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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL – NORTE DA ILHA UFSC – DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS – ESTADO DE SANTA


CATARINA.

URGENTE! PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. TÓPICO 3.2

MARIA LUIZA HOFFMANN, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ/MF sob o nº 36.466.801/0001-94, com sede na Rua Santa Luzia, nº 137, Trindade, na cidade de
Florianópolis, Estado de Santa Catarina, CEP 88.036-540, contato@maluchocolateseguloseimas.com.br,
(48) 9.9118-9232, neste ato representada por sua proprietária MARIA LUIZA HOFFMANN, brasileira,
casada, inscrita no CPF/MF sob nº 053.277.089-77 e RG SSP/PR nº 8.857.112-6, residente e domiciliada
na Rua Delminda Silveira, nº 729, Ap 104, Bloco B, CEP 88.025-500, por intermédio de sua advogada
LIANARA MARIA ALBRING, brasileira, casada, devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do
Brasil
– Seccional de Santa Catarina, sob o nº 57.855, com escritório profissional na Rua Delminda Silveira, n°
729, Agronômica, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, local onde recebe notificações e
intimações, e-mail: atendimento@lianaraalbring.adv.br, vem, espeitosamente, a presença de Vossa
Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER cumulada com INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de BANCO ORIGINAL S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob o nº 92.894.922/0001-08, com sede na Rua Porto União, nº 295, Brooklin Paulista, na
cidade de São Paulo – SP, CEP 04568-020, juridico@original.com.br, (11) 2565-3000, pelas razões de fato
e de Direito a seguir aduzidas:

1. DOS FATOS

A Autora é microeempreendedora individual e cliente do banco Requerido há


quase 02 (dois) meses, eis que possui contrato relativo à conta n. 4173938-8, agência 0001, desde 17 de
junho de 2020. Trata-se de uma conta corrente em que a autora movimenta TODAS as vendas
realizadas pela máquina de cartão, recebe transferências bancárias e depósitos de seus
clientes, emite boletos, realiza compras de insumos e paga fornecedores da loja MALU
Rua Delminda Silveira, 729, Agronômica, Florianópolis – Santa Catarina | Rua Barão do Rio Branco, 1333, Centro, Toledo – Paraná
Fone: +55 (45) 9.98565556 | E-mail: atendimento@lianaraalbring.adv.br
Celular e WhatsApp pessoais da advogada apenas para acordos: (45) 9.9933-5416
Chocolates e Guloseimas, micro fábrica de chocolates artesanais localizada na cidade de Florianópolis.

(Imagem padronizada que a Autora envia aos clientes em atendimento via WhatsApp).

Cumpre esclarecer que a referida conta funciona somente no modo de conta


corrente, não possuindo a Autora contrato de cartão de crédito, tampouco talão de cheque ou cheque
especial com o banco Réu.

Diga-se de passagem, a própria operadora da máquina de cartão orientou a


Autora, no dia 15/06/2020, a abrir conta bancária junto ao Réu (Protoloco de ligação nº 20065594876 –
Atendente Eduardo), o Banco Original, conta essa que foi aberta mediante contato telefônico, como
pessoa jurídica - até porque as vendas na máquina de cartão são vinculadas ao CNPJ da Autora. Ou seja,
para a Getnet repasse o dinheiro das vendas, a conta deveria ser imprescindivelmente
jurídica.

No entanto, no dia 17 de agosto de 2020 a Autora deparou-se com um e-mail


do banco Réu informando o início do encerramento da conta por desinteresse comercial,
consoante previsto nas condições gerais da abertura da conta no Banco Original e da contratação de
serviços, como demonstram os prints de tela a seguir:

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Ressalte-se que a Autora não possui o seu nome incluso nos órgãos de proteção
ao crédito, tampouco qualquer outra restrição e/ ou infração contratual que possa dar ensejo ao

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encerramento da sua conta. Ademais, a Requerente sempre honrou com precisão as obrigações advindas
dessa conta corrente, jamais vindo a atrasar qualquer tipo de pagamento. E logicamente, nem poderia. E
sim o oposto, como demonstram os extratos bancários anexos ao autos que comprovam a
movimentação recorrente e de valores consideráveis.

Saliente-se ainda que a Autora, ao tomar ciência do e-mail ligou no SAC do


banco Réu para questionar acerca do encerramento unilateral da conta corrente perpetrado pelo Banco, e
como resposta obteve simplesmente que tal ato ocorreu por “desinteresse comercial”, SEM O
FORNECIMENTO DE QUALQUER OUTRA INFORMAÇÃO PLAUSÍVEL, como PROVA o protoloco nº
36086621.

Note, Excelência, que devido ao ato unilateral perpetrado pela ré a Autora está
sofrendo inúmeros transtornos desde o dia 17 de agosto de 2020, data em que a sua conta entrou em
“regime de encerramento”, vez que tem movimentação razoável e necessita do serviço para realizar suas
transações bancárias e receber os proventos frutos de seu pequeno empreendimento.

Isso porque, dentro do período de “regime de encerramento”, que dura 30


(trinta dias) após a notificação do cliente, apesar da conta corrente ainda existir, muitas das transações
são restringidas total e parcialmente, inclusive para transferências ou depósitos, conforme se denota nos
prints anexos.

É certo que ninguém é obrigado a contratar contra sua vontade, no entanto, em


se tratando de empresa que disponibiliza no mercado determinada prestação de serviço, ao recursar a
contratação com algum consumidor interessado, deve lhe informar os reais motivos da recusa. A ausência
de justificativa para a negativa de contratação configura evidente falta de respeito e consideração com o
consumidor, e causa dano moral que deve ser indenizado.

A atitude imotivada do banco Réu beira a sordidez quando lembramos que a


quarentena imposta pela pandemia do COVID-19 (coronavírus) colocou mais de 9 milhões de
trabalhadores brasileiros em situação de extrema vulnerabilidade. São os microempreendedores
individuais (MEI)
– motoristas de aplicativos, cabeleireiros, pedreiros, entregadores, entre outras categorias – que vivem
sem salário fixo, sem garantias, sem férias, segundo o Sebrae1.

Por conseguinte, sendo assim, desconhece a Autora o real motivo do


encerramento unilateral da sua conta, que está sendo feito de maneira imotivada, vez que a

1
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-impacto-da-pandemia-de-coronavirus-nos- pequenos-
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notificação não informa o motivo justo da rescisão. Nesse passo, não lhe resta alternativa senão
socorrer-se ao Judiciário, para que consiga, inclusive em sede de tutela provisória de urgência, o
restabelecimento da sua conta corrente, bem como o devido reparo pelos danos morais sofridos até o
presente momento.

Por fim, importantíssimo dizer que na data de hoje (18/08/2020) a Autora


teve inúmeros transtornos ao tentar receber transferências de seus clientes pela compra de
produtos, bem com teve boletos emitidos CANCELADOS pelo banco Réu, que além de não terem
sido transferidos à Autora, já foram debitados das contas de seus clientes. Excelência, a Autora depende
da transferência do recebimento de todos as vendas que realizou nos últimos dias, inclusive para
quitar contas pessoais e da loja, que estão vencendo.

