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DIVISÃO DO TRABALHO

A função de uma organização é estabelecer responsabilidades pela execução das tarefas,


distribuí-las entre as várias unidades organizacionais e alocar recursos para o funcionamento da
organização. Assim, a estrutura organizacional define de que forma o trabalho será divido entre as
áreas, departamentos e unidades; estabelece a alocação dos recursos; indica o que as pessoas devem
e não devem fazer; define a estrutura hierárquica; indica de que forma os órgãos internos irão se
integrar e inter-relacionar etc. Por isso, a estrutura organizacional possui 4 sistemas: autoridade,
responsabilidade, decisão e comunicação.

Sistemas da organização: DRAC

Além dos quatro sistemas, há os fatores condicionantes da Estrutura Organizacional, que são:
fator humano; sistemas de objetivos, estratégias e políticas da empresa; tecnologia; ambiente
externo da empresa.

ELEMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

São seis elementos básicos:


1. Especialização do Trabalho/Divisão do trabalho;
2. Departamentalização;
3. Cadeia de comando;
4. Amplitude de controle;
5. Centralização e descentralização;
6. Formalização.

ESPECIALIZAÇÃO/DIVISÃO DO TRABALHO

A especialização do trabalho se refere ao grau em que as atividades podem ser subdividas em


tarefas isoladas. Isso resulta em tarefas mais simples e aumenta a padronização e a uniformidade do
trabalho executado pelo operário. Além disso, a repetição da tarefa aumenta a eficiência e a
produtividade.

ATENÇÃO: Em regra, a especialização do trabalho aumenta a produtividade e eficiência,


porém chega um ponto em que o trabalho executado pelo operário se torna extremamente
especializado, gerando as deseconomias humanas.

Essa especialização pode se dar em duas direções: vertical (que se desdobra em níveis
hierárquicos) e horizontal (que ocorre através da departamentalização). No caso da especialização
horizontal, há diversos tipos de departamentalização, os quais são vistos abaixo:

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

1. Departamentalização Funcional

É quando as atividades semelhantes/similares são agrupadas em áreas (departamentos)


especializados. Com esse tipo de departamentalização, a empresa volta-se para si mesma, ou seja,
ocorre uma introversão.
A Departamentalização Funcional é indicada para empresas que desempenham atividades
rotineiras, com poucas linhas de produtos ou serviços e que operam em um ambiente estável
(poucas mudanças).
VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO FUNCIONAL DEPARTAMENTALIZAÇÃO FUNCIONAL
Especialização do trabalho Foco introvertido
Favorece a convergência e a focalização dos Dificuldade em se adaptar às mudanças
esforços, afinal as pessoas são orientadas para (lembre-se que ela é indicada para ambientes
uma atividade específica. estáveis)
Maior estabilidade e segurança. Foco em objetivos funcionais, então os
objetivos organizacionais são deixados de
lado.
Aumento da economia de escala. Conflito de interesses e de objetivos.
Concentra as competências de maneira eficaz. Superespecialização.
Perda da visão Macro
Dificuldade de coordenação, interação e
comunicação entre os departamentos
(interdepartamental).

Observações de exercícios
• A departamentalização funcional permite o aumento da economia de escala, tendo em vista a
utilização integrada de pessoas, conhecimentos, habilidades, máquinas, equipamentos e
competências.
• O foco introvertido é quando a empresa volta-se a si mesma, isso é considerado uma
desvantagem.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTO/SERVIÇO

Na Departamentalização por produto/serviço, as atividades são agrupadas de acordo com os


produtos ou serviços oferecidos pela empresa. Então, todas as atividades necessárias a cada produto
ficam em um mesmo departamento. Isso faz com que surjam unidades semiautônomas operando
dentro da empresa.
A departamentalização por produtos/serviços é indicada para ambientes instáveis/mutáveis,
tendo em vista que há cooperação entre diversas equipes multidisciplinares.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR
PRODUTO/SERVIÇO PRODUTO/SERVIÇO
Fixa a responsabilidade dos departamentos Aumento de custos.
para um produto (ou linha de produtos),
então o departamento é orientado para todos
os aspectos do produto (produção, venda,
recursos humanos etc)
Facilita a coordenação interdepartamental Risco de obsolescência técnica.
(entre departamentos)
Facilita a coordenação dos resultados Contraindicada para empresas com poucos
esperados. produtos ou poucas linhas de produtos.
Permite maior flexibilidade, pois os Pode causar insegurança e ansiedade nos
departamentos podem aumentar ou diminuir profissionais.
de tamanho de acordo com a necessidade.
Propicia inovação e a criatividade. Dificuldade em estabelecer as políticas gerais
da empresa, pois há várias unidades
semiautônomas.

