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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


FACULDADE DE LETRAS

Segunda Avaliação semestral

Disciplina: Fundamentos Filosóficos e Sócio-Históricos da Educação.


Professora: Leila Borges Dias Santos.
Nome: Amanda Silva Alves e Bruna de Morais Oliveira Turma: D

1) Comente: “A indústria cultural (...) não permite (...) a verdadeira democracia e nem
avalidação da racionalidade livre, objeto de desejo da própria formação cultural”
(p.120), de acordo com o texto sobre Adorno e a educação.

R= Como mencionado no texto, a passagem da consciência ingênua para a consciência


crítica não é tão simples de ocorrer como possa parecer a primeira vista. Logo, é dentro
desse contexto que o conceito de indústria cultural proporciona elementos para o
entendimento das mudanças observadas nas relações entre cultura popular, cultura
erudita e os processos educacionais. Por conseguinte, pode-se concluir que o próprio
conceito de “indústria cultural”, inventado de forma imaginativa, por Adorno e
Horkheimer em 1947, tem o interesse de caracterizar uma produção simbólica não
através de um genuíno saber popular, mas sim, dos interesses do mercado. Sendo
assim, essa questão não se restringe aos milhões de analfabetos, mas também àqueles
que se consideram bem informados pelos meios de comunicação de massa. Ademais,
foi por esse motivo que se evitou o termo cultura de massas, justamente porque poderia
dar a impressão de existir uma produção simbólica que permanecesse intocada pelos
laços da fetiche da mercadoria. Contudo, o Adorno tinha sua preocupação voltada pelo
ponto de vista de que a democracia, corporificada na instituição de eleições
representativas, depende do desenvolvimento moral e cultural de cada indivíduo. Logo,
conclui-se que, esse modelo de indústria cultural não permite a verdadeira democracia,
pois ela limita o desenvolvimento do indivíduo, utilizando como base a cultura de
determinados polos do mundo para fabricar seus produtos, promovendo uma mudança
no estilo de cultura dos indivíduos, resultando num comportamento considerado,
muitas vezes, massivo. À vista disso, o perigo inerente à indústria cultural é o cultivo
de falsas necessidades que só podem ser atendidas e satisfeitas pelos produtos do
capitalismo; assim, a cultura é um produto da sociedade e esta sociedade produz a
cultura conforme seus hábitos de origem na ocupação do espaço urbano ou da sua
origem embasada na sua educação proporcionada pelo poder democrático que rege o
cidadão. Logo, se esse poder não proporciona uma educação com um fundamento
cultural sólido terá esta lacuna preenchida pela indústria cultural que irá produzir
conforme os anseios do cidadão. Desta forma, entendemos que o Adorno propõe uma
educação que estimule a curiosidade e individualidade de cada sujeito, que deve ser
estimulado a buscar mais do que aquilo o que lhes transmitem, não ficando preso e
condicionado a uma única forma de ver e pensar o mundo.
3) De acordo com Durkheim, educação é socialização. Diante disso, a sociedade é viva
na cabeça de cada indivíduo e ao mesmo tempo é exterior a cada pessoa, fazendo com
que sejamos obrigados a nos comportar de acordo com o desejo da sociedade, por meio
da cooperação. Outrossim, a vida coletiva, gerada por meio dessa cooperação, é também
influenciada por gerações que criaram crenças, valores e regras, que se fazem presentes
na vida de cada indivíduo. Por isso, se agimos segundo a vontade da sociedade, é
porque aprendemos tais conteúdos pelo meio moral que compartilhamos (as crenças,
valores e regras produzidos pelas gerações). Este meio moral, é produzido pela
cooperação entre pessoas através da divisão do trabalho social, ou seja, conforme o tipo
de divisão de trabalho social que predomina na vida coletiva numa determinada época,
temos diferentes tipos de cooperação. Também, Durkheim ressalva que, uma condição
imprescindível para a existência da sociedade é o consenso, pois ele gera a cooperação
entre os indivíduos. Nesse âmbito, o sociólogo discorre que, diferentes divisões de
trabalho geram diferentes tipos de convívios entre as pessoas, um deles é a solidariedade
mecânica – onde há menor grau de diferenciação entre as tarefas dos integrantes,
fazendo com que as pessoas fiquem juntas por fazerem as mesmas coisas – e outro é a
solidariedade orgânica – onde há alto grau de diferenciação de tarefas, as pessoas ficam
juntas para que possam viver, uma vez que, na sociedade industrial moderna, há uma
dependência de serviços que: alguns podem fazer e outros não são capazes de efetuar.
Desse modo, os meios morais nas diferentes divisões de trabalho são bastante distintos,
as mesmas crenças e valores compartilhados por indivíduos de uma mesma cultura são
muito mais homogêneos, transmitidos de geração para geração numa sociedade pouco
diferenciada. Já na modernidade, esses valores e crenças sofrem interferência de grupo,
de status e de classe, visto que, cada indivíduo se especializa em uma área e adquire
seus traços de acordo com seu grupo social. Assim, a solidariedade é o cimento para a
educação na sociedade moderna, pois, devido a liberdade de interpretação de leis e
valores, a educação deve assumir o papel de educação moral, fazendo com que seja
heterogênea e caracterizada como o processo que nos faz membros da sociedade.

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