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CURSO DE DIREITO
ITAJAÍ
2024
THIAGO DOS SANTOS
ITAJAÍ
2024
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SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
The present study aimed to analyze the insertion of people with disabilities in the job market,
exposing the insufficiency of growth in the job market and the search for opportunities to be
included effectively in society, analyzing the history of norms, and showing good examples of
companies that went beyond what is required by law. Basic research, qualitative analysis,
descriptive method and bibliographical research were used. Emphasizing that in addition to
the quota law that the Brazilian government uses as the main access for PCDs, there are still
problems such as: lack of training, prejudice and lack of interest in filling the vacancies
offered.
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Keywords: People with disabilities. Insertion. Inclusion. Job market.
1 INTRODUÇÃO
1.3 A lei de cotas é um dos meios que o governo brasileiro utiliza como o principal
acesso do PCD ao mercado de trabalho. Neste sentido, para determinar a porcentagem
de pessoas com deficiências em cada empresa, a regra prevê̂ que as organizações com
mais de 100 colaboradores devem ter no mínimo 2% do seu quadro constituído por
PCDs (JUNIOR, 2012). Contudo, a lei de cotas não é suficiente para que a sociedade
quebre barreiras perante o preconceito e a falta de informação em relação à deficiência
(GOLDSCHIMIDT, 2006). Analisando as formas de como a sociedade trata as pessoas
consideradas deficientes no Brasil, facilita o entendimento sobre a baixa inserção dos
mesmos no mercado de trabalho.
1.5 O presente artigo tem como objetivo, conhecer os principais motivos dos PCDs
não estarem ativas no mercado de trabalho. E assim mediante a todos os argumentos o
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estudo visa responder o seguinte questionamento: porque as pessoas portadoras de
deficiências tem tanta dificuldade em meio a sociedade para serem inseridas no mercado
de trabalho?
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1 Neste artigo será utilizado o método de pesquisa descritivo, que tem como ênfase
realizar um estudo detalhado com coleta de dados, análise e interpretação dos mesmos.
2.3 O artigo conta com análise qualitativa que segundo Alfonso, Trujillo e Ferrari
(1985, p.241). “Trata-se de decompor o fenômeno em suas partes, de tal modo que as
mesmas se organizem em sua recíproca dependência, estabelecendo relações entre as
partes.”
2.5 Também foi utilizado pesquisa bibliográfica, o meio mais amplo, que tem como
finalidade conhecer e se basear nas pesquisas já realizadas sobre inclusão dos PCD’s no
mercado de trabalho. No ponto de vista de Manzo (1971:32), a bibliografia “oferece
meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também
explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente”.
Contribuindo e buscando uma solução para o problema.
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3 PCD (PESSOA COM DEFICIÊNCIA)
3.1 Durante séculos as pessoas com deficiência foram menosprezadas pela sociedade,
por serem consideradas inferiores. Com o passar dos anos, com evolução da sociedade e
a revisão frequente sobre esse assunto, os termos mudaram até chegar no termo que se é
utilizado hoje pessoa com deficiência ou simplesmente PCD, conforme abreviação
estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas), desde 2006, para substituir
termos pejorativos como “pessoa deficiente”, “deficiente” ou inválido, que não dever ser
mais utilizados.
3.2 Porém, jamais existira uma expressão correta para definir esse grupo de pessoas,
é usado a cada época palavras nos quais o significado e compatível com os valores
daquele período (SANTOS, 2018).
Segundo o Decreto, em seu art. 3º, uma pessoa com deficiência é aquela que:
3.4 Ou seja, um PCD, pode ter uma limitação física, auditiva, visual e intelectual.
Além destas, também pode haver deficiências múltiplas, quando uma pessoa tem dois ou
mais tipos de deficiência.
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uma alteração parcial ou total, que pode ter origem em seu nascimento ou adquirida, em
uma ou mais partes do seu corpo. Vejamos os exemplos de deficiências físicas:
a) Ausência de membros;
b) Membros com deformidade congênita ou adquirida durante a vida;
c) Paralisia cerebral;
d) Nanismo;
e) Paraplegia, que é a paralisia da parte inferior do corpo;
f) Tetraplegia, que é a paralisia de membros inferiores e superiores.
3.6 A deficiência auditiva, pode ser: perda parcial da audição em apenas um ouvido
(unilateral) ou ambos os ouvidos (bilateral) ou total, quando há perda de 100% da
audição.
3.7 Deficiência Visual é quando há perda de visão parcial ou total, de um olho ou dos
dois olhos, e os tipos mais comuns são:
3.11 Vale destacar, as diferenças entre PCD E PNE (Pessoas com necessidades
especiais), muito se confunde o conceito entre ambas, uma vez que um PCD pode se
encaixar como um PNE, mas nem todo PNE é um PCD.