Em pânico e sem o devido amparo, Maria Luiza Hoffmann bate às portas do


Judiciário.

2. DO DIREITO
2.1 APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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É pacífico no STJ e no STF que o Código de Defesa do Consumidor se aplica às
relações bancárias:

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. (STJ


- Súmula 297, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/05/2004, DJ 09/09/2004, p. 149)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LEGITIMIDADE RECURSAL LIMITADA ÀS PARTES. NÃO


CABIMENTO DE RECURSO INTERPOSTO POR AMICI CURIAE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO OPOSTOS PELO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA CONHECIDOS.
ALEGAÇÃO DE CONTRADIÇÃO. ALTERAÇÃO DA EMENTA DO JULGADO. RESTRIÇÃO.
EMBARGOS PROVIDOS. 1. Embargos de declaração opostos pelo Procurador Geral da
República, pelo Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor - BRASILCON e
pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC. As duas últimas são instituições
que ingressaram no feito na qualidade de amici curiae. 2. Entidades que participam na
qualidade de amicus curiae dos processos objetivos de controle de constitucionalidade,
não possuem legitimidade para recorrer, ainda que aportem aos autos informações
relevantes ou dados técnicos. Decisões monocráticas no mesmo sentido. 3. Não
conhecimento dos embargos de declaração interpostos pelo BRASILCON e pelo IDEC. 4.
Embargos opostos pelo Procurador Geral da República. Contradição entre a parte
dispositiva da ementa e os votos proferidos, o voto condutor e os demais que compõem
o acórdão. 5. Embargos de declaração providos para reduzir o teor da ementa referente
ao julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.591, que passa a ter o
seguinte conteúdo, dela excluídos enunciados em relação aos quais não há consenso:
ART. 3º, § 2º, DO CDC. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ART. 5o, XXXII,
DA CB/88. ART. 170, V, DA CB/88. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. SUJEIÇÃO
DELAS AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA IMPROCEDENTE. 1. As instituições
financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas
veiculadas pelo Código de Defesa do Consumidor. 2. "Consumidor", para os
efeitos do Código de Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica
que utiliza, como destinatário final, atividade bancária, financeira e de crédito.
3. Ação direta julgada improcedente. (STF - ADI 2591 ED, Relator(a): Min. EROS
GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 14/12/2006, DJ 13-04-2007 PP-00083 EMENT VOL-
02271-01 PP-00055)

Vale notar que sob a ótica do CPC/2015, as Súmulas dos Tribunais (art. 927, IV,
CPC) e as decisões do STF em controle concentrado (art. 927, I, CPC), como no caso da ADI acima
citada, constituem precedentes observância obrigatória. Logo, as decisões e súmulas acima citadas são de
observância obrigatória por esse juízo, conforme o artigo 927, III do CPC/2015, sob pena de nulidade
(arts. 927, § 1º e 489, § 1º, CPC/2015). Dessa forma, requer seja aplicado o Código de Defesa do
Consumidor ao caso.

2.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO

De outro lado, no que concerne a inversão do ônus da prova, a verossimilhança


das alegações e a hipossuficiência da Autora se fazem presentes no caso concreto, conforme os
documentos apresentados em juízo e os fatos narrados anteriormente. Note Excelência que o CDC exige
um ou outro para a concessão da inversão, porém o Autor preenche as duas hipóteses.

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Verossimilhança não se confunde com a certeza para o provimento final da
tutela, mas deve ser aparente a ponto de gerar no Juiz o entendimento de que há no caso concreto
grande possibilidade de as alegações do autor subsistirem após a instrução processual. Trata-se da
verossimilhança em grau máximo, presente no caso diante das alegações e documentos acostados que
comprovam a abusividade da conduta do Réu.

Lado outro, a Autora é hipossuficiente técnica e econômica ao ser comparada


com o poderio econômico e probatório do Banco Réu.

Portanto, em razão da verossimilhança das alegações da Autora e da


sua hipossuficiência técnica (probatória) e econômica, o ônus da prova deverá ser invertido.

3. DO MÉRITO
3.1 DAS NORMAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL – DA NECESSIDADE
DE MOTIVAÇÃO ESPECÍFICA PARA ENCERRAMENTO UNILATERAL DA CONTA CORRENTE –
VIOLAÇÃO DO ARTIGO 3º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CIRCULAR Nº 3.006/00 E DO ARTIGO 12
DA RESOLUÇÃO 2.025 DE 1993, AMBAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL - VIOLAÇÃO AO
ARTIGO 39, IX DO CDC

O Banco Central do Brasil, no ano de 1993 emitiu Resolução de n. 2025 a


respeito da Abertura, do Encerramento e de Manutenção de Contas. No artigo 12 da referida resolução,
no que se faz atinente ao encerramento de conta corrente, restou consignado que:

Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das


condições exigidas para a rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por
iniciativa de qualquer das partes
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato.

Essa notificação é regulamentada pelo art. 3º, parágrafo único, da Circular nº


3.006/00 do Banco Central do Brasil:

Art. 3º Ressalvado o caso previsto no art. 4º, a conta de depósitos de titularidade de


pessoa física detentora de CPF cancelado pela Secretaria da Receita Federal do Ministério
da Fazenda somente deve ser encerrada após adotados os procedimentos previstos no
art. 12 da Resolução nº 2.025, de 1993, com a redação dada pelo art. 1º da Resolução
nº 2.747, de 2000.
Parágrafo único. A comunicação prévia da intenção de rescindir o contrato, de
que trata o art. 12, inciso I, da Resolução nº 2.025, de 1993, com a redação dada pela
Resolução nº 2.747, de 2000, deve conter referência expressa à situação
motivadora da rescisão, bem como estipular prazo para eventual regularização da

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pendência, o qual não poderá ser superior aos fixados no art. 4º.

De plano já se verifica que a notificação em anexo não apresenta motivo justo


para a rescisão.

Nesta senda, denota-se que, por força de resolução emitida pelo Banco Central
do Brasil, o encerramento das contas correntes pode ocorrer por iniciativa do Banco, desde que haja (i)
prévia comunicação do correntista e (ii) justo motivo para tanto, como, por exemplo, a
inadimplência ou a averiguação de práticas fraudulentas por parte do cliente.

Observe, no entanto, Excelência, que o Banco Réu se limitou a enviar


notificação à Autora, comunicando que já estava iniciando o encerramento da sua corrente por
motivos de “desinteresse social” sem explicitar o que isso significa, o que, bem na verdade, viola o
direito à informação adequada e clara garantido pelo artigo 6, inciso III do Código de Defesa do Consumidor,
afinal, “desinteresse comercial” não é uma motivação clara e específica aos olhos de um
consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.

Saliente-se ainda que a Autora não cometeu qualquer infração contratual, pelo
contrário, sempre manteve todos os pagamentos relacionados à essa conta corrente em dia, e jamais
efetuou qualquer transação fraudulenta ou participou de atividades ilícitas que pudessem comprometer os
valores depositados na referida conta bancária.

Sendo assim, resta nítido que o encerramento da conta corrente da


Autora foi realizado de forma unilateral e imotivada pelo Banco Réu.

