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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO________ JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA – DF

RECLAMANTE, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


sob n°., estabelecida na, e-mail:, neste ato representado pelo seu sócio, Sr., inscrito no
CPF sob n°., por seus advogados adiante assinado, consoante instrumento particular
de mandato anexo, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor
a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS POR ACIDENTE DE TRÂNSITO

em face de FULANO, portador da Carteira de Identidade nº, inscrito no CPF sob o nº,
residente e domiciliado no, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:

I – DA LEGITIMIDADE ATIVA DA REQUERENTE:

A Requerente refere-se à Empresa de Pequeno Porte – EPP, sendo


nos termos do artigo 8°, § 1°, inciso II, da Lei n°. 9.099/95, legitima para compor o polo
ativo da ação perante os Juizados Especiais.
Desta forma, a fim de comprovar as alegações acima descritas, a
Requerente acosta ao processo Certidão Simplificada atual da empresa, como
enquadramento em EPP.

II – DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL:

Conforme dispõe o artigo 53, V, do CPC, é competente o


domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em
razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

No mesmo sentido, expõe a jurisprudência do TJDFT:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. ACIDENTE DE


TRÂNSITO. COMPETÊNCIA. I Em atenção à regra estabelecida
no caput do artigo 557 Código de Processo Civil, impõe ao
Relator negar seguimento ao recurso quando este for
manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em
confronto com súmula ou jurisprudência deste Tribunal, do STJ
ou do STF. II Dispõe o Parágrafo Único do art. 100 do CPC que
nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou
acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do
autor ou do local do fato. Com efeito, compete ao foro do
domicílio da parte autora ou do local do acidente processar e
julgar as causas que versem sobre reparação de danos por
acidente de trânsito. III- In casu, não obstante a requerente
residir fora da Circunscrição Judiciária de Brasília, exerce
profissão nesta Cidade, sendo certo que o processo civil não
pode ser obstáculo para o exercício do direito de defesa, não
podendo ser usado, também, para contrariar os interesses
legítimos do jurisdicionado. Ademais, devido ao acidente sub
judice, a requerente informa que necessita de auxílio e, por isso,
foi acolhida na casa de uma das vítimas do aludido acidente,
que reside em Brasília, o que atrai a competência para a
Circunscrição Judiciária desta Capital. IV - Agravo regimental
não provido. (TJ-DF - AGR1: 201600200114651 Agravo de
Instrumento, Relator: LEILA ARLANCH, Data de Julgamento:
02/03/2016, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no
DJE: 11/03/2016. Pág.: 184).

Assim, estando a Requerente sediada em Brasília - DF,


competente, nos termos da lei, o foro desta localidade da apreciar e julgar o feito.

III - DOS FATOS:

A Requerente é proprietária do veículo ano fabricação/modelo, cor


branca, placa , conforme documento anexo.

No dia 00.00.00, por volta das 00s30min, o veículo supracitado, de


sua propriedade e conduzido por fulano, fora abalroado pelo veículo, placa n°,
conduzido pelo Requerido.

O acidente ocorreu na SAÍDA PARA O EIXO, quando o veículo da


requerente foi atingido pelo veículo do requerido, após o requerido mudar de faixa de
rolamento, da direita para a esquerda, ultrapassando o veículo da requerente e
fechando o condutor, colidindo com a lateral dianteira esquerda do veículo.

Na ocasião do acidente, o veículo da Requerente estava acessando


a via Eixo W, sentido sul, em condições de segurança para acessar a via, quando o
veículo, placa n°, conduzido pelo Requerido vinha atrás, começou a piscar o farol de
forma repentina, ultrapassando o veículo da Requerente e causando o acidente.

Face ao ocorrido, fora lavrado o Boletim de Ocorrência na Primeira


Delegacia de Polícia, Ocorrência nº, devidamente homologado.

Os danos causados pelo requerido ao veículo da Requerente


importam no menor orçamento de R$ 520,00 (quinhentos e vinte reais) realizado em
loja especializada –, juntado aos presentes autos, no intuito de recuperar o veículo de
propriedade da Autora (orçamento em anexo).
O orçamento de reparação e o boletim de ocorrência demonstram
os danos sofridos no veículo, ano fabricação/modelo, cor branca, placa, prejuízos que
devem ser reparados pelo suplicado.

Assim, diante da inércia do Requerido em reparar os danos


materiais causados, socorre-se a Requerente do manto do Poder Judiciário, com vistas
a obter a necessária tutela jurisdicional.

IV - DO DIREITO:

Consoante preceito inserto no artigo 5º, inciso X da Constituição


Federal, ipsis litteris:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por
dano material ou moral decorrente de sua violação.” [g. n.].

Na mesma linha, dispõem os artigos 186 e 927 do Diploma Civil


Brasileiro, ora invocados:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

De acordo com o artigo 28 do Código de Trânsito Brasileiro:


“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu
veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.” [g. N.].

Temos por cristalino que o Requerido não manteve observância


aos cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de
atenção, cuidado e respeito, posto que, ignorou o dever de atenção e observância de
distanciamento de segurança do veículo, o que lhe permitiria evitar qualquer acidente,
como o ocorrido, de acordo com as regras previstas do Código de Trânsito Brasileiro,
agindo, assim, com notória negligência ao dever de cuidado a todos imposto.

O ato ilícito é conduta conflitante com o ordenamento pátrio.


Violar direito é, via de regra, transgredir norma imposta.

A conduta praticada pelo Requerido, conforme dispositivos


avocados, afrontou direito da Requerente causando-lhe dano, o que por conseguinte,
carece de reparação.

As provas acostadas ao processo, demonstram nitidamente a


culpa do Requerido.

Ademais, as imagens e o orçamento dão dimensão dos danos


causados ao veículo, de modo a justificar a procedência da reparação material aqui
pleiteada. Daí porque se afigura inafastável o dever reparatório.

V - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, com supedâneo na legislação correlata,


especialmente os artigos 186 e 927, do Código Civil e Lei n°. 9.099/95, requer de Vossa
Excelência:

1) Se digne V.Exa., imprimir ao feito o Rito previsto na Lei n°. 9.099/95, designando
audiência de conciliação, citando-os, para os termos da presente ação, sob pena de
revelia à falta de comparecimento em audiência (art. 20), cientificando-os que na falta
de conciliação será designada audiência de instrução e julgamento, quando os mesmos
deverão apresentar a defesa que entenderem de seu direito, juntando documentos e
indicando as provas que entenderem necessárias, a serem, sendo o caso, produzidas
oportunamente em tal audiência;

2) Que seja reconhecida a legitimidade da Requerente para propor a presente ação,


bem como a competência deste foro para apreciar e julgar o feito;

3) A procedência total da presente ação, condenando o Requerido ao pagamento dos


danos materiais, no importe de R$ 520,00 (quinhentos e vinte reais) valor do
orçamento do reparo do veículo, com as atualizações e correções legais até o efetivo
pagamento;

4) A condenação do Requerido aos pagamentos das custas processuais e honorários


advocatícios, no importe usual de 20%;

5) Que todas as intimações/publicações na Imprensa Oficial sejam feitas


EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado, sob pena de nulidade;

Protesta provar o alegado por todos os meios admissíveis em direito.

Dá-se à causa presente o valor de R$ 520,00 (quinhentos e vinte


reais) nos termos do artigo 292 e seguintes do CPC.

Nestes termos, pede e espera deferimento.


Brasília – DF, 27 de novembro de 2023.

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