Você está na página 1de 5

Maio de 68 - 50 anos depois

276 - maio de 2018

Temática
De uma reforma no seu buraco
Jacques Lacan Tradução: Alexei Conte Indursky

Nota do Tradutor[1]

Este artigo de Jacques Lacan, curto porém denso, demorou 36 anos para ser publicado. Em meados de junho de 1970, ao fim de seu
Seminário O avesso da psicanálise, Lacan o envia à coluna “Livres opiniões” do jornal Le Monde. No entanto, quis o destino que
essas palavras tardassem a encontrar o grande público ao qual se dirigiam[2]. Veio à luz, finalmente, através da revista Journal
Français de Psychiatrie, em 2006.

Neste texto Lacan encontra a ocasião de enlaçar de forma pertinente, por vezes antecipatória, duas questões que lhe ocupavam
sobremaneira ao longo deste Seminário. Em primeiro lugar, trata da infiltração das lógicas capitalistas – doravante denominadas
discurso capitalista – sobre a Universidade, através da mercantilização do saber, transformando este em “unidades de valor”. Questão
abordada logo na abertura do texto, a qual Lacan critica amplamente através de um exemplo sobre os efeitos da reforma universitária
de 1968 no tocante à disjunção da formação do neurologista e do psiquiatra.

Ao leitor brasileiro, uma breve contextualização: a reforma de 1968 ao separar a formação de psiquiatria da neurologia cria uma
residência específica aos psiquiatras universitários separada do resto da medicina. Essa disjunção é prenhe de consequências, pois
obrigará os psiquiatras não-universitários a se refugiarem nos hospitais, os antigos asilos, afim de desenvolverem seu ensino[3]. Se
esses marcarão época através da resistência que organizam a partir desse lugar, Lacan não deixará de demarcar a estratégia da
“sociatria” médica, já denunciada por Michel Foucault (1963) em O nascimento da clínica. Será somente a partir de 1982 que a
psiquiatria retornará ao nível de especialidade médica[4], fato que demarcará o declínio da preponderância psicanalítica na formação
psiquiátrica francesa, concomitante à ascensão da farmacologia e dos manuais diagnósticos norte-americanos. Nessa perspectiva, o
presente texto antecipa os eventos que se seguirão na década de 80.

Em segundo lugar, figura a preocupação de Lacan de endereçar tais questões aos jovens portadores da “maimória” das agitações
(l’émoi) de maio. Duplo jogo de palavras – que o leitor não deixará de notar – empregado precisamente como efeito interpretativo
sobre os discursos que apresentam o acontecimento irruptivo de 1968. Mais uma vez, o texto é premonitório: o eu revolto de maio (le-
moi-de-mai) deve ser lido pelo seu efeito cômico, ou seja, entristecedor, nos diz Lacan. A produção literária e filmográfica que se
seguiria tratou de dar consistência a tal leitura.

Dentre as várias, destaco uma, que se apresentou a mim quando preparava essa tradução. O dia em que meu pai se calou[5] é um
livro de Virginie Linhart, filha de Robert Linhart, célebre militante do movimento maoísta francês e da gauche prolétarienne, que,
orientado por Louis Althusser, chegou a frequentar os seminários de Lacan na ENS. O escrito de Virginie versa sobre o silenciamento
de um pai que vivera, desde o olho do furacão, o sonho de revolucionar as estruturas da sociedade francesa, mas que frente aos
reveses dos movimentos e suas inevitáveis dissoluções, acabou murchando, perdendo as palavras, entristecendo. Seu livro é um
testemunho, como tantos, em busca de uma herança familiar e social.

De uma reforma no seu buraco é a interpretação através da qual Lacan procurava, de um só golpe, produzir uma ressignificação
dessa memória de maio e alertar que seu buraco “era mais embaixo”. Menos para diminuir sua importância, mais para atentar que ela
estava estruturalmente determinada a causar aquilo que procurava evitar.

Os cinquenta anos de maio de 68 parecem ser uma ocasião oportuna para a leitura desse texto, não somente por sua efeméride, mas
igualmente a ser lido frente aos atuais e vindouros acontecimentos que não tardarão de pôr em xeque as universidades públicas no
Brasil.

De uma reforma no seu buraco[6].

