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• Conferê • ·
osmrollJa·ji
· ncia pron unc1a
· da nas jornadas da Association lacanienne mternatwna
· · 1e mtltu
· · la d as
' N..
E - I:ho
. armas estrutu ra das, 1ormas
,, não estruturadas?. - r-
de Freud R. mme sans gravité - jouir à tout prix (Éditions Denoel, Paris, 2002; no Brasil: Cia.
' Iode Janeiro, 2003) . .
151
152 CHARLES MELMAN
1
to-me lembrar-lhes que é a da linguagem e is
. d b. 1 . ' so apesar dos p
sos atuais a 10 ogia, que tende, como ciência do . rogres.
. 1· .. , . minante as b
tmr a mgmstlca, e que gostaria de fazer preval ecer o que se ' .u Sti-
relação direta do organismo com seu meio ambie nte. Apesar ria urna
I bém dos progressos na qualidade, na beleza das imagens que nostarn.-
1f propostas, tudo isso só adquire seu valor, só toma s . sao
I . . eu 1ugar, JUsta-
1 mente como tentativa de resolver os impasses , as dific uld ades rrn- .
1 postas por essa estrutura, a da linguagem. Então podemos d.
1 '
1 o fato de assistir, de maneira que pode surpreender, a uma mutação
\· cultural não quer dizer que ao mesmo tempo estejamos soltos assim
\ no espaço e que venha a nos faltar aquilo que continuam sendo os
constrangimentos, certamente os da linguagem; desde que aprecie-
1
\ mos esses modos de defesa coletivos, como eu dizia ainda agora, que
as promoções da biologia e da imaginária podem constituir.
Eu lhes farei observar que a estrutura com a qual pareceria que
i estamos lidando hoje em dia é justamente aquela do Outro em seu
1
' estado, por assim dizer, virgem, ingênuo, inocente, a estrutura da
linguagem antes que a castração venha introduzir aí esse estranho
mecanismo que faz, como vocês sabem, da perda, da amputação do
que haveria de mais caro, a condição do desejo. Mas isso nem sern-
. . d. .. de um produto, urn
pre fu nc1onou assim, esse 1sposmvo; trata-se
ean-Jacques
momento, justamente, da nossa evolução cultural e, como J !
/ , , l dessa re1e·
\ salientou há pouco, a instalação do falo não e separave . da-
fim soc1e
rência que veio do Nome-do-Pai, por exemplo. Mas, en '
i . . ., .
des funcionaram perfeitamente e, alias, contmuam ce
rtamente a
fun·
,., que
. . . . - de frustraça 0
c10nar, orgamzadas sobre os efeitos de pnvaçao ou tração
1·sso a cas
a linguagem é capaz de nos propiciar, sem que por ,., 0 da vida-
seJa. uma cond'1çao
- d etermmante,
· · da manutença doZ hOJ·e
eu d.ma,
. e se pro
Quanto a mim, eu tenderia, portanto, a ver isso qu ,., 0 seL estou
em dia mais como o que seria um retorno a fontes, eu na diria - p~r
. s que eu si·
certamente indo um pouco rápido demais, ma rnos co11 _
. devesse d·ria
1
que não? - pagãs, por exemplo, sem que por isso . Bll
dos hvres- e se
derar que funcionaríamos como elétrons torna terne!lt
Paren
até que, muito pelo contrário, nessa liberdade queª
A PRÁTICA PSICANALÍTI CA HOJE 15 3
Charles Melman: Não foi o tempo todo assim, então peço perdão
por não ter estado aqui nos momentos em que foi alegre. Eu lamen-
to não ter podido compartilhá-los, mas não é porque a posição do
psicanalista talvez esteja mudando que, por isso, ela esteja em vias
de desaparecer. E tudo o que vocês justamente vêem ao redor e o
que funciona também nos ambulatórios, mas igualmente nos con-
sultórios, testemunha exatamente o contrário. E é isso que eu pude
dizer aos nossos amigos belgas, por exemplo, já faz alguns anos -
que o futuro estava diante deles. Por futuro, entendo sua honorável
atividade social.
Então, nada de nostalgia, nada de saudade, 2 não vamos começar
a cantá-la em relação a essas grandes neuroses que foram aquelas \
que permitiram o nascimento da psicanálise, mas das quais estaría-
mos em vias de sair para formas clínicas que, é claro, ainda situamos
muito mal. Por quê? Eu gostaria muito rapidamente, muito sucinta-
mente, de chamar sua atenção para o fato de que aquilo que chamá-
vamos, que continuamos a chamar de nossa normalidade, a norma-
lidade, como dizia corajosamente Lacan por ocasião das suas apre-
sentações de paciente, quando havia um paciente que ele podia cons-
tata • ,·
r que era normal, lhe acontecia de acrescentar: evidentemente e
0
que há de pior. Trata-se de um gracejo aparente, pois enfim, seja-
mos sé · l ·
nos por um instante, isso que chamamos de norma , isso em
que esperamos poder reintroduzir o paciente em sofrimento, que