Note-se ainda que a notificação enviada em 17 de agosto de 2020 pelo Banco


Réu também fere o inciso I do artigo 12 da Resolução 2025 de 1993 emitida pelo Banco Central do Brasil,
à medida que notificou o imediato início do encerramento da conta, e não a intenção prévia de
rescindir o contrato, conforme determina referido inciso. Tanto é que desde a data da emissão da notificação
(19 de outubro de 2018) pelo Banco, mesmo estando a conta em “regime de encerramento” até 19 de
novembro de 2018, a Autora não consegue mais realizar operações bancárias básicas, como por exemplo,
emitir cheques e sacar dinheiro:

Infere-se, portanto, que a Requerida incorreu em prática abusiva e ato ilícito ao


encerrar a conta da Autora unilateralmente, sem motivação específica e sem o adequado aviso prévio.

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Ressalte-se que as práticas abusivas são expressamente vedadas no
ordenamento jurídico pátrio pelo artigo 39 do CDC e também pelo artigo 187 do Código Civil:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusiva:
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se
disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
intermediação regulados em leis especiais;
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.

Há que se ressaltar ainda a ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, previsto no


artigo 422 do Código Civil, que trata-se de princípio norteador de todas as relações contratuais.

O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina e do Paraná não tem aceito a


informação “desinteresse comercial” como motivo suficiente e informação clara e específica sobre o
encerramento da conta:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA CORRENTE SEM A PRÉVIA
COMUNICAÇÃO À CONSUMIDORA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. RECURSO DO
BANCO DEMANDADO. PLEITO OBJETIVANDO A REFORMA DA SENTENÇA AO
ARGUMENTO DE TER COMPROVADO O ENVIO DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA À
CONSUMIDORA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO BLOQUEIO DO
CARTÃO ANTES DO PRAZO DELIMITADO (30 DIAS), BEM COMO DO ABALO MORAL
AVENTADO. INSUBSISTÊNCIA. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA RECEBIDA APÓS A
FORMALIZAÇÃO DO ENCERRAMENTO DA CONTA CORRENTE E DA INDISPONIBILIZAÇÃO
DOS SERVIÇOS VINCULADOS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DO BANCO
DEVIDAMENTE DEMONSTRADA. ILÍCITO CONFIGURADO. EXEGESE DO ARTIGO 14 DA
LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. ABALO MORAL DECORRENTE DO SÚBITO IMPEDIMENTO
DO USO DA CONTA E DO CARTÃO DE CRÉDITO/DÉBITO INCONTESTÁVEL. DEVER DE
INDENIZAR VERIFICADO. SENTENÇA MANTIDA NESTE ASPECTO. RECURSO DE AMBAS
AS PARTES. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PEDIDO DA AUTORA DE
MAJORAÇÃO DA QUANTIA ARBITRADA. PLEITO DO REQUERIDO DE MINORAÇÃO DO
VALOR. INSUBSISTÊNCIA. QUANTUM FIXADO QUE ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE, ALÉM DE MANTER O CARÁTER PEDAGÓGICO
E INIBIDOR NECESSÁRIO À REPRIMENDA. HONORÁRIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO DA
VERBA HONORÁRIA, EX VI DO ARTIGO 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
RECURSO DE APELAÇÃO DO DEMANDADO CONHECIDO E DESPROVIDO. RECURSO DE
APELAÇÃO DA AUTORA CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJ-SC - AC: 03024340220178240113 Camboriú 0302434-02.2017.8.24.0113,
Relator: Denise Volpato, Data de Julgamento: 02/10/2018, Sexta Câmara de Direito Civil)

EMENTA: RECURSO INOMINADO. DEMORA INJUSTIFICADA NO ENVIO DO


CARTÃO. ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA PELO BANCO. AUSÊNCIA DE
MOTIVO PLAUSÍVEL. AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO. ATOS REALIZADOS APÓS
DENÚNCIA DE VENDA CASADA PELO AUTOR AO BANCO CENTRAL DO BRASIL.
BLOQUEIO DA CONTA COMPROVADO. IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR
MOVIMENTAÇÕES BANCÁRIAS. PREJUDICIALIDADE EVIDENTE.
"A jurisprudência atual tem se orientado no sentido de que é ilegal a abrupta e
imotivada rescisão de contratos bancários por instituição financeira; serviço
essencial, cuja ruptura unilateral aponta possibilidade de perigo de lesão
grave ou de difícil reparação" (Agravo de Instrumento n. 4011372-
73.2016.8.24.0000, rel.ª Des.ª Janice Goulart Garcia Ubialli, j. em 12.12.2017).

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SUFICIÊNCIA DE PROVAS NOS AUTOS. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. VALOR ARBITRADO QUE ATENDE A FUNÇÃO
PEDAGÓGICA E RESSARCITÓRIA. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.
Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJ-SC - Recurso Inominado : RI 0004632-
23.2018.8.24.0090 Capital - Norte da Ilha 0004632-23.2018.8.24.0090

AGRAVO DE INSTRUMENTO."AÇÃO DE TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER


ANTECEDENTE". DECISÃO QUE INDEFERE A MANUTENÇÃO DA CONTA CORRENTE ANTE
O ENCERRAMENTO UNILATERAL POR PARTE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
INSURGÊNCIA DA PARTE AUTORA. INCONFORMISMO QUANTO À NECESSIDADE DE
COMUNICAÇÃO PRÉVIA AO CORRENTISTA ACERCA DA INTENÇÃO DE RESCISÃO DO
CONTRATO EM VOGA. ACOLHIMENTO. AVISO PRÉVIO ENCAMINHADO POR EMAIL,
PORÉM SEM MOTIVAÇÃO E PRAZO RAZOÁVEL PARA PROMOVER AS
PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS. ENCERRAMENTO QUE, A PRIORI MOSTRA-SE
IRREGULAR. OUTROSSIM, EMPRESA AGRAVANTE QUE DEMONSTRA A
EXISTÊNCIA DE DIVERSOS BOLETOS EMITIDOS, COM DATAS DE VENCIMENTO
EM ABERTO QUE SERIAM PAGOS POR ALUNOS DOS CURSOS POR SI
FORNECIDOS. PROBABILIDADE DO DIREITO PERSEGUIDO E PERIGO DE
DANO
DEMONSTRADOS. "Não pode o banco, por simples notificação unilateral
imotivada, sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente antiga de
longo tempo, ativa e em que mantida movimentação financeira razoável."
(REsp 1277762/SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, Terceira Turma, j. 13-8-2013)
(TJ-SC - AI: 10023166720168240000 Garuva 1002316-67.2016.8.24.0000, Relator: José
Maurício Lisboa, Data de Julgamento: 18/06/2019, Segunda Câmara de Direito Comercial)

RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. ENCERRAMENTO DE CONTA


CORRENTE PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESINTERESSE COMERCIAL. MOTIVO
NÃO ESCLARECIDO. CONDUTA ABUSIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESCASO E
DESRESPEITO AO CONSUMIDOR. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. No documento anexo ao evento 1.4, o recorrente
?comunica que está iniciando o encerramento da conta em referência por desinteresse
comercial?, sem esclarecer o motivo do alegado desinteresse comercial. O encerramento
de conta corrente sem justo motivo viola o disposto no artigo 39, inciso IX, do Código de
Defesa do Consumidor, configurando ato ilícito e causando dano moral. 2. Aplica-se ao
caso, por analogia, o Enunciado 2.2 das Turmas Recursais do Paraná, segundo o qual ?o
cancelamento do limite de cheque especial, sem comunicação prévia ao consumidor e
sem a devida motivação, acarreta dano moral.? 3. É certo que ninguém é obrigado a
contratar contra sua vontade, no entanto, em se tratando de empresa que disponibiliza
no mercado determinada prestação de serviço, ao recursar a contratação com algum
consumidor interessado, deve lhe informar os reais motivos da recusa. A ausência de
justificativa para a negativa de contratação configura evidente falta de respeito e
consideração com o consumidor, e causa dano moral que deve ser indenizado. (...)(TJPR
- 2ª Turma Recursal
- 0007129-13.2013.8.16.0056/0 - Cambé - Rel.: GIANI MARIA MORESCHI - - J.
12.03.2015)

A Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina e do Estado


do Paraná tem reiteradamente decidido no sentido da abusividade do encerramento ilegal e imotivado de
conta correntes pelos bancos, determinando a sua manutenção e/ou reativação, imediata, conforme se
infere dos julgados a seguir colacionados:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. "AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS". ENCERRAMENTO UNILATERAL E SEM
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MOTIVAÇÃO DE CONTA BANCÁRIA. TUTELA ANTECIPADA. INDEFERIMENTO

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EM PRIMEIRA INSTÂNCIA POR AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA.
REQUISITOS AUTORIZADORES PRESENTES. JURISPRUDÊNCIA ATUAL
VOLTADA EM SENTIDO DIVERSO. VERIFICAÇÃO DA PROBABILIDADE DO
DIREITO E DO PERIGO DO DANO. DECISÃO REFORMADA . A jurisprudência atual
tem se orientado no sentido de que é ilegal a abrupta e imotivada rescisão de contratos
bancários por instituição financeira; serviço essencial, cuja ruptura unilateral aponta
possibilidade de perigo de lesão grave ou de difícil reparação.

(TJ-SC - AI: 40113727320168240000 Blumenau 4011372-73.2016.8.24.0000, Relator:


Janice Goulart Garcia Ubialli, Data de Julgamento: 12/12/2017, Quarta Câmara de Direito
Comercial)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA. 1.
ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA CONTA. IMPOSSIBILIDADE.
NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ CONTRATUAL.
MANUTENÇÃO DA CONTA CORRENTE. 2. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL
CONFIGURADO. VALOR QUE DEVE SER ARBITRADO OBSERVADOS OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES DESTE EG. TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. SENTENÇA REFORMADA. INVERSÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-PR - APL: 15993561 PR 1599356-1 (Acórdão), Relator:
Francisco Eduardo Gonzaga de Oliveira, Data de Julgamento: 22/02/2017, 13ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ: 1996 24/03/2017).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA COM PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E
MORAIS.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA.
1.ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA CONTA.
IMPOSSIBILIDADE.RELAÇÃO DE CONSUMO. ART. 39 DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR.NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA BOA-
FÉ CONTRATUAL.MANUTENÇÃO DA CONTA CORRENTE. 2. DEVER DE INDENIZAR.
DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR QUE DEVE SER ARBITRADO OBSERVADOS OS
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES DESTE EG.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 3. DANO MATERIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO
EFETIVO PREJUÍZO. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO.SENTENÇA REFORMADA.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-PR - APL: 16140595 PR
1614059-5 (Acórdão), Relator: Francisco Eduardo Gonzaga de Oliveira, Data de
Julgamento: 22/03/2017, 13ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 2013 20/04/2017).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. SENTENÇA DE


PARCIAL PROCEDÊNCIA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. RELAÇÃO DE CONSUMO. ART. 39, IX DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INOBSERVÂNCIA AOS DEVERES INERENTES À
BOA-FÉ OBJETIVA. ABUSO DE DIREITO. INEXISTÊNCIA DE QUALQUER
JUSTIFICATIVA PARA O ENCERRAMENTO. DEVER DE INDENIZAR.
MANUTENÇÃO. PLEITO DE REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. NÃO
ACOLHIMENTO. VALOR ARBITRADO EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE NA ESTEIRA DO ENTENDIMENTO DESTA
COLENDA CÂMARA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-PR - APL:
14295948 PR 1429594-8 (Acórdão), Relator: Celso Jair Mainardi, Data de Julgamento:
16/12/2015, 16ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1725 22/01/2016).

No mesmo sentido já se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça:

DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE EM


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. 1.- Não pode o banco, por simples notificação

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unilateral imotivada, sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente
antiga de longo tempo, ativa e em que mantida movimentação financeira
razoável. 2.- Configurando contrato relacional ou cativo, o contrato de conta-
corrente bancária de longo tempo não pode ser encerrado unilateralmente
pelo banco, ainda que após notificação, sem motivação razoável, por
contrariar o preceituado no art. 39, IX, do Cód. de Defesa do Consumidor . 3.-
Condenação do banco à manutenção das conta-correntes dos autores. 4.- Dano
moral configurado, visto que atingida a honra dos correntistas, deixando-os em situação
vexatória, causadora de padecimento moral indenizável. 5.- Recurso Especial provido."
(REsp 1277762/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/06/2013, DJe 13/08/2013).

Vejamos também o Recurso Especial Nº 1.277.762 do TJ-SP ao tratar da matéria:

DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE EM


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. 1.- Não pode o banco, por simples notificação unilateral
imotivada, sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente antiga de longo tempo,
ativa e em que mantida movimentação financeira razoável. 2.- Configurando contrato
relacional ou cativo, o contrato de conta-corrente bancária de longo tempo
não pode ser encerrado unilateralmente pelo banco, ainda que após
notificação, sem motivação razoável, por contrariar o preceituado no art. 39,
IX, do Cód. de Defesa do Consumidor. 3.- Condenação do banco à manutenção
das conta- correntes dos autores. 4.- Dano moral configurado, visto que
atingida a honra dos correntistas, deixando-os em situação vexatória,
causadora de padecimento moral indenizável. 5.- Recurso Especial provido

Sendo assim, requer a declaração da abusividade do encerramento da conta,


determinando-se a imediata reativação da conta, com todos os serviços contratados e
proibição de cancelamento unilateral da conta sem motivo justo, sob pena de multa diária de
R$ 1.000,00 (mil reais).

3.2 DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – NECESSIDADE DE


REATIVAÇÃO E MANUTENÇÃO IMEDIATA DA CONTA CORRENTE DA AUTORA

Ademais, presentes estão os pressupostos do artigo 300 do Código de Processo


Civil para que a obrigação de fazer consistente na imediata manutenção da conta corrente 4173938-8,
agência 0001, do BANCO ORIGINAL S.A, de titularidade de MARIA LUIZA HOFFMANN seja assegurada.

Tal assertiva se corrobora à medida que, de uma análise à narrativa fática e ao


conjunto probatório dos autos, denota-se que tanto a probabilidade do Direito, quanto o perigo de dano
restam devidamente configurados.