Não existem opiniões livres. Devo dizer isso para o cabeçalho desta coluna. No discurso, não se dispõe de uma liberdade senão para
evidenciar a necessidade que esse artifício revela. Cf. o discurso matemático e também a “livre associação”, operatória em
psicanálise.

A reforma na psiquiatria e a emoção “científica”

É anunciado o nascimento, como inscrito no estado civil, de faculdades de psiquiatria em certo número de centros, ou mesmo
‘’descentros’’, na França.

Duas etapas para essa reforma.


Etapa de ensino. Maravilha : os psiquiatras terão sua palavra a dar aí. Mais ainda, ensinarão o que sabem.

Etapa de sua prática: ela se institui, sobre o princípio da função que preenche de origem, como social. Esse princípio toma a forma da
instituição do « setor », do qual uma equipe se ocupa no que tange à saúde mental, inclusive da profilaxia.

Horrendum: de uma etapa à outra a ascensão está prevista, e até mesmo, a ida e vinda permanente.

Dessa decorre o temor que se anuncia ao nível da Universidade: seja das faculdades de medicina, seja das faculdades de letras, isto
é, das ciências.

Eis o aparato: a dominância que resulta dessa “sociatria”[7] no ensino é suscetível de desviar o que é prometido ao campo da
pesquisa científica, para o qual outros recursos [são dispostos][8].

Que os laboratórios farmacêuticos nessa precaução sejam promovidos aos escalões de cabeças pensantes ameaçadas, seria
propício de pôr fim imediatamente com ela: quem não vê, com efeito, que os recursos químicos não estão prontos para deixar a
tribuna?

A objeção feita parece-nos digna de um exame sobre uma base mais séria e não somente, dizem, como a resume nosso ministro ao
responder sobre a etapa: ensino, chutando o termo de sociatria para pinçar a outra etapa.

Esse termo é, efetivamente, tão pertinente quanto o é a[9] coisa mesma que ele designa.

A fissura social é clara e irá sugar para sua hiância sempre mais funcionários, construções e dinheiro quanto necessários; cujo custo é
pequeno frente ao preço da competência que ela exigirá doravante para dela se encarregarem.

A dita competência é aquilo que as autoridades universitárias, agora alarmadas, não quiseram, propriamente falando, nada saber no
tempo preciso em que estavam incumbidas de cuidar.

A continuação requer que se saiba porque foi assim: o que esclarecerá um exemplo.

A disjunção do neurologista da psiquiatria.

O exemplo deve ser atravessado tão rápido quanto se pode, pois procede de um marasmo que nos angustia deixar, como eu mesmo
experimentei na repercussão de um sonho – formação rara em minha conjuntura presente –ao ponto de que, em uma redação
primeira deste escrito intempestivo, ter-me demorado no dito exemplo.

Trata-se da conjunção do neurologista e do psiquiatra no certificado de qualificação instituído pelas faculdades de medicina. Sabe-se
que essa questão agora pertence ao passado, mantenhamo-nos na reforma.

Ora, deve-se lembrar [todavia] que essa conjunção recebeu durante vinte anos o apoio ativo e doutrinado dos mesmos psiquiatras que
se aplaudem agora ao ver seu fim, advindo pela força das coisas, isto é, da verdade quando ela grita.

O que se tratava, a bem entender, na intenção mais devota, de estar ao lado daquilo que, para eles [psiquiatras] como para tantos
outros que detinham na Universidade, o que se chama,em uma alocução expressiva, o manche.

Manche este, que a juventude demonstra aos dirigentes de uma Universidade, que há um bom tempo falta ao universo, e que pode
reduzir-se a um disparate – quando pelo mundo inteiro, eis que seus dirigentes se mostram fracassados.

Resulta de nosso exemplo que a insistência sobre o perigo para a prática médica do desconhecimento pela psiquiatria de um fato
neurológico acaba por negligenciar o risco inverso; isto porque se tomava o fato psiquiátrico para mostrar o julgamento de todo
mundo: quem não admitiria que uma formação “humana” fosse suficiente para uma terapia de apoio?

Eles estavam quites mais facilmente então, por reverência à ciência, que hoje os acorda.

Colocar a farmacodinâmica ao alcance da incompetência (autorizada) lhes seria suficiente para se tomarem por cientistas, sob o nome
do fato certo de que as drogas que eles difundiriam eram produzidas cientificamente, bem como testadas.

