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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Enio Jorge Salu


1ª Edição
2017

ISBN
Prefixo Editorial: 917645
Número ISBN: 978-85-917645-7-0

Título: Modelo GFACH – Gestão em Faturamento SUS

Salu, Enio Jorge – 2017 – Edição do Autor – São Paulo/SP

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Índice
Página Tópico

5 Apresentação

7 1 Tabela SIGTAP

7 1.1 Acesso
7 1.1.1 Link
8 1.1.2 Tela Inicial
8 1.1.3 Downloads Básicos
9 1.1.4 Manuais

10 1.2 Parâmetros
10 1.2.1 Tela Padrão
10 1.2.2 Codificação, padronização, enquadramento e detalhamento
11 1.2.3 Histórico de Atualização
12 1.2.4 Modalidades de Atendimento
12 1.2.5 Complexidade do Atendimento
13 1.2.6 Tipo de Financiamento
14 1.2.7 Idade e Sexo Compatíveis com o Procedimento
15 1.2.8 Instruções para Registro do Procedimento
16 1.2.9 Média de Permanência e Permanência à Maior
16 1.2.10 Quantidade Máxima
17 1.2.11 Valor
19 1.2.12 Pontos – Repasse aos Médicos
20 1.2.13 Compatibilidades
20 1.2.13.1 Compatibilidade do Procedimento com o Diagnóstico do Paciente (CID)
20 1.2.13.2 Compatibilidade do Lançamento com o CBO (Profissão)
21 1.2.13.3 Compatibilidade do Lançamento com a Habilitação do Estabelecimento
21 1.2.13.4 Procedimentos x Regras Condicionadas
22 1.2.13.5 Procedimentos x RENASES
22 1.2.13.6 Procedimento x Incremento
23 1.2.13.7 Procedimento x Serviço/Classificação
24 1.2.13.8 Procedimento x Componente de Rede
25 1.2.13.9 Procedimento x Leito
26 1.2.13.10 Compatibilidades entre Procedimentos
27 1.2.13.11 Compatibilidades de OPME
27 1.2.13.12 Compatibilidades entre Procedimentos e Instrumentos de Registro

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Página Tópico

28 1.3 Capítulos
28 1.3.1 Grupos
29 1.3.2 Subgrupos (forma de organização e exemplos)
30 1.3.2.1 Subgrupos do Grupo 01 – Ações de Promoção à Saúde
32 1.3.2.2 Subgrupos do Grupo 02 – Diagnósticos
41 1.3.2.3 Subgrupos do Grupo 03 – Procedimentos Clínicos
52 1.3.2.4 Subgrupos do Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos
69 1.3.2.5 Subgrupos do Grupo 05 – Transplantes
73 1.3.2.6 Subgrupos do Grupo 06 – Medicamentos
78 1.3.2.7 Subgrupos do Grupo 07 – OPME
80 1.3.2.8 Subgrupos do Grupo 08 – Ações Complementares

82 1.4 Facilidades para downloads e carga de planilhas

83 2 Controle da Receita

83 2.1 Origens da Receita


83 2.1.1 Tipos de Atendimento
85 2.1.2 Atenção Domiciliar
86 2.1.3 Atenção Psicossocial
87 2.1.4 Ambulatório
89 2.1.5 Hospital-Dia
90 2.1.6 Internação

92 2.2 Evidências para Lançamentos


92 2.2.1 Grupo 01 – Ações de Promoção à Saúde
93 2.2.2 Grupo 02 – Diagnósticos
93 2.2.3 Grupo 03 – Procedimentos Clínicos
94 2.2.4 Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos
94 2.2.5 Grupo 05 – Transplantes
95 2.2.6 Grupo 06 – Medicamentos
95 2.2.7 Grupo 07 – OPME
96 2.2.8 Grupo 08 – Ações Complementares

97 2.3 Realização da Receita


97 2.3.1 Regra Básica
98 2.3.2 Contra Apresentação
99 2.3.3 Contratualização

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Página Tópico

100 3 Base de Dados de Faturamento

100 3.1 Produção


101 3.2 Produtividade
102 3.3 Repasse para Médicos e Outros Profissionais
103 3.4 Repasse para Fornecedores

104 4 Gestão do Faturamento

104 4.1 Gestão de Contas


104 4.1.1 Nível de Maturidade do Processo de Faturamento
105 4.1.2 Práticas de Evolução do Nível de Maturidade
106 4.1.2.1 Padronização de Documentos
107 4.1.2.2 Repositório Único / Catálogo Único para Consulta de Documentos
108 4.1.2.3 Kits de Faturamento
110 4.1.2.4 Lançamentos / Auditoria com Controles Extra Prontuário do Paciente
111 4.1.2.5 Check-list de Registros
114 4.1.2.6 Eliminação de Conveniências que Geram Perda
115 4.1.2.7 Lançamento do Código mais Adequado e Rentável, quando existe opção

116 4.2 Envolvimento Institucional


116 4.2.1 Comitê de Gestão da Receita (Comissão de Faturamento)
117 4.2.2 Apresentação do Volume Faturado para Cada Área Origem de Receita
118 4.2.3 Avaliação do Comportamento do Faturamento por Área Origem de Receita
119 4.2.4 Revisão Periódica de Compatibilidade de CBO
120 4.2.5 Revisão Periódica de Compatibilidade de OPME por Procedimento
121 4.2.6 Benchmarking Interno
123 4.2.7 Benchmarking Externo

125 Fechamento do Cenário

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Apresentação
Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

A motivação para desenvolvimento do Modelo GFACH se deu pelo fato de ter atuado como
gestor de tecnologia da informação em um dos hospitais privados mais conceituados do
Brasil durante 12 anos, e constatar que a formação dos profissionais que atuam nas áreas
comercial, de faturamento e de auditoria de contas era precária. Na verdade, quanto mais
o tempo passa, mais precária continua sendo a formação destas equipes hospitalares
porque os profissionais que se destacam neste tema são muito valorizados no mercado e a
maioria não se dispõe a desenvolver material e ministrar aulas porque no cenário de
financiamento da saúde brasileira isso é extremamente trabalhoso – posso garantir.

Anos depois, quando comecei a tomar contato com o SUS percebi que este tema no SUS
envolve menor complexidade em relação à saúde suplementar, mas isso não significa que
se trata de algo simples – transformar atividade assistencial em receita é complexo seja na
saúde suplementar, seja no SUS.

Fui percebendo que no SUS existe um fator dificultador adicional: o funcionalismo público.

Não me refiro às questões de salário, estabilidade de emprego e coisas do tipo, que são
dificultadores de menor impacto. O problema maior é que não existe carreira para estes
profissionais e, com raríssimas exceções, não existe programa de capacitação adequada
para que os responsáveis possam realizar a receita dos hospitais públicos e filantrópicos
adequadamente. Não existe processo seletivo adequado – quem atua nas áreas comercial,
de faturamento e de auditoria de contas hospitalares em hospitais públicos não prestaram
um concurso que exige especialização no tema, participou de um concurso geral, para
atuar na área administrativa.

O resultado deste cenário é que mais de 94 % dos profissionais que atuam nestas áreas em
hospitais públicos nunca fizeram um curso estruturado sobre a Tabela SIGTAP, aprendendo
como aplicar a tabela na sua atividade de forma correta e adequada.

Existem milhares de literaturas que tratam sobre a Tabela SIGTAP, mas de forma
superficial, sem relacionar a tabela com a realidade dos atendimentos – é comum ver
profissionais que atuam nesta área há décadas (mais de 20 anos) sem entender como
utilizar a tabela para faturar tudo quer é possível na realidade do seu hospital.

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Particularmente, além dos cursos, presto consultoria nesta área em hospitais privados e
públicos, e costumo afirmar que “é líquido e certo que as contas hospitalares estão
erradas”, “que o hospital está perdendo receita”, etc. – falo isso de todos os hospitais (100
% deles) e demonstro quando inicio os trabalhos de consultoria. Tendo contato com mais
de 200 hospitais, públicos e privados, nunca conheci um único que não tenha apontado
alguma falha que representava perda de receita.

No caso dos hospitais que faturam SUS, a constatação é muito mais evidente. Geralmente
necessitamos apenas de um arquivo histórico com as AIHs de alguns meses do hospital
para demonstrar uma enormidade de falhas que geram perda de receita.

Quando fazemos isso (apontar falhas) o maior desânimo fica por conta de que não existem
interlocutores que realmente entendam o que necessita ser feito a partir de então para
mitigar a perda, porque os envolvidos não dominam a Tabela Sigtap, e nem sempre o
hospital está disposto a realizar um programa de capacitação.

Como a saúde pública interessa para todos os cidadãos, e quanto maior a perda de receita
dos hospitais por incompetência em faturar adequadamente, maior é o prejuízo da
população que depende destes hospitais para sobreviver, decidi desenvolver, dentro do
Modelo GFACH que já trata de faturamento SUS e Saúde Suplementar, um modelo
exclusivamente para Gestão do Faturamento SUS. E nos mesmos moldes dos demais
modelos que desenvolvi, deixar a disposição dos interessados um livro para download
gratuito e um curso EAD gratuito para quem necessita desta capacitação, mas não tem
recursos para comprar o livro ou pagar por um dos cursos que ministro, ou trabalha em
instituição que teima em não lhe dar esta capacitação.

O Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS é uma compilação da maioria dos


conceitos e práticas que os gestores envolvidos na gestão comercial, de faturamento e de
auditoria de contas do SUS necessita para realizar a receita hospitalar de forma
minimamente adequada. Disponível gratuitamente no site www.faturamentosus.net.br.