ATENÇÃO: Na Departamentalização por Produtos, se a organização for de departamentos,


há facilitação é intradepartamental. Se a organização for por divisão, há facilitação
interdepartamental.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE

As atividades são agrupadas de acordo com o tipo de pessoa para quem o trabalho é realizado;
é uma departamentalização baseada na extroversão administrativa. É mais usada no nível
operacional da empresa.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR
CLIENTE CLIENTE
Conhecimento do cliente. Pode transformar as demais atividades da
empresa em “secundárias” ou “acessórias”.
Atendimento contínuo e rápido. Sacrifício dos demais objetivos da empresa.
Tirar proveito dos grupos de clientes. O processo decisório da organização fica
dependente das decisões do cliente.
Adequação aos diferentes tipos de clientes. Podem surgir dificuldades de coordenação
entre os departamentos.
Reforça a cultura de atendimento ao cliente.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSOS

Na Departamentalização por Processos, as atividades são agrupadas de acordo com os


principais processos do fluxo de produção. Quase sempre está restrita aos níveis operacionais da
empresa.
Depende do arranjo físico dos equipamentos; o foco é na sequência do processo, na
tecnologia usada e há grande ênfase na ação integrada. Ao contrário das funções, o processo não
tem dono, ou seja, cada área participa apenas de uma parte de sua execução.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR
PROCESSOS PROCESSOS
Processos integrados. Inflexibilidade dos processos.
Maiores economias de escala. Depende de tecnologia fixa e permanente,
assim como de produtos estáveis e permanente.
Maior nível de produtividade e qualidade. Perda da visão “macro”.
Aumento da eficácia organizacional. Maior risco operacional, pois, se uma das fases
do processo der problema, o processo
produtivo como um todo será afetado.
Otimização e aprimoramento do arranjo físico
(leiaute).
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETOS

Na Departamentalização por Projetos, as atividades são agrupadas de acordo com os


resultados dos projetos (trabalho com datas de início e término, com resultado final previamente
estabelecido).
É uma departamentalização utilizada para a criação de produtos ou serviços bastante
complexos e que envolvem a alocação de muitos recursos. O objetivo é a construção ou produção
de um serviço ou produto unitário/único.
É necessário que a empresa tenha uma estrutura flexível e mutável, que seja capaz de se
adaptar às diferentes demandas.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR
PROJETOS PROJETOS
Focalização e convergência de esforços: Temporalidade: Caso não exista outro
permite convergir esforços provenientes de projeto, muitas vezes a empresa se vê
pessoas com diferentes habilidades. obrigada a dispensar pessoal e deixar
máquinas e equipamentos parados.
Aumenta o grau de responsabilidade coletiva. Medo de desemprego.
Eficiência na alocação de recursos. Foco exclusivo no projeto.
Equipes multidisciplinares. Comunicação deficiente e inadequado sistema
decisório, pois cada equipe se preocupa com
seu próprio projeto, esquecendo que também
são partes integrantes da empresa como um
todo.
Flexibilidade e adaptabilidade. Comunicação deficiente e inadequado sistema
decisório.
Permite melhor cumprimento dos prazos. Problemas relacionados ao tamanho da
equipe: quanto maior a equipe, menor é a
probabilidade de sucesso.
Possibilita melhor atendimento às Requer alocação de altos investimentos.
necessidades dos clientes.
Permite trabalhar com produtos altamente
complexos.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL/GEOGRÁFICA

Na Departamentalização Territorial as atividades são agrupadas de acordo com a localização


onde o trabalho será executado/área em que a organização irá atender.
Todas as atividades e produtos (similares ou não) de determinada área geográfica devem ser
agrupados e colocados sob as ordens de um único administrador.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DEPARTAMENTALIZAÇÃO
TERRITORIAL TERRITORIAL
Administradores consideram uma maior Dificulta o controle efetuado pelo nível
abrangência, pois se preocupