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A origem do capitalismo

Capítulo 4- Karl Polanyi

• Karl Polanyi: Parte de uma abordagem liberal.


• As moedas dinamizam os mercados cujo ponto de partida é a busca dos interesses privados
possibilitando o avanço da acumulação
• Polanyi parte de uma visão institucionalista. Para ele a economia é resumo de um processo
natural
• Polanyi critica essa ideia de que a economia de mercado pensada por Smith possa servir de
modelo para tosas as sociedades humanas.

Smith: O homem que busca os interesses privados desde dos primórdios, tem uma tendência à
permutar ( na troca levar vantagem) esse indivíduo de mentalidade capitalista.

• Ou seja, na visão de Polanyi, Smith está generalizando, ao dizer que sendo um processo
natural a economia de mercado vem desde os primórdios e estiveram presentes mesmo antes
do capitalismo.
• Polanyi critica isso afirmando que essa ideia de economia de mercado não pode ser aplicada
a todas as sociedades
• Polanyi afirma que a tendência do indivíduo a permuta é dominante as economias de
mercado, mas não é dominante as economias antes do capitalismo.

Ele se pergunta que outros princípios são dominantes nas sociedades anteriores ao capitalismo.Polanyi
apresenta uma crítica à essa visão clássica dos economistas

Para rebater Smith ele fala que lucro não é uma motivação central nas economias anteriores ao
capitalismo. Não existia a busca do interesse privado.

• A permuta nunca foi o aspecto dominante das sociedades anteriores ao capitalismo.


• Para Polanyi a economia é um processo institucionalizado e não um dado natural.
• O processe de produção e distribuição se dá no âmbito das instituições, costumes, crenças
presentes nas sociedades.

Que princípios são esses que vão organizar a economia? Ele chama atenção para 3.

O primeiro é o princípio de reciprocidade.

• Os indivíduos fazem parte de uma sociedade e tudo que eles trocam é de forma simétrica
equivalente. Ele dá como exemplo uma comunidade da melanésia ocidental.
• O princípio de reciprocidade está presente principalmente nas relações de parentesco.
• Ele é institucionalizado pela simetria

Desdobramento do princípio da reciprocidade:

Princípio de domesticidade

• É o princípio de reciprocidade só que em uma escala menor.


• Uma produção para dentro. Se dá de uma forma autônoma. É institucionalizada pela autarquia.
Cada fazenda produzia tudo que tinha necessidade.

Mas então, como se garante a ordem na distribuição e na produção?

• É por meio de dois princípios de comportamento não associados exatamente à economia.


• Reciprocidade e redistribuição. (presentes nessas sociedades tribais)
• Esse indivíduo não está buscando seu interesse privado mas sim a reprodução da sua posição
social.
• Uma troca simétrica baseada em relações sociais. As sociedades tribais viviam assim, com o
objetivo de manter a sua reputação. Há una virtude cívica.
O Segundo é o princípio de redistribuição:

• A redistribuição se realiza dentro de um padrão institucional que é a centralidade.


• A redistribuição precisa ter um centro, ou seja, precisa ter um "chefe" para distribuir aquilo que o
indivíduo produziu
• É através dessa centralidade que ocorre a arrecadação, armazenagem e a redistribuição de bens e
serviços.
• Polanyi da como exemplo o Egito. É uma sociedade estruturada pelos faraós e toda administração
era feita pelos sacerdotes e chefes militares. Tudo que era produzido era centralizado e depois
distribuído.
• Exemplo de redistribuição. Iptu. Relação Estado VS nação. Estado recolhe e depois distribui.
Tem que ter um poder central.

O terceiro princípio é o de permuta.

• É o princípio do capitalismo. E existe antes do capitalismo. Época feudal.


• Permuta é fazer uma troca e levar vantagem.
• Não é porque surge o capitalismo que vai surgir a lei da oferta e da procura.
• Para Polanyi a economia de mercado é integrada a partir do princípio de permuta, uma vez
que, o movimento de troca de mercadorias que se da entre os sujeitos de um sistema no qual o
mercado amplia o preço
• Buscam interesse privado, lucro e o preço das mercadorias são determinadas pela lei da oferta e
da procura.

O fato de existir trocas, mercadorias e preços não é suficiente para afirmar a existência desse sistema
de permuta

• Polanyi fala que a troca com preços fixos significa que a economia não esta integrada pelo
mercado, mas sim, pelas políticas administrativos do Estado.
• Isso existia no Mercantilismo. O estado intervia e não deixava que o mercado segue seu preço
natural.
• Não há liberdade de comercialização. O Estado mercantilista intervia com o intuito de mediar e
impedir a competição, uma vez que, ela gera a competição, monopólios e os mesmos geram o
controle sobre os preços.

Esse impedimento dos indivíduos a busca do interesse privado afeta s lei da oferta e da procura, ou
seja, a feta esse sistema de permuta.

Logo, a crítica de Polanyi é que para que exista a permuta os preços de mercadoria têm que ser
determinados pelos preços de mercado. E não pode haver nenhuma intervenção.

Tem que haver a livre competição. Preços regulados pela lei da oferta e da procura.

Capítulo, 4, 5 e 6- Polanyi

Ele concorda com Smith quando ele afirma que estamos vivendo uma economia de mercado.

Como se explica essa passagem da economia com mercado ( regulados pelo Estado) para a economia
de mercado?

• Polanyi afirma que isso ocorre na revolução Industrial.


• Ele vai discutir o mercado externo, mercado local e mercado interno nacional.

O mercado externo e o mercado local eram mercados complementares. Situação geográfica- troca.
Transação.

