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Tópicos Contemporâneos em Contabilidade

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR

Prof. me. Alex ferreira lopes


Identificar as características da atividade DO TERCEIROS SETOR
Objetivos
da APRESENTAR A CARACTERÍSTICAS DO REGIME DE TRIBUTAÇÃO
aula
EVIDENCIAR a escrituração contábil realizada no terceiro SETOR
explanar as demonstrações contábeis obrigatórias no terceiro setor
TERCEIRO SETOR

Surgimento do Terceiro Setor

A história americana sempre foi marcada pela filantropia e pelas associações voluntárias.
Entretanto, é apenas à partir da década de 50 que as entidades que praticavam a filantropia,
tal qual associações voluntárias e fundações, passam a ser devidamente reconhecidas.

Um marco importante para o reconhecimento dessas entidades foi a "invenção" do


nonprofit sector.

Dobkin Hall (1994).


TERCEIRO SETOR

Surgimento do Terceiro Setor

O resultado foi o nascimento do NONPROFIT SECTOR (que se caracterizava por ser voluntário,
ter como finalidades ações de caridade, financiadas por doações, e serem sem fins lucrativos)
e o estabelecimento das relações entre tal sorte de instituições com os ideais da livre
iniciativa, da filantropia e do associativismo da população norte-americana.
TERCEIRO SETOR

Surgimento do Terceiro Setor

No mesmo raciocínio é que o termo "Third Sector" ganhou corpo, no final da década de 70,
quando as instituições que tratavam do mesmo filão foram finalmente reconhecidas como um
setor coerente da política, economia e vida social da América (HALL, 1994).
TERCEIRO SETOR

Surgimento do Terceiro Setor no Brasil

➢ Estado autoritarista nas décadas de 60 e 70;


➢ A importação do termo ao Brasil ocorreu nos anos 90, pela pesquisadora Landim (1993).
➢ Tal construção deu-se de fora pra dentro: de fora do país e de fora do setor para dentro
dele;
➢ Adequações brasileiras com criação da Lei nº 9.790/99 (Lei do terceiro setor);
➢ Segundo responsável: Governo federal, “crise do Estado”, abre “brecha” para as entidades
sociais.

“Da administração pública burocrática para a gerencial”


TERCEIRO SETOR

Surgimento do Terceiro Setor no Brasil

➢ Terceiro responsável: Setor empresarial – “investimento social privado”, ou da


“filantropia empresarial”, ou da “responsabilidade social empresarial”, ou “empresa
cidadã”.
TERCEIRO SETOR

Em Síntese

A "filantropia" já era praticada no Brasil, mas o modo institucional como ela é atuada
começou a ser esboçada a partir dos anos 70, culminando definitivamente nos anos 90.

É nesse caminho que se fala em "nascimento" do Terceiro Setor no Brasil. Esse novo
movimento se caracteriza por uma nova dimensão da "filantropia", em que se combinam ações
privadas e governamentais.
TERCEIRO SETOR

O terceiro setor está vinculado às entidades que


realizam atividades econômicas que não visão ao lucro,
isto é, tem como principal objetivo a ação social.

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TERCEIRO SETOR

A Ausência de lucratividade

Lei n.º 9.532, de 10 de dezembro de 1997 (legislação tributária)

Art. 12. (...) §3º Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em
suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado,
integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.
TERCEIRO SETOR – ÁREA DE ATUAÇÃO
A área de atuação do Terceiro Setor é justamente aquela onde a
responsabilidade social e o compromisso de cada um como
cidadão falam mais alto. São atividades de características
totalmente públicas, mas que por inoperância do Estado
passaram a ser desenvolvidas por terceiros.

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Qual a FONTE DE
RECURSOS DAS
EMPRESAS DO
TERCEIRO SETOR?

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TERCEIRO SETOR – FONTE DE RECURSOS

As entidades ligadas ao terceiro setor se mantêm através de


recursos privados, incentivos e verbas públicas do governo.

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CARACTERÍSTICAS DOS SETORES

1º Setor 2º Setor
Governo Estado Empresas
Mercado

3º Setor

OSC’s, Fundações, Associações


CARACTERÍSTICAS DOS SETORES

O que caracteriza cada setor, em relação aos seus recursos financeiros:

▪ Primeiro Setor: recurso público para fins públicos.


