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Cartilha Educativa para iniciantes

Cultivo da
Alface VOLUME I

Josielta Alves dos Santos


Jose Weliton Aguiar Dutra
Adriana da Conceição Pinheiro Vieira
Luis Fernandes de Sousa Filho
Antônio Jose Veloso Júnior
Antônio Marcos Dias Moreira
Francisco Adelton Alves Ribeiro
Álvaro Itauna Schalcher Pereira Grupo de Pesquisa cadastrado no Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em
Alimentos, Química, Agronomia e Recursos Hídricos
(AQARH).
Cartilha Educativa para iniciantes

Cultivo da
Alface
VOLUME I C327
Cartilha educativa para iniciantes: cultivo da alface, volume I/
Josielta Alves dos Santos, Jose Weliton Aguiar Dutra, Adriana da
Conceição Pinheiro Vieira, Luis Fernandes de Sousa Filho,
Antônio Jose Veloso Júnior, Antônio Marcos Dias Moreira,
Francisco Adelton Alves Ribeiro, Álvaro Itauna Schalcher Pereira
– Codó: [s.n.], 2021.
31 p.: il.

v. 1
ISBN: 978-65-00-37422-3
•Hortaliça 2. Solos argilosos 3. Cultivares 4. Agricultura familiar I.
Santos, Josielta Alves dos II. Dutra, Jose Weliton Aguiar III.
Vieira, Adriana da Conceição Pinheiro IV. Sousa Filho, Luis
Fernandes de V. Veloso Júnior, Antônio Jose VI. Moreira, Antônio
Marcos Dias VII. Ribeiro, Francisco Adelton Alves VIII. Pereira,
Álvaro Itauna Schalcher IX. Título

CDU: 635.3:631.1
Bibliotecário: Lucas Cronemberg Diolindo CRB – 13/847
Apresentação

Caro(a) leitor(a),

A presente Cartilha Educativa trata do cultivo da Alface (Lactuca sativa L.), apresentando um
panorama do cultivo e consumo da alface e sua importância alimentar, assim como as suas origens. Em
seguida, abordam-se os cultivares da alface, isto é, os tipos de alface comumente cultivados,
conhecimentos estes necessários ao iniciante no cultivo dessa cultura. Ao final, apresentamos o passo a
passo e informações importantes para iniciar o seu cultivo de alface. Em especialmente, a produção de
Alface Americano. Ressaltamos que este Produto Educacional está fundamentado em pesquisa realizada
por Santos (2016), que estudou a produção da alface americana (Lactuca sativa L.) em função do uso de
diferentes substratos, buscando alternativas que proporcionem produtividade e baixo custo de produção.

Os Autores
O cultivo e
consumo A alface (Lactuca sativa L.) é uma das
hortaliças folhosas mais plantadas e
consumidas no país e no mundo, sendo uma

da alface das mais cultivadas em hortas domésticas


(HENZ; SUINAGA, 2009) e, grande parte da
sua produção é proveniente de pequenos
produtores fundamentados no sistema de
agricultura familiar (BONELA et al.. 2015) o
que lhe confere grande importância
econômica e social (COSTA et al., 2012). Os
vários cultivares dessa hortaliça adapta-se
bem à nossa diversidade de clima.
Caracteriza-se como planta de dia longo.
O cultivo e
Esta cultura tem grande importância
na alimentação humana ao se destacar
como fonte de vitaminas e sais minerais e,
consumo
também por ser uma hortaliça de fácil
aquisição e de baixo custo ao consumidor
(ZIECH et al., 2014). Apresenta
da alface
características de cultivo importantes
como larga adaptação às condições
climáticas, ciclo curto, possibilidade de
cultivos sucessivos no mesmo ano,
comercialização segura, exploração em
diversas formas de cultivo e outras
(COSTA et al., 2012).
Origens da
Cultura da
alface
Essa cultura tem como provável centro
de origem o sul da Europa e o oeste da
Ásia. Posteriormente difundiu-se pela
Europa, sendo introduzida nas Américas,
e então trazida ao Brasil, no ano de 1647,
com a chegada dos portugueses
(SANCHEZ, 2007).
Origens da
Cultura da
alface Segundo Suinaga et al. (2013),
atualmente existe uma grande variedade de
cultivares de alface no mercado, que
exploram diferenças nos formatos, tamanhos
e cores das plantas. Os autores ainda relatam
evidências do cultivo desta folhosa desde
4500 a.C., evoluindo da espécie silvestre
Lactuca serriola L. por meios de seleção e
mutações gênicas até o fenótipo atual.
Origens da
Cultura da
Segundo Sala e Costa (2012), até a década de
80 do século passado o Brasil tinha o hábito de
alface
consumir a alface “manteiga”, também
conhecida como alface lisa. Atualmente a alface
predominante no Brasil é do tipo crespa,
liderando com 70% do mercado. O tipo
americana detém 15%, a lisa 10%, enquanto
outras (vermelha, mimosa, etc.) correspondem a
5% do mercado (SALA; COSTA, 2005).
A cultura da
Alfaces A cultura da alface prefere clima
temperado, terrenos francos, com alto
teor de matéria orgânica que não
tenha excessivamente umidade.
Apresenta tolerância à acidez do
solo, crescendo melhor em solo com
pH pouco ácido, especificamente entre
6,5 a 7.
Apresenta também bons
rendimentos em solos argilosos.
Cultivares de
Para Henz e Suinaga (2009), a
Alfaces
definição dos tipos de alface é de
grande importância porque a
diversidade nas características
morfológicas e fisiológicas entre
os grupos determina grandes
diferenças na conservação pós-
colheita e, consequentemente,
nos aspectos de manuseio.
Cultivares de
Alfaces
Atualmente existe uma grande variedade de
cultivares de alface no mercado, que exploram
diferenças nos formatos, tamanhos e cores das
plantas. Com base nas características das folhas
e formação ou não de cabeça. Filgueira (2000)
agrupou as cultivares comercialmente utilizadas
em seis grupos, descritos nos itens a seguir.
Alface Repolhuda-
manteiga