Fico na torcida para que o maior número possível de profissionais baixe este livro e estude
a tabela através dele e do EAD gratuito para que possamos melhorar o sistema de
financiamento do SUS e reduzir o índice de 94 % de pessoas que fazem isso sem ter
capacitação adequada.

Boa leitura !

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1 Tabela SIGTAP

SIGTAP (genericamente chamada de Tabela SIGTAP) é o Sistema de Gerenciamento da


Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS (Sistema Único de Saúde).

Como o próprio nome define, ao contrário do que a maioria das pessoas que atuam em
administração hospitalar imagina, não se refere somente aos procedimentos, mas também
aos insumos: medicamentos de baixo e alto custo, e materiais de alto custo. Além do que
define o nome, refere-se também à diversos tipos de ações que não estão diretamente
relacionados ao atendimento de um paciente. Um serviço de saúde governamental, que
desenvolve ações de interesse do SUS, realiza diversas ações que são referenciadas na
tabela e não se tratam especificamente da atividade assistencial de curar doentes.

E os itens da tabela não são 100 % valorizados, porque grande parte deles estão sempre
incluídos em um contexto, por exemplo: item sem preço associado a um item que tem
preço. Estes itens não valorizados individualmente são tão importantes para o sistema de
financiamento como os demais, porque permitem que a gestão do sistema público possa
avaliar a produção dos estabelecimentos, e permitem que o próprio serviço de saúde possa
consistir (aferir, validar, comparar) a compatibilidade da sua receita, com os seus custos.

1.1 Acesso

1.1.1 Link

O acesso à tabela se faz pelo site do Datasus (www.datasus.gov.br), no link “Acessar a


Tabela Unificada”. Não é necessário cadastramento prévio, login, senha, etc.

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1.1.2 Tela Inicial

A tela inicial é exibida para que se faça a pesquisa em um item. Apesar de estar escrito
“Consultar Procedimento” é possível consultar qualquer item da tabela (medicamento,
OPM, etc.). Na própria tela inicial também existe um link que direciona para uma página
com downloads.

1.1.3 Downloads Básicos

Existem versões do sistema para funcionamento off-line. Trabalhar off-line pode ser útil
para estabelecimentos que tenham dificuldade com o acesso à Internet.

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Para estabelecimentos que têm sistema informatizado de faturamento, pode-se fazer


download das constantes atualizações da tabela. Existe uma inscrição para que
interessados sejam comunicados quando houver uma nova atualização disponível.

1.1.4 Manuais

Os próprios manuais das versões on-line e off-line do sistema podem ser baixados em
formato PDF.

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1.2 Parâmetros

1.2.1 Tela Padrão

A tela padrão de pesquisa disponibiliza todos os parâmetros relacionados a um item da


tabela. A grande vantagem do sistema de financiamento SUS em relação ao da Saúde
Suplementar é que todas as regras são únicas e valem para todos os estabelecimentos
brasileiros. Para a atividade de faturamento apenas a Tabela SIGTAP é exigida (suficiente).

1.2.2 Codificação, padronização, enquadramento e detalhamento

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Os itens da tabela seguem codificação estruturada. Os itens são classificados


(enquadrados) em um grupo, subgrupo e forma de organização, sendo seu código formado
pela concatenação dos códigos de cada um destes segmentos:
 Grupo (2 dígitos)
 Subgrupo (2 dígitos)
 Forma de Organização (2 dígitos)
 Procedimento (3 dígitos) – ou medicamento, ou OPM, ou ação ...
 Dígito Verificador (1 dígito)

A maioria dos itens possui descrição detalhada.

1.2.3 Histórico de Atualização

A maioria absoluta dos preços da tabela está congelado há anos, dando a impressão aos
leigos que a tabela não sofre atualização. Muito pelo contrário, os parâmetros dos itens
são constantemente atualizados, inclusive alguns preços !

Portanto é importante sempre observar a questão temporal. Ao consultar a


compatibilidade de um item, por exemplo, é necessário saber se ele é compatível ou não
na data correspondente – isso pode ser modificado ao longo do tempo.

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1.2.4 Modalidades de Atendimento

A tabela define a associação dos itens às modalidades de atendimento:


 Ambulatorial: O paciente é atendido, de forma programada ou não, sem a
necessidade de utilizar a estrutura hospitalar
 Hospitalar: O paciente ocupa leito hospitalar por período superior há 24 horas
 Hospital-Dia: O paciente ocupa leito hospitalar em período inferior há 24 horas
 Internação (Atendimento) Domiciliar: O paciente recebe cuidados no seu domicílio
 Não se Aplica: Para itens da tabela SIGTAP que não se definem em relação ao tipo de
atendimento – por exemplo, OPME

O item pode estar associado a mais de uma modalidade, e não é permitido lançar um item
associado a uma modalidade que não esteja associada na tabela.

1.2.5 Complexidade do Atendimento

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O SUS divide seus recursos destinando as partes para remunerar os serviços de saúde
conforme a complexidade do atendimento, para evitar que uma determinada
complexidade seja atendida e outra não, e que a atenção possa ser feita de forma
integrada. Os itens da tabela são associados a essas complexidades de atendimento:
 Atenção Básica: Ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, para promoção e
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
manutenção da saúde
 Média Complexidade Ambulatorial: ações e serviços para atender os principais
problemas e agravos de saúde, cuja complexidade da assistência na prática clínica
demande a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos
tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento
 Alta Complexidade: Envolve alta tecnologia e alto custo

1.2.6 Tipo de Financiamento

No “Plano Orçamentário do SUS” os recursos disponíveis são “priorizados” e “divididos”


por tipo de financiamento, de modo a tentar evitar que falta recurso para determinado
tipo de ação, e sobre para outro.

Piso da Atenção Básica (PAB):


 Transferido previamente pelo Ministério da Saúde aos municípios:
 PAB Fixo: custeio de ações de atenção básica à saúde. Recursos transferidos
mensalmente
 PAB Variável: custeio de estratégias, realizadas no âmbito da atenção básica em Saúde

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Média e Alta Complexidade (MAC):


 Teto (parcela fixa) para média e alta complexidade transferido previamente pelo
Ministério da Saúde aos gestores municipais e estaduais devidamente habilitados.
Periodicidade mensal

Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC):


 Transferido mensalmente por produção após o envio da base de dados ao Ministério
da Saúde

Mutirão:
 Ação coordenada para atender necessidade específica de uma região / endemia /
patologia / etc.
 Transferido mensalmente por produção após o envio da base de dados ao Ministério
da Saúde

1.2.7 Idade e Sexo Compatíveis com o Procedimento

Define quando o item só pode ser associado a pacientes de um determinado sexo, ou de


uma determinada faixa de idade.

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1.2.8 Instruções para Registro do Procedimento

Define os instrumentos de registro que podem ser utilizados para lançar o item da tabela.

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1.2.9 Média de Permanência e Permanência à Maior

1.2.10 Quantidade Máxima

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1.2.11 Valor

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Situações Especiais

 O preço do item é sempre o mesmo para qualquer situação, em todo o território


nacional, existindo como exceção:

 Incremento:
o “Percentual acrescido ao valor do procedimento. Vinculado à habilitação do
estabelecimento”
o Acréscimo definido conforme acordo, sem parâmetros (limites) pré-
definidos, de acordo com o interesse do sistema de saúde público
o Definido em Decreto / Portaria

 Mutirão:
 “Ação coordenada para atender necessidade específica de uma região /
endemia / patologia / etc.”
 Preço definido conforme necessidade e/ou interesse do sistema de saúde
público
 Preço diferenciado, Condições Específicas, sem parâmetros (limites) pré-
definidos
 Definido em Decreto / Portaria

 Procedimentos Concomitantes:

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1.2.12 Pontos – Repasse aos Médicos

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1.2.13 Compatibilidades

A tabela define uma série de compatibilidades, que são requisitos necessário para que seja
permitido lançar um item. Caso esteja definida uma compatibilidade, se o evento não
satisfizer a condição não é permitido o lançamento do item correspondente.

1.2.13.1 Compatibilidade do Procedimento com o Diagnóstico do Paciente (CID)

Exceto no caso do BPA-C (que é coletivo), os instrumentos exigem a identificação do


diagnóstico que motivou o lançamento, e a tabela define os códigos de diagnóstico (CID-10
– Código Internacional de Doenças versão 10) que são permitidos associar ao item.

1.2.13.2 Compatibilidade do Lançamento com o CBO (Profissão)

O lançamento deve estar associado a um profissional que tenha especialização compatível.


Por exemplo: uma cirurgia ortopédica só pode ser lançada se associada a um médico
ortopedista.

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1.2.13.3 Compatibilidade do Lançamento com a Habilitação do Estabelecimento

O lançamento deve estar associado a um estabelecimento com competência para a sua


realização. Por exemplo: uma cirurgia ortopédica só pode ser lançada se associada a um
estabelecimento que tem habilitação para realização de cirurgias ortopédicas – pode ter
outras habilitações, mas especificamente para este caso a habilitação em ortopedia é
obrigatória para que o lançamento possa ser aceito.

1.2.13.4 Procedimentos x Regras Condicionadas

São algumas regras específicas que definem requisitos adicionais. Por exemplo: o
lançamento de acompanhamento multiprofissional em DRC estágio 04 Pré Diálise, está
condicionado aos lançamentos secundários do instrumento de registro terem valor = 0.

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1.2.13.5 Procedimentos x RENASES

1.2.13.6 Procedimento x Incremento

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O Incremento é um dos raros atributos que podem alterar o preço de um item da tabela.

É definido em portarias específicas, de acordo com o interesse ou conveniência do SUS. O


exemplo demonstra que o valor da diária de internação em psiquiatria pode variar até
233,52 % dependendo da Classe e do Nível de Atenção.

