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28/03/23, 21:09 UNINTER

ESTUDOS DA COR
AULA 1

Prof. André Luiz Pinto dos Santos

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28/03/23, 21:09 UNINTER

CONVERSA INICIAL

A COR COMO ESTÍMULO FÍSICO

Nesta etapa, serão apresentados os aspectos da constituição física da cor. No primeiro tópico,

abordamos a radiação luminosa: a luz e sua relação com a percepção das cores, e a classificação

básica das cores. No segundo tópico, apresentamos a definição de cor-pigmento e as cores

primárias. No terceiro tópico, discutimos o conceito de cor-luz. Em seguida, tratamos das


possibilidades de aplicação dos dois grupos de cores nos círculos cromáticos. Por fim, no último

tópico, apresentamos outros sistemas cromáticos ordenados.

Bons estudos!

TEMA 1 – RADIAÇÃO LUMINOSA

Uma definição para a cor, segundo a Física, é que ela seria uma sensação causada pelos órgãos

do sistema nervoso quando esses sofrem a ação da luz.

Para compreender a luz, segundo Silveira (2015), a Física se divide em óptica geométrica, a

óptica física e a óptica quântica. Na óptica geométrica, considera-se a trajetória dos raios luminosos,

sem se levar em conta a natureza da luz. Já na óptica física, seus estudos estão fundamentados na

radiação eletromagnética (ondas); e, na óptica quântica, considera-se que a luz é formada por

partículas.

A Física se divide primeiramente em três disciplinas para estudar a luz: a óptica geométrica, onde a
trajetória dos raios luminosos é tratada independentemente da natureza da luz, a óptica física,

onde a interpretação dos fenômenos associados à natureza da luz é fundamentada nas radiações

eletromagnéticas e, finalmente, a óptica quântica, onde a interpretação dos fenômenos associados


à natureza da luz é fundamentada na teoria quântica, considerando a luz como formada por

partículas. Estas partículas têm quantidades determinadas de energia (quantum). Conforme as


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circunstâncias, podemos nos referir à luz como ondas (óptica física) ou partículas (óptica quântica).

Esses termos aparentemente contraditórios definem a luz como uma entidade física que não pode
ser comparada a fenômenos físicos simples. (Silveira, 2015)

Há diversas teorias que se complementam e criam condições para os estudos tanto da ótica

ondulatória (ondas), como da ótica quântica (partículas); dessa forma, a luz pode ser considerada

ondas ou partículas. Entretanto, os dois conceitos esclarecem diversos fenômenos, de tal maneira que

não é possível definir a luz como sendo exclusivamente ondas ou partículas. Desse modo, o conceito

de luz é tido como uma dualidade de propriedades ondulatórias e corpusculares (Silveira, 2015, p.

44-45).

Pelos conhecimentos físicos, é possível compreender que a percepção das cores dos objetos

acontece pela interação entre luz e objeto. Lotufo (2008) explica que as cores geram estímulos nos

órgãos visuais por meio de ondas eletromagnéticas da luz branca. Assim, entende-se que os objetos

possuem propriedades físicas que absorvem, refratam e refletem os raios luminosos que incidem
sobre eles.

A luz incide sobre os átomos componentes das substâncias, interagindo e gerando a coloração dos
objetos. A capacidade de absorver, refratar ou refletir determinados raios luminosos incidentes nos

objetos os faz coloridos. Assim, não podemos dizer que as substâncias possuem cor, mas sim

somente esta capacidade. (Silveira, 2015)

Acerca das fontes de luz, Silveira (2015) explica que, mesmo que haja outras fontes de luz, a do

sol é tida como a ideal para se estudar a cor, já que possui um espectro mais amplo. As propriedade
físicas da luz branca (como é a luz do sol) foram melhor compreendidas com as pesquisas feitas por

Isaac Newton, as quais, por meio de experiências com o prisma triangular de vidro, dividiu a luz em

raios de luz componentes, distinguíveis pelos olhos, e por suas propriedades físicas, na qual ele

analisou os fenômenos que hoje entendemos, como o da dispersão e da composição da luz branca.