▪ Segundo Setor: recurso privado para fins privados.
▪ Terceiro Setor: recurso privado para fins públicos.
CARACTERÍSTICAS DOS SETORES
NATUREZA JURÍDICA

De acordo com o Art 44. do Código Civil.

A natureza jurídica das organizações do Terceiro Setor é abordada nos incisos I, III, IV e V
do art. 44 do Código Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Relaciona as pessoas
jurídicas de direito privado como sendo:

as associações;
as fundações;
as organizações religiosas;
e, os partidos políticos.
ASSOCIAÇÕES

Uma associação tem seu conceito definido como uma pessoa jurídica criada a partir da
união de ideias e esforços de pessoas em torno de um propósito que não tenha finalidade
lucrativa.

As associações podem ser classificadas em de cunho associativo e de cunho social.


ASSOCIAÇÕES

A de cunho associativo ou de benefício mútuo são as que dedicam suas ações a benefícios
de seus quadros sociais.

Ex.: clubes recreativos, de futebol, associação de moradores, de empregados de


determinada empresa, associação de funcionários, dentre outros
ASSOCIAÇÕES

As associações de cunho social ou benefício público atuam a favor daqueles que estão
fora de seus quadros sociais.

Ex.: são associações ligadas à educação, saúde e de assistência social.


fundações

As fundações são conceituadas como um tipo especial de pessoa jurídica, podendo ser
constituída a partir da decisão de uma única pessoa.

Assim, um patrimônio destinado a servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse
público determinada, que adquire personificação jurídica por iniciativa de seu
instituidor.
Organizações religiosas e partidos políticos

Assim como as associações, as organizações religiosas são pessoas jurídicas formadas por
pessoas que se unem para a realização de atividades sem finalidade lucrativa, voltadas à
religiosidade e à profissão da fé, muitas vezes realizando atividades voltadas para a
coletividade.

Partido político é uma agremiação de cidadãos, unidos por interesses e ideais comuns,
que procuram concretizar através de um programa, buscando para tanto a conquista do
poder e o exercício do Governo. É o instrumento por excelência de mediação entre a
Nação e o Estado
Terceiro setor

Características do Terceiro Setor

Uma característica importante das organizações do 3º setor é que elas contam com uma
grande quantidade de voluntários e atuam prestando serviços para a sociedade menos
favorecida, que não consegue receber os serviços do poder público (Primeiro Setor), nem
contratar os serviços do setor privado (Segundo Setor).
Terceiro setor

Características do Terceiro Setor – Segundo Salamon e Anheier (1997)

Estruturadas: possuem certo nível de formalização de regras e procedimentos, ou algum grau


de organização permanente. São, portanto, excluídas as organizações sociais que não
apresentem uma estrutura interna formal.

Privadas: essas organizações não têm nenhuma relação institucional com governos, embora
possam dele receber recursos.
Terceiro setor

Características do Terceiro Setor – Segundo Salamon e Anheier (1997)

Não distribuidoras de lucros: nenhum lucro gerado pode ser distribuído entre seus
proprietários ou dirigentes. Portanto, o que distingue essas organizações não é o fato de não
possuírem “fins lucrativos”, e sim, o destino que é dado a estes, quando existem. Eles devem
ser dirigidos à realização da missão da instituição.

Autônomas: possuem os meios para controlar sua própria gestão, não sendo controladas por
entidades externas.

Voluntárias: envolvem um grau significativo de participação voluntária (trabalho não


remunerado). A participação de voluntários pode variar entre organizações e de acordo com a
natureza da atividade por ela desenvolvida.
Terceiro setor

Características Peculiares do Terceiro Setor

Quanto ao lucro: o lucro não é a razão de ser dessas entidades;


Quanto à propriedade: pertencem à comunidade. Não são normalmente caracterizadas pela
divisibilidade do capital em partes proporcionais, que podem ser vendidas ou permutadas;
Quanto à forma de recursos: as contribuições com recursos financeiros não dão direito ao
doador de participação proporcional no bens ou serviços da organização.
Quanto às principais decisões políticas e operacionais: as maiores decisões políticas e
algumas decisões operacionais são tomadas por consenso de voto, via assembleia geral, por
membros de diversos segmentos da sociedade direta ou diretamente eleitos.
TERCEIRO SETOR - tributação

As entidades ligadas ao terceiro setor se mantêm através de recursos privados, incentivos


e verbas públicas do governo.

