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Capítulo 1 – Rev01 0
OTM – Operação de Transporte Metroferroviário
A construção de uma linha de transporte metroferroviária é um projeto e como todo projeto tem início
meio e fim.
Mas o que é um projeto? Sabemos que a palavra projeto vem da palavra latina projectum, que significa
“antes de uma ação”. Ao longo do tempo, o sentido de “projeto” foi sendo modificado e ampliado e hoje
há vários tipos de projetos diferentes, envolvendo desde planos pessoais até projetos arquitetônicos.
A verdade é que fazer um plano antes de colocar algo em prática tornou-se prioridade em muitas
organizações, e hoje há uma disciplina gerencial que se encarrega especialmente disso: a gestão de
projetos.
Um projeto é um esforço único, temporário e progressivo empreendido para criar um produto, serviço ou
resultado exclusivo.
Isso significa que um projeto é uma ação especial que tem início e fim determinados (é, portanto,
temporária), e um objetivo claro a ser atingido dentro dos recursos que são destinados a ele (humanos,
financeiros e materiais). Geralmente, os projetos são divididos em etapas, as quais vão sendo
executadas para gerar entregas.
Logo, os projetos não devem ter uma duração indefinida e nem recursos ilimitados — ambos devem ser
planejados previamente para estabelecer uma linha de base a ser seguida.
Segundo o Guia PMBOK®1, o sucesso de um projeto é medido pela qualidade do produto e do projeto,
pela pontualidade, pelo cumprimento do orçamento e pelo grau de satisfação do cliente.
De forma resumida, a principal diferença entre projetos e processos é que, enquanto um processo é
contínuo e repetido inúmeras vezes, os projetos são temporários e realizados uma única vez. Mesmo
que alguns procedimentos sejam repetidos no projeto, a repetição não muda o fato de que as suas
entregas sejam únicas.
1
O PMBOK® (Project Management Body of Knowledge), consiste, na verdade, em uma padronização que identifica e
conceitua processos, áreas de conhecimento, ferramentas e técnicas da gestão de projetos
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No entanto, é importante lembrar que nem sempre as fases do projeto são sequencialmente
seguidas à risca. Para um melhor entendimento, veja no gráfico abaixo a sobreposição de
fases do projeto.
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Fonte: https://artia.com/blog/ciclo-de-vida-de-um-projeto/
Como seria a aplicação deste conceito para uma linha metroferroviária? Vamos assistir o seguinte
vídeo, de um especialista na área.
https://www.youtube.com/watch?v=oDdplU5s2XU
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Todos os tipos de deslocamento serão identificados nos dois levantamentos – o de viagens externas e o de
viagens internas.
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Para conhecer melhor como acontecem as viagens diárias na cidade e na região, estas são vistas sob a
ótica de outras informações, como a renda, a idade, o gênero, a escolaridade, os locais de residência,
trabalho e escola, ou seja, os chamados dados socioeconômicos da população que são também
pesquisados.
Os resultados compõem um conjunto de dados estatísticos ordenados³ em que se cruzam as origens e os
destinos das viagens por cada zona de pesquisa⁴.
Em 2017 foram definidas 517 zonas Origem e Destino. Para cada zona, os dados aparecem assim em uma
matriz:
¹ Viagens internas são aquelas realizadas dentro dos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo.
² Viagens externas são aquelas com origem ou destino fora da RMSP e as que só atravessam a região.
³ Este conjunto é chamado “matriz”.
⁴ A zona de pesquisa é chamada zona Origem e Destino, a menor área urbana de validade dos dados, mais ou menos do tamanho de um
bairro.
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Os resultados da Pesquisa Origem e Destino são essenciais para qualquer planejador urbano e,
especialmente, para o planejador de transportes. Eles mostram os fluxos⁸ dos cidadãos da região,
apontando o impacto das escolhas de transporte na conformação das cidades e de seus bairros, fornecendo
subsídio importante para os gestores elaborarem seus planos urbanos⁹ e seus Planos de Mobilidade.¹⁰
A Pesquisa Origem e Destino na RMSP impulsionou a realização deste instrumento no Brasil. Hoje, as
capitais e grandes cidades brasileiras já realizam esta pesquisa.
