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Curso: ABI-Engenharia

Disciplina: Laboratório de Física A


Professora: Karen Luz Burgoa Rosso

Carlos Eduardo Santos


Júlia Arielle de Oliveira Soares
Maria Luiza Carvalho Monteiro
Turma: 30F
Data do Experimento: 03/05/2018

Relatório do Experimento 2
Canhão e o atirador de objetos verticais
Resumo
O experimento aqui relatado trata-se do lançamento oblíquo de um projétil a partir de
um canhão. O canhão é posicionado com a boca nivelada ao plano horizontal(mesa), e
escolhe-se diferentes ângulos θ, em relação ao plano, para atirar o projétil. Para cada
ângulo lança-se quinze vezes uma esfera que marca em uma folha sulfite, com papel
carbono sobre ela, o alcance. Então, anota-se os valores máximo e mínimo. Com as
medidas dos alcances de cada ângulo calcula-se a velocidade vertical da esfera, tendo
como base as fórmulas do movimento uniformemente variado (MUV). A partir da
análise desses dados podemos verificar que a velocidade foi constante para todas as
distâncias.
Introdução teórica
O lançamento oblíquo é um movimento em duas dimensões. Esse tipo de movimento realiza
uma trajetória parabólica, unindo movimentos na vertical (sobe e desce) e na horizontal.
Assim, o objeto arremessado forma um ângulo θ em relação a horizontal.

Na direção horizontal o
projétil realiza um
Movimento Retilíneo
Uniforme (MRU) e,
desprezando a resistência
do ar, a resultante das
forças nessa direção é
Figura 1:Lançamento Oblíquo
igual à força peso. Com
isso, o projétil tem aceleração a=g (aceleração da gravidade).

Já na direção vertical ele realiza um Movimento Uniformemente Variado (MUV), considerando


que o lançamento é efetuado em um plano horizontal, a altura inicial h0 é igual à altura final
hf, com isso temos duas fórmulas

D=V h ∙ t gt2
Equação 1 0=V v t − Equação 2
2
Isolando t na equação 2, substituindo na equação 1, Substituindo V v e Vh por seus valores
relacionados ao módulo da Velocidade inicial V0 Temos:

2 ∙V 0 ∙ sin θ
D=V 0 ∙ cos θ ∙ Equação 3
g
Isolando V0 temos:

V 0=
√ g∙D
sin(2 θ)
Equação 4

Como nessa experiência foram utilizados 15 lançamentos para cada ângulo, foi necessário
calcular o alcance(D) médio, e a variação do alcance.
Dmáx + Dmín D máx−Dmín
D= Equação 5 ∆ D= Equação 6
2 2
A equação da propagação do erro utilizada foi:

∆ v 0=
√ (
gD ∆ D ∆ θ
+
sin 2θ 2 D tan θ ) Equação 7
Materiais utilizados e procedimento experimental

 Esfera
 Canhã
o
 Trena
 Folha
A4 sulfite
 Papel
carbono
 Mesa(
p lano)

Figura 2:Canhão e ângulo Figura 3: Alcance D

Montagem do experimento:
1. Inicia-se a montagem dos suportes. O suporte é colocado inicialmente a uma altura H do
solo.

2. Utiliza-se uma esfera de massa α que é colocada na boca do canhão, o qual inicia-se o
lançamento a partir de ângulo inicial Θ, variando os demais ângulos.

3. Em seguida, uma folha de carbono é colocada sobre uma folha de papel branca, sulfite A4,
para obter a medida do alcance quando a bolinha é lançada de um determinado ângulo e, com
o auxílio de pesos fixados em cada extremidade do papel para deixar as folhas intactas,
garantindo uma maior precisão nas medidas.

4. Utiliza-se, também, uma trena para medir o alcance mínimo e máximo atingido pela esfera.

5. Logo, a esfera já está pronta para ser lançada.

O procedimento:
Após a montagem do experimento, uma esfera de massa m é colocada na boca do canhão. Em
seguida, essa esfera é lançada a partir de um ângulo inicial θ 0, iniciando-se um movimento
parabólico com velocidade variável. Logo, foram feitos, no mínimo, quinze lançamentos para
cada ângulo com objetivo de determinar a medida mais precisa do alcance, a partir dos
alcances mínimos e máximos atingidos pela esfera.