Vejamos, a probabilidade do direito caracteriza-se pela simples análise da


notificação emitida pelo Banco (anexa) que comprova que o encerramento da conta da Autora foi
realizado
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unilateralmente sem qualquer motivo plausível, até porque a mesma nunca tomou qualquer atitude que
ensejasse tal situação tampouco infringiu regras do BANCO ORIGINAL S.A ou do Banco Central.

O Banco Central do Brasil, no ano de 1993 emitiu Resolução de n. 2025 a


respeito da Abertura, do Encerramento e de Manutenção de Contas. No artigo 12 da referida resolução,
no que se faz atinente ao encerramento de conta corrente, restou consignado que:

Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das


condições exigidas para a rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por
iniciativa de qualquer das partes
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato.

Essa notificação é regulamentada pelo art. 3º, parágrafo único, da Circular nº


3.006/00 do Banco Central do Brasil:

Art. 3º Ressalvado o caso previsto no art. 4º, a conta de depósitos de titularidade


de pessoa física detentora de CPF cancelado pela Secretaria da Receita Federal do
Ministério da Fazenda somente deve ser encerrada após adotados os procedimentos
previstos no art. 12 da Resolução nº 2.025, de 1993, com a redação dada pelo art. 1º da
Resolução nº 2.747, de 2000.
Parágrafo único. A comunicação prévia da intenção de rescindir o contrato, de
que trata o art. 12, inciso I, da Resolução nº 2.025, de 1993, com a redação dada pela
Resolução nº 2.747, de 2000, deve conter referência expressa à situação
motivadora da rescisão, bem como estipular prazo para eventual regularização da
pendência, o qual não poderá ser superior aos fixados no art. 4º.

De plano já se verifica que a notificação em anexo não apresenta motivo justo


para a rescisão.

Nesta senda, denota-se que, por força de resolução emitida pelo Banco Central
do Brasil, o encerramento das contas correntes pode ocorrer por iniciativa do Banco, desde que haja (i)
prévia comunicação do correntista e (ii) justo motivo para tanto, como, por exemplo, a
inadimplência ou a averiguação de práticas fraudulentas por parte do cliente.

Observe, no entanto, Excelência, que o Banco Réu se limitou a enviar


notificação à Autora, comunicando que já estava iniciando o encerramento da sua corrente por
motivos de “desinteresse comercial” sem explicitar o que isso significa, o que, bem na verdade, viola o
direito à informação adequada e clara garantido pelo artigo 6, inciso III do Código de Defesa do Consumidor,
afinal, “desinteresse comercial” não é uma motivação clara e específica aos olhos de um
consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.

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Saliente-se ainda que a Autora não cometeu qualquer infração contratual, pelo
contrário, sempre manteve todos os pagamentos relacionados à essa conta corrente em dia, e jamais
efetuou qualquer transação fraudulenta ou participou de atividades ilícitas que pudessem comprometer os
valores depositados na referida conta bancária.

Sendo assim, resta nítido que o encerramento da conta corrente da


Autora foi realizado de forma unilateral e imotivada pelo Banco Réu.

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná não tem aceito a informação


“desinteresse comercial” como motivo suficiente e informação clara e específica sobre o encerramento da
conta:

RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. ENCERRAMENTO DE CONTA


CORRENTE PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESINTERESSE COMERCIAL. MOTIVO
NÃO ESCLARECIDO. CONDUTA ABUSIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESCASO E
DESRESPEITO AO CONSUMIDOR. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. No documento anexo ao evento 1.4, o recorrente
?comunica que está iniciando o encerramento da conta em referência por desinteresse
comercial?, sem esclarecer o motivo do alegado desinteresse comercial. O encerramento
de conta corrente sem justo motivo viola o disposto no artigo 39, inciso IX, do Código de
Defesa do Consumidor, configurando ato ilícito e causando dano moral. 2. Aplica-se ao
caso, por analogia, o Enunciado 2.2 das Turmas Recursais do Paraná, segundo o qual ?o
cancelamento do limite de cheque especial, sem comunicação prévia ao consumidor e
sem a devida motivação, acarreta dano moral.? 3. É certo que ninguém é obrigado a
contratar contra sua vontade, no entanto, em se tratando de empresa que disponibiliza
no mercado determinada prestação de serviço, ao recursar a contratação com algum
consumidor interessado, deve lhe informar os reais motivos da recusa. A ausência de
justificativa para a negativa de contratação configura evidente falta de respeito e
consideração com o consumidor, e causa dano moral que deve ser indenizado. (...)(TJPR
- 2ª Turma Recursal
- 0007129-13.2013.8.16.0056/0 - Cambé - Rel.: GIANI MARIA MORESCHI - - J.
12.03.2015)

O Superior Tribunal de Justiça já se debruçou sobre a matéria, fixando o


entendimento pela ilicitude do encerramento imotivado da conta bancária:

DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE EM


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. 1.- Não pode o banco, por simples notificação
unilateral imotivada, sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente
antiga de longo tempo, ativa e em que mantida movimentação financeira
razoável. 2.- Configurando contrato relacional ou cativo, o contrato de conta-
corrente bancária de longo tempo não pode ser encerrado unilateralmente
pelo banco, ainda que após notificação, sem motivação razoável, por
contrariar o preceituado no art. 39, IX, do Cód. de Defesa do Consumidor . 3.-
Condenação do banco à manutenção das conta-correntes dos autores. 4.- Dano
moral configurado, visto que atingida a honra dos correntistas, deixando-os em situação
vexatória, causadora de padecimento moral indenizável. 5.- Recurso Especial provido."
(REsp 1277762/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/06/2013, DJe 13/08/2013).

A Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná tem reiteradamente


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decidido no sentido da abusividade do encerramento ilegal e imotivado de conta correntes pelos bancos,
determinando a sua manutenção e/ou reativação, imediata, conforme se infere dos julgados a seguir
colacionados:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA. 1.
ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA CONTA. IMPOSSIBILIDADE.
NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ CONTRATUAL.
MANUTENÇÃO DA CONTA CORRENTE. 2. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL
CONFIGURADO. VALOR QUE DEVE SER ARBITRADO OBSERVADOS OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES DESTE EG. TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. SENTENÇA REFORMADA. INVERSÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-PR - APL: 15993561 PR 1599356-1 (Acórdão), Relator:
Francisco Eduardo Gonzaga de Oliveira, Data de Julgamento: 22/02/2017, 13ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ: 1996 24/03/2017).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA COM PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E
MORAIS.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA.
1.ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA CONTA.
IMPOSSIBILIDADE.RELAÇÃO DE CONSUMO. ART. 39 DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR.NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA BOA-
FÉ CONTRATUAL.MANUTENÇÃO DA CONTA CORRENTE. 2. DEVER DE INDENIZAR.
DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR QUE DEVE SER ARBITRADO OBSERVADOS OS
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES DESTE EG.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 3. DANO MATERIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO
EFETIVO PREJUÍZO. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO.SENTENÇA REFORMADA.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-PR - APL: 16140595 PR
1614059-5 (Acórdão), Relator: Francisco Eduardo Gonzaga de Oliveira, Data de
Julgamento: 22/03/2017, 13ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 2013 20/04/2017).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. SENTENÇA DE


PARCIAL PROCEDÊNCIA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. RELAÇÃO DE CONSUMO. ART. 39, IX DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INOBSERVÂNCIA AOS DEVERES INERENTES À
BOA-FÉ OBJETIVA. ABUSO DE DIREITO. INEXISTÊNCIA DE QUALQUER
JUSTIFICATIVA PARA O ENCERRAMENTO. DEVER DE INDENIZAR.
MANUTENÇÃO. PLEITO DE REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. NÃO
ACOLHIMENTO. VALOR ARBITRADO EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE NA ESTEIRA DO ENTENDIMENTO DESTA
COLENDA CÂMARA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-PR - APL:
14295948 PR 1429594-8 (Acórdão), Relator: Celso Jair Mainardi, Data de Julgamento:
16/12/2015, 16ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1725 22/01/2016).

