Artigo publicado

na edição 17

julho e agosto de 2010

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:: excelencia logistica

RFID
otimiza logística portuária
Tecnologias de autoidentificação como o RFID (Identificação por
Radiofrequência, em inglês) são ferramentas que têm conquistado o
mercado internacional e começam a ganhar espaço no Brasil, a fim de
melhorar a logística de contêineres, principal meio de movimentações
do comércio exterior. Além da rastreabilidade, que garante segurança
e acompanhamento das informações, as soluções de autoidentificação
agilizam o trabalho portuário e contribuem para a redução dos custos
do processo.

Expansão do comércio de setembro. Hong Kong estabele- O modelo brasileiro de

estimula tecnologias de
autoidentificação
Com o advento da globaliza-
ção, as movimentações comerciais
expandiram-se significativamente
em todo o planeta. Importações e
exportações têm gerado uma fan-
tástica troca de produtos e tecnolo-
gias até pouco tempo inimagináveis,
elevando o padrão de exigência de
todos os consumidores, seja em pa-
íses desenvolvidos ou emergentes.
Todo esse movimento impli-
ca em novas demandas. Os na-
vios de carga já se modernizaram
e são cada vez mais potentes. E
para acompanhar a contabilização
e controle das mercadorias, várias
tecnologias têm sido desenvolvidas.
Uma das mais eficientes sem dúvida
é o RFID (Identificação por Radio-
frequência, em inglês), que permite
gerenciar contêineres de forma di-
nâmica, segura e com informações
via web em tempo real.
A Ásia já saiu na frente. O con-
tinente, que detém oito dos 20
maiores terminais de conteiners
do mundo, tem no porto de Cin-
gapura um dos primeiros a adotar a
tecnologia RFID para se adequar às
exigências estabelecidas pelos Esta-
dos Unidos após o episódio de 11
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ceu o projeto RFID-Aided System
for Container Customs Clearence,
buscando otimizar a eficiência do
porto. A Europa, por sua vez, en-
frenta o problema da eficiência de
uma maneira sistêmica e com pro-
jetos coordenados. Quase todos os
portos europeus estão envolvidos
com tecnologias de Auto ID para
integração intermodal (portos, fer-
rovias, rodovias).
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Palhoça/SC Brasil +55 48 3344 3963
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RFID
O Brasil caminha firmemente
em direção à implementação des-
ta nova tecnologia, embora os pri-
meiros passos do Governo tenham
sido dados somente no final do ano
passado. O Projeto Brasil-ID, tam-
bém denominado de Sistema de
Identificação, Rastreamento e Au-
tenticação de Mercadorias, iniciado
com o aval dos Ministérios da Ci-
ência e Tecnologia e da Fazenda, foi
criado com o objetivo de oferecer
mais segurança no comércio e agili-
dade na fiscalização de mercadorias.
Tanto esforço se justifica. Nos
últimos 10 anos, o comércio inter-
nacional no Brasil cresceu em média
12% ao ano, como aponta o gráfico
do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio. Somente no
primeiro trimestre de 2010, o co-
mércio exterior registrou um volu-
me de US$ 77,6 bilhões, com am-
pliação de 30,7% sobre o mesmo
período de 2009, quando atingiu
US$ 59,4 bilhões. Para dar suporte
à competitividade do setor portuá-
rio, o Governo reservou verbas do
Programa de Aceleração do Cres-
cimento (PAC) no valor de R$ 5,1
bilhões.
Por intermédio do PAC, estão

(Fig. 1) Quando o caminhão passa na balança, o portal RFID registra o
peso do contêiner, identifica as informações pré-cadastradas na etiqueta
integrado com a tecnologia OCR (Optical Character Recognition), ainda lê
e registra o número do contêiner e as placas do caminhão.
alocadas também verbas para a cria-
ção do Porto Sem Papel, a estraté-
gia do Governo para informatizar as
operações portuárias. Essa iniciativa,
em fase de implementação, estimu-
lará as tecnologias de autoidentifi-
cação nas quais se incluem o RFID.
Essa tecnologia dará suporte a
grandes grupos empresariais nacio-
nais e internacionais, que anunciam
pesados investimentos nos termi-
nais de contêineres nos portos bra-
sileiros.
As soluções na Multilog
A Multilog, uma das mais impor-
tantes empresas aduaneiras opera-
doras de dry-port da Região Sul, já
utiliza soluções em RFID para ge-
renciamento de seu pátio, agilizan-
do a distribuição dos contêineres
e reduzindo custos nas atividades.
Sediada em Itajaí, onde funciona o
segundo maior porto em movimen-
tação de cargas do Brasil, a Multilog
tornou-se um dos principais elos da
cadeia logística de Santa Catarina.
Com a adoção do sistema de logís-
tica, o terminal aduaneiro pretende
operar com maior agilidade cerca
de 2.800 contêineres/mês.
Atualmente, soluções em RFID
desenvolvidas pela empresa Gtlog
do Grupo Gtt auxiliam o trabalho
de logística. Um portal/balança ins-
mazená-lo em um
dos pátios integra-
do aos 326.223 m²
alfandegados da
empresa.
Além da au-
tomatização de
operações para o
controle de con-
têineres, que era
feito manualmente
na Multilog, as so-
luções permitem
obter informações
de posicionamento georeferencia-
do (GNSS), rastreamento e posi-
cionamento preciso e ainda podem
impactar no aumento da receita.
E para que esse novo cenário
possa se concretizar de forma inte-
grada na cadeia logística com RFID,
já existe no Estado uma preocupa-
ção com qualificação da mão-de
-obra. O Senai de Itajaí investe em
um projeto para preparar profissio-
nais e implementar o uso do RFID 
(Fig. 2) Registro de passagem – em laboratórios de logística para
sistema Gtlog vários ramos industriais. Em parceria
com a Gtt, que fornece equipamen-
tos e treinamentos para professores
da instituição, o projeto deve entrar
talado na entrada do Porto Seco em funcionamento a partir do pró-
identifica as TAGs (etiquetas inteli- ximo ano. Os esforços da Gtt e de
gentes) aplicadas aos contêineres, inúmeras empresas que se lançam
registra sua entrada e armazena as anualmente neste mercado são a
informações pré-cadastradas (Fig. contrapartida da iniciativa privada
1). Outro sistema, instalado nas rumo ao objetivo de levar o Brasil
empilhadeiras reach-stacker com ao status de país desenvolvido nos
capacidade para erguer 45 tonela- próximos anos, confirmando a pre-
das, identifica por radiofrequência o visão de analistas econômicos inter-
contêiner e a posição ideal para ar- nacionais.
*
Guido Dellagnelo
Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade
Federal de Santa Catarina, com especialização pelo Instituto
Paul Scherrer (Suíça) e MBA em Administração e Marketing
(EUA). Guido foi sócio de empresa na área médica e atuou
como diretor-presidente de empresas multinacionais, no
Brasil e Itália. Atualmente, é diretor executivo da Gtt.
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