Outros setores também utilizam os resultados desta Pesquisa: Saúde, Educação, Saneamento, Segurança,
Análise de Mercado.¹¹
Os dados da Pesquisa Origem e Destino também estão presentes em praticamente todos os estudos e teses
acadêmicas sobre a RMSP nas áreas de transporte, urbanismo e ciências sociais.
A Pesquisa Origem e Destino é, ainda, a única fonte de informação, relativa a pequenas parcelas do
território, sobre: empregos formais e informais e matrículas escolares.
A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo certa feita identificou uma área de grande incidência de
uma doença transmissível. Pois então, seguindo os dados da última pesquisa Origem e Destino, conseguiu
mapear para onde a maior parte dos residentes daquela área se deslocava diariamente. Com isso,
conseguiu atuar especificamente nas áreas de destino dos residentes daquela área para conter o avanço da
doença.
Fonte: site do Metrô de SP
O vídeo abaixo fala sobre como são usados os dados da Pesquisa OD.
https://www.youtube.com/watch?v=B5-AJznofN8
Na sequência, o canal Multiplicidade apresenta uma série de vídeos sobre a OD:
https://www.youtube.com/watch?v=DJX1ZllAbVc
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Depois da linha ser planejada entra a etapa de projetos. Os projetos são divididos em duas partes:
primeiro vem o Projeto Básico, onde são tratadas as informações fundamentais de como a linha vai
funcionar, traçado básico, técnicas construtivas básicas, localização das estações, tipo de trem2, de
alimentação elétrica, de sinalização de via, como serão os equipamentos das estações e outras
questões necessárias. A partir do Projeto Básico é feita a licitação para a construção da linha. Os
participantes fazem as cotações dos equipamentos, das obras, dos sistemas etc.
De acordo com a Lei 8.699/93, obras e serviços somente poderão ser licitados quando houver um
projeto básico aprovado pela autoridade competente e que esteja disponível para ser consultado por
todos os interessados em participar do certame.
Assim, podemos dizer que o projeto básico é um dos elementos principais na execução de uma obra
pública. E como qualquer falha, erro ou omissão podem acarretar prejuízos, ele deve ser elaborado com
muito cuidado por um profissional técnico.
Se, no órgão público responsável pela licitação, não existe um corpo técnico especializado, é preciso
fazer uma licitação específica para contratar uma empresa ou profissional que possa elaborar o projeto
básico.
Como precisa ser aprovado pela autoridade competente, o projeto básico deve ser feito antes da
execução da licitação e contemplar toda a obra, sendo baseado em estudos técnicos que garantam sua
viabilidade – e com as plantas arquitetônicas correspondentes. A questão do impacto ambiental e seu
tratamento também são elementos fundamentais
Depois são feitas as licitações para a construção da linha. Grosso modo, é realizada uma licitação para
a obra civil (a mais cara), uma licitação para o material rodante e outra para os sistemas (elétrico,
sinalização de via, sistemas auxiliares, centro de controle, fluxo e monitoramento de usuários).
Geralmente os participantes das licitações são consócios, pois é muito complexo para empresas
participarem sozinhas. E após a fase da licitação, os consórcios têm que elaborar o Projeto Executivo
– o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as
normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Neste projeto, é detalhado
exatamente como aquele equipamento ou sistema será construído e funcionará.
NOTA: também existem licitações que exigem projeto básico e projeto executivo previamente à
contratação.
2
Os trens são chamados, tecnicamente falando, de MATERIAL RODANTE.
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3. CONSTRUÇÃO E FABRICAÇÃO.
Uma vez contratadas os consórcios para a execução das obras, iniciam-se uma série de atividades.