O perigo de dano, por sua vez, é nítido, tendo em vista que a Autora já está
com a sua conta em “regime de encerramento”, impossibilitada de efetuar transações e operações
bancárias.

Ressalte-se que na data de hoje (18/08/2020) a Autora teve inúmeros


transtornos ao tentar receber transferências de seus clientes pela compra de produtos, bem
com teve boletos emitidos CANCELADOS pelo banco Réu, que além de não terem sido transferidos
à Autora, já foram debitados das contas de seus clientes. Excelência, a Autora depende da transferência
do
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recebimento de todos as vendas que realizou nos últimos dias, inclusive para quitar contas pessoais
que estão vencendo.

Neste contexto, eminente é o perigo de dano que a Autora está correndo.

Reitera-se que em casos análogos ao presente os Tribunais pátrios têm


entendido pela concessão da liminar para manutenção da conta corrente dos clientes/autores:

AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO ORDINÁRIA ENCERRAMENTO


UNILATERAL DE CONTA CORRENTE TUTELA ANTECIPADA - Encerramento unilateral das
contas correntes dos autores, pelo banco Ausência de motivação nos comunicados
encaminhados aos correntistas Presente a relevância dos argumentos, bem como a
possibilidade de sofrerem lesão grave ou de difícil reparação, cabível a concessão de
tutela antecipada para manter em funcionamento as contas correntes
descritas na inicial, até que sobrevenha sentença de mérito Inteligência do
art. 13 da Resolução nº 2.025/93 e do art. 3º, parágrafo único, da Circular nº
3.006/00, ambas do BACEN Afronta ao art. 39, IX, do CDC Relação de consumo
caracterizada - Decisão reformada Agravo provido"."MULTA DIÁRIA CABIMENTO
FIXAÇÃO DE OFÍCIO Em caso de descumprimento da obrigação de fazer ora
determinada, fixa-se, de ofício, multa diária de R$300,00, limitada a um período de 30
dias Agravo provido". (TJ-SP - AI: 21509864420148260000 SP 2150986-
44.2014.8.26.0000, Relator: Salles Vieira, Data de Julgamento: 27/11/2014, 24ª Câmara
de Direito Privado, Data de Publicação: 28/11/2014)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


TUTELA ANTECIPADA. ART. 273 DO CPC.CONTRATO DE CONTA CORRENTE EM
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. RELAÇÃO DE CONSUMO. ART. 39, IX DO CDC.
INOBSERVÂNCIA AOS DEVERES INERENTES À BOA-FÉ OBJETIVA. ABUSO DE
DIREITO. INEXISTÊNCIA DE QUALQUER JUSTIFICATIVA PARA O
ENCERRAMENTO. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES E PERIGO DA DEMORA
EVIDENCIADOS.PRECEDENTES. DECISÃO MANTIDA.RECURSO NÃO
PROVIDO.(TJ-PR - AI: 12309390 PR 1230939-0 (Acórdão), Relator: Rosana Andriguetto
de Carvalho, Data de Julgamento: 12/11/2014, 13ª Câmara Cível, Data de Publicação:
DJ: 1490 21/01/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. "AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS". ENCERRAMENTO UNILATERAL E SEM
MOTIVAÇÃO DE CONTA BANCÁRIA. TUTELA ANTECIPADA. INDEFERIMENTO
EM PRIMEIRA INSTÂNCIA POR AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA.
REQUISITOS AUTORIZADORES PRESENTES. JURISPRUDÊNCIA ATUAL
VOLTADA EM SENTIDO DIVERSO. VERIFICAÇÃO DA PROBABILIDADE DO
DIREITO E DO PERIGO DO DANO. DECISÃO REFORMADA. A jurisprudência
atual tem se orientado no sentido de que é ilegal a abrupta e imotivada
rescisão de contratos bancários por instituição financeira; serviço essencial, cuja
ruptura unilateral aponta possibilidade de perigo de lesão grave ou de difícil reparação.
(TJ-SC - AI: 40113727320168240000 Blumenau 4011372-73.2016.8.24.0000, Relator:
Janice Goulart Garcia Ubialli, Data de Julgamento: 12/12/2017, Quarta Câmara de Direito
Comercial).

Sendo assim, requer concessão de tutela provisória de urgência para que o


Requerido seja proibido de encerrar a conta corrente 4173938-8, agência 0001, do BANCO ORIGINAL S.A,
de titularidade de MARIA LUIZA HOFFMANN, determinando-se a imediata reativação da conta, com todos

Rua Delminda Silveira, 729, Agronômica, Florianópolis – Santa Catarina | Rua Barão do Rio Branco, 1333, Centro, Toledo –
Paraná Fone: +55 (45) 9.98565556 | E-mail: atendimento@lianaraalbring.adv.br
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os serviços contratados, inclusive emissão de boleto bancário, e proibição de cancelamento unilateral da
conta sem motivo justo, sob pena de multa diária no importe de R$ 1.000,00 (mil reais).

3.3 DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – ENUNCIADO 2.2 DAS


TURMAS RECURSAIS

Ante todo o fundamento jurídico exposto e os fatos narrados até o presente


momento, não existem dúvidas quanto à ilicitude e abusividade do encerramento da conta corrente da
Autora bem como ao descaso com a situação experimentada pela mesma, tendo em vista que, mesmo
após entrando em contato com o SAC, continuou sem saber o real motivo do encerramento da sua conta.

Ressalte ainda que a parte Autora vem sofrendo diversos transtornos, tendo
em vista que não tem conseguido realizar operações básicas tais como recebimento ou
realização de transferências, emissão de boletos ou passar o cartão de clientes pela máquina.

Ademais, como já relatado, a Autora está a todo o tempo na iminência de


passar por situação constrangedora com seus clientes, inclusive, o print de comunicado por
meio do Instagram da loja MALU Chocolates & Guloseimas está anexo aos autos.

Ressalte-se, exaustivamente, que na data de hoje (18/08/2020) a


Autora teve inúmeros transtornos ao tentar receber transferências de seus clientes pela
compra de produtos, bem com teve boletos emitidos CANCELADOS pelo banco Réu, que além
de não terem sido transferidos à Autora, já foram debitados das contas de seus clientes.
Excelência, a Autora depende da transferência do recebimento de todos as vendas que
realizou nos últimos dias, inclusive para quitar contas pessoais que estão vencendo.