Como neste exemplo, a interpretação do enquadramento do estabelecimento, ou em


alguns casos do item, exige especialização que geralmente a estrutura de faturamento dos
estabelecimentos não possui. Apenas os profissionais assistenciais têm discernimento para
discutir sore este importantíssimo parâmetro, que pode ajustar significativamente o
repasse do SUS ao estabelecimento, para mais ou para menos.

1.2.13.7 Procedimento x Serviço/Classificação

Parâmetro que define a associação do item a estabelecimentos de determinada


classificação.

No exemplo:
 O procedimento Litotripsia está associado aos serviços de classificação 169 (Serviço de
Atenção em Urologia), 153 (Atenção Especializada no Processo Transexualizador) ...
 Se realizado associado a um estabelecimento não classificado como um dos que
constam na lista, o lançamento não é aceito.

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1.2.13.8 Procedimento x Componente de Rede

Os apontamentos nesta compatibilidade são um pouco confusos na tabela SIGTAP.


Aparentemente foi idealizado para associar os procedimentos aos vários componentes das
redes assistenciais, mas praticamente não possui dados.

Na prática utiliza-se para identificar, quando um determinado item da tabela foi revogado,
qual o componente substituto (ou similar) associado.

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1.2.13.9 Procedimento x Leito

Associa determinados itens a estabelecimentos que possuam determinados tipos de leito


e/ou obrigatoriamente a realização em tipo de leito específico. Na prática este parâmetro
da tabela serve também para identificar todos os tipos de leito classificados pelo SUS.

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1.2.13.10 Compatibilidades entre Procedimentos

O lançamento de procedimentos diversos em um mesmo atendimento segue critérios de


compatibilidade que dependendo do caso classifica o procedimento como:
 Procedimento Principal, que na prática significa ser o procedimento que motiva a
realização do atendimento;
 Procedimento Principal Sequencial, que na prática significa uma associação em que a
realização do primeiro procedimento geralmente resulta na necessidade de realizar o
segundo, ou em casos em que dois ou mais procedimentos são necessários, em
sequência;
 Procedimento Secundário, que na maioria dos casos se refere ao fato de aproveitar o
procedimento principal para fazer um outro que se for feito em conjunto será melhor
para o paciente, do que programar a realização do segundo para outro atendimento;
 Procedimento Especial, cuja definição não é muito clara uma vez que a lista mescla
procedimentos de diversas especialidades e de média e alta complexidade.

Para lançar mais de um procedimento existem regras de associação dos procedimentos de


acordo com a classificação dele no atendimento.

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1.2.13.11 Compatibilidades de OPME

Associa o OPME ao procedimento, definindo regras que pode ser:


 As chamadas compatibilidades, que associam para cada procedimento os itens OPME
podem ser lançados concomitantemente;
 E as excludentes, que definem que se um OPME for lançado, proíbe o lançamento
concomitante algum outro, mesmo que este outro seja compatível com o
procedimento.

1.2.13.12 Compatibilidades entre Procedimentos e Instrumentos de Registro

Na mesma linha do OPME excludente, existem regras que definem, por exemplo, que uma
vez lançado um procedimento em uma AIH, um outro procedimento específico não pode
ser lançado concomitantemente, mesmo que ele for compatível com o primeiro
(procedimento excludente).

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1.3 Capítulos

Os capítulos representam a organização dos lançamentos em uma estrutura hierarquizada:


 Grupos, que é a divisão principal da tabela
 Subgrupos, que é a divisão de cada grupo em partes (subgrupos)
 Formas de Organização, que é a divisão de cada subgrupo em partes (formas de
organização)

É impossível conhecer detalhadamente cada item da tabela, mas é imprescindível conhecer


os grupos e suas subdivisões para poder gerir o faturamento de forma adequada.

Mesmo em um estabelecimento ultra especializado, uma pequena clínica cirúrgica


especializada em ortopedia, por exemplo, na formação das contas (AIHs) pode haver
lançamento de itens de todos os grupos da tabela.

1.3.1 Grupos

Os nomes dos grupos são praticamente autoexplicativos:


 Se quiser pesquisar sobre um exame de tomografia, intuitivamente procuramos no
grupo 02;
 Um parto normal no grupo 03, enquanto um parto cesariano no grupo 04;
 Apenas em relação aos grupos 01 e 08 é comum haver dúvida de enquadramento de
item:
o Mas o aplicativo que consulta a tabela permite pesquisar por código, ou
grupo/subgrupo/forma de organização ou nome do item, minimizando a dúvida.

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O importante – na verdade o mais importante – no estudo da Tabela SIGTAP é sempre ter


em mente que ela foi definida como tabela unificada para medir a produção dos
estabelecimentos, e consequentemente a remuneração, e não o inverso.

Não se presta somente à remuneração:


 É a única forma do SUS medir com precisão a produção
 É a forma mais eficaz e segura para:
o Produção de estatísticas
o Pagar produtividade
o Consistir pagamento de fornecedores
o Consistir taxas de ocupação, média de permanência, e outros diversos
indicadores hospitalares tradicionais

Portanto:
 Tudo que for possível lançar, deve ser lançado
 Se existe alguma barreira impedindo o lançamento de uma produção real:
o Ou a barreira deve ser eliminada
o Ou é recomendável que o serviço de saúde deixe de produzir

Esta última frase costuma chocar pessoas que se só se preocupam com o atendimento dos
pacientes. Não é culpa do estabelecimento se o SUS não remunerar pelos serviços
prestados à população que utiliza seus serviços. Se ele realiza serviços e não é remunerado
adequadamente na verdade não está ajudando a população – está prejudicando porque a
falta deste recurso vai implicar em que ele não produza tudo que tem potencial para
produzir. Então, se existe barreira para remunerar algo que é feito, é melhor parar de fazer
e destinar seus recursos para uma operação sustentável, que não dependa de esmolas.

1.3.2 Subgrupos (forma de organização e exemplos)

É altamente recomendável conhecer os subgrupos de cada grupo, entendendo a lógica da


organização, e identificando potenciais lançamentos que podem ser realizados no
estabelecimento relacionados a cada um deles.

Vamos aqui listar os subgrupos de cada grupo, listando alguns exemplos, e em alguns casos
comentar o que costuma ser de maior relevância dentro do nosso foco (faturamento).

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1.3.2.1 Subgrupos do Grupo 01 – Ações de Promoção à Saúde

O Subgrupo 01.01 – Ações Coletivas e Individuais relaciona-se principalmente às ações


realizadas em domicílio, serviços especializados em odontologia e serviços especializados
de atenção básica.

Mas nada impede que estes lançamentos ocorram em estabelecimentos de alta


complexidade que realizam estes serviços. Este primeiro subgrupo estudado é foco da
discussão sobre a proibição de lançamento por não enquadramento do estabelecimento.
Se sessões de Ioga são realizados em hospital, ou o órgão gestor deve habilitar o
estabelecimento e permitir que ele lance as sessões, ou é recomendável que o
estabelecimento deixe de realizar as sessões, porque o custo de manter esta estrutura
poderia então ser destinado para as ações pelas quais o órgão gestor define que sejam a
prioridade do estabelecimento.

No Brasil é comum os estabelecimentos municipais, que deveriam monopolizar a atenção


básica, não cumprir o seu papel, e isso acabar sendo assumido por um serviço estadual de
média e alta complexidade. Se isso ocorre, não é justo que o estabelecimento não possa
registrar esta produção, inclusive sendo ressarcido pelo SUS em consequência disso.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

O subgrupo 01.02 – Vigilância em Saúde refere-se prioritariamente ao relacionamento do


estabelecimento com a população, especialmente em atividades educativas.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

1.3.2.2 Subgrupos do Grupo 02 – Diagnósticos

Na maioria dos casos, o nome dos subgrupos do grupo 02 – Diagnósticos é autoexplicativo


e se referem aos serviços de apoio ao diagnóstico e terapia conhecidos pela maioria dos
profissionais do segmento da saúde.

O subgrupo 02.01 geralmente é subfaturado, geralmente por desconhecimento que deve


ser lançado ou quando os códigos na tabela têm valor = 0.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Geralmente faturados adequadamente, pela própria área que realiza o exame.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Geralmente faturados adequadamente, pela própria área que realiza o exame.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Geralmente faturados adequadamente, pela própria área que realiza o exame.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

O subgrupo 10 – Radiologia Intervencionista, é um dos que se referem a um tipo de serviço


de diagnóstico que não é conhecido pela maioria dos profissionais do segmento da saúde.
Como o procedimento pode ser realizado em unidade específica ou no bloco cirúrgico,
pode haver subfaturamento.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

O subgrupo 11 – Métodos Diagnósticos em Especialidades é um dos que podem se referir a


grande perda de faturamento nos serviços de saúde.

Como nem sempre estes exames são realizados em unidades de diagnóstico, sendo boa
parte deles realizados em unidades de atendimento, nem sempre o registro ocorre de
maneira adequada para que o faturamento identifique que ele tenha sido realizado.

Por exemplo:
 Se o exame de gasometria é realizado no laboratório de análises clínicas é pouco
provável haver perda de receita
 Mas se este exame for feito dentro da UTI, ou do Bloco Cirúrgico, é comum que a
estrutura assistencial/administrativa desta unidade não produza documentação
adequada para que o faturamento identifique que o exame foi realizado – e a perda
ocorre.

Situações semelhantes ocorrem com eletrocardiograma, holter, M.A.P.A., e vários outros


quando a estrutura assistencial que realiza o exame não é uma área de diagnósticos
propriamente constituída.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

O subgrupo 12 – Diagnósticos e Procedimentos em Hemoterapia também pode estar


associado ao subfaturamento quando não existe comunicação adequada entre o serviço de
hemoterapia e o faturamento.