Desse modo, removeu-se a folha de carbono sobre a folha de papel branca, as quais estavam
fixadas com um peso em cada extremidade do papel próximo onde a esfera havia caído e, com
o auxílio de uma trena foi possível estabelecer as medidas dos alcances máximos e mínimos
em relação ao ângulo de lançamento. A equipe realiza esse passo oito vezes com diferentes
ângulos Θ. Logo, a cada execução anotou-se os resultados para a resolução dos cálculos e
análises gerais do experimento.
Resultados
m=16,30g
(Tabela 1) Dados Adquiridos
N (θ ± 1)° (Dmáx ± 0,1) cm (Dmín ± 0,1) cm (ΔD ±0,1) cm
1 60 58,0 41,0 8,5
2 55 53,0 43,0 5,0
3 50 60,0 37,0 11,5
4 45 58,0 38,0 10,0
5 40 51,0 35,0 8,0
6 35 47,5 38,5 4,5
7 30 43,5 26,5 8,5
8 25 37,5 23,5 7,0

Equações utilizadas para as medidas indiretas


Média do 1º alcance D:
Dmax + Dmin
D= Equação 5
2
58,0+ 41,0 99,0
D= = =49,5 cm
2 2
Variação do 1º alcance:
D max−Dmin
∆ D= Equação 6
2
58,0−41,0 17
∆ D= = =8,5 cm
2 2
(Idem para os outros casos)

Cálculo da velocidade inicial para o 1º alcance:

v 0=
√ gD
sin (2θ)
Equação 4

v 0=
√ 9,78× 0,495
sin (2× 60 °)
=
√4,8411
sin(120 °)
=

4,8411
0,8660254

v 0=√ 5,5900208=2,3643 ≈ 2,4 m/s


(Idem para os outros casos)
Cálculo da propagação de erros para a 1ª velocidade:

∆ v 0=
gD ∆ D ∆ θ
√+
sin 2θ 2 D tan θ (
Equação 7
)
∆ v 0=2,3643 ∙
0,085
+
1(rad )
2× 0,495 tan 60° ( =2,3643 +
0,99 1,732)
0,085 1(rad )
( )
∆ v 0=2,3643 ∙ ( 0,0858+0,01008 )=2,3643 ( 0,0959 ) =0,2268295522=0,2 m/ s

(Idem para os outros casos)

(Tabela 2) Resultados
N (D ±0,1) cm V0 m/s ΔV0 (ΔD) m/s ΔV0 (Δθ) m/s ΔV0 m/s
1 49,5 2,4 0,2 0,02 0,2
2 48,0 2,2 0,1 0,03 0,1
3 48,5 2,2 0,3 0,03 0,3
4 48,0 2,2 0,2 0,04 0,3
5 43,0 2,1 0,2 0,04 0,2
6 43,0 2,1 0,1 0,05 0,2
7 35,0 2,0 0,2 0,06 0,3
8 30,5 2,0 0,2 0,07 0,3

(Gráfico 1) Distância vs Ângulo


55.0

48.5 49.5
50.0 48.0 48.0

45.0 43.0 43.0


Distância (cm)

40.0
35.0
35.0
30.5
30.0

25.0
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Ângulo (graus)
(Gráfico 2) sen(2θ) vs distância
1.05

1.00

0.95

0.90
Sen(2θ)

0.85

0.80

0.75

0.70
20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 60.0
Distância (cm)

(Gráfico 3) Velocidade inicial vs Ângulo


2.70
Velocidade inicial (m/s)

2.50 2.36
2.30 2.19 2.24
2.17
2.12
2.07
2.10 1.97 1.99

1.90

1.70

1.50
20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 60.0 65.0
Ângulo (graus)

Análises e Conclusões
Análise Numérica:
Analisando a tabela 1, podemos perceber que as distancias mínimas e máximas em cada caso
têm grande diferença, isso mostra que a dispersão no alcance foi muito alta, significando que
as irregularidades no lançamento, como manuseio e/ou configuração errônea colaboraram
para os resultados divergentes. O erro associado à medida da distância é aleatório, pois
provém da dispersão dos casos executados, enquanto o erro associado a medida do ângulo é
instrumental pois provêm da medida do transferidor que tem precisão de 1°. O Caso 6 teve
menor dispersão, portanto a medida do alcance nesse caso foi a mais precisa.