Sendo assim, ante o ato ilícito praticado, a parte ré tem o dever de reparar o
dano causado, nem que ele seja apenas moral, conforme preceituam os artigos 186 e 927 do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná não tem aceito a informação


“desinteresse comercial” como motivo suficiente e informação clara e específica sobre o encerramento da
conta:
RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. ENCERRAMENTO DE CONTA CORRENTE
PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESINTERESSE COMERCIAL. MOTIVO NÃO

Rua Delminda Silveira, 729, Agronômica, Florianópolis – Santa Catarina | Rua Barão do Rio Branco, 1333, Centro, Toledo –
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ESCLARECIDO. CONDUTA ABUSIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESCASO E
DESRESPEITO AO CONSUMIDOR. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. No documento anexo ao evento 1.4, o
recorrente ?comunica que está iniciando o encerramento da conta em
referência por desinteresse comercial?, sem esclarecer o motivo do alegado
desinteresse comercial. O encerramento de conta corrente sem justo motivo viola o
disposto no artigo 39, inciso IX, do Código de Defesa do Consumidor, configurando ato
ilícito e causando dano moral. 2. Aplica-se ao caso, por analogia, o Enunciado 2.2 das
Turmas Recursais do Paraná, segundo o qual ?o cancelamento do limite de
cheque especial, sem comunicação prévia ao consumidor e sem a devida
motivação, acarreta dano moral.? 3. É certo que ninguém é obrigado a contratar
contra sua vontade, no entanto, em se tratando de empresa que disponibiliza no
mercado determinada prestação de serviço, ao recursar a contratação com algum
consumidor interessado, deve lhe informar os reais motivos da recusa. A ausência de
justificativa para a negativa de contratação configura evidente falta de respeito e
consideração com o consumidor, e causa dano moral que deve ser indenizado. (...)(TJPR
- 2ª Turma Recursal
- 0007129-13.2013.8.16.0056/0 - Cambé - Rel.: GIANI MARIA MORESCHI - - J.
12.03.2015)

O Superior Tribunal de Justiça já se debruçou sobre a matéria, fixando o


entendimento pela ilicitude do encerramento imotivado da conta bancária:

DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE EM


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA
CONTA. IMPOSSIBILIDADE. 1.- Não pode o banco, por simples notificação
unilateral imotivada, sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente
antiga de longo tempo, ativa e em que mantida movimentação financeira
razoável. 2.- Configurando contrato relacional ou cativo, o contrato de conta-
corrente bancária de longo tempo não pode ser encerrado unilateralmente
pelo banco, ainda que após notificação, sem motivação razoável, por
contrariar o preceituado no art. 39, IX, do Cód. de Defesa do Consumidor . 3.-
Condenação do banco à manutenção das conta-correntes dos autores. 4.- Dano
moral configurado, visto que atingida a honra dos correntistas, deixando-os em situação
vexatória, causadora de padecimento moral indenizável. 5.- Recurso Especial provido."
(REsp 1277762/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/06/2013, DJe 13/08/2013).

Além do mais, é pacificado pela jurisprudência do Tribunal de Justiça do Paraná


que em casos de encerramento de conta unilateralmente, sem motivo plausível a aviso prévio adequado,
a indenização a título de danos morais é devida. Há inclusive o enuncia 2.2 das Turmas Recursais sobre o
tema:

Enunciado N.º 2.2– Cancelamento de limite de crédito – ausência de


comunicação prévia e de motivação – dano moral: O cancelamento do limite de cheque
especial, sem comunicação prévia ao consumidor e sem a devida motivação, acarreta
dano moral.

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. CONSUMIDOR. ENCERRAMENTO


UNILATERAL DE CONTA CORRENTE. FALTA DE JUSTIFICATIVA. PRÁTICA
ABUSIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO COM
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1.
Acórdão elaborado com base no art. 46 da Lei Nº 9.099/95 2. Ainda que a Resolução
nº 2.025/93 do BACEN e o art. 473 do Código Civil admitam a possibilidade de
encerramento unilateral do relacionamento bancário, por iniciativa exclusiva

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da instituição financeira, o banco não pode, mesmo que por simples e
injustificada notificação, encerrar conta-corrente de longa duração, pois tal
pratica é considerada abusiva, como disposto no art. 39, IX, do CDC. (...). 4. O
encerramento do contrato de conta corrente, sem justo motivo (o motivo alegado pelo
réu seria a mudança de endereço, o que teria afetado a relação contratual), mesmo que
notificado, não pode ser admitido como legítimo, uma vez que a avença tem natureza
contínua, e a sua quebra fere a expectativa do consumidor de efetuar suas
movimentações financeiras com a continuidade do serviço, configurando, portanto,
abuso de direito.. (..) 5. Falha na prestação do serviço configurada. O banco ao encerrar
abruptamente a conta corrente da autora-recorrida cometeu ato ilícito, pois contrariou
os limites do seu fim econômico e social, a boa-fé e os bons costumes, como disposto
no art. 187 do Código Civil. 6. DANO MORAL CONFIGURADO. (...)(TJ-DF - ACJ:
20151110028067, Relator: ARNALDO CORRÊA SILVA, Data de Julgamento: 06/04/2016,
2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 12/04/2016 . Pág.: 325).

DECISÃO: Acordam os Desembargadores da 16ª Câmara Cível do Tribunal de


Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, conhecer e dar provimento ao
recurso de à apelação, nos termos do voto da Relatora. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL.
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.COMPETÊNCIA FIXADA POR DECISÃO DO 1º VICE-
PRESIDENTE. LEGISLAÇÃO PROCESSUAL APLICÁVEL.ENUNCIADO ADMINISTRATIVO
N.2 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE
1973.ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA CORRENTE.PRELIMINAR DE NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO AFASTADA. DANO MORAL PRESUMIDO.
REQUERIMENTO DE MAJORAÇÃO DO QUANTUM DA INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. VALOR FIXADO AQUÉM DAQUELE ENTENDIDO DEVIDO PELA
JURISPRUDÊNCIA. ATUALIZAÇÃO DOS VALORES.ARBITRAMENTO EQUITATIVO.
MAJORAÇÃO DEVIDA.CORREÇÃO MONETÁRIA NOS TERMOS DA SÚMULA 362 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. JUROS DE MORA NOS TERMOS DA SÚMULA 54 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.DESCABIMENTO DA MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS
NOS TERMOS DO ART. 85, § 11 DO CPC/15. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 7 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-PR - APL:
12466621 PR 1246662-1 (Acórdão), Relator: Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes, Data
de Julgamento: 01/06/2016, 16ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1828
27/06/2016).

Ressalte-se ainda que é certo o entendimento jurisprudencial de que o dano


moral no presente caso é presumido (in re ipsa) e decorre da responsabilidade objetiva dos
Bancos, por força do parágrafo único do artigo 927 do Código Civil2.

Além disso, o Tribunal de Justiça tem fixado o valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) para casos análogos:

EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL.