É muito comum o serviço de hemoterapia ser terceirizado em relação à administração do


estabelecimento que presta atendimento ao paciente. E neste cenário geralmente existe
controle rígido de pagamento por parte do estabelecimento ao serviço terceirizado, mas
não entre o serviço terceirizado e o faturamento, ou seja, o controle existe para liberação
do pagamento ao prestador de serviço, mas não para ressarcimento por parte do SUS
porque o registro não é feito adequadamente no instrumento, geralmente AIH.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

O Subgrupo 13 – Vigilância Epidemiológica e Ambiental também se constitui em fonte de


perda de receita porque boa parte destes itens não está relacionado ao atendimento do
paciente, e sim a diversos tipos de amostras, como exemplo: água.

Como o evento não está entro do fluxo de atendimento dos pacientes, naturalmente não é
notificado ao faturamento, e o registro não é feito – consequentemente originando a
perda.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

No subgrupo 14 - Diagnóstico por Teste Rápido é verificado o maior volume de ausência


de registro e consequente subfaturamento, por se tratar de procedimentos simples
inseridos na rotina de diversos profissionais multidisciplinares, na maioria dos casos sem
geração de laudo (resultado formalizado).

O agravante é o fato de que a maioria destes testes tem resultado normal (dão negativo), e
nestes casos os testes nem mesmo são registrados na evolução do paciente.

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1.3.2.3 Subgrupos do Grupo 03 – Procedimentos Clínicos

A maioria dos nomes dos subgrupos do Grupo 03 – Procedimentos Clínicos é


autoexplicativa.

É recomendável conhecer alguns exemplos porque estes procedimentos estão associados a


maioria dos tipos de atendimento – a maior parte destes procedimentos pode estar
associada tanto aos atendimentos mais simples, como o domiciliar, como aos mais
complexos, como as internações cirúrgicas.

O fator de maior dificuldade para associar lançamentos à realização dos procedimentos é


que geralmente eles estão descritos na evolução, juntamente com uma série de outras
informações sobre o atendimento, em longos textos.

Como o profissional que atua no faturamento geralmente não possui especialização


assistencial, é muito difícil que consiga identificar nos textos aquilo que pode ser lançado.
Mesmo quando identifica, geralmente é necessária interpretação e codificação que nem
sempre é simples. Uma palavra como “drenagem” dentro de um texto pode estar
associada a diversos procedimentos, muitos deles com descrição muito parecida, que exige
especialização assistencial para discernimento do que realmente significa.

Os sistemas de informação ou os formulários de registro em papel devem ter elementos do


tipo check-list para minimizar as perdas – o potencial de perda neste grupo é maior do que
em todos os outros.

Os quadros ilustrativos de cada subgrupo contêm comentários sobre questões mais


relevantes de cada um deles.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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1.3.2.4 Subgrupos do Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos

Os nomes dos subgrupos são autoexplicativos e, com exceção do subgrupo 15, referem-se
a equipes de profissionais específicos.

Facilmente identificáveis porque geralmente ocorrem no Bloco Cirúrgico, por equipe


especializada, e na maioria dos casos são procedimento eletivos (agendados) – existe
preparação padronizada (kit cirúrgico, preparação da sala, etc.).

Dada a dificuldade em obter a descrição da cirurgia e o que envolve, é recomendável a


utilização de um check-list para as cirurgias mais frequentes – o melhor é que seja o
mesmo check-list da preparação da cirurgia, com informações que o faturamento
necessita.

Havendo subfaturamento relacionado ao ato cirúrgico, representa a maior perda que um


serviço de saúde pode ter, portanto tudo que for necessário fazer para evitar esta perda
deve ser feito, envolvendo o máximo de profissionais multidisciplinares que possam
contribuir para sistematizar (padronizar) estes lançamentos.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Dermatologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente às Equipes de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Endocrinologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Neurocirurgia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente às Equipes de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, e Bucomaxilo.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Oftalmologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Cardiologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Gastroenterologia (ou Gastrenterologia) e


Proctologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Ortopedia

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente às Equipes de Urologia e Proctologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Cirurgia Plástica.

Relacionado prioritariamente à Equipe de Obstetrícia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Pneumologia e de Cirurgia Torácica.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Cirurgia Plástica.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Bucomaxilo.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado à diversas Equipes de Especialidades, associado aos procedimentos gerais que


podem estar associados à diversos órgãos ou partes do corpo e/ou procedimentos
sequentes ao ato cirúrgico principal.

Praticamente tudo que não se enquadra nas especialidades é relacionado neste subgrupo.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado prioritariamente à Equipe de Oncologia Cirúrgica, mas pode se referir à Equipe


da especialidade específica. Por exemplo: uma cirurgia ortopédica oncológica pode se
referir à Equipe de Ortopedia ou à Equipe de Oncologia.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Relacionado à Equipe de Anestesia.

Relacionado prioritariamente à Equipe de Nefrologia.

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1.3.2.5 Subgrupos do Grupo 05 – Transplantes

De mesma forma que o Grupo 02 – Diagnóstico, quando os procedimentos deste grupo são
realizados na unidade especializada, ou pela unidade especializada, ou são instruídos pela
unidade especializada, os registros ocorrem de forma adequada e consequentemente o
faturamento correspondente também.

Quando o procedimento é realizado em outras unidades os registros muitas vezes são


feitos no texto da evolução do paciente, ou simplesmente não são feitos, e existe perda de
faturamento. Esta perda deve ser evitada principalmente porque alguns itens da tabela
representam valores significativos.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

Este subgrupo exemplifica a extrema necessidade de aplicar check-list nos atendimentos


de transplantes:
 As equipes envolvidas no pós transplante geralmente não fazem só isso, e
administrativamente procedem da mesma forma como fazem com as demais
pacientes, sem ter conhecimento que existem registros específicos previstos na tabela
SIGTAP;
 E naturalmente qualquer evento relacionado à intercorrência sempre pode ser
formalizado de forma inadequada pelo receio que os profissionais têm em registrar
eventos que possam vir a comprometê-los pessoalmente (um receio sem
fundamento, mas que na prática é real).

O check-list de procedimento de transplante é fundamental para evitar a perda de receita


em todo o Grupo 05, mas especialmente neste subgrupo 05.06.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

1.3.2.6 Subgrupos do Grupo 06 – Medicamentos

Apesar de exigir esforço administrativo, se o estabelecimento lançar todos os


medicamentos utilizados vai poder obter uma série de benefícios, entre eles:
 Em relação aos medicamentos de alto custo, o ressarcimento por parte do SUS, seja
no âmbito ambulatorial, seja no âmbito hospitalar;
 Em relação aos demais medicamentos:
o Mesmo nos casos de medicamentos grafados com preço = 0 na Tabela SIGTAP,
em que não existe ressarcimento direto, o registro servirá para renegociar o teto
do estabelecimento periodicamente;
o O serviço poderá aferir se o volume adquirido junto aos fornecedores é
compatível com o que está sendo utilizado na assistência aos pacientes:
 No Brasil existe elevado descontrole sobre medicamentos, especialmente
em hospitais públicos da administração direta. O administrador que não se
propõe aferir pode ser classificado como contribuinte da prática ilícita.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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1.3.2.7 Subgrupos do Grupo 07 – OPME

OPME está relacionado a uma série de questões de vital importância na administração de


serviços de saúde, em especial na administração hospitalar, entre eles:
 Está associado a itens de elevado valor de compra, e consequentemente de elevado
valor de ressarcimento por parte do SUS;
 Existe um mercado específico, que inclui pequeno grupo que age ilicitamente;
 Exige requisitos específicos de formalização da utilização, inclusive nota fiscal de
compra específica por paciente, para que o SUS faça o ressarcimento.

Tudo que puder ser feito para que o processo de utilização e repasse seja o mais
transparente e simples possível deve ser feito, tanto para evitar perda de receita junto ao
SUS, como para evitar que a administração seja apontada como conivente nos casos de
fraudes ou de conduta antiética.

Um documento fundamental utilizado na prática é o chamado Laudo de Utilização de


OPME, em que o médico responsável aponta o material utilizado, ou que está
prescrevendo que seja dispensado ao paciente.

Este documento prioritariamente deve ser sistematizado (sistema ou planilha), ou


padronizado em forma de check-list, de modo que chegue ao Faturamento já codificado:
 Se o Faturamento tiver que codificar o material, a chance de interpretar errado, ou
não conseguir interpretar, é grande:
o Neste caso a perda é certa principalmente pela incapacidade do Faturamento em
conseguir resolver a incompatibilidade do material com o procedimento,
segundo as regras da Tabela SIGTAP.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

1.3.2.8 Subgrupos do Grupo 08 – Ações Complementares

Por se constituir em um grupo cuja maioria absoluta dos lançamentos não se refere a itens
prescritos por profissionais assistenciais, é muito comum o subfaturamento.

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

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Modelo GFACH – Gestão do Faturamento SUS

1.4 Facilidades para downloads e carga de planilhas

Os aplicativos permitem a extração de todos os dados da Tabela SIGTAP

Esta facilidade permite desenvolver, construir e implantar check-lists e kits de lançamentos


padronizados, contemplando as compatibilidades da tabela.

A única precaução é rever periodicamente as ferramentas desenvolvidas, ajustando de


acordo com as atualizações da tabela.

