Herz, Mônica Organizações Internacionais: história e práticas / Mônica Herz, Andrea
Ribeiro Hoffman. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.— 10ª reimpressão
Esta é uma obra que aborda o funcionamento das Organizações internacionais,
sendo elas Organizações Intergovernamentais Internacionais e Organizações Não Governamentais Internacionais. Destacando as suas importâncias na governança global. Estas redes de organizações desempenham várias funções: criação de normas, regras e leis, a resolução de disputas, a prestação de ajuda humanitária e o desenvolvimento de programas de assistência. As Organizações Intergovernamentais Internacionais são mais permanentes e institucionalizadas, com orçamentos e pessoal dedicado, enquanto as Organizações Não Governamentais Internacionais também desempenham um papel importante na governança global, muitas vezes trabalhando em parceria com as Organizações Intergovernamentais Internacionais. Elas contribuem para a estabilidade do sistema internacional em um mundo anárquico, onde a violência é regulada pela ausência de uma autoridade central. Se utilizando de diversos mecanismos, como arranjos ad hoc, multilateralismo, regimes internacionais, alianças militares e segurança coletiva, estão associados à criação das Organizações Intergovernamentais Internacionais e à estabilidade do sistema internacional. Elas também são fundamentais na legitimação de normas e regras internacionais. As organizações internacionais enfrentam desafios, como financiamento, coordenação entre agências e legitimidade democrática. Além disso, sua capacidade de influenciar o comportamento dos Estados e outros atores no sistema internacional é uma questão em debate, assim como a legitimidade das normas que produzem. Ademais, é abordado acerca do funcionalismo público internacional: No século XIX, com o surgimento das organizações internacionais modernas, tornou-se necessário ter servidores públicos internacionais distintos das delegações nacionais que representam os Estados em cada organização. Os secretariados foram estabelecidos nas décadas de 60 e 70 do século XIX para garantir o funcionamento de organizações como a União Telegráfica Internacional, a União Postal Universal e o Escritório Internacional de Pesos e Medidas. A criação dos secretariados foi impulsionada pela necessidade de manter registros e uma agenda organizada. Inicialmente, esses servidores eram recrutados nos países-sede das organizações, mas a ideia de um serviço público internacional, de caráter multinacional e responsável apenas perante a organização, surgiu com a Liga das Nações. Sir Eric Drummond, o primeiro secretário-geral da Liga, promoveu a visão de um serviço público imparcial e profissional, baseado na tradição britânica. Isso estabeleceu a norma de um secretariado multinacional em termos de composição e lealdade. Durante a primeira metade do século XX, a internacionalização dos servidores públicos fortaleceu-se, desempenhando um papel fundamental no funcionamento e na legitimidade das organizações internacionais, refletindo-se na composição e no funcionamento da ONU, que promove a diversidade geográfica e tem seis idiomas oficiais. A relação entre servidores públicos internacionais e governos nacionais gera tensões, pois esses servidores continuam sendo cidadãos de seus países de origem, com obrigações e direitos nacionais. Isso pode levar a interferências de governos em questões internas das organizações. Um exemplo foi a demissão de 18 funcionários norte-americanos em 1952-53 devido a acusações de inclinações comunistas, o que gerou uma crise. Essa crise fortaleceu a independência do Secretariado da ONU. O Secretariado da ONU e de outras organizações cresceu significativamente no século XX, com cerca de 20.000 funcionários na ONU atualmente. Suas principais funções incluem guardar a memória da organização, promover debates internos, criar um ambiente para negociações internacionais e realizar projetos específicos. Portanto, O desenvolvimento das Organizações Intergovernamentais Internacionais e Organizações Não Governamentais Internacionais. continuou no século XX, com a criação da ONU e outras organizações regionais. O fim da Guerra Fria resultou em uma expansão dessas organizações, embora algumas tenham perdido importância. O ativismo da ONU aumentou, e as agências funcionais desempenharam papéis essenciais em áreas como meio ambiente, assistência humanitária e direitos humanos. No entanto, as organizações internacionais também enfrentaram críticas por sua eficácia e alocação de recursos. Mudanças na política internacional, como intervenções sem autorização da ONU, desafios ambientais e contradições normativas, geraram debates sobre o papel dessas organizações no cenário internacional. Em resumo, as organizações internacionais têm uma história rica e evoluíram ao longo do tempo para abordar uma ampla gama de desafios globais, mas continuam sendo um tópico de debate e reforma em um mundo em constante transformação