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA--
?CORRENTE. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA VÁLIDA. AUSÊNCIA DE MOTIVO. ATO ILÍCITO.
QUEBRA DO DEVER DE INFORMAÇÃO. RECUSA IMOTIVADA DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO QUE VIOLA O ESTATUTO CONSUMERISTA. DANO MORAL CONFIGURADO.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. –(...) Enunciado N.º 2.2? Cancelamento de limite
de crédito ? ausência de comunicação prévia e de motivação ? dano moral: O

2
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

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cancelamento do limite de cheque especial, sem comunicação prévia ao consumidor e
sem a devida motivação, acarreta dano moral. Sendo o encerramento total da conta
corrente ainda mais grave, entendo que não há como bastar a mera comunicação da
instituição financeira prevista na Resolução 2.747/98 do BACEN, por implicar prática
abusiva, nos termos do art. 39, IX do CDC. Conquanto ambas as teses sejam
juridicamente defensáveis, e ambas as peças recursais hajam sido excepcionalmente
bem elaboradas, entendo, que a divergência deve se resolver em favor do consumidor,
de modo que a conduta da recorrida é prática abusiva e que, por responsabilidade
objetiva, causou dano moral à recorrente, sendo necessária a indenização. Considerando
que o ato ilícito causou dissabores à recorrente, inclusive a devolução de um cheque no
valor de R$ 13.500,00, parece bastante razoável arbitrar o valor de R$ 10.000,00, a
título de compensação pela frustração experimentada, que tanto é razoável
para a a composição do dano sofrido, quanto para os aspectos punitivos
inerentes ao instituto, bem como, em momento algum configura enriquecimento sem
causa. Ante o exposto, somos pelo conhecimento e provimento do recurso, a fim de
reformar integralmente a D. Sentença recorrida. É o voto que se propõe. PODER
JUDICIÁRIO ESTADO DO PARANÁ 2ª Turma Recursal ? Juizados Especiais Cíveis Praça
N. Sra da Salete, S/N. Centro Cívico. Curitiba, PR. CEP 80530-?912. Tel. (41) 3200-?2000.
Página 6 de 6 III. DISPOSITIVO Diante do exposto, resolve esta Turma Recursal, por
unanimidade de votos, conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento, nos exatos
termos do voto. O julgamento foi presidido pelo Juiz Marco Vinícius Schiebel e dele
participaram os Juízes Sergio Bernardinetti e Camila Henning Salmoria Curitiba, 31 de
agosto de 2015. SERGIO BERNARDINETTI Juiz de Direito Suplente no 32º Regime de
Exceção Diante do exposto, resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos,
conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento, nos exatos termos do vot (TJPR - 2ª
Turma Recursal - 0007521-94.2014.8.16.0030/0 - Foz do Iguaçu - Rel.: Sergio
Bernardinetti - - J. 31.08.2015)

RECURSO INOMINADO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL C/C


PEDIDO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - ENCERRAMENTO DE CONTA CORRENTE -
COBRANÇA DE TAXAS POSTERIORES - INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO - FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ? DANO MORAL
CONFIGURADO ? MAJORAÇÃO - ARBITRADO EM R$QUANTUM 10.000,00 (DEZ MIL
REAIS) - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. RECURSO DO AUTOR
PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO DO RÉU DESPROVIDO. I ? Relatório. (...) III.
Dispositivo. Deste modo, na forma do art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, nego
provimento ao recurso interposto pelo réu e dou parcial provimento ao recurso interposto
pela parte autora para o fim de, reformando a sentença atacada, o Recorrido
aocondenar pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente a partir desta decisão, e
acrescidos de juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação, nos
termos da atual redação do Enunciado 12.13-A das Turmas Recursais do Paraná.
Condena-se a parte recorrente/réu ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes fixados em 20% do valor da condenação, nos termos do artigo 55 da
Lei nº 9.099/95. Diante do parcial êxito do recorrente/autor condena-se ao pagamento
de 50% das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor
da condenação, nos termos do artigo 55 da Lei nº 9.099/95, observados o artigo 12 da
lei 1260/50 da parte reclamante. Com a possibilidade de compensação de honorários
conforme Súmula 306 do STJ. Intimações e diligências necessárias. Curitiba, 09 de março
de 2015. Marcelo de Resende Castanho Juiz Relator (TJPR - 2ª Turma Recursal -
0047245-90.2013.8.16.0014/0 - Londrina - Rel.: Marcelo de Resende Castanho - - J.
09.03.2015)

Nesse passo, o valor deverá ser majorado diante das peculiaridades do caso
concreto, pois na situação posta em mesa há o agravante de que na data de hoje (18/08/2020) a
Autora teve inúmeros transtornos ao tentar receber transferências de seus clientes pela
compra de produtos, bem com teve boletos emitidos CANCELADOS pelo banco Réu, que além

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de não terem sido transferidos à Autora, já foram debitados das contas de seus clientes.
Excelência, a Autora depende da transferência do recebimento de todos as vendas que
realizou nos últimos dias, inclusive para quitar contas pessoais que estão vencendo.

Excelência, os transtornos e dissabores desarrazoados e arbitrários causados


pelo banco Réu ultrapassam todos os limites de mero aborrencimento.

Sendo assim, por todas as razões supra expostas, requer seja o réu
condenado ao pagamento de uma indenização a título de danos morais no valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais).

4. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante todo o exposto, requer:

a) A aplicação do CDC ao caso em tela, com a consequente inversão do ônus


probatório;

b) Concessão de tutela provisória de urgência para que o Requerido seja


proibido de encerrar a conta corrente 4173938-8, agência 0001, do BANCO ORIGINAL S.A, de
titularidade da pessoa jurídica MARIA LUIZA HOFFMANN, determinando-se a IMEDIATA reativação
da conta, com todos os serviços contratados e proibição de cancelamento unilateral da conta
sem motivo justo, sob pena de multa diária no importe de R$ 1.000,00 (mil reais);

c) Em sede de tutela definitiva a ser concedida em sentença, deverá a Requerente


ser condenada em obrigação de fazer consistente na manutenção/restauração da conta corrente
4173938- 8, agência 0001, do BANCO ORIGINAL S/A, de titularidade de MARIA LUIZA HOFFMANN,
determinando-se a imediata reativação da conta, com todos os serviços contratados e a consequente
proibição de cancelamento unilateral da conta sem motivo justo, sob pena de multa diária no importe de
R$ 1.000,00 (mil reais);

d) A atribuição de sigilo de nível médio aos extratos da conta corrente (8


Extrato Banco Original Maria Luiza Hoffmann) por se tratarem de documentos protegidos por sigilo
bancários, nos termos da Lei Complementar n.º 105/2001;

e) A designação de Audiência de Conciliação;

f) A citação da Ré para comparecimento à audiência de conciliação a ser


realizada
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perante este Juízo;

g) A condenação do Réu ao pagamento de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a


título de danos morais pelos transtornos causados;

h) A condenação da Requerida em honorários e custas processuais;

i) Protesta por produção de todas as provas em Direito admitidas,


especialmente o protocolo de ligação nº 36086621, para comprovar que a Autora, de fato,
procurou o SAC da empresa a fim de se informar por qual motivo sua conta estava sendo
encerrada.

Nestes termos,
Pede e espera DEFERIMENTO.
Toledo/PR, 18 de agosto de 2020.

(assinado digitalmente)
LIANARA MARIA
ALBRING OAB/SC 57.855

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