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2 Controle da Receita

Como em qualquer tipo de atividade econômica a receita necessita ser controlada. Não
existe atividade em que a receita se realiza sem controle:
 O processo, as pessoas e tudo que envolve a realização da receita tende a se
acomodar ao longo do tempo
 O mercado vai mudando e exigindo que a empresa se adapte às mudanças:
o Na área da saúde as mudanças devido a incorporação de nova tecnologia,
desenvolvimento de novos padrões de atendimento e de novas técnicas
assistenciais é constante;
o E a Tabela SIGTAP vai sendo atualizada em função disso, e de outras demandas.

2.1 Origens da Receita

Uma métrica simples é que a receita só se realiza se a informação necessária para que isso
ocorra seja tratada desde na origem.

Como a origem da receita na área da saúde é a atividade assistencial e, em menor escala,


as atividades relacionadas ao estabelecimento de saúde, o fluxo de formação das contas
(de lançamento dos itens a serem faturados) deve abranger todos os envolvidos, desde o
profissional que realiza o procedimento, até o profissional que fatura, passando pelos que
estão envolvidos direta e indiretamente em cada processo.

2.1.1 Tipos de Atendimento

É necessário analisar os processos de formação das contas como a consequência final de


um tipo de atendimento.

Então é importante conceituar os tipos de atendimento.

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Remoção:
o Transportar o paciente, ou um órgão do paciente, do serviço para um outro local
(residência, outro serviço, ou outro local), ou vice-versa;
o No caso do paciente, inclui não só o transporte, mas toda a assistência prestada a
ele durante o transporte;
 Pronto Socorro:
o O conhecido atendimento de emergência, no sentido de que o paciente emerge
sem aviso, ou seja, não agendado;
o Este atendimento deve se limitar a eliminar a causa do risco ou dano imediato do
paciente, sem a pretensão de resolver doenças que são tratadas em outros tipos
de atendimento (internação, ambulatório, hospital-dia)
 Atenção Domiciliar:
o Assistência prestada ao paciente na sua residência, ou em outro local que não
seja o próprio serviço de saúde, ou outro serviço de saúde;
o Pode abranger prevenção e/ou tratamento/acompanhamento;
 Internação ou Hospital-Dia:
o Atendimento em que o paciente utiliza a estrutura hospitalar, permanecendo
internado (mais de 24 horas) ou não (hospital-dia);
o Quase que obrigatoriamente agendado;
 Ambulatorial:
o Na prática tudo que não se encaixa (enquadra) nos demais:
 Consultas Médicas
 Outras Consultas Multidisciplinares
 Terapias (Fisioterapia, Reabilitação, Quimioterapia, etc.)
 Pequenos Procedimentos Ambulatoriais (Ex: Drenagem de Abscesso)
 SADT (exames laboratoriais, de radiologia geral, etc.)
 Oficinas e Orientações ao Paciente, Acompanhante e Comunidade
 Fornecimento de Medicamentos
 Fornecimento de Materiais (OPME)
o Não deveria existir no âmbito hospitalar:
 Quando inserido no ambiente hospitalar geralmente representa:
 Cerca de 90 % do volume de pacientes atendidos
 Cerca de 5 % da receita obtida
 Controle de vagas deveria ser realizado exclusivamente pela
Secretaria/Ministério da Saúde.

Uma regra básica: um paciente não pode ser faturado em mais de um tipo de atendimento
ao mesmo tempo. Ex.: não é possível faturar atendimento ambulatorial enquanto o
paciente estiver internado.

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2.1.2 Atenção Domiciliar

A figura indica os grupos e subgrupos que contém itens associados à atenção domiciliar:
 01.01 – Ações Coletivas e Individuais (*)
 02.01 – Coleta de Material
 02.11 – Mét. Diag. em Especialidades
 02.14 – Diagnósticos por Teste Rápido (*)
 03.01 – Consultas Atendimentos Acompanhamentos (*)
 03.02 – Fisioterapia
 03.03 – Outras Especialidades (*)
 03.05 – Nefrologia (*)
 03.07 – Trat. Odontológico (*)
 03.08 – Trat. Lesões Envenenamento (*)
 03.09 – Terapias Especializadas (*)
 04.01 – Peq. Cirurgia
 04.14 – Bucomaxilofacial (*)
 04.15 – Outras Cirurgias

(*) Quase 100 % dos lançamentos com Preço = 0

Pontos de atenção de subfaturamento / sub registro:


 Tipos de profissionais que compõem as equipes (CBO) – geralmente multidisciplinar –
permite registro para cada um deles;
 Procedimentos não registrados no prontuário do paciente, especialmente:
o Coletas realizadas;
o Notificações compulsórias realizadas.

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2.1.3 Atenção Psicossocial

Pode se referir a tipos de atendimento diferentes:


 Pronto Socorro, em caso de surto psicótico, decorrente de overdose de narcóticos,
etc.;
 Ambulatorial, nas terapias, oficinas, acompanhamentos, etc.;
 Hospital-Dia e Internação nos casos mais graves.

Na essência associado apenas ao subgrupo 03.01, mas são pontos de atenção importantes:
 Vários CBOs diferentes nas equipes – a atenção psicossocial é por essência
multidisciplinar:
o Permite registro para cada um deles
o Exige que cada um deles evolua o atendimento
 Enquadramento
o Mesmo procedimento com valor diferente (INCREMENTO)
 Importante não associar tratamentos que não têm a ver com atenção psicossocial
com o fato do paciente estar sob este tipo de cuidado. Exemplo:
o Paciente internado em psiquiatria necessita controle de diabetes (atendimento
clínico “fora do pacote”).

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2.1.4 Ambulatório

O maior ponto de atenção é que, dada a diversidade de atendimentos que se pode fazer
em ambulatório, abrange praticamente todos os grupos e subgrupos da Tabela SIGTAP:

 Não é possível faturar bem ambulatório se não for definição institucional a


implantação de check-lists;

 Mesmo com a utilização de sistemas – ou o check-list deve estar totalmente integrado


ao sistema, ou deve existir check-list de apoio quando o sistema não está implantado
de fora a eliminar qualquer tipo de perda.

Outros pontos de atenção:

 Diversidade de fluxos de atendimento:


o Temporariedade:
 Pontual (1 só vez) – exemplo: consulta
 Contínuo (diversas vezes) – exemplos: terapias (quimioterapia, fisioterapia,
etc.)
o Ponto de contato com atividade de retaguarda – exemplo: exame de laboratório
e anatomia patológica
o Sequencial (mais de 1 no mesmo atendimento) – exemplo: radiologia geral mais
ultrassom.

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 Diversidade de instrumentos de registro:


o BPA-I / BPA-C / APAC / RAAS

 Diversidade de Profissionais:
o Envolve praticamente 100 % dos CBOs catalogados
o Em um mesmo atendimento é possível lançar todos eles separadamente

 Enquadramento:
o Diversidade de códigos que podem ser enquadrados dependendo de nuances
(detalhes) com preços significativamente diferentes
o Ex.: mesmo procedimento em paciente classificado com ou sem alguma espécie
de transtorno

 Itens “administrativos”:
o Que não são diretamente relacionados, ou identificados, a partir de um registro
assistencial
o Ex.: manutenção / conserto de aparelho ortodôntico / ortopédico

 Frequentemente Subfaturado / Sub Registrado:


o Fornecimento de Medicamento de Alto Custo:
 Lança o Medicamento, mas não lança a orientação (assistência
farmacêutica)

 Fornecimento de OPME:
o Lança o OPME, mas não lança a adaptação, a orientação, etc.

 Procedimento Médico Ambulatorial:


o Lança o Procedimento Médico, mas não lança exames (testes rápidos),
assistência de outros profissionais multidisciplinares, medicamentos, etc.

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2.1.5 Hospital-Dia

A figura ilustra que abrange os grupos 01, 02, 03 e 04:

 No Grupo 01 – Ações de Promoção à Saúde:


o Somente o subgrupo 01.01 – Ações Coletivas e Individuais
o E quase 100 % dos lançamentos com Preço = 0

 No Grupo 02 – Diagnóstico:
o Os exames de baixa complexidade têm Preço = 0

 No Grupo 03 – Procedimentos Clínicos:


o Não abrange itens dos subgrupos 03.05, 03.06, 03.08 e 03.10

 No Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos:


o Não abrange itens dos subgrupos 04.15 e 04.18.

O maior ponto de atenção fica por conta de evitar que alguns procedimentos sejam
realizados durante a permanência-dia, quando seu valor na tabela é = 0:
 Exames de Baixa Complexidade (Ex: Laboratório e Radiologia Geral);
 Alguns procedimentos multidisciplinares (Ex: Odontologia).

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2.1.6 Internação

A figura ilustra que a Internação abrange praticamente todos os itens da Tabela SIGTAP.

O eventual subfaturamento na internação significa a maior perda que um hospital pode


ter, exigindo que o fluxo de formação de contas esteja bem elaborado e seguido
especialmente quando se refere aos grupos:
 Grupo 03 – Procedimentos Clínicos
 Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos
 Grupo 05 – Transplantes
 Grupo 07 – OPME

Particularmente no Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos, é muito importante verificar:


 Procedimentos Associados (secundários, especiais, sequenciais, etc.)
 OPME (inclusive recargas – grampos)
 Anestesias e Médicos Auxiliares (produtividade)

Frequentemente são subfaturados / não registrados:


 Subgrupo 08.01 – Ações Relacionadas ao Estabelecimento
o Incentivos
 Subgrupo 08.02 – Ações Relacionadas ao Atendimento
o Diária de UTI
o Diária de Acompanhante
o Diária Complementar
o Notificações

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Outros pontos de atenção importantes:

 Evitar que procedimentos de valor = 0 estejam sendo lançados indevidamente na


internação:
o Exames de Baixa Complexidade (Ex: Laboratório e Radiologia Geral)
o Procedimentos Multidisciplinares (Ex: Odontologia)

 Procedimentos Clínicos em Internações para Cirurgia ou Parto

 O paciente não é internado para fazer traqueostomia – mas ela pode ser feita

 As complicações pós cirurgia, pós transplante ... pós tratamento em geral ...
geralmente estão reportadas em evoluções tipo texto

 Notificações e incentivos geralmente não estão descritas em evoluções – necessitam


de fluxo específico para não ocorrer subfaturamento

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2.2 Evidências para Lançamentos

Qualquer lançamento deve ser evidenciado, ou seja, deve haver evidência de que o
procedimento foi realizado e/ou o insumo foi utilizado.