No âmbito das obras civis ocorrem as desapropriações, montagem dos canteiros, contratação de
serviços de engenharia. Dependendo do traçado da linha e do tipo construtivo da linha, uma série de
decisões a serão tomadas para a execução da obra.
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Ainda no âmbito da construção civil, temos a instalação da via permanente (trilhos), denominação
utilizada para o conjunto de camadas e de elementos que possibilitam a passagem e a mudança de vias
de trens.
Paralelamente à obra civil, as indústrias se esforçam para construir os equipamentos que formarão os
sistemas e a frota de material rodante. Os principais sistemas do de uma linha metroferroviária são:
NOTA: ao longo deste curso iremos estudar todos os sistemas citados anteriormente.
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Fabricação de trem
Equipamentos de fluxo
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4. MONTAGEM E INSTALAÇÃO
Depois da obra bruta concluída e os equipamentos fabricados e testados em fábrica, os sistemas são
montados nas estações.
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Depois de tudo montado, existe um período de testes para verificar se os equipamentos e sistemas
estão funcionando conforme projetado e especificação.
Nesta etapa, além das empresas que montaram os sistemas e do pessoal técnico das áreas de
expansão do Metrô e CPTM, existe também a participação das equipes de Manutenção e Operação.
Além de auxiliarem na realização dos testes, estas áreas já começam a se familiarizar com os novos
equipamentos e leva para suas equipes a forma de manter e operá-los.
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O MR também é testado nesta fase. Para isso teve que aguardar a instalação e comissionamentos da
via permanente, alimentação elétrica e a sinalização de via. Esta última já foi testada preliminarmente,
mas de forma isolada em relação ao trem. Nesta etapa, ela deve ser testada conjuntamente com o trem,
para garantir o funcionamento correto e, principalmente, seguro.
6. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
É a fase mais longeva do ciclo de vida da linha metroferroviária. Aqui deixa de ser projeto e passa a ser
“processo”.
É difícil estimar a vida útil de uma linha. As obras civis têm expectativa de 100 anos. Com manutenção
adequada este período pode ser estendido.
Muitos equipamentos têm vida útil estimada em 30 anos, como cabos e transformadores. Mas este
prazo pode ser aumentado em função do tipo de utilização e local de instalação. Por exemplo, se o
equipamento elétrico é submetido a muitas sobrecargas, a sua vida útil é reduzida. Se é instalado em
local com ambiente adverso (excesso de calor, umidade, atmosfera corrosiva, etc) também afeta a
durabilidade.
O Material Rodante também tem a sua vida útil prolongada com a modernização dos seus sistemas. Por
exemplo, após alguns anos de operação o seu sistema de freio, sistema pneumático ou outros são
substituídos por outros mais modernos e o trem pode funcionar com eficiência por mais alguns anos.
É importante perceber que a operação e manutenção dos sistemas é encarado como processo. E cada
modernização pode ser encarada como um novo projeto.
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Apêndice
https://www.inbec.com.br/blog/conheca-historia-construcao-metro-sao-paulo
https://theurbanearth.wordpress.com/2009/10/11/a-construcao-da-linha-azul-linha-1-do-metro-de-sao-
paulo/
Pesquise os principais modais existentes. Descreva as vantagens e desvantagens. Cite alguns locais
onde ele está operando e tente colocar a capacidade de transporte projetada.
• O trabalho é individual.
• Ao salvar o trabalho, coloque o seu nome no arquivo.
• Não esqueça de colocar o seu nome no trabalho.
• Preferencialmente deve ser entregue no formato pdf.
• Pode ser postado fotografia de seu trabalho manuscrito ou impresso, mas esta deve ser a última
opção.
• Todos os trabalhos devem ser postados na plataforma TEAMS, no chat pessoal comigo até às
19h00 de 03/09/2020.
• Este trabalho será a base da aula de 10/09/2020 (aula invertida)
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