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Alfabetização

Publicado em 18 de maio de 2013 por PET Pedagogia UFBA


PARLENDAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

As parlendas são constituídas por pequeninos versos que rimam. E para


formação de tal harmonia não há grande rigor na conexão entre as
circunstâncias, ou seja, nem sempre há nexo entre os versos. Geralmente são
recitadas em brincadeiras infantis, trazendo divertimento aos pequenos devido
a sonoridade agradável que algumas consonâncias silábicas causam aos ouvidos,
se tornando assim até fáceis de memorizá-las.

Para além da diversão que as harmonias trazidas nos versos das parlendas
ocasionam, é importante frisar que estas se instituem em um gênero oral. Este
gênero se encontra atuando no cotidiano, em meio à interação sociocultural e
talvez por isso as crianças acabem por manter um maior contato com ele.
Portanto, pode ser uma excelente ferramenta utilizada pelo professor que, se
bem empregada, o auxiliará no processo de aprendizagem da escrita das
crianças. Neste sentido,

A parlenda é um rico enunciado lúdico pedagógico que diverte, ensina, pela sua
forma rítmica, sonora e motora, uma vez que desenvolve as condições
linguísticas e sócio-culturais do homem. Este texto da tradição oral é utilizado,
especialmente na fase infantil, como ferramenta de interação e divertimento.
(BESERRA; RODRIGUES, 2010, p.67).

Deste modo, acredita-se que tanto as parlendas, bem como outros gêneros orais
tenham seu papel significativo no exercício de aprendizagem da leitura e escrita.
Mais precisamente, eles são ricos materiais para o trabalho pedagógico de
alfabetizar: primeiro, por se tratar de um gênero bem conhecido das crianças e
segundo, pela possibilidade do educando fazer uma associação da linguagem
oral ao código escrito.

Dessa forma, é imprescindível a utilização dos gêneros orais na sala de


alfabetização, pois esses gêneros, posteriormente, facilitarão à criança trabalhar
de maneira articulada a comunicação em seminários, apresentações e saber
expor seus pontos de vista em relação a determinado conteúdo. Além disso, os
gêneros orais estão sempre interligados aos gêneros escritos, por isso, no
momento de aprendizagem, não existe o trabalho de um único gênero, mas dos
dois, partindo-se do gênero oral para as práticas escritas (gênero escrito).
(FERREIRA; RAMOS, 2010, p.58).

Paralelo a isto, também se faz necessário salientar que ao docente cabe o papel
de apresentar os mais variados gêneros textuais, pois é sabido que o somente
alfabetizar não garante que um indivíduo esteja munido da capacidade de
compreensão significativa do que está sendo lido.

Portanto, além do conhecimento sobre as letras, o professor precisa ensinar a


seus alunos, ao mesmo tempo, a linguagem que se usa para escrever os
diferentes gêneros. E a forma de ensinar isso é trazendo para dentro da sala de
aula a diversidade textual que existe fora. É lendo para eles – em situações onde
essa leitura faça sentido – os mais variados textos. Principalmente para os
alunos de escolas rurais que, com freqüência, não têm quase nenhum contato
com textos e leitores. São exatamente essas crianças que mais dependem da
escola para ter acesso ao conhecimento letrado e é com relação a elas que é
maior a responsabilidade do professor. (BRASIL, 2000, p.9).

Então, diante dessa enorme responsabilidade de alfabetizar que tem o docente,


este deve ter incutido na mente dois princípios básicos: o texto deve ser unidade
de ensino, como defende os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN e
alfabetização deve ser na perspectiva do letramento.

REFERÊNCIAS:
BESERRA, Carla Rhaissa G.; RODRIGUES, Josiane P. Gêneros orais na sala
de alfabetização: Parlendas.Educação e Docência, São José do rio Preto,
V.1, n. 1, p. 63 – 73, jan/jun de 2010.
BRASIL, Ministério da Educação. Alfabetização: Livro do
professor. Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000. 176 p.
FERREIRA Betânia A.. ; RAMOS Fernanda M.. O papel do trava-língua,
enquanto gênero oral, na sala de alfabetização. Educação e Docência,
São José do rio Preto, V.1, n. 1, p. 53 – 61, jan/jun de 2010.

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