Naquilo que se refere ao atendimento do paciente, o registro do atendimento, o registro


da sua movimentação pelas unidades, a prescrição e a evolução são as evidências básicas,
mas alguns eventos necessitam de evidências adicionais para se justificarem nos
lançamentos.

Não evidenciado, ou não adequadamente evidenciado:


 A auditoria do SUS pode requerer formalização adequada, ou adicional para liberar o
ressarcimento;
 O lançamento pode ser glosado, ou seja, o SUS pode se recursar a realizar o
ressarcimento;
 E situações específicas o agente público pode ser denunciado, por ação administrativa
não condizente, ou até ilícita.

A principal recomendação é sempre lançar o que realmente foi realizado, procurando


formalizar a evidencia adequadamente para não incorrer em riscos desnecessário perante
ao SUS

2.2.1 Grupo 01 – Ações de Promoção à Saúde

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2.2.2 Grupo 02 – Diagnósticos

2.2.3 Grupo 03 – Procedimentos Clínicos

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2.2.4 Grupo 04 – Procedimentos Cirúrgicos

2.2.5 Grupo 05 – Transplantes

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2.2.6 Grupo 06 – Medicamentos

2.2.7 Grupo 07 – OPME

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2.2.8 Grupo 08 – Ações Complementares

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2.3 Realização da Receita

A situação ideal é que o faturamento ocorra de modo rotineiro, constante, sem períodos
de fechamento que geram picos de serviço, sempre indesejáveis porque expõem os
envolvidos a situações de pressão.

Nem sempre isso é possível, ou porque a estrutura do faturamento está viciada em


trabalhar com fechamentos, ou porque algum evento possa ter represado contas causando
acúmulo que necessita ser tratado de forma eficiente para não gerar desequilíbrio
financeiro.

Caso haja necessidade de priorizar o faturamento, tendo que escolher o que fazer primeiro
e o que pode ficar para depois, é importante reforçar como a receita se realiza a partir dos
vários tipos de financiamento do sistema SUS.

2.3.1 Regra Básica

Classificar os lançamentos segundo o tipo de financiamento e priorizar conforme o preço e


o tempo de ressarcimento do SUS.

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O que deve ser priorizado deve seguir a seguinte ordem, sendo o primeiro da lista o mais
urgente:
1º. Mutirão, que além de ser repassado no período seguinte, geralmente tem valor maior
que o normal;
2º. FAEC, porque geralmente está associado ao extra teto, ou seja, valor adicional ao que
está acordado (contratualizado);
3º. MAC, por se referenciar aos maiores valores do que está contratualizado, ou seja, o
prazo para quebra de caixa é maior, e os valor envolvido é o maior da
contratualização;
4º. PAB, porque está referenciado aos menores valores do que geralmente está
contratualizado, ou seja, o prazo para quebra de caixa é maior, e o valor envolvido é
menor

2.3.2 Contra Apresentação

É a forma mais justa de remuneração:


 O serviço de saúde é ressarcido de acordo com a sua produção;
 Produz mais, recebe mais, produz menos, recebe menos – o que induz o
estabelecimento a produzir o máximo;
 Sua remuneração independe de fatores políticos, que no Brasil é uma realidade que
não pode ser negligenciada.

Infelizmente alguns administradores do segmento da saúde se sentem inseguros em ter


que condicionar a sua administração a uma receita variável, e criticam este modelo.

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2.3.3 Contratualização

É uma forma de garantir um nível de receita mínimo ao estabelecimento:


 É definido o Repasse Fixo para determinado período (Teto);
 Os tetos PAC e MAC são avaliados periodicamente (exemplo: a cada 6 meses);
 Com eventual variação para determinados procedimentos, se for o caso (Extra Teto,
pago adicionalmente) – especialmente material e medicamento de alto custo.

Isso garante a receita mínima, que é reavaliada periodicamente, e adicionalmente


remunera o estabelecimento em relação aos itens mais críticos do seu custo.

Infelizmente as questões políticas brasileiras fazem com que o estabelecimento e a


reavaliação periódica do teto não sejam feitos de forma técnica – interesses políticos
partidários, na prática, destinam as verbas de uma forma que prejudica a maioria dos
estabelecimentos em benefício de alguns, desmotivando completamente os
administradores a atuar de forma realmente adequada (com foco na assistência à
população).

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3 Base de Dados de Faturamento

A base de dados formada pelos registros do faturamento tem valor inestimável em relação
a tudo que ela pode proporcionar na gestão dos estabelecimentos de saúde.

Quanto mais o estabelecimento for rigoroso no lançamento dos procedimentos e insumos


da forma como a Tabela SIGTAP preconiza, menor a necessidade da administração fazer
uso de ferramentas auxiliares para elaboração de estatísticas e mapas de apoio à gestão.

Os lançamentos, conforme preconizados na Tabela SIGTAP, permitem visualizar


praticamente tudo o que acontece no estabelecimento, evidentemente exceto o que tange
ás informações relacionadas ao processo de cura do paciente, que são inerentes da
adequada formalização do prontuário do paciente.

Adotada a tabulação de dados da base de dados de faturamento como ferramenta para


produção de estatísticas, reforça a necessidade de realizar todos os lançamentos possíveis,
mesmo os que têm valor – 0 na Tabela SIGTAP.

3.1 Produção

Como os lançamentos carregam informações detalhadas sobre o executor dos


procedimentos consumidor dos insumos, é possível extrair mapas com a produção:
 Do estabelecimento;
 De cada serviço (ou divisão) do estabelecimento;
 De cada profissional.

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3.2 Produtividade

Cruzando (referenciando) as informações tabuladas na base de dados de faturamento com


as jornadas de trabalho e horários de funcionamento dos serviços é possível apurar a
produtividade de praticamente todas as estruturas do estabelecimento.

Por exemplo:
 Volume de consultas realizadas por médico, por hora;
 Horas de Sala Cirúrgica por Equipe;
 Volume de consultas por especialidade, por hora de ambulatório;
 Consultas realizadas x capacidade de consultas do ambulatório;
 Número de pacientes-dia x capacidade de internação.

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3.3 Repasse para Médicos e Outros Profissionais

Utilizar a base de dados de faturamento como base para repasse de médicos e outros
profissionais multidisciplinares é a forma mais segura de evitar fraudes.

Ao adotar esta ferramenta como base, o estabelecimento leva para o processo de repasse
todas as consistências da Tabela SIGTAP, minimizando o risco de pagamento para
prestadores referente aos procedimentos incompatíveis com a prática médica.

Mesmo que não seja utilizado o critério de pagamento segundo a metodologia da


pontuação definida na Tabela SIGTAP, o simples fato de vincular o pagamento do prestador
ao encaixe do faturamento, ou seja, só pagar quando o faturamento correspondente for
consistente, já costuma ser suficiente para mitigar a maioria dos riscos correspondentes.

Uma prática comum no mercado brasileiro em relação aos médicos, é pagar salário fixo,
acrescido de um percentual sobre o valor faturado do procedimento – esta prática tem se
mostrado a mais eficiente para garantir a produtividade do profissional e ao mesmo tempo
mantê-lo motivado a produzir.

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3.4 Repasse para Fornecedores

Pode-se utilizar a mesma métrica adotada em relação aos médicos para pagamento aos
fornecedores estratégicos (dos itens de alto custo), vinculando o pagamento ao encaixe do
faturamento.

Esta prática é muito utilizada para reduzir o risco de fraudes, especialmente em relação ao
OPME em estabelecimentos especializados em ortopedia, cardiologia e neurologia.

Mas também é utilizada, embora em menor escala, em relação aos fornecedores de dietas
especiais e medicamentos de alto custo:
 Ao vincular o pagamento ao encaixe de faturamento o administrador minimiza os
casos de desvios e excesso de fornecimento, muito frequentes em hospitais
vinculados à administração direta
 Particularmente o excesso de fornecimento é danoso porque pode levar à perda de
validade do insumo.

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4 Gestão do Faturamento

Como em qualquer empresa de saúde, o faturamento necessita ser gerido mesmo, e


principalmente, em hospitais públicos que são as organizações onde a gestão é mais
complexa e necessária.

É necessário ter em mente que a atividade fim do estabelecimento de saúde é curar


doente, e não gerar receita. A geração da receita deve ser consequência, e só é efetiva
quando existe atividade de gestão do faturamento.

Ao contrário de faturar, que na essência significa transformar registros em contas, gestão


do faturamento significa na essência aproveitar todas as possibilidades de transformar
qualquer atividade do estabelecimento em registro de receita.

4.1 Gestão de Contas

O primeiro e principal conceito da gestão é entender que as contas não se materializam


sozinhas, e não se pode confiar que o processo ou o sistema vai naturalmente fazer com
que elas se materializem – é necessária vigilância constante e efetiva para que isso
aconteça.

4.1.1 Nível de Maturidade do Processo de Faturamento

Uma boa prática é classificar o processo de formação do estabelecimento segundo um


nível de maturidade.

