições foram criadas como o Banco Mundial,
a FMI, OMC, OIT, etc. Assim, uma instituição nascida para evitar a guerra começa a se
responsabilizar por questões econômicas, trabalhistas, ambientais e direitos humanos
em geral. Os autores apontam, ao final, a importância da alternativa da cooperação
frente aos desafios globais.

Já o capitulo de Herz, Hoffman e Tabak apresentam as mesmas informações e


introdução a história e conceito das organizações internacionais, com o diferencial de
uma abordagem mais pratica e informacional do que uma reflexão como o texto anterior
se propõe. Apresentam como definição das OIs “a forma mais institucionalizada de
realizar a cooperação internacional.” (HERZ et al, 2015, p.22). São de extrema
importância para a estabilização do sistema internacional, pois se utilizam de
mecanismos como o multilateralismo (“prática que envolve o estabelecimento de
princípios que norteiam a relação entre os atores. A indivisibilidade e a reciprocidade
difusa também o caracterizam”), regimes (“princípios, normas, regras e procedimentos
que regulam as relações entre os atores em uma área específica”) e da diplomacia
(“processos de negociação, formação de acordos e assinatura de tratados e o exercício
de influência e pressão pelos Estados realizados por meio de canais de comunicação
diplomáticos”) para manter a balança de poder equilibrada resultando em acordos e
cooperações (HERZ et al, 2015, p.24). Atenta-se também para a necessidade da figura
de um funcionário público internacional (os secretariados-gerais) com o surgimento das
OIs e a execução de seu cargo em choque com os direitos e deveres no governo nacional
de origem, por exemplo. Por fim atenta-se a história das Organizações Internacionais
em si, seu surgimento no Pós-segunda guerra, após o fracasso da Ligas das Nações, e
suas ações e ativismo no momento do Guerra Fria como a criação da Otan contra a
expansão soviética. Conclui com o questionamento da atuação das OIs na governança
global com as mudanças recentes (ascensão da internet, avanços tecnológicos) e temas
recentes (direitos humanos, saúde pública, questões ambientais).

Referências

BARROS-PLATIAU; Flavia; SOENDERGAARD, Niels. Teoria e prática: a origem das


organizações internacionais. Cap. 1. In BARROS-PLATIAU; Flavia;
SOENDERGAARD, Niels. Organizações e Instituições Internacionais, São Paulo:
Editora Contexto, 2021.
HERZ, Mônica; HOFFMAN, Andreia; TABAK, Jana. Organizações internacionais:
definição e história. Cap.1. In Organizações internacionais: história e práticas / n. – 2.
ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2015

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