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Experimento 7 – GIROSCÓPIO

Introdução
Um giroscópio simples consiste de um disco livre para girar em tomo do eixo de uma haste. Se o disco
estiver parado e a haste não paralela ao suporte, como no diagrama abaixo,

Haste

Suporte

quando o disco for solto, ele cairá, rodando para baixo em tomo do ponto O do suporte. Nessa queda, há uma
dL
rotação governada pela 2a lei de Newton na forma angular   , ou seja, o momento angular inicial é zero e
dt
como ocorreu uma rotação nos instantes seguintes, há uma variação de L , causada pelo torque  . Esse torque é
causado pelo peso M g do giroscópio, atuando no seu centro de massa ── no diagrama, considerado no centro
do disco ── e pelo braço de alavanca r , relativamente ao suporte situado em O (   r  M g ).
Por outro lado, com o disco girando velozmente, o comportamento é muito diferente. O disco começa a
girar em tomo de um eixo vertical que passa pelo suporte, executando um movimento de precessão. Esse
movimento ocorre porque o momento angular inicial não é mais zero. Como esse momento angular tem a direção
da haste e o torque é perpendicular tanto a r , quanto a M g , d L também é perpendicular ao plano formado por
r e M g e,assim, o torque apenas muda a direção de L como nos diagramas:

Figura 1 - Giroscópio girando em torno do eixo de uma baste.

À medida que o tempo passa, devido a atritos, o momento angular vai diminuindo de magnitude e o giros-
cópio cai.
Abaixo, vemos um diagrama do arranjo experimental, consistindo de disco, carretel acoplado de diâmetro
2r, massa, m, pendente de um fio a altura h, haste e suporte.

1
Figura 2 - Arranjo experimental para estudo do giroscópio.

Inicialmente a haste está presa, e a tração no fio, T , faz com que o disco gire sem realizar a precessão.
O torque aplicado ao disco resulta em:

T
  r  T  I
rT  I
rm( g  a)  Ia / r
r 2 m( g  a)  Ia

A aceleração da massa é igual a 2h/t2, então:


2h 2h
r 2 [m( g  2
)]  I 2
t t
onde t é o tempo de queda.
Rearranjando os termos, resulta em:
I  mr 2
t2  2 h (1)
mgr 2
Por outro lado, suponha o giroscópio solto, equilibrado por um contra-peso, girando velozmente, a uma
velocidade angular  G ; como está equilibrado, nenhum torque age sobre ele.
Pendurando uma massa m’ na extremidade do eixo, provê-se um torque provocando a precessão. Essa
precessão, de velocidade angular  P , faz com que o giroscópio descreva um ângulo  à medida que gira; ou
seja, a um intervalo de tempo dt o giroscópio gira de um ângulo d  , tal que dL = Ld  . Segue-se então que
d 1 dL 1 dL 1 m' g r '
P     
dt L dt IG dt IG IG

onde r' é a distância da massa m' ao eixo; é, portanto, o braço da força m’g.
Substituindo as velocidades angulares pelos períodos (   2 / T ), obtemos:

2
1 m' g r '
 TP (2)
TG 4 2 I
Objetivos
Determinar o momento de inércia (I) do disco do giroscópio. Investigar a relação entre período de
precessão (TP) e o período de rotação (T) do disco do giroscópio.

Procedimento experimental
Determinação do momento de inércia do disco:

1. Fixar a haste do giroscópio na direção horizontal, conforme mostrado no diagrama acima.


2. Enrolar o fio no carretel e prender o porta-peso, com uma massa adicional de 50g, na extremidade do fio.
3. Deixar cair o porta-peso, cronometrando o tempo de queda, t.
4. Medir a altura de queda e a massa do porta-peso.
5. Fazer a medida para 5 alturas diferentes, regularmente espaçadas.
6. Anotar as medidas do raio e da massa do disco, R e M, respectivamente, e o diâmetro, 2r, do carretel, de um
disco idêntico, colocado sobre a mesa. Não esquecer de considerar os erros.

Relação entre TG e TP:

Atenção: este procedimento deve ser treinado algumas vezes, antes de começar a medição, pois esta deve ser
rápida. Não permitir que o disco caia, pois pode ser danificado.

1. Liberar o eixo do giroscópio e equilibrá-lo, cuidadosamente, com o contra-peso.


2. Segurar o eixo, enrolar o fio e puxar com certa força, de modo que o disco gire velozmente.
3. Fazer com que uma pequena fita presa ao disco passe através do foto-sensor, para que seja medido o período
T.
4. Terminada a contagem, afastar o sensor e colocar o porta-peso com 20g adicionais, na ranhura do eixo.
5. Cronometrar o tempo que o giroscópio leva para rodar 1/4 de volta ou 1/2 volta, o que permite que TP seja
calculado.
6. Retirar o porta-peso, recolocar o eixo na horizontal e medir novamente o período (T)
7. Realizar 5 medidas, cada uma com uma velocidade diferente de rotação do disco.

Análises
Fazer o gráfico de t2 × h, (não esquecer da incerteza em t) ajustar uma reta passando pela origem e anotar
 Bmáx   Bmín
o valor do coeficiente angular da reta, B, e seu erro, B, ou seja,  B  . Então a partir da Eq. 1
2
determinar I e I.
Compare este resultado do momento de inércia do disco I com o obtido teoricamente através de
M R2
I
2
Construir um gráfico de l/TG × TP. Verificar se os pontos estão alinhados.
Passar uma reta de ajuste e anotar o valor do coeficiente angular, B', e seu erro B’.
Determinar os valores de I e I, considerando a Eq. 2.

Relatório
Apresentar:
A) o gráfico obtido a partir da Eq. 1, o momento de inércia do disco com o eixo imobilizado e os valores de M, R,
m e r;
B) o gráfico obtido a partir da Eq. 2, o valor do momento de inércia calculado a partir desta e, os valores de m' e
r';
C) o valor teórico do momento de inércia do disco;
D) as diferenças percentuais.

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