Pode-se estabelecer qualquer escala, com qualquer parâmetro – o importante é:


 Adotar uma escala
 Classificar a situação atual
 Definir um plano de ação para aumentar o nível de maturidade
 E periodicamente aferir se o nível de maturidade evolui – se as ações planejadas
foram executadas com êxito, e se não foram, identificar as razões que impediram que
elas se materializassem.

Esta prática diferencia uma estrutura de faturistas, que apenas desempenham a atividade
de faturar, da estrutura de gestão, que busca a melhoria efetiva da atividade de faturar e
melhorar os processos de obtenção das receitas.

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Por exemplo, a figura ilustra uma escala em que:


 O nível 0 de maturidade (o pior) praticamente não se baseia em funcionalidades de
sistema, sendo o trâmite de papel o processo de formação das contas;
 O nível 3 de maturidade (o melhor) contém a maioria dos elementos do processo
sendo suportados por um sistema informatizado.

Na prática o que acontece é bem isso – quanto mais madura está a estrutura de gestão
mais funcionalidades automáticas foram implementadas em sistema.

Mas é importantíssimo citar que os processos podem (e devem) evoluir mesmo se não
houver aporte tecnológico – a padronização e a sistematização dos lançamentos com base
em check-lists e kits é fundamental, com ou sem sistema apoiando com funcionalidades
automáticas e/ou integradas.

4.1.2 Práticas de Evolução do Nível de Maturidade

Vamos estudar práticas que comprovadamente elevam o nível de maturidade dos


processos de formação das contas.

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4.1.2.1 Padronização de Documentos

Se o estabelecimento é certificado em um programa de qualidade (ex.: ONA), os seus


documentos são minimamente padronizados, especialmente os que se referem aos
processos diretamente relacionados a assistência e segurança do paciente:
 Políticas;
 POPs, ou Procedimentos Operacionais Padronizados;
 ROTs, ou Rotinas.

Neste caso os POPs e ROTs se tornam a principal fonte de informação para o


desenvolvimento de kits de faturamento e check-lists de coleta de informações.

Caso o estabelecimento não esteja neste nível, é recomendável que os documentos que se
relacionam com a formação das contas sigam um padrão, mesmo que próprio, dotando os
processos da qualidade necessária para interpretação, codificação, etc.

O departamento de faturamento (ou estruturas de outro nome responsável para realização


da receita) deve desenvolver padrões de coleta, tabulação, análise e reporte das suas
próprias rotinas. Isso vai eliminar, ou reduzir, a dependência que o processo de formação
das contas possa ter das pessoas (dos indivíduos), garantindo que se houver turn-over
(substituição de pessoas) o processo não seja prejudicado.

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4.1.2.2 Repositório Único / Catálogo Único para Consulta de Documentos

Não existe caso de sucesso de implantação efetiva de sistema informatizado de gestão de


documentos. Uns poucos possuem o aplicativo, mas apenas parcialmente implantado.

Mesmo nestes raros pioneiros casos, a maioria absoluta dos documentos se encontra fora
dele, dispersos pela rede de dados interna, em repositórios na internet e dispersos em
computadores sem gerenciamento de conteúdo.

A melhor prática de mercado é a utilização de um catálogo unificado que simplifica o


acesos aos documentos em meio eletrônico, estejam eles onde estiverem. A prática ais
comum é desenvolver uma página utilizando o Microsoft Publisher ® que é uma
ferramenta que já está disponível no próprio pacote Microsoft Office ®, e, portanto, não
envolve custos adicionais, e pode ser desenvolvido e mantido por profissionais não
especializados em informática.

Em relação à gestão do faturamento, este repositório permite acesso a todos que


necessitam às normas, formulários, rotinas e demais documentos necessários ao suporte
na execução dos processos relacionados à formação das contas e realização da receita.

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4.1.2.3 Kits de Faturamento

Deve-se eliminar ao máximo a prática de, a cada evento, o profissional envolvido ter que se
lembrar de todos os lançamentos associados. O risco da memória falhar é líquido e certo.

A prática recomenda a criação do maior volume possível de kits, que se desenvolvem de


forma sistemática. Dado um procedimento:
 Avalia-se tudo o que está envolvido na sua realização (ato médico e multidisciplinar,
insumos e uso de instalações)
 Avalia-se tudo que se relaciona aos itens da Tabela SIGTAP
 Avalia-se as compatibilidades (requisitos necessários)
 Define-se o kit, contendo tudo o que se pode lançar referente ao procedimento;
 Quando identificada a realização do procedimento, lança-se tudo o que contém no kit.

Especialmente em hospitais gerais, que têm ambulatório, pronto socorro, SADT e realizam
internações clinicas e cirúrgicas, a variedade de procedimentos é gigantesca para que se
façam kits de todos os procedimentos:
 Recomenda-se priorizar o desenvolvimento dos kits para os procedimentos mais
frequentes
 E para os procedimentos cirúrgicos de maior porte, especialmente os que envolvem
cirurgias sequenciais.

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O exemplo ilustra que a partir do POP de preparação de uma cirurgia ortopédica, pode-se
definir um kit com procedimentos médicos, anestésicos, exames e OPME.

Mas é importante ressaltar que o conceito do kit pode ser aplicado em qualquer tipo de
atendimento, inclusive ambulatorial.

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4.1.2.4 Lançamentos/Auditoria de Lançamentos – Controles Extra Prontuário

Vários lançamentos são de difícil identificação no próprio prontuário do paciente. Para


alguns deles é mais simples obter a informação em outros controles, ou da própria unidade
que origina a receita, ou de algum que seja estabelecido entre ele (o Faturamento) e o
gestor da área origem.

É mais simples e seguro lançar diárias de UTI a partir do mapa de pacientes internados na
UTI do que identificar a passagem deles pela UTI nos prontuários. Mesmo que existe
sistema informatizado que lance a diária automaticamente, é recomendável que
periodicamente se faça uma auditoria de lançamentos, por amostragem.

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4.1.2.5 Check-list de Registros

Check-list não é simplesmente um formulário – é um conceito aplicado aos sistemas e


formulários que preconiza:
 O profissional necessita ser lembrado sistematicamente do que deve ser feito, do que
pode ser registrado, etc. É melhor que ele tenha uma lista do que tenha que se
lembrar de tudo que se relaciona ao que deve fazer;
 É mais adequado solicitar que alguém aponte o que fez, do que solicitar que aponte o
que gastou para fazer.

Com esta lógica, definem-se kits na origem da informação necessária ao faturamento,


lembrando o profissional assistencial do que pode ser apontado, e sinalizando já de forma
metódica para o faturamento o que ele pode registrar:
 Associando este conceito aos kits de faturamento, para cada item do check-list é
definido um kit correspondente, de modo que o faturamento passa a lançar
sistematicamente o kit de faturamento a cada sinalização de procedimento realizado;
 Na prática codifica-se os itens do check-list e os itens dos kits, reduzindo praticamente
a zero o tempo necessário pelo faturamento para o lançamento
o Eliminando a interpretação;
o Eliminando a codificação.

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A melhor prática é:
 Desenvolver o máximo de check-lists, para cada tipo de situação, evitando poluir o
check-list utilizado por uma área com itens que não são utilizados;
 Envolver os próprios profissionais assistenciais no desenvolvimento, procurando
produzir uma ferramenta que seja mais adequada possível para a sua utilização.

Na prática são desenvolvidos 2 grandes tipos de check-lists:


 Multidisciplinares, utilizados em unidades onde atuam diversos tipos de profissionais,
e a produção de um check-list para cada tipo de profissional multidisciplinar acaba
poluindo os controles. Por exemplo:
o Na unidade de internação, um único check-list para todos os profissionais
multidisciplinares, exceto enfermagem;
o No pronto socorro, para todos os profissionais, inclusive o médico
 Específicos, para um atendimento especializado. Por exemplo:
o Endoscopia / Colonoscopia;
o Odontologia.

Uma prática extremamente importante, quando não existe sistema informatizado para
solicitação de exames, é criar pedidos de exames em formato check-list, por especialidade:
 Laboratório, Raios-X, etc.;
 Esta prática evita perda líquida e certa relacionada a interpretação e codificação por
parte dos leigos do faturamento.

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A figura abaixo ilustra um check-list de atendimento domiciliar, em que nas linhas estão
listados todos os itens que podem ser lançados pela equipe, e nas colunas os especialistas
que fazem parte da equipe.

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4.1.2.6 Eliminação de Conveniências que Geram Perda

Especialmente hospitais públicos regionais que atendem pacientes de cidades longínquas,


costumam solicitar que o paciente compareça ao hospital com antecedência para a
realização de exames pré cirúrgicos.

Esta prática é uma conveniência, para auxiliar o paciente a não ter que se deslocar 2 vezes,
algo indesejável para pacientes que dispõem de poucos recursos financeiros.

Mas se o hospital internar o paciente no primeiro dia estará sendo prejudicado porque os
exames na AIH estarão sendo registrados com valor = 0.

Se for possível, o hospital deve receber o paciente e não internar, deixando-o em um


alojamento, e realizar os exames em regime ambulatorial, para só então registrar a
internação. Não estará roubando o SUS, porque na verdade o paciente não necessita estar
internado para a realização do exame, e estará procedendo da mesma forma como
procederia se o paciente fosse da mesma cidade e fizesse os procedimentos pré-
operatórios em regime ambulatorial.

Este conceito vale também para o caso do paciente permanecer internado para realização
de procedimentos ambulatoriais de acompanhamento. Se for possível é melhor deixar o
paciente em alojamento, encerrando sua internação, para registrar os procedimentos
ambulatoriais em regime ambulatorial e não em internação.

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4.1.2.7 Lançamento do Código mais Adequado e Rentável, quando existe opção

Existem diversas situações em que o mesmo procedimento tem valor diferente


dependendo de condições do paciente, ou outras.

A figura exemplifica que a diferença de valor do mesmo procedimento fisioterapêutico em


paciente com complicação é quase 36 % maior que em paciente sem complicação:
 É comum que estes lançamentos ocorram sem critério bem definido;
 A recomendação é que o profissional assistencial esteja diretamente envolvido para
definir o código mais adequado, ou que o check-list o auxilie a escolher de forma
adequada, evitando correr o risco de lançar o código de menor valor quando é
possível ser lançado o de maior valor.

O exemplo está ilustrando um procedimento de baixo valor, mas é importante citar que
existem procedimento cirúrgicos, de valores importantes, que se enquadram no mesmo
cenário e podem causar grande perda de receita para o estabelecimento quando
apontados sem critério bem definido.

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4.2 Envolvimento Institucional

Por tudo que foi exposto até aqui, fica mais do que evidente que a gestão do faturamento
não ocorre de forma adequada somente dentro do departamento de faturamento:
 Por envolver questões técnico-assistenciais
 Por envolver processos que mesclam assistência, retaguarda assistencial e retaguarda
administrativa;
 E por envolver profissionais que tem foco em atividades conflitantes.

4.2.1 Comitê de Gestão da Receita (Comissão de Faturamento)

A responsabilidade da geração da receita deve ser distribuída entre os elementos de um


grupo multiprofissional, que deve se reunir periodicamente para analisar indicadores e
implantar melhorias nos processos. A figura ilustra a configuração mais adequada segundo
as melhores práticas de mercado.

Deve-se evitar que estas reuniões sejam pautadas com discussões de casos particulares – o
grupo não pode se prestar a discutir assuntos que na verdade devem ser resolvidos na
rotina diária, sob pena de acabar se transformando em um fórum de reclamações que
acaba desmotivando os integrantes, ao invés de motivar.

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4.2.2 Apresentação do Volume Faturado para Cada Área Origem de Receita

Como a receita está diretamente associada à produção assistencial, uma boa prática é
apresentar resumos de faturamento aos responsáveis pelas áreas assistenciais.

É praxe em qualquer estabelecimento de saúde que o responsável por área produza mapas
de produção – é uma atividade da essência do ato de gerir qualquer área.

Ao apresentar a produção tabulada na base de dados de faturamento ao responsável pela


área, havendo inconsistência ele aponta imediatamente, e esta comparação é a base para
que ele se envolva na solução, ou seja, que participe do ajuste no processo de modo que a
sua produção se materialize em faturamento cada vez mais.

Esta tabulação pode ser por departamento ou por profissional. Sempre que houver indícios
de que um determinado volume de faturamento não esteja compatível com a produção
real, a melhor prática é envolver o próprio responsável pela área, ou profissional.

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4.2.3 Avaliação do Faturamento por Área Origem de Receita

Uma prática muito importante é a de apresentar a evolução do volume de faturamento e


ticket médio de cada área assistencial em forma gráfica.

O gráfico demonstra picos e vales que devem ser validados com o responsável da área:
 Estas variações podem ser resultantes da sazonalidade do atendimento na
especialidade;
 Em hospitais públicos os vales podem ser resultantes da falta de profissional para
manter o serviço funcionando em casos de férias e licenças. Este vale pode se
transformar em pico nos meses seguintes.

Mas ao apresentar ao responsável pela área, se ele apontar inconsistência, os eventuais


problemas podem estar ocorrendo no processo de faturamento e não no assistencial. Por
exemplo:
 Um problema relacionado à instabilidade ou indisponibilidade do sistema;
 Problemas de férias e licença dos funcionários do faturamento que consolidam o
lançamento, e não na área que origina o lançamento.

A melhor prática é publicar os gráficos e inserir o acesso no repositório único de


documentos:
 A evolução de uma área pode servir de incentivo para que outras áreas também se
empenhem em melhorar seus indicadores.

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4.2.4 Revisão Periódica de Compatibilidade de CBO

Considerando que:
 A Tabela SIGTAP vai sendo atualizada
 Os profissionais multidisciplinares mudam (são substituídos)

É fundamental revisar junto com eles se todas as oportunidades de lançamentos estão


sendo aproveitadas.

A prática comum é periodicamente extrair da tabela SIGTAP tudo que ela permite de
lançamento para cada CBO (profissão), apresentar aos profissionais e solicitar que eles
revisem quais os itens da tabela correspondem às atividades que eles realizam no serviço.

A figura exemplifica uma planilha Excel gerada a partir da exportação da Tabela SIGTAP.

Uma vez revisada a lista pelos profissionais, ajustar os check-lists e os kits correspondentes,
dentro e fora do sistema informatizado.

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4.2.5 Revisão Periódica de Compatibilidade de OPME por Procedimento

Especialmente em relação aos procedimentos cirúrgicos mais comuns, é imprescindível


extrair da Tabela SIGTAP uma lista de OPMEs compatíveis e apresentar aos cirurgiões para
aferir se existe algum ajuste que pode ser feito nos kits e check-lists.

Esta atividade é útil inclusive para o próprio cirurgião que pode passar a ter conhecimento
de algum material que antes não podia utilizar, a agora passou a ser possível.

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4.2.6 Benchmarking Interno

É a prática de tabular historicamente as contas do próprio estabelecimento, identificando


os valores médios de faturamento por grupo da Tabela SIGTAP, e os itens comumente
lançados – mais utilizado para AIHs.

Por exemplo, a figura ilustra que em determinado período existem 117 AIHs do
procedimento 4.08.05.017-9:
 O valor médio das AIHs para este procedimento é R$ 4.192,71;
 O valor médio de OPME é de R$ 1.017,34 ....

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Analisa-se os itens procurando identificar volumes que indiquem a oportunidade de lançar


o que historicamente não está sendo lançado.

Os itens de baixíssima frequência geralmente podem ser dispensados de análise,


especialmente os exames (grupo 02) que geralmente são particularidades em
atendimentos específicos.

Mas os itens de alta frequência merecem ser investigados. Por exemplo:


 No exemplo acima, para 117 AIHs existem 73 lançamentos de Avaliação Funcional
Muscular
 Se este procedimento faz parte do protocolo de atendimento para o procedimento
principal, indica que deve ser inserido no kit de faturamento

O exemplo real abaixo demonstra perda de faturamento histórica em 31 das 117 AIHs, que
não ocorreria se o item fizesse parte de um kit.

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4.2.7 Benchmarking Externo

É a prática de comparar as contas do estabelecimento com contas de outros


estabelecimentos.

A figura ilustra que o ticket médio das AIHs para o procedimento 4.08.01.014.2 é de R$
815,99 no estabelecimento, sendo de R$ 525,19 nos outros estabelecimentos pesquisados.

Aparentemente a diferença de R$ 290,80 é explicada porque neste estabelecimento se


utiliza mais OPME que nos demais, mas a diferença de OPME é de R$ 186,77, o que indica
que outros itens também são lançados a mais que nos demais.

O benchmarking externo é particularmente importante porque mesmo quando o ticket


médio do estabelecimento é maior que o dos demais não significa que não possa ficar
ainda maior.

Podem haver itens lançados em outros estabelecimentos que não são lançados e podem
aumentar ainda mais o valor médio total:
 Faz-se a mesma análise do benchmarking interno procurando identificar estes itens, e
se for o caso inserir no kit.

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A análise é importante também para identificar se existem valores unitários diferentes em


itens lançados em outros estabelecimentos, indicando que pode haver oportunidade de
enquadramento em Mutirão ou Incremento.

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Fechamento do Cenário
Todas as pessoas que conheço que tiveram a oportunidade de atuar em Faturamento,
Auditoria de Contas, Gestão Comercial, Gestão de Custos, Informática, Processos,
Qualidade, Planejamento e Administração Hospitalar Pública e Privada são unânimes em
afirmar que se a Tabela SIGTAP fosse aplicada na Saúde Suplementar o sistema privado de
financiamento seria muito mais simples.

Evidentemente se os valores fossem reajustados – só isso seria necessário.

Toda a complicação desnecessária burocrática e absurda aplicada aos contratos da saúde


suplementar reduziria substancialmente:
 Não haveria necessidade da multiplicidade de tabelas (CBHPM, ou AMB, Brasindice,
Simpro, Ciefas, TUSS e uma série de outras)
 Não haveria necessidade de assinar uma publicação para saber qual o preço cobrar
por alguma coisa
 O processo de formação das contas seria mais simples
 O processo de auditoria local praticamente seria eliminado

E assim afirmamos que o custo da Saúde Suplementar seria muito menor, pagaríamos
menos pelos planos de saúde, e a ANS seria infinitamente menor do que é.

Mas isso não quer dizer que é simples faturar SUS – é apenas menos complexo que faturar
Saúde Suplementar.

Faturar SUS é uma forma justa de remunerar pelo que se realiza assistencialmente, e é
uma ciência que exige estudo, capacitação e envolvimento como qualquer outra para ser
materializado de fora adequada.

E faturar contas hospitalares de qualquer tipo, requer íntimo envolvimento entre o


responsável pela realização da receita e a principal figura:
 A que origina a receita, dependendo desta figura a informação necessária para que as
contas sejam minimamente condizentes com o que se faz no estabelecimento de
saúde;
 Esta figura é o profissional assistencial, em especial, o médico que instrui
prioritariamente o atendimento, e a equipe de enfermagem que está junto do
paciente 24 horas por dia !

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