Quando surge o mercado local? Através do mercado externo/ mercado à longa distância.
• Nesse processo de troca as expedições se encontram nos portos, cabeceiras dos rios, vai se
constituindo um mercado local.
• Nesse sentido, Polanyi inverte aquela proposição smithiana de que os mercados surgem através da
tendência natural do indivíduo à permuta. Polanyi afirma que esse indivíduo nunca existiu.

Como se passa dessa economia com mercado onde os princípios dominantes eram reciprocidade, e
tlas para a economia de mercado onde o princípio dominante é a permuta?

• Polanyi diz que o primeiro passo é estudar as origens e funções do mercado.


• Mercado externo se baseia na complementaridade. O que você não tem pelo que você tem. O
mercado local também é assim, mas ele surge através do comércio à longa distância.
• Polanyi afirma que a origem do mercado local não são atos de permuta, mas sim o fato de que no
interior desse mercado local vai surgindo cidades e nesse sentido é daí que se da a origem da
civilização urbana.
• Exemplo de mercado local: feiras europeias.

Essas cidades vão controlando os mercados locais. Instituindo mercados afim de promover um bom
funcionamento, elas vão regulando impedindo a competição.

• Polanyi afirma que desde das origens esses mercados locais que dão origem às cidades vão ser
controlados pelas cidades.
• Em seguida, Polanyi fala do mercado nacional ou mercado interno. Este é um mercado que surge
a partir da intervenção do Estado. Ele suspende as barreiras criadas pelas cidades.
• Surge o mercado nacional a partir do Estado Nacional.
• As práticas mercantilistas que eram aplicadas às cidades, agora vão ser aplicadas ao nível nacional
• Esse Estado vai mediar evitando a competição e preservando esse mercado.
• É um mercado subordinado aos interesses das comunidades.
• Os atacadistas capitalistas que compravam barato e vendiam caro é que vão controlar o mercado
externo.

O que explica essa passagem?

Polanyi afirma que essa passagem se deu na revolução Industrial.

Economia de mercado:

• É um sistema econômico controlado, regulado e dividido, apenas por mercados. ( pág. 81)
• Isso é o que temos hoje, tudo que se produz é para vender no mercado. Antes se produzia para a
subsistência.
• Todo esse sistema é voltado e controlado pelo mercado.
• A ordem e distribuição é voltada a esse mecanismo auto regulável.

Qual a condição de existência dessa economia de mercado?

• Só pode existir em uma sociedade de mercado.


• Uma economia de mercado deve envolver todos os componentes da indústria, incluindo trabalho
terra e dinheiro, sendo estes os componentes centrais da indústria.
• Não há separação entre economia e sociedade, uma vez que ela está subordinada aos interesses de
mercado.
• Por isso, Polanyi afirma que o liberalismo é uma utopia que não se realizou, pois a sociedade
reagiu quando o liberalismo se impôs enquanto uma ideologia dominante em vários países.
• Tudo que é submetido ao interesse de mercado são passíveis de destruição.

O que significa submeter terra e trabalho aos interesses de mercado?

• Exemplo: se a terra foca completamente submetida ao Estado, ela pode ser destruída. Nesse
sentido a sociedade reage.
• O que acontece quando o trabalho fica completamente submetido aos interesses de mercado?
Exploração.
• A sociedade reage o Estado intervém a fim de preservar a própria sociedade.

A condição de existência é que esses 3 componentes, terra, trabalho e dinheiro estejam submetidos
aos interesses de mercado.

Eles de fato passaram a ser controlados pelo mercado enquanto mercadorias.

Eles não eram mercadorias, mas se transformaram.

Como eles eram antes?

• Antes a terra tinha uma tal grau de controle, ela era a base de todo sistema feudal. Quem tinha
terra tinha status. Era passada por descendência, assim como o trabalho que ali se realizava.
• O trabalho não era livre, mas sim ligado à terra. Não existia mercado de trabalho.
• As terras não estavam disponíveis no mercado, elas estavam ligadas a todo um sistema de ordens
feudais.
• Não é como hoje que o homem visa apenas o lucro

Polanyi afirma que esses 3 componentes vão ser controlados/ limitados pelo próprio Estado.Mas ao
mesmo tempo ele realiza ações para limitar os resultados destrutivos desse sistema capitalista. tanto
controlando o crédito, como controla hoje, como limitando a competição.

Polanyi mostra como a sociedade reagiu buscando proteção

O que leva esses 3 componentes a se transformarem em mercadorias?

• Enquanto a máquina ou uma ferramenta barata não qualificada não houve qualquer mudança na
relação do mercador com a indústria.
• Todo esse período do mercantilismo, os mercadores que compravam as máquinas/ matérias
primas, contratavam para produzir suas mercadorias
• Comércio e indústria eram intimamente associados.
• As maquinas eram muito simplificadas.

O capitalismo industrial surge mais adiante com ferramentas complexas.

• Quando surgiram as maquinas complexas e a produção industrial, surgiu um novo ramo da


economia. Tem o ramo que comercializa e um ramo que produz .
• Isso implicou no desenvolvimento do sistema fabril.
• Ou seja, o ramo dominante da economia deixou de ser o mercador para se tornar o ramo da
indústria da produção
• Passagem do capitalismo comercial para o industrial.
• Por isso capitalismo industrial pressupõe uma acumulação primitiva de capital.
• É um investimento a longo prazo. Não pode parar.

São 3 elementos que tem de estar disponíveis no mercado para esse sistema funcionar: terra, trabalho
e dinheiro. E assim o Estado intervém para deixar esses 3 elementos livres e assim se forma a economia de
mercado. Logo essa economia não advém de o indivíduo ter tendência à permuta, mas sim de instrumentos
e ações do Estado. Pois é ele quem vai liberar esses 3 elementos para formar essa economia de mercado.

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