Silveira (2015) afirma que os raios de luz componentes são conhecidos como radiações

monocromáticas.

Esta monocromaticidade é referida fisicamente para um comprimento de onda fixo e absoluto. A

menos de transições eletrônicas, o que geralmente se apresenta são radiações com certa largura
em comprimento de onda, englobando também comprimentos de onda vizinhos. Quanto mais

monocromática uma luz, menor a largura da distribuição de comprimentos de onda. Essas

radiações não podem ser divididas novamente em componentes com propriedades diferentes.
(Silveira, 2015, p. 45)

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Silveira (2015) ainda explica que, visualmente, as radiações monocromáticas são diferenciadas

pelas sensações cromáticas que elas causam, formando a conhecida série das cores espectrais

observadas no arco-íris. Fisicamente, essas radiações monocromáticas são diferenciadas pelas

propriedades que as caracterizam, como o índice de refração, frequência da onda, tempo e

comprimento da onda. Ou seja, a luz branca é composta por radiações monocromáticas de variados

comprimentos de ondas, e é isso que faz as cores serem diferentes.

Nas pesquisas sobre a cor, são levadas em consideração apenas as ondas eletromagnéticas com

comprimento entre 380 nm e 780 nm, que seria a região visível do espectro eletromagnético. As

radiações menores que 380 nm são invisíveis e denominadas radiações ultravioletas. Já as radiações

maiores que 780 mn também são invisíveis, e recebem o nome de radiações infravermelhas.

Figura 1 – Espectro visível da luz

Créditos: Belozersky/Shutterstock.

Como estudamos anteriormente, a sensação cromática acontece por meio da ação da luz nos

órgãos visuais. De maneira prática, se uma radiação monocromática incide sobre os objetos, parte

dela é refletida e incide, em parte, nos nossos olhos. Silveira (2015) ilustra esse conceito com o

seguinte exemplo:

Quando se ilumina dois diferentes objetos com um mesmo tipo de luz e nota-se uma diferença de

cor, isso quer dizer que os dois objetos têm diferentes distribuições de energia espectral da fonte
de luz. Dependendo das características físicas do objeto, ele pode parecer vermelho se refletir

somente os raios vermelhos dentre todos os componentes da luz do sol, sendo o resto do espectro
fracamente refletido. Da mesma forma, pode parecer laranja um objeto que reflete a radiação

vermelha, laranja e parte da amarela. O objeto com aparência azul reflete somente as radiações

violeta, azul e parte da verde (não reflete a parte vermelha e amarela do espectro). Isto quer dizer

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que a parte da luz incidente no objeto e não refletida é absorvida e pode ser transformada em

calor. (Silveira, 2015, p. 46-47)

Dessa forma, é possível concluir que o estímulo físico da cor pode ser emitido por uma fonte

energética direta (luz colorida) ou por dispersão dos raios luminosos da luz branca. Outro ponto

importante a se considerar é que as sensações cromáticas que os estímulos da luz produzem são

divididos em dois grupos: as cores-luz, e as cores-pigmento, que serão explicados a seguir.

TEMA 2 – COR-PIGMENTO

Como exemplo de cor-pigmento, há a totalidade de cores que podemos enxergar pela reflexão

da luz sobre os objetos e ambientes. O que define essas cores são as substâncias dos materiais

contidas na superfície dos objetos e sua capacidade de absorver, refratar e refletir os raios luminosos

da luz que incide sobre eles.

Um corpo é chamado de vermelho porque tem a capacidade de absorver quase todos os raios da
luz branca incidente, refletindo para os nossos olhos apenas a totalidade dos vermelhos. A este

processo dá-se o nome de síntese subtrativa. (Silveira, 2015, p. 47)

Um dos conceitos fundamentais que devemos conhecer é o de cores primárias. Elas recebem

esse nome por serem capazes de gerar outras cores pelas combinações entre elas, mas não podem

ser geradas pela mistura de outras cores. Segundo Silveira (2015), as cores primárias são as três cores

indecomponíveis. Quando misturadas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro

visível; quando misturamos as três entre si, elas produzem o preto. Nas cores-pigmento, conforme

Silveira (2015), existem dois grupos: cores-pigmento opacas e cores-pigmento transparentes. Cada

grupo tem suas próprias cores primárias.