3.12 Vejamos que uma pessoa com necessidades especiais, pode utilizar-se de sua
condição temporária ou permanente, obtendo direitos e prioridades. Como por exemplo
uma pessoa grávida, ela se enquadra na sigla PNE (Pessoas com necessidades especiais),
garante preferências em fila, vaga de estacionamento, e assentos especiais, assim como
idoso.
3.14 Segundo a OMS, com dados de 2022, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com
alguma deficiência, uma a cada sete pessoas em nosso planeta são portadores de algum
tipo de deficiência. A falta de pesquisas e dados sobre essas pessoas contribui para a
invisibilidade das mesmas, o que representa um grande problema para debater e criar
politicas de desenvolvimento que auxiliam na melhoria de vida dessas pessoas.
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Internacional do Trabalho (OIT),para poder regular e fiscalizar como os PCDS são
inclusos na sociedade, foram criadas através de muitos debates entre a sociedade
mundial, de certa forma como proceder com os PCDs mundialmente, não diferente o
Brasil, aderiu as recomendações, começando assim um processo de inclusão (BRASIL
1991).
4.3 Neste decreto de lei sancionado pelo Presidente da República Fernando Collor de
Mello, segue o que 80 países ratificaram, onde nele se afirma que tanto os empregadores
quanto as organizações, captem e readaptem os profissionais com deficiências. Fica
acordado também a manutenção através dos sindicatos e órgãos governamentais
(BRASIL, 1991).
4.5 O Congresso Nacional do Brasil aprovou por meio do Decreto Legislativo nº 186,
de 9 de julho de 2008, conforme procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição, a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
assinado em Nova York, em 30 de março de 2007 pelo então presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva (BRASIL, 2009).
4.6 Lei de cotas no mercado de trabalho e sua inserção: de acordo com o art. 93 da
Lei 8213/91 exige que toda empresa de grande porte que possua cem ou mais
empregados tem a obrigação de preencher de 2% a 5% dos seus cargos com
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência (BRASIL, 1991).
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Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher
de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários
reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte
proporção:
II - de 201 a 500......................................................................................................3%;
4.7 A partir de 1 de janeiro de 2023, os valores variam de R$ 3.100,06 (três mil e cem
reais e seis centavos) até R$ 310.004,70 (trezentos e dez mil quatro reais e setenta
centavos) por profissional PCD não contratado, conforme o grau de descumprimento. É
o que diz, o novo valor está previsto na Portaria Interministerial MTP/ME Nº 23, de 10
de janeiro de 2023.
4.9 E no âmbito do poder público, a CF, art. 37, inciso VIII, estabelece a reserva de
vagas para cargos e empregos, assim como a lei 9.112 de 1990, que prevê a reserva de até
20 % das vagas oferecidas nos concursos.
4.10 Ressalta-se que mesmo havendo leis, que obrigam a inserção de pessoas no
mercado de trabalho, isso não é o suficiente para o deficiente ter empregabilidade no
mercado. Sendo assim, muitos deficientes enfrentam dificuldades de inserção, tendo
como o principal motivo a descriminação (BRASIL, 1991).
4.12 Atualmente a lei 13.146 de 2015, instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
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com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), com intuito de balizar as políticas
e regramentos acerca dos PCDS.
4.13 Ela é composta como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio
do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o
procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Federativa do
Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico eterno, desde 31 de agosto de 2008, e
promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.
5.1 De acordo com o Conade (Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Portadoras
de Deficiência Física), mesmo após a lei da Inclusão de 2004, que obriga a empresas com
mais de 100 funcionários a ocuparem de 2% a 5% das vagas, preenchidas por pessoas
com deficiência, encontra dificuldades para este grupo.
5.4 O maior medo dos empregadores é contratar alguém que não seja qualificado
para o serviço, e o fato do contratado possuir alguma deficiência aflora o preconceito do
empregador em imaginar que o PCD não conseguirá realizar as tarefas da função
indicada (SANTOS, 2012).
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5.6 Em alguns setores específicos é necessário certo tipo de aptidão física, como é o
caso do setor de segurança, há exigência de passarem por academias de vigilância
credenciada, pelo Departamento de Polícia Federal. Porém até o momento não se tem
notícias que alguma pessoa tenha passado pelo treinamento, e esteja credenciado para
trabalhar.
5.8 Logo desestimula a vontade de ter uma carreira, se não vejamos, ele ganha sem
trabalhar, e se for trabalhar, terá diversos desafios pela frente, e pela falta de
capacitação, possivelmente ganhará um salário, se não igual com pouca diferença, ao
que ganha do benefício.
