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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE PATOS DE MINAS

CURSO DE DIREITO
DIREITO PENAL – PROFª. BRUNA AMARAL
5º PERÍODO NOTURNO

ANÁLISE DO TIPO PENAL DO ART 248 e ART 249,CP

Isabella Mayara
Alves Rocha
Maurício Cardoso
Junior

PATOS DE MINAS, MG
2021

Introdução
No decorrer do trabalho apresentado, estaremos abordando o tipo penal
do Art. 248 e Art. 249,CP. Com intuito de facilitar o entendimento teórico de
cada artigo, exemplificando e descrevendo as demais análises ,baseando-as,
em diversas doutrinas. O trabalho trata-se da tipificação penal; sujeitos do
crime;conduta; voluntariedade; consumação; tentativa ; privilegiadoras;
qualificadoras; majorantes; ação penal; princípio da especialidade dos artigos
citados.

ARTIGO 248 DO CÓDIGO PENAL


Tipificação:
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em
que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em
virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor
ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa
causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Sujeitos do crime:
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive os próprios pais e
responsáveis pelo incapaz.

-Sujeito passivo pode ser o pai, tutor, curador, os menores que estão sujeitos
ao poder familiar, e aquelas pessoas que estão sujeitas à curatela.

ARTIGO 249 DO CÓDIGO PENAL


TIPIFICAÇÃO:

Art. 249. Subtrair menor de 18 (dezoito) anos ou interdito ao poder de


quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:

Pena — detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois)anos, se o fato não


constitui elemento de outro crime.

§ 1º O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito


não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.

§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu


maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Trata-se de crime comum (pode ser cometido por qualquer pessoa,


independentemente de qualidade ou condição especial); doloso (não há
previsão legal para a figura culposa); de forma livre (pode ser praticado por
qualquer meio, forma ou modo); instantâneo (sua consumação não se alonga
no tempo); unissubjetivo (pode ser praticado, em regra, por um agente,
individualmente); plurissubsistente (pode ser desdobrado em vários atos, que,
no entanto, integram uma mesma conduta).

SUJEITOS DO CRIME

Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, inclusive o pai, a mãe, tutor ou
curador destituídos ou temporariamente privados do poder familiar, tutela,
curatela ou guarda (§ 1º).

Sujeitos passivos: são os pais, tutores ou curadores e, especialmente, o


incapaz que é subtraído.

CONDUTA:

Consubstancia-se no verbo subtrair, isto é, retirar o menor de 18 anos


ou interdito do poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial. Vários são os modos de execução do crime: emprego de fraude,
violência ou ameaça. Nessa hipótese o agente poderá também responder por
outro crime: lesões corporais, constrangimento ilegal etc. O consentimento do
incapaz na subtração é irrelevante. Se o indivíduo for maior de 18 anos ou se
for louco ou débil mental, sem estar interditado, não se configura esse delito.

ELEMENTO SUBJETIVO - (VOLUNTARIEDADE)

É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de subtrair o


incapaz, ciente de que este se encontra sob o poder de outrem em virtude de
lei ou decisão judicial.

CONSUMAÇÃO

Trata-se de crime material. Consuma-se com a efetiva retirada do menor


do poder de quem o tem sob guarda. Não é necessário que o agente tenha a
posse tranquila da vítima.

TENTATIVA

A tentativa é perfeitamente admissível.

PERDÃO JUDICIAL

Admite-se o perdão judicial havendo a restituição do menor, ou do interdito,


sem que este tenha sofrido maus-tratos ou quaisquer privações. Portanto,
nestes casos, o juiz poderá deixar de aplicar pena (art. 249, § 2º, do CP).

Ação Penal. Lei dos Juizados Especiais Criminais

a) Ação penal: é crime de ação penal pública incondicionada;independe,


portanto, de representação do ofendido ou de seu representante legal.

b) Lei dos Juizados Especiais Criminais: em virtude da pena máxima


prevista (detenção, de 2 meses a 2 anos), trata-se de infração de menor
potencial ofensivo, sujeita às disposições da Lei n.9.099/95, sendo, inclusive,
cabível o instituto da suspensão condicional do processo (art. 89 da lei), em
face da pena mínima prevista. (capez)

PENA E AÇÃO PENAL

A pena cominada, isoladamente, é a detenção, de dois meses a dois anos,


se o fato não constitui elemento de outro crime. A ação penal é pública
incondicionada.

ESPECIALIDADE

A subtração poderá dar-se por induzimento, porém seus elementos diferem


dos previstos no art. 248 do CP. Admite-se a suspensão condicional do
processo em razão da pena mínima abstratamente cominada — inferior a um
ano. Vide o art. 89 da Lei n. 9.099/95 (Juizados Especiais); art. 237 da Lei n.
8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

REFERÊNCIAS

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: dos crimes contra a dignidade


sexual a dos crimes contra a administração pública (art.213 a 359-H) 10. ed.
São Paulo : Saraiva 2012.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte


Especial .4.ed.v4. São Paulo: Saraiva, 2012

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