.
FONTE: google.com
O tipo de alface chamado repolhuda-manteiga
apresenta-se com folhas bem lisas e delicadas,
de coloração verde-amarelada e aspecto
amanteigado, formando uma típica cabeça
compacta. A cultivar típica é a tradicional
White Boston, que já foi considerada padrão
de excelência em alface, porém ocorreu
diversificação nos hábitos de consumo dos
brasileiros. Atualmente esta cultivar vem
sendo substituída por outras cultivares, como
por exemplo, Brasil 303, Carolina AG-576 e
Elisa (FILGUEIRA 2000).
Alface Repolhuda-
crespa (americana)
De folhas caracteristicamente crespas, bem
consistentes, com nervuras destacadas, formando
uma cabeça compacta, com tamanho variando de
média a grande, o tipo repolhuda-crespa é uma
alface altamente resistente ao transporte e
adequada para integrar sanduíches, resistindo
melhor ao contato com ovos estrelados ou bife
FONTE: EMBRAPA. quente.
Alface Repolhuda-
crespa (americana)
A cultivar típica é a tradicional Great

FONTE: EMBRAPA.
Lakes, da qual há várias seleções. Outras
cultivares têm sido desenvolvidas, ou
introduzidas: Tainá, Iara, Madona AG-605, Lucy
Brown, Lorca, Legacy e Raider. Sendo que esta
última cultivar foi selecionada pela Asgrow e
apresenta um ciclo de 75 dias a partir da
sementeira e 48 a 58 dias a partir do
transplantio.
Alface solta-lisa
A chamada alface solta-lisa
apresenta folhas são macias, lisas e
.
FONTE: google.com

soltas, não havendo formação de


cabeça. A cultivar típica é a
tradicional Babá de verão.
Atualmente, há novas cultivares,
como Monalisa AG-819, e algumas
seleções diferenciadas da cultivar
Regina.
Alface Solta-crespa
De folhas bem consistentes,
crespas e soltas, textura macia, não
formando cabeça, podendo ter

FONTE: Campo & Negócios.


coloração verde ou roxa, a cultivar
típica é a tradicional Grand Rapids. Há
cultivares modernas, como: Verônica,
Vera, Vanessa, Elba e Marisa AG-216.
Alface Romana
Este grupo é de reduzida
importância econômica, por ser de
pouca aceitação pelos
FONTE: EMBRAPA.

consumidores brasileiros. As folhas


são alongadas e consistentes, com
nervuras protuberantes, formando
cabeças fofas. Bons exemplos são
a tradicionais cultivares Romana
Branca de Paris, Romana Balão e
Gallega de Inverno.
Alface Mimosa
Este é um tipo que recentemente
vem adquirindo certa relevância. As
folhas são delicadas e com aspecto

FONTE: Campo & Negócios.


“arrepiado”. Bons exemplos são as
tradicionais cultivares Salad Bowl e
Greenbowl.
Revisando o que aprendemos
até agora!
Referências Bibliográficas
BONELA et al. Resposta de cultivares de alface a diferentes fontes de matéria orgânica. Revista Brasileira de Agropecuária
Sustentável (RBAS), v.5, n.2., p.89-95, Dezembro, 2015.

COSTA, C. P; SALA, F. C. A evolução da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira,Brasília, DF, v. 23, n.1, 2005. Disponível em: <
http://www.abhortcultura.com.br/revista/Default.asp?página=2>. Acesso em: 09 dez. 2014. CRUZ, T. P; JUNGER, L. A.; RABELLO, L. K.
C; SILVA, L.G; PASSOS, R. R.
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www.nucleus.feituverava.com.br/index.php/nucleus/article/.../694/988 >. Acesso em: 06 nov. 2015.


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http://www.scientia.ufam.edu.br>. Acesso em: 21 jun. 2016.

HENZ, G. P; SUINAGA, F. Tipos de Alface cultivada no Brasil. Comunicado Técnico 75. Brasília, DF. 2009. Disponível em: <
http://www.cnph.embrapa.br >. Acesso em: 24 nov.
2014.