Os principais instrumentos de fomento às atividades das organizações da sociedade civil


são o reconhecimento da imunidade e a concessão de isenção de impostos e contribuições,
além de repasse de recursos públicos, por meio de convênios, contratos, subvenções,
termos de parceria, instrumentos de colaboração e outros congêneres.
Qual a relação
entre a
contabilidade e o
TERCEIRO SETOR?

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Contabilidade do terceiro setor
Prestação de contas

Na atualidade, a contabilidade tem aplicação a qualquer tipo de pessoa, física ou


jurídica, com finalidades lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades
econômicas para alcançar suas finalidades, mesmo que tais atividades econômicas não
sejam atividades-fim

A prestação de contas é uma ferramenta fundamental para verificar se uma entidade está
sendo administrada corretamente, e assim, atingindo aos seus objetivos.
Prestação de contas

A prestação de contas envolve dois tipos de informações:

▪ técnicas ou de atividades — seu principal objetivo é avaliar o desenvolvimento e desempenho da


organização ou de um projeto;
▪ financeiras — têm como objetivo avaliar a correta e regular aplicação dos recursos.
Prestação de contas

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou a Interpretação Técnica Geral (ITG)


2002 – Entidade sem finalidade de lucros, norma que regulamenta a contabilidade das
entidades do Terceiro Setor.

A ITG 2002 estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de


reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das
demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas
explicativas de entidade sem finalidade de lucros.
Prestação de contas

As receitas e as despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o princípio da


Competência.

As doações e as subvenções recebidas para custeio e investimento devem ser


reconhecidas no resultado, observado o disposto na NBC TG 07 – Subvenção e Assistência
Governamentais.
Prestação de contas

Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, com e sem


gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada, identificáveis por tipo de atividade,
tais como educação, saúde, assistência social e demais atividades.

A entidade sem finalidade de lucros deve constituir provisão em montante suficiente


para cobrir as perdas esperadas sobre créditos a receber, com base em estimativa de
seus prováveis valores de realização e baixar os valores prescritos, incobráveis e
anistiados.
Prestação de contas

O trabalho voluntário deve ser reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como
se tivesse ocorrido o desembolso financeiro.

Aplica-se aos ativos não monetários a Seção 27 da NBC TG 1000, que trata da redução ao
valor recuperável de ativos e a NBC TG 01, quando aplicável.
Prestação de contas

As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem finalidade de
lucros, são:

I. O Balanço Patrimonial;
II. A Demonstração do Resultado do Período;
III. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
IV. A Demonstração dos Fluxos de Caixa; e
V. As Notas Explicativas.
Prestação de contas

No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por


Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido.

No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do


Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser
substituídas por superávit ou déficit do período.
Livros contábeis digitais

Algumas entidades do terceiro setor, como as que possuem caráter filantrópico, recreativo,
cultural e científico, e as associações civis, todas com isenção tributária em
conformidade com o art. 15 da Lei no. 9.532/97 (BRASIL, 1997), se não possuírem fins
lucrativos, estão obrigadas à entrega da EFD — Escrituração Fiscal Digital.

As entidades do terceiro setor estão dispensadas da entrega da EFD somente se o valor


mensal for igual ou inferior a R$ 10.000,00.
Livros contábeis digitais

Não estão obrigadas à entrega da ECD as entidades imunes e isentas que tiverem
recebido, no ano-calendário, receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições,
auxílios, convênios e ingressos assemelhados, desde que a soma seja inferior a R$
1.200.000,00.

Através da ECD serão entregues os seguintes livros contábeis na versão digital:


I. livro Diário e seus auxiliares, se houver;
II. livro Razão e seus auxiliares, se houver; e
III. livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos
neles transcritos
OBRIGADO!

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