Um ideal, no entanto, ao horizonte, promessa: que a segurança e a excelência científica do neurologista (de outra forma sábio, seja
dito en passant,em suas endo terapêuticas) viessem recobrir o campo que supostamente lhes devem ceder, porque a encruzilhada
cerebral é o desfiladeiro do fato psiquiátrico.

Deve-se dizer que ela [a encruzilhada] não pode ser compreendida em outro lugar, se é a partir de outro lugar que ela parte? Se é
sobretudo de outro lugar que ela nos requisita? Dá no mesmo – as taças que transbordam, cujas bordas se oferecem ao fluxo: elas
brotam em direção aos lugares “asilares”onde a comunidade segrega seus membros discordantes. Aqui a sociedade não deu as
costas à sociatria durante quase dois séculos, mas tampouco observou suficientemente de perto para destacar uma ordem científica
de segunda potência, que seria o efeito da ciência sobre o social, por exemplo.

O claro benefício do processo é a manutenção de uma posição de prestígio que sabemos não ser pequeno na eficiência médica.

Pouco importa se o ideal assim proposto é um impasse, desde então, manifesto que em nenhuma formação, pois é aí que está a
aresta, nenhuma formação é mais imprópria para preparar a apreensão do fato psiquiátrico que a do neurologista.

De um saber a preço baixo.

A preocupação da ciência é então relegada às mãos de psicólogos, experimentadores, assistentes sociólogos, se quiserem: do
imenso número de funcionários, que, por tê-los desvalorizados por essa mesma depreciação, suspeita-se,em contrapartida, que
devam permanecer subdesenvolvidos frente ao olhar científico.
Não se enganem: nenhuma contestação por parte da medicina está em questão aqui. Denúncia somente do pacote estar impregnado
como universitário.

No que tange à medicina assim como em outros cursos, preservar os benefícios do saber é a definição ínfima que se pode dar à
missão da Universidade. Ela implica a preempção da formação como efeito do saber segundo o valor de cota [do mercado].

Na medicina como em outros cursos, a Universidade provavelmente não se ausentava.

Mas ela foi ultrapassada pela subversão advinda daquilo que denominamos: mercado.

Fazemos isso a justo título, uma vez que o valor de que se trata caiu abaixo do que o em jogo no mercado capitalista: o qual o
estabelece na esteira da mercadoria e da radicalização da qual o mercado se alimenta, incluindo o trabalho.

É preciso enunciar as verdades primeiras e dizer aqui o que obscurecem aqueles que protegem o saber: seria o caso de entender que
o saber não se adquire pelo trabalho; e menos ainda, que a formação é efeito do saber?

O que não é absolutamente negar o saber do trabalhador, inclusive, se quiserem, do povo, mas afirmar que, assim como os
estudiosos, ele não se adquire pelo trabalho.

Nem Galileu, nem Newton, nem Mendel, nem Gallois[10], nem Bohr, nem o querido pequeno James D. Watson, devem nada a seu
trabalho, mas ao trabalho dos outros, e seus achados transmitem-se em um relâmpago àqueles que tiveram a formação produzida
pelos curtos-circuitos da mesma ordem, e numeráveis, mesmo se o aborrecimento escolar lhes apagou da memória.

Qualquer mãe de família sabe que a leitura é um obstáculo a seu trabalho; o primeiro operário produzido, somente uma escapatória
disso, o operário comunista, obtém aí seus títulos de nobreza.

Qual é portanto a cota de valor inerente ao saber?

De um buraco e do montinho[11] que o destampa da mesma forma que o tampona.

É aqui que intervém a função que não se articula senão na teoria psicanalítica, cujos efeitos do saber enlacei e da qual se inaugura o
sujeito, no tempo que é o efeito de perda, que vem significar um corte no corpo, sob a denominação algébrica de objeto (a). Ler:
pequeno a; os iletrados, que se confinam ao uso da fala, traduzem: montinho, simples borrão informático.

Essa determinação basta, mas é igualmente necessário situar corretamente o que escapou a toda filosofia: a causa, ou melhor, “a
causa” do desejo.

Nos últimos tempos de um discurso que se prolonga, correlacionei-o à função que se anuncia do mais-de-gozar (Mehrlust,
evidentemente homológico do Mehrwert de Marx, mas certamente não analógico, de ser mais causa do que efeito do mercado).