As cores-pigmento opacas são obtidas com substâncias corantes opacas; suas cores primárias

são o azul, vermelho e amarelo. Silveira (2015) explica que esse grupo seria uma construção

simbólica, tendo em vista que, quimicamente, o vermelho poderia ser obtido com a mistura de outras

duas cores (magenta e amarelo).

Este conjunto de cores foi construído culturalmente, portanto tem uma grande força de construção

simbólica. As cores primárias indecomponíveis desse conjunto são o vermelho, o amarelo e o azul,

sendo a síntese subtrativa da mistura das três o preto. Diz-se que a construção desta tríade é
cultural e tem esta força simbólica porque o vermelho, por exemplo, não funciona como uma cor

primária química, isto é, quimicamente ainda pode-se dividir o vermelho em duas outras cores

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(amarelo e magenta), mas culturalmente o vermelho tem força de cor primária. Do mesmo modo, a

mistura das três cores primárias que definem este conjunto não tem como resultado a cor preta,
mas sim o chamado cinza neutro, pois não é possível, quimicamente, a obtenção da cor preta

através da mistura de três cores primárias construídas culturalmente. Os processos para o resultado
de qualquer sensação cromática nesta tríade específica de cores-pigmento são dois: a mistura

óptica das luzes refletidas por pequenos pontos colocados muito próximos uns dos outros, como

utilizavam os impressionistas pontilhistas, e a mistura dessas mesmas luzes coloridas refletidas


pelos pigmentos, colocados em discos rotativo. (Silveira, 2015, p. 48)

Já as cores-pigmento transparentes seriam as que normalmente são utilizadas em artes gráficas,

pinturas em aquarelas, entre outros. Suas cores primárias são o magenta, o amarelo e o ciano.

Outro ponto importante sobre as cores-pigmento a destacar, de acordo com Silveira (2015), é
que não é possível obter um preto “perfeito” pela síntese subtrativa das três cores primárias.

Na prática, o preto não pode ser obtido através da síntese subtrativa das três cores-pigmento
primárias opacas ou transparentes. No caso das cores-pigmento primárias opacas (vermelho,

amarelo e azul), o preto (que teoricamente é o resultado da mistura das três) só ocorreria se o

amarelo absorvesse completamente as outras faixas coloridas da luz branca incidente e refletisse
somente a soma do verde e do vermelho (G + R), e o mesmo acontecesse com o vermelho e com o

azul. Como isso não ocorre na realidade, quer dizer, como não existem tintas amarelas, vermelhas e
azuis “perfeitas”, o que acontece na soma delas é um cinza-neutro, equidistante das cores originais.

(Silveira, 2015, p. 49)

Segundo Calandrini (2018), a síntese subtrativa pode ser entendida como um acréscimo de
pigmento que faz com que a tinta ou a cor dos objetos perca a capacidade de refletir a luz. Como

exemplo prático, as pinturas são feitas com pigmentos; não é possível obter cores claras misturando
cores escuras. A mistura de cores-pigmento sempre significa subtração de luz. Ao pintar com tinta

vermelha em um papel branco, se subtrai as cores claras verde e azul do branco. Para pintar uma cor
verde, misturamos amarelo e azul ciano (o amarelo absorve ou subtrai o azul, e o ciano absorve ou

subtrai o vermelho; a única cor refletida é o verde). Essa é a síntese subtrativa.

Figura 2 – Síntese subtrativa

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Créditos: Kuklos/Shutterstock.

TEMA 3 – COR-LUZ

Cor-luz é toda cor obtida pela emissão direta de luz. De acordo com o que explicamos
anteriormente, considerando os aspectos físicos, o comprimento da onda é o que define se uma

radiação é visível ou não. As cores-luz compreende a região visível do espectro eletromagnético. O


estímulo da cor-luz pode ser obtido de duas maneiras, através de uma fonte de luz monocromática

ou através da dispersão dos raios luminosos de luz.

Lotufo (2008) afirma que as cores-luz primárias são vermelho (red), verde (green) e azul (blue)
que, quando sobrepostas de duas em duas, produzem as cores secundárias luz ciano (azul e verde),

magenta (vermelho e azul) e amarelo (vermelho e verde), já a soma das três primárias produz a luz
branca.

Para melhor compreender as cores-luz primárias, consideram-se três projetores: um para a luz
vermelha, um para a verde e outro para a azul. Além disso, deve-se dispor de um anteparo branco

que possa refletir totalmente (ou quase) a luz. Quando as três projeções coincidem entre si sobre o
anteparo branco e em quantidades (intensidades) luminosas rigorosamente iguais, o resultado será

o branco. A partir da mistura dessas três cores projetadas, modificando a intensidade relativa dos

projetores, é possível obter um grande número de cores. Neste caso, nossos olhos estão
adicionando as luzes vindas dos três projetores para produzir as diferentes sensações de cor. Este

processo que acompanha as cores-luz é chamado síntese aditiva. As secundárias magenta, amarelo
e ciano são o resultado da soma de dois dos projetores de luzes primárias. Onde, por exemplo, o

vermelho (primária) e o verde (primária) estão sobrepostos, haverá como resultado a sensação de

amarelo (secundária). Do mesmo modo o azul somado ao verde produz ciano. (Silveira, 2015, p. 50)

A síntese aditiva significa a adição máxima de luminosidade.

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Figura 3 – Síntese aditiva: cor luz

Créditos: Physicx/Shutterstock.

Com um exemplo prático para diferenciar as cores-luz e cores pigmento: um objeto vermelho
recebe todas as três cores de luz, absorvendo o verde e o azul e refletindo o vermelho. Já um objeto

amarelo absorve o azul e reflete o vermelho e o verde, somando as duas cores, o que permite ver a
cor amarela. Com este fenômeno de absorção e reflexão, se observa que a luz gera as cores dos

corpos ao adicionar ondas eletromagnéticas. Essa obtenção da cor pela soma das cores-luz é
denominada de síntese aditiva.

Figura 4 – Percepção das cores

Créditos: EreborMountain/Shutterstock.

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Lotufo (2008) conclui que as cores primárias são as cores que não podem ser formadas pela

soma de outras cores, o que se observa tanto na cor-luz quanto na cor-pigmento. Outro ponto
interessante de se observar é que as cores primárias luz são cores secundárias pigmento, da mesma

forma que as cores secundárias luz são as primárias das cores-pigmento.

TEMA 4 – CÍRCULOS CROMÁTICOS

O círculo cromático é tido como uma representação visual das cores primárias e suas outras

combinações de cores visíveis, como as cores secundárias e terciárias.

O Círculo Cromático é a primeira organização do numeroso e complexo mundo visual colorido. É

um instrumento importante para o designer porque organiza a visualização das possibilidades

cromáticas, além de mostrar também a localização das cores, como as vizinhas (também chamadas
análogas), as contrárias (também chamadas contrastantes ou complementares), as harmonias

geométricas (em triângulos, quadrados ou hexágonos) e outras combinações de cores, utilizadas


para se pensar a harmonia cromática aplicada aos projetos. (Silveira, 2015, p. 54)

Farina (2011) relata que o círculo cromático que tem, como base, as cores-pigmento, deve ter
como cores primárias o magenta, o ciano e o amarelo, complementado com as secundárias, que são

o vermelho-alaranjado, azul-violeta e o verde, e com as cores terciárias, que são a combinação de


uma cor primária com uma secundária. A combinação das três cores-pigmento resulta no preto. Esse

fenômeno ocorre por conta da síntese subtrativa, pois ao misturar cores-pigmento, menos luz é
refletida. Um exemplo prático é a utilização das tintas impressas, pigmentos e a pintura (Pedrosa,

2004).

Figura 5 – Círculo cromático cor-pigmento

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Créditos: Physicx/Shutterstock.

Já o círculo cromático que usa as cores-luz, tem as cores primárias o vermelho, verde e azul. É
usado principalmente para se pensar as cores de websites ou de cenários de televisão, nos quais a

cor-luz é o instrumento principal (Silveira, 2015). A combinação das três cores-luz resulta no branco.
No caso das cores-luz, ocorre o fenômeno de síntese aditiva, pois ao mesclar cores-luz somamos luz.

É dessa forma que funciona o olho humano e a televisão, por exemplo (Pedrosa, 2004)

Figura 6 – Círculo cromático cor-luz

Créditos: Physicx/Shutterstock.

Os círculos cromáticos são uma maneira de auxiliar a percepção sobre as relações e interações

entre as cores. A disposição das cores no círculo cromático reflete isso. Conforme Calandrini (2018)

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explica, “cada cor é disposta ao lado de uma cor análoga, isto é, matizes com diferenças cromáticas

mínimas, produzindo uma sequência harmônica e de pouco contraste”.

As cores complementares estão em lados opostos no círculo, e são as cores mais contrastantes
entre si; por isso, quando utilizadas juntas, uma reforça a outra. As cores complementares também

têm temperaturas diferentes: por exemplo, o azul e o laranja são cores complementares, o azul seria
a cor fria e, o laranja, a cor quente.

TEMA 5 – SISTEMAS CROMÁTICOS ORDENADOS

Os sistemas cromáticos ordenados surgiram como uma forma de organizar e classificar as cores
percebidas. De acordo com Silveira (2015), o ser humano é capaz de distinguir cerca de 128

tonalidades de cor diferentes, e ao longo da história, as tentativas de sistematizar as cores se deram


em torno de sua organização em modelos topológicos – que são diversos, a maioria utilizando de

uma lógica matemática, buscando organizar e classificar as cores. Esses modelos adotam as mais
variadas formas, como escalas lineares, círculos cromáticos, triângulos cromáticos e sólidos de cor;

com o desenvolvimento das ciências exatas, em meados do século XVII, surgiram modelos em

organizações tridimensionais.

Alguns dos modelos são círculos cromáticos divididos concentricamente, como já visto, outros são

triângulos que determinam pesos diferentes para as diferentes cores, porém a maioria dos autores

desenvolveu sólidos tridimensionais como cones duplos ou esferas e até sólidos se movimentando
sobre uma trajetória predeterminada. Estes parâmetros vão desde o comprimento de

onda, definindo inicialmente a posição das cores no espectro, até a simples presença da cor em
relação às outras, passando pela saturação ou a luminosidade. (Silveira, 2015, p. 55)

Como exemplo de sistema ordenado tridimensional, há o proposto por Phillipp Otto Runge, um
pintor alemão que utilizava uma esfera baseada no globo terrestre para ordenar as cores. A esfera

das cores de Runge foi publicada em 1810, tratando-se de um sistema de ordenação das cores que

compreende todas as sensações de cor. O “polo norte” equivale ao branco e, o “polo sul”, ao preto.

No meio da esfera, estariam as cores puras, como o vermelho, azul, amarelo, violeta, verde e laranja.
Silveira (2015) explica que a vantagem desse modelo está em sua beleza estética, porém, logo se

percebe algumas cores muito próximas e, outras, muito separadas.

Outro autor que sistematizou as cores partindo de uma esfera foi Albert Munsell, em 1905,

passando ao Atlas do Sistema de Cores Munsell, em 1915. Esse atlas seria um sólido tridimensional
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irregular, que usa três variáveis para a análise de cada cor: o matiz – que seria a qualidade da cor, que
se distingue de uma para a outra; o valor – o tom, luminosidade ou brilho; e, o croma – que seria a

saturação ou quantidade de componente cromático (Silveira, 2015, p. 62-63).