6.1 Existem empresas dispostas a mudar este cenário, em 2021 aconteceu a 3ª edição
do Great Place to Work, que avaliou as 10 melhores companhias para PCDs
trabalharem e práticas que colaboram na inclusão do PCD:
5. Deixam claro nas vagas em aberto que não há discriminação nas contratações. O
incremento à comunicação, reforçando o posicionamento da empresa em relação
às práticas e cultura de diversidade e inclusão, tem ganhado força nas políticas
de contratação das empresas.
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6.2 A IBM se destacou no quesito Acessibilidade. “O time de Segurança Ocupacional da
IBM é envolvido já no momento em que uma contratação de um profissional com deficiência
está sendo confirmada. Sendo assim, o time de Recrutamento compartilha todas as
informações coletadas em entrevista com o candidato para que o time de Segurança
Ocupacional possa avaliar a acessibilidade do prédio em que o profissional estará alocado
(por exemplo, se possui elevadores, banheiros acessíveis, corrimão, etc.) e também quais são
as acomodações necessárias para aquele futuro funcionário (como monitor, leitor de tela,
intérprete de libras, apoio para os pés, mouse especial, etc.). Em seguida, as acomodações
necessárias para o futuro funcionário são enviadas para o time de Diversidade & Inclusão para
que os itens estejam disponíveis de preferência já no primeiro dia do profissional. Cem por
cento dos profissionais com deficiência da IBM possuem todas as acomodações necessárias
para desempenharem as suas atividades”.
6.3 A Accenture foi destaque no tema Inserção. “Todas as nossas vagas são elegíveis à
entrada de Pessoas com Deficiência, não havendo distinções. Além disso, na Accenture a
promoção de profissionais com deficiência é maior do que o pessoas sem deficiência (18% x
16% no ano passado). Todas as vagas são divulgadas interna e externamente, dando a todos a
visibilidade de todas as oportunidades. Pedimos que o tipo de deficiência seja mencionado no
currículo ou antecipadamente, bem como se existe a necessidade de algum recurso especial
para o desenvolvimento do trabalho. Constantemente, fazemos buscas de empresas
especializadas, ONGs e parcerias para efetivarmos as contratações de Pessoas com
Deficiência, desenvolvendo relacionamentos que ampliem cada vez mais os contatos e que as
nossas oportunidades de trabalho cheguem para todos, igualmente. Além disso,
frequentemente, há alinhamentos com as lideranças internas de forma a garantir que as
pessoas com deficiência tenham as mesmas chances de apresentarem as suas experiências, tal
como quaisquer outras. Há ainda a existência do Núcleo de PCDS, onde há discussões sobre
novas práticas e formas de recrutamento de PCDS no mercado”.
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Caminhada Inclusão a Toda Prova, em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com
Deficiência. Os eventos foram promovidos pelo Instituto Olga KOS, uma associação que
desenvolve projetos artísticos e esportivos para atender a pessoas com deficiência intelectual”.
6.6 Há também sites para cadastro de pessoas com deficiência, para vagas de
trabalho, onde empresas buscam no banco de currículos, e ofertam vagas para os PCDS.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.2 Desta forma se torna difícil pela burocracia para a contratação, assim como a
falta de vontade, despreparo de muitos deficientes, que mal sabem destas leis e não vão
atrás de seus direitos, o empregador também tem a dificuldade aumentada, pois tem
quem modificar o ambiente de trabalho.
7.3 Analisando todos os fatos há um grande esforço para esta inclusão acontecer,
porém na prática está inclusão é mais difícil do que parece, as empresas fazem seu papel
e oportunizam as vagas, mas a falta de treinamento e capacitação dificulta o
preenchimento das vagas ofertadas.
REFERÊNCIAS
14
BRASIL. Decreto nº 129, de 22 de maio de 1991. Promulga A Convenção Nº 159, da
Organização Internacional do Trabalho - Oit, Sobre Reabilitação Profissional e
Emprego de Pessoas Deficientes.. Brasília , DF, 22 maio 1991.
15
SANTOS, Maria. A INTEGRAÇÃO DA PESSOA DEFICIENTE NO MERCADO DE
TRABALHO. 2012. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/a-integracao-da-pessoa-
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https://www.terra.com.br/nos/pcd-o-que-significa-e-quem-se-
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%20indireta.&text=ADMINISTRA%C3%87%C3%83O%20PUBLICA%20%2C
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm#:~:text=Art.,daqueles%20de
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
7.4 https://www.terra.com.br/noticias/educacao/carreira/pesquisa-mapeia-as-10-
melhores-empresas-para-pcd-trabalhar-no-
brasil,bd2631c552e8163f2c396b61e745f2dchibckf4t.html?utm_source=clipboard
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