MALAVOLTA, E; GOMES, F. P; ALCARDE, J. C. Adubos e adubações. São Paulo: Nobel, 2002, p 29.

MIGUEL, F. B; GRIZOTTO, R. K; FURLANETO, F. P. B. Custo de produção de alface em sistema de cultivo orgânico. Pesquisa &
Tecnologia, vol. 7, n. 2, Jul-Dez 2010. Disponível em: < http://www.aptaregional.sp.gov.br/>. Acesso 28 out. 2015.
NAANDANJAIN IRRIGATION. Alface. S/L, s/d. Disponível em: < http://www.naandanjain.com.br/ downloads/cultura-do-alface.pdf >.
Acesso em: 04 nov. 2014.
Referências Bibliográficas
SALA, F. C; COSTA, C. P. Retrospectiva e tendência da alfacicultura brasileira.Horticultura Brasileira, Brasília, DF. v.30, n 2, 2012. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/hb/v30n2/v30n2a02.pdf >. Acesso em: 01 dez. 2014.

SANCHEZ, S. V. Avaliação de cultivares de alface crespa produzidas em hidroponia tipo nft em dois ambientes protegidos em Ribeirão
Preto (SP). 2007. Dissertação (Mestrado emAgronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista,
Jaboticabal, 2007. Disponível em: < http://www.fcav.unesp.br/download/pgtrabs/pv/m/2802.pdf >. Acesso em: 10 dez. 2014.

SANTOS, A. O. Produção de olerícolas (alface, beterraba e cenoura) sob manejo orgânico nos sistemas Mandalla e
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Agronomia, Vitória da Conquista, 2010. Disponível em: < http://www.uesb.br/mestradoagronomia/banco-de-dissertacoes/2010/alan-santos.pdf>.
Acesso em: 30 dez. 2015.

SOUSA, J. A. Produção da alface americana (lactuca sativa l.) em função do uso de diferentes substratos. Monografia (Bacharelado em
Agronomia) – Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão. IFMA Campus Codó, Codó, MA, 2016.

SUINAGA et al. Desempenho produtivo de cultivares de alface crespa. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 89, Brasília, DF. 2013.
Disponível em:
<http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/publicacoes2013/bpd_89.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2014.
ZIECH et al. Cultivo de alface em diferentes manejos de cobertura do solo e fontes de adubação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e
Ambiental. v.18, n.9, p.948–954,2014.Disponívewl em:< http://dx.doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi.v18n09p948–954>. Acesso em: 19 set.
2016.
Sobre os Autores

Josielta Alves dos Santos, Pesquisadora e


Graduada em Bacharelado em Agronomia e
Graduanda no curso de Licenciatura em Química
pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão. Pós-graduação em
Especialização em Produção Agropecuária
Sustentável.

Jose Weliton Aguiar Dutra, Pesquisador e


Graduado no curso de Licenciatura em Química
pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão. Técnico em Segurança
do Trabalho pela Universidade Estadual do
Maranhão, registrado no Ministério do Trabalho e
Previdência Social (nº 0022060/MA). Pos-
Graduação em Especialização em Química.
Sobre os Autores

Adriana da Conceição Pinheiro Vieira,


Pesquisadora e Graduada em Biblioteconomia
pela Universidade Federal do Maranhão
(UFMA). Especialização em andamento em Pós
Graduação Lato Sensu em Biblioteconomia e
Gestão de bibliotecas escolar e
Técnico/profissionalizante em Técnico em
Enfermagem, Ambientalista.

Luis Fernandes de Sousa Filho, Pesquisador e


Graduado no curso de Licenciatura em Química
pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão .Pós Graduando em
Ensino de Ciências e Matemática.
Sobre os Autores

Antônio Marcos Dias Moreira, Pesquisador e


Graduado no curso de Licenciatura em Química
pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão. Técnico em Segurança
do Trabalho pela Universidade Estadual do
Maranhão, registrado no Ministério do Trabalho e
Previdência Social (nº 0022039/MA).

Antonio Jose Veloso Júnior, Pesquisador e


Especialista em Direito Administrativo, Graduado
em Administração. Atualmente é TAE- Assistente
em Administração do Instituto Federal do
Maranhão, com lotação no Campus Codó. Tem
experiência na área de Administração, com
ênfase em Administração Pública.
Sobre os Autores
Francisco Adelton Alves Ribeiro, Bolsista de Estímulo da
Produtividade em Pesquisa na Modalidade Jovem Doutor (FAPEMA).
Doutor em Biotecnologia, mestre em Engenharia da Computação e
Sistemas, especialista em Redes de Computadores e Docência do
Ensino Superior e graduado em Bacharelado em Sistemas de
Informação. Faz parte do Corpo de Docentes Permanentes do
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT).

Álvaro Itaúna Schalcher Pereira, Bolsista de Estímulo da


Produtividade em Pesquisa na Modalidade Jovem Doutor
(FAPEMA). Doutor em Engenharia e Ciência de Alimentos.
Mestre em Química com área de Concentração em Química
Analítica. Faz parte do Corpo de Docentes Permanentes do
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT).
RESPOSTA

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