Figura 7 – Representação das variáveis do sistema de cores de Munsell

Créditos: Vector Shutterstock/Shutterstock.

Como podemos observar na Figura 7, e de acordo com Silveira (2015), Munsell iniciou a

construção de seu sólido dispondo, em um círculo, os cinco matizes de mais alto croma: amarelo,
verde, púrpura, vermelho e azul. Esses matizes estão colocados no círculo em distâncias iguais. A

mistura desses matizes principais resulta em outros cincos matizes intermediários: verde amarelado,

azul esverdeado, púrpura azulado, vermelho purpurado e amarelo avermelhado.

Já a variável de valor no sistema de Munsell seria o brilho da cor, formando um eixo vertical

entre o branco e o preto, dividido em uma escala de 0 a 10, na qual o 0 seria o preto, do 1 ao 9, os

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tons de cinza, ordenados do mais escuro para o mais claro e, o 10, seria o branco. No eixo horizontal,

estaria a variável de croma ou saturação, ou a cor “caminha”, do centro para a borda, de um matiz
apagado até a máxima saturação.

Outro sistema cromático ordenado conhecido é o que a ciência da colorimetria definiu, em


1931, como CIE, um sistema que se tornou familiar tanto na indústria da cor quanto no mundo dos

estudos sobre a luz.

Figura 8 – Sistema CIE (1931)

Crédito: fntzr/Shutterstock.

O sistema CIE fundamenta-se na distribuição espectral da luz. Inicialmente, ele foi elaborado

usando como base um triângulo.

No sentido de simplificar os cálculos e padronizar o uso da cor, o CIE transformou o triângulo XYZ

num triângulo equilátero. Com isso, a figura determinada pelas curvas das cores espectrais se
transforma numa forma diferente. O triângulo equilátero que comporta todas as cores reais ainda

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foi transformado pelo CIE num triângulo retângulo, simplificando a especificação de uma cor para

apenas duas coordenadas. (Silveira, 2015, p. 62)

Relacionando essas informações ao que estudamos nos tópicos anteriores, podemos notar que
um sistema cromático ordenado com base na cor-luz terá, como cores primárias, o vermelho, o verde

e o azul, e pode ser útil para um colometrista, técnico de televisão e webdesigner. Para quem utiliza as

cores-pigmentos opacas, como em pinturas, um sistema cromático ordenado que utilize, como cores

primárias, o vermelho, o amarelo e o azul, seria melhor aplicado, assim como as cores-pigmentos
transparentes, com as cores primárias magenta, amarelo e ciano, seria a lógica de um sistema

cromático voltado para a indústria gráfica, por exemplo.

NA PRÁTICA

Agora é a sua vez: elabore um diagrama de Munsell utilizando tinta guache. Para isso, retome o

conteúdo estudado para rever como funciona esse diagrama. Procure utilizar uma folha de papel

mais encorpada, de gramatura superior.

FINALIZANDO

Nesta etapa, apresentamos brevemente a teoria da cor, levando em consideração os aspectos

físicos. No primeiro momento, o objetivo foi estudarmos os conceitos da radiação luminosa, e a

diferença entre cor-luz e cor-pigmento, além de seus respectivos círculos cromáticos. Por fim,

citamos alguns exemplos de sistemas ordenados de cores.

REFERÊNCIAS

CALANDRINI, L. C. L. As cores na arte: uma experiência cromática. 47p. Trabalho de Conclusão


de Curso (Bacharelado em Comunicação Visual Design) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

FARINA, M.; PEREZ, C.; BASTOS, D. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo:

Blucher, 2011

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LOTUFO, E. Cor e comunicação: introdução à teoria da cor. Universidade Católica de Goiás,

Departamento de Artes e Arquitetura, Curso de Design, Goiânia, v. 10, 2008.

PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004.

SILVEIRA, L. M. Introdução à teoria da cor. Curitiba: Ed. UTFPR, 2015.

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