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Curso: ABI-Engenharia

Disciplina: Laboratório de Física A


Professora: Karen Luz Burgoa Rosso

Carlos Eduardo Santos


Júlia Arielle de Oliveira Soares
Maria Luiza Carvalho Monteiro
Turma: 30F
Data do Experimento: 14/06/2018

Relatório do Experimento 3
Força Centrípeta
Resumo
O experimento aqui relatado trata-se do estudo do movimento circular, tendo como
objetivo comparar a medida obtida do dinamômetro, com a medida obtida a partir da
fórmula da força centrípeta, tendo como base as leis do movimento circular uniforme.
Realizou o experimento diversas vezes variando o raio e a massa. Com isso adquiriu-se
as medidas diretas do período e da força centrípeta. Foi medido cinco vezes o período
devido a uma aleatoriedade e utilizado o período médio, juntamente com seu erro,
para os cálculos. Então, através da fórmula dada, pôde-se calcular a força centrípeta
teórica, comparando com a medida do dinamômetro. A partir da análise dos dados
obtidos, pode-se concluir que a força medida no dinamômetro foi menor que a força
teórica calculada para a maioria dos casos(Gráfico 4).
Introdução teórica
Força centrípeta é uma força resultante que puxa o corpo para o centro da trajetória em um
movimento circular.

Figura 1: Raio mostrado


indicado no
noequipamento.
equipamento.
Quando um corpo está em movimento retilíneo Figura 2: Vista superior do movimento circular.
uniforme, sua velocidade modular é constante.
Entretanto quando este corpo está em movimento circular, com módulo da velocidade
constante, ela possui uma variação na direção do movimento, essa alteração na direção
implica uma mudança no vetor velocidade.
A razão desta mudança na velocidade é a aceleração centrípeta.

Como a força centrípeta é uma força resultante pela Segunda Lei de Newton, temos que:

⃑ ⃑
F R =m a Equação 1

E a aceleração, neste caso particular, corresponde a aceleração centrípeta dada pela fórmula:

⃑ 2
a c =ω R Equação 2

Onde ω é a velocidade angular da trajetória e R é o raio da circunferência. Temos que:

2
2π ⃑ 4π
ω= Equação 3 ac= 2 R Equação 4
T T

Portanto, substituindo a aceleração centrípeta na Equação 1:

⃑ 4π
2
F c =mR 2 Equação 5
T

A propagação de erros dessa medida indireta é dada pela fórmula:

( ∆mm + ∆RR + ∆TT )


2

∆ F c =mR 2 Equação 6
T
Materiais utilizados e
procedimento
experimental

 Linha
 Motor
 Plataforma
giratória
 Torre para
pendurar o
suporte
 Suporte para
massa com
ganchos
 Cronômetro
manual
 Balança
 Dinamômetro

Montagem do experimento:
1. Inicia-se a montagem dos suportes. A plataforma de rotação é colocada
inicialmente a um raio, R, da origem e, utiliza-se um fio preso a um corpo de
massa, que varia ao longo do experimento.
2. Utiliza-se um motor com diferentes potenciais com objetivo de produzir diferentes
períodos de movimento, T.
3. Coloca-se o dinamômetro preso à plataforma de rotação com a finalidade de
medir a força F na corda, quando o objeto de massa m, que está em movimento
circular, esteja sempre perpendicular ao plano.
4. Utiliza-se, também, um cronômetro para medir o período do movimento circular,
o qual inicia-se a rotação em um determinado raio, R, e podem variar os demais
raios.
5. Logo, com as medidas diretas é possível obter os valores da força centrípeta em
cada caso.
O procedimento:
Após a montagem do experimento, o motor é ligado juntamente com a plataforma de rotação,
iniciando um movimento circular. A força, F, na corda será medida pelo dinamômetro, que
quando apresentar oscilações devem ser registrados os valores máximos e mínimos
alcançados pelo instrumento. Além disso, deve-se observar se o objeto de massa, m, que está
em movimento circular, esteja sempre perpendicular ao plano. Em seguida, com o auxílio de
um cronômetro, medimos o período do movimento. Logo, foram feitos, no mínimo, dez
medições com diferentes raios e massas com objetivo de determinar a medida mais precisa da
força centrípeta.

Desse modo, a cada execução do experimento anotou-se os resultados para a resolução dos
cálculos e análises gerais do experimento.

Resultados
Neste experimento foi marcado cinco vezes o período T, pois foi percebido uma
aleatoriedade nos mesmos. Portanto, utilizou-se aqui o período médio com seus
respectivos erros.