Existem leitores dessas linhas a quem a incidência de meus Escritos na prática psicanalítica chegou. Mas o fato de se endereçarem
aqui ao leitor do Le Monde, quo talis est, não impede de aconselhá-los a se referir àqueles, visto que contrariamente à prosa em que
querem me fazer adentrar, os chamados Escritos não se deixariam ler em diagonal[12]: digamos que o efeito de formação, que sabe
extrair de um tal enfoque a invenção matemática, é somente confuso àquele [leitor do Monde], por falta de uma formalização
suficiente.

Ver-se-ia, no entanto, ainda que com dificuldade, que o objeto (a) se arranja muito melhor ao fazer amor com a imagem especular que
ele perfura, do que animando o torvelinho que ele suscita como mais-de-gozar.

Basta um ideal, tomado em qualquer lugar, e até aqui, de um Outro suposto saber. É o que o psicanalista ousa oferecer-lhes como
transferência.

Frutífera insolência de produzir a verdade: esta aqui, por si só, requer um trabalho. É o trabalho necessário para fazer a identificação
do homem – em seguida, a propósito do gozo reencontrado da mulher da qual nasceu – desfazê-la: isto é, reencontrar o furo, mas
vívido enfim, da castração de onde a mulher surge verídica.

Tal é, ao menos, o caminho que a neurose abriu ao psicanalista para que ele a realize como verdade pela sua repetição.

Não saberia realizar senão ao se supor o desser de não ser nada do que desejo de saber.

É o mesmo que dizer que a formação do psicanalista, que sai das mãos de hilotas graduados, ademais por sua própria vontade, em
uma reserva internacional (mais isso é uma outra história de que não trataremos aqui...), deveria recebê-la, de direito como de
obrigação, qualquer um que desejasse doravante se encarregar do ensino [que forma] a ciência.

Este não ofereceria muita oportunidade ao uso de um certo patronato de acesso graduado, cerimonial ou do mesmo nível de seus
alunos “internos”, seja mundano ou de retiro, de preferência não familiar, ainda menos dissipado.

Seria melhor talvez (pois não é um tipo imaginável frente ao que aparece hoje em dia) que o psicanalista se libere também por si
mesmo e viva em uma corrente de ar, nem que seja para provar que ele não tem frio no pé, não mais do que nos olhos, tampouco na
garganta. Não há mais para Tirésias mamilos a serem cobertos.

Preço a pagar para que a cota do saber volte a subir no mercado, pois aí poderá impor-se a quem pretenda ver figurar suas ações na
seleção da bolsa.

A seleção será estruturalista ou não será. O sujeito da ciência não tem nada a ver com a intumescência que prima no mercado da
influência.

Não estou falando que sei quanto custa para arrumar a bagunça, mas para lembrar onde habita igualmente o objeto (a).
A agitação de maio e sua “maimória”[13] no sujeito capitalista

Ao se pensar nisso, vemos melhor a confluência das abordagens, o motivo do rebentar da agitação de maio (como se chegará a
dizer).

Não se trata de lhe diminuir o sentido. Pois a inquietude dos jovens burgueses, a ver a influência em mau momento, e que passa pelo
efeito que atribuímos à redução do mercado, não lhes tira o mérito de ter marcado algo que deverá ser levado em conta por qualquer
um que calcule uma reforma daqui para frente. Não que isso os manterá tranquilos, prometendo-lhes que da próxima vez serão
recebidos com paralelepípedos de ouro.

Visto que aquilo que eles vomitam sob o título da sociedade de consumo e dos automóveis que não servem senão para mobiliar as
ruas, eram os objetos com que a sociedade esperava lhes satisfazer à beça, pois não substituem o objeto (a) fatídico.

A submersão capitalista universal não deixou de oscilar do Oeste ao Leste. Ela tem seu papel a cumprir.

O “nunca mais como antes” bradado pela “maimorização” das boas almas deve ser tomado pelo seu lado cômico, isto é, entristecedor.
Visto que, está mais claro do que nunca, a coisa é como antes, e que a agitação de maio precipita aquilo que a causou.

“A unidade de valor”, promovida à escala das retribuições de diplomas, confessa à forma de um lapsus enorme, aquilo que
assinalamos sobre a redução do saber ao ofício do mercado.