Analisando a tabela 2 considerando os alcances e seus respectivos erros, nada podemos dizer
da relação angulo/alcance, portanto, com os dados adquiridos, não há como saber se os
valores obtidos seguem uma lei. Considerando agora as medidas indiretas da velocidade inicial
e seus respectivos erros, pode-se afirmar que seu valor se manteve constante em todos os
casos, o caso 2 teve maior precisão. O erro na velocidade devido à medida do ângulo é
instrumental, pois vem do transferidor que tem precisão de 1°, já o erro na velocidade devido
à medida do alcance é aleatório, pois vem da dispersão dos lançamentos. Pode se afirmar que
o erro total da velocidade se deve principalmente à medida do alcance, pois seus valores são
maiores que os erros devido a medida do ângulo, portanto em um próximo experimento a
dispersão do alcance deve ser minimizada, isso pode ser feito utilizando um canhão eletrônico,
que não dependa da ação humana direta para ser disparado, assim a força do canhão será
constante, e consequentemente seu alcance também.

Análise Comparativa:
Comparando as medidas teóricas e as obtidas pelo experimento temos:

(Gráfico 4) Distância vs Ângulo (Comparação)


55.0
49.5
50.0 48.0 48.5 48.0
46.0 46.7 46.0
43.9 43.9
45.0 43.0 43.0
Distância (cm)

40.5 40.5
40.0
35.8 35.0
35.0
30.5
30.0

25.0
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Ângulo (graus)

Teórico Polynomial (Teórico)


Real Polynomial (Real)
(Gráfico 5) Velocidade inicial vs Ângulo (Comparação)
2.90
2.70
Velocidade inicial (m/s)

2.50 2.36
2.30 2.19 2.24
2.14 2.14 2.14
2.12 2.14 2.17
2.14 2.14 2.14 2.14
2.07
2.10 1.97 1.99
1.90
1.70
1.50
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Ângulo (graus)

Teórico Polynomial (Teórico)


Real Polynomial (Real)

(Tabela 3)Resultados teóricos


N (θ ±1)° (D±0,1)cm (ΔD ±0,1)cm V0 m/s ΔV0 (ΔD) m/s ΔV0 (Δθ) m/s ΔV0 m/s
1 60 40,5 0,1 2,138 0,005 0,02 0,03
2 55 43,9 0,1 2,138 0,005 0,03 0,03
3 50 46,0 0,1 2,138 0,005 0,03 0,04
4 45 46,7 0,1 2,138 0,005 0,04 0,04
5 40 46,0 0,1 2,138 0,005 0,04 0,05
6 35 43,9 0,1 2,138 0,005 0,05 0,06
7 30 40,5 0,1 2,138 0,005 0,06 0,07
8 25 35,8 0,1 2,138 0,006 0,08 0,09
Como não é possível calcular a velocidade inicial teórica com os dados coletados, a
consideramos como sendo a média das velocidades calculadas.
Com isso, comparando os valores experimentais e seus respectivos erros com os valores
teóricos (descrito pelas equações 1-7)(gráficos 4 e 5 e Tabela 3) que ditam que a velocidade
inicial deve se manter constante e o alcance deve aumentar com o aumento ângulo (de 0° até
45°) e diminuir com o aumento do ângulo (de 45° até 90°) podemos perceber que apesar dos
altos erros, os valores obtidos seguem o previsto pela teoria. Em suma nada pode-se dizer a
respeito da relação ângulo/alcance, mas pode-se afirmar que a velocidade inicial se manteve
constante, como dita a teoria.

Vel o c i d a d e i n i c i a l v s  n g u l o
(Co mp a r a ç ã o ) (Gr a fi c o 6)
Teórico Polynomial (Teórico)
Real Polynomial (Real)
3.00
2.12 2.07 2.17 2.19 2.24 2.36
2.14 2.14
2.50
Velocidade inicial (m/s)

2.14 2.14 2.14 2.14 2.14 2.14


1.97 1.99
2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Ângulo (graus)

Bibliografia
Tipler, P. A,;MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas
termodinâmica. 6 .ed. LTC.

Rosso, K. L. B.;VERA, J. A. N. Física Experimental, com exemplos de mecânica da partícula. 1.ed.


Abril 2018

http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/movobl.php

https://www.todamateria.com.br/lancamento-obliquo/

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