(Tabela 1) Dados adquiridos


N R(±0,1cm) m (±0,01g) Fmín(±0,01N) Fmáx(±0,01N) ΔF (N) T (s)
1 17,7 95,50 0,21 0,22 0,005 1,54
2 16,5 95,50 0,12 0,13 0,005 1,76
3 15,0 95,50 0,25 0,27 0,01 1,29
4 18,1 147,25 0,49 0,50 0,005 1,44
5 17,5 147,25 0,51 0,52 0,005 1,30
6 16,2 147,25 0,31 0,32 0,005 1,58
7 18,2 198,93 0,56 0,57 0,005 1,51
8 17,2 198,93 0,40 0,42 0,01 1,78
9 16,2 198,93 0,35 0,37 0,01 1,77
10 15,5 198,93 0,24 0,25 0,005 2,02

Equações utilizadas para as medidas indiretas


Força centrípeta predita pela teoria para os primeiros raio e massa.
Considerando π com duas casas decimais.
⃑ 4π
2
F c =mR 2 Equação 5
T
⃑ 4 ×3,141592653589792
F c =0,0955 kg ×0,177 m 2
=¿
1,54 s

F c =0,0169035 ×16,64632=0,281381

F c =0,28 N

(Idem para os outros casos)


Propagação de erros para a força centrípeta predita pela teoria para os primeiros raio
e massa.

∆ F c =mR
T2 m R (
4 π2 ∆ m ∆ R ∆ T
+ +
T
Equação 6
)
∆ F c =0,281095882 + (
0,00001 0,001 0,06
+
0,09550 0,177 1,54 )
∆ F c =0,28109588 ( 0,0001047+0,0056497+ 0,00647668 )

∆ F c =0,003 423795=0,003 N

(Idem para os outros casos)

(Tabela 2) Resultados
N m (±0,01g) R(±0,1cm) T(±0,01s) Fc (N) ΔFc (Δm) N ΔFc (ΔR) N ΔFc (ΔT) N ΔFc (N)
1 95,50 17,7 1,54 0,280 0,00003 0,002 0,002 0,003
2 95,50 16,5 1,76 0,200 0,00002 0,001 0,001 0,002
3 95,50 15,0 1,29 0,342 0,00004 0,002 0,003 0,005
4 147,25 18,1 1,44 0,506 0,00003 0,003 0,004 0,006
5 147,25 17,5 1,30 0,602 0,00004 0,003 0,005 0,008
6 147,25 16,2 1,58 0,377 0,00003 0,002 0,002 0,005
7 198,93 18,2 1,51 0,630 0,00003 0,003 0,004 0,008
8 198,93 17,2 1,78 0,428 0,00002 0,002 0,002 0,005
9 198,93 16,2 1,77 0,407 0,00002 0,003 0,002 0,005
10 198,93 15,5 2,02 0,298 0,00001 0,002 0,001 0,003

(Gráfico 1) Fmax e Fmin × T


0.6
0.5
Fmax e Fmin

0.4
0.3
0.2
0.1
0
1.54 1.76 1.29 1.44 1.31 1.58 1.51 1.78 1.77 2.02
Período T

Força mínima Força máxima


(Gráfico 2) Fmax e Fmin × 1/T2
0.6
0.5
0.4
Fmax e Fmin

0.3
0.2
0.1
0
0.42 0.32 0.60 0.48 0.59 0.40 0.44 0.32 0.32 0.25
1/T2

Força máxima Força mínima

(Gráfico 3) Fmáx e Fmín vs Fc


0.60
0.50
0.40
F (N)

0.30
0.20
0.10
0.190 0.240 0.290 0.340 0.390 0.440 0.490 0.540 0.590 0.640 0.690
Fc (N)

F mín Linear (F mín)


F máx Linear (F máx)