Quanto ao “setor” psiquiátrico, o delineamento esboça-se, não menos do que nas novas creches ditas universitárias, do fim a que
tende o sistema, se a ciência, que toda via disso se serve como ajuda, sucumbir: a saber, o campo de concentração generalizado.

O torvelinho cresce ao redor do buraco sem ter como se segurar na borda, porque essa borda é o próprio buraco e o que se insurge e
acaba sendo arrastado, é o seu centro.

Não é a juventude que pode frear a roda em que está presa, quando é nela que o eixo de sua inexistência vem fazer visita a alguns.

Visto que o sujeito dos acontecimentos, por mais agitador que seja, não é consciência, e é por isso que sua réplica vem de uma só
cabeça apenas, e não de um grupo.

Para se reencontrar deve-se saber que o presente é contingente, assim como o passado, fútil. É sobre o futuro a que se deve atentar,
contra Aristóteles que cedeu nessa questão, que o presente mantém o que dele é necessário. O vencedor desconhecido de amanhã
comanda desde hoje.

Autor: Jacques Lacan Tradução: Alexei Conte Indursky

[1] Tradução de Alexei Conte Indursky, psicanalista, membro da APPOA, doutor em Psicanálise e Psicopatologia pela Universidade
Paris 7, Sorbonne, Denis-Diderot. Revisão de Paola Felts Amaro, formada em Letras com mestrado em Literaturas de Língua
Francesa pela UFRGS. Atua como professora de língua, literatura e cultura de línguas francesa desde 2001 na Aliança Francesa.

[2]Fato ao qual Lacan faz menção na lição do 10 de junho (p.178).

[3] Na época eram chamados de psiquiatras de “quadro”, de “hospitais”, ou ainda, de “setor”, afim de se diferenciarem dos psiquiatras
hospitalo-universitários. Entre as décadas de 1960 e 1980, é junto daqueles que os recém-formados em medicina vêm ter suas
formações, demarcando assim um campo teórico, técnico e, inclusive sindical de relevância nacional. Figuras como Lucien Bonnafé,
Georges Daumézon, Henri Ey, George Lantéri-Laura e Gérard Oury estão entre esses.

[4]Através da Lei 82-1098 França, relativa aos estudos médicos e farmacológicos.

[5]Linhart, Virginie. (2008).Le jour òu mon père s’est tu. Paris: Seuil. Inédito no Brasil.

[6]Este texto destinava-se a ser publicado na rubrica “Livres opiniões” do jornal Le Monde. Lacan faz alusão a isso no dia 10 de Junho
1970 [antepenúltima lição do Seminário 17]. A fotocópia do manuscrito datilografado da qual dispomos foi ligeiramente modificada;
algumas palavras tiveram que ser reconstituídas pelo contexto. Elas estão assinaladas entre parênteses.

Nota da edição do Journal Français de Psychiatrie, o qual publicou ineditamente o texto de Lacan em 2006/4 no volume n° 27 de sua
Revista.

[7]Este termo empregado por Lacan faz alusão à noção de “sociatrie”, trabalho por Michel Foucault (1963). N.T.

[8] São impostos.

[9] Na versão francesa lemos le chose. O artigo masculino antecedendo o substantivo feminino deixa margem a interpretações, dentre
elas um possível erro de grafia, devido ao fato dos editores franceses terem acesso somente a uma cópia do manuscrito de Lacan.

[10]Sic.

[11] Lacan joga aqui com a liaison fonética que a expressão francesa petit a produz, petittas. Tas podendo significar pilha, montinho,
conotando algo a tamponar a beância própria ao objeto a. Nota do tradutor.

[12]A expressão adverbial “lusen diagonal” exprime a ideia de “lidos rapidamente” ou “dar uma passada de olhos” ou ainda, “folhear”.
Lacan remete precisamente à ação de quem lê um jornal, onde o artigo de Lacan seria publicado.
[13]Nesse subtítulo, L’émoi de mai et samaimoiredanslesujetcapitaliste, Lacan faz um duplo jogo de palavras. Pode-se ler L’émoi de
mai tanto em sua acepção literal, A agitação do maio, quanto a partir de seu deslize significante, Le-moi-de-mai, isto é, O Eu de maio,
um eu emotivo, revolto. Quanto ao termo maimoire, o autor joga com a homofonia da palavra mai (maio) e o sintagma mé, o que faz
precipitar o sentido do primeiro jogo de palavras do subtítulo.

Você também pode gostar