Análises e Conclusões
Análise Numérica:
Analisando a Tabela 1, pode-se perceber que não há grande variação entre as Tensões
máximas e mínimas, analisando as medidas da tensão, raio e massa, considerando
seus respectivos erros nos casos 1/5, 4/7 e 6/9 cujos raios são os mesmos, mas a
massa é alterada, percebe-se que a tensão aumenta com o aumento da massa,
indicando a proporcionalidade entre massa e tensão. Considerando agora os casos em
que a massa se manteve constante e o raio foi alterado, levando em conta seus
respectivos erros analisamos os casos 1-3, 4-6 e 7-10. Percebe-se que nos casos 1 ao 3
e 4 ao 6, a relação tensão/raio não segue nenhuma lei (o que não é esperado), porém
nos casos 7 ao 10 a tensão aumenta com o aumento do raio, indicando a
proporcionalidade tensão/raio para esses casos. Analisando agora as medidas do
período percebe que em todos os casos a tensão é inversamente proporcional ao
período, ou seja, para um valor “pequeno” de período, obtivemos um valor “alto” para
a tensão. O erro relacionado a medida do raio é instrumental, pois vem da medida da
régua, que tem precisão máxima de 0,1cm, o erro relacionado a medida da massa
também é instrumental, pois vem da medida da balança que tem precisão máxima de
0,01g, já o erro relacionado a medida do Período é aleatório, pois vem da dispersão
dos casos, o erro relacionado a medida da tensão máxima e mínima também é
aleatório, pois há uma oscilação no dinamômetro durante a realização do
experimento.
Analisando a tabela 2, chegamos as mesmas conclusões em relação a medida indireta
da força centrípeta que as que tivemos em relação as medidas da força máxima e
mínima, ou seja conclui-se que a Fc é diretamente proporcional à massa (analisando os
mesmos casos citados acima), a relação Fc/Raio não segue nenhuma lei para os 6
primeiros casos. O erro na força centrípeta devido à massa e raio são instrumentais
devido a medida da balança e régua respectivamente, o erro na força centrípeta
devido ao período é aleatório devido a dispersão dos casos executados. Pode-se
afirmar que o erro total na medida da força centrípeta deve-se principalmente às
medidas do período e raio, ou seja, em um próximo experimento a dispersão na
medida do período deve ser minimizada, e deve ser adquirido um método mais preciso
de medir o raio.

Análise Comparativa:
Comparando os dados experimentais com os previstos pela teoria temos as seguintes
tabelas e gráficos:

(Gráfico 4) Comparação Teoria


0.70
0.60
Força Centrípeta (N)

0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Caso N

F mín F máx Teoria


(Gráfico 5) Fmáx e Fmín vs Fc
0.60
0.55
0.50
0.45
0.40
0.35
F (N)

0.30
0.25
0.20
0.15
0.10
0.190 0.240 0.290 0.340 0.390 0.440 0.490 0.540 0.590 0.640 0.690
Fc (N)

F mín Linear (F mín) F máx Linear (F máx)

(Tabela 3) Teoria
N R(±0,1cm) ΔFc (ΔR) N m (±0,01g) ΔFc (Δm) N Fc (N) ΔF (N) T (teórico) s
1 17,7 0,002 95,50 0,0000 0,22 0,005 1,76
2 16,5 0,001 95,50 0,0000 0,13 0,005 2,23
3 15,0 0,002 95,50 0,0000 0,26 0,01 1,47
4 18,1 0,003 147,25 0,00003 0,50 0,005 1,46
5 17,5 0,003 147,25 0,00004 0,52 0,005 1,41
6 16,2 0,002 147,25 0,00003 0,32 0,005 1,73
7 18,2 0,003 198,93 0,00003 0,57 0,005 1,59
8 17,2 0,002 198,93 0,00002 0,41 0,01 1,82
9 16,2 0,003 198,93 0,00002 0,36 0,01 1,88
10 15,5 0,002 198,93 0,00001 0,25 0,005 2,23

Os valores teóricos foram adquiridos pelas fórmulas 1-6, ditam que a força centrípeta deve ser
diretamente proporcional à massa e ao raio, e inversamente proporcional ao período,
observando o gráfico 4, é possível ver que apenas os casos 4 e 8 estão dentro da margem de
erro calculada, mas percebe-se que nos outros casos os valores são muito próximos do
esperado, então é possível que possa ter havido uma falha no reconhecimento da medida do
dinamômetro (considerando que ele fica girando rápido, é difícil ver exatamente o valor
marcado). Em relação aos períodos temos o seguinte:

Comparação
Real Teórico
Desvio %
T(±0,01s) T(±0,01s)
1,54 1,76 0,22 12%
1,76 2,23 0,47 21%
1,29 1,47 0,19 13%
1,44 1,46 0,02 1%
1,30 1,41 0,11 8%
1,58 1,73 0,15 9%
1,51 1,59 0,08 5%
1,78 1,82 0,04 2%
1,77 1,88 0,11 6%
2,02 2,23 0,21 9%
Ou seja, temos uma variação relativamente pequena sendo o caso 4 o mais preciso. Conclui-se
portanto que os valores adquiridos experimentalmente estão próximos do predito pela teoria,
é possível que a divergência tenha sido causada principalmente por erros humanos na
configuração do experimento.

Bibliografia
Tipler, P. A,;MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas
termodinâmica. 6 .ed. LTC.

Rosso, K. L. B.;VERA, J. A. N. Física Experimental, com exemplos de mecânica da partícula. 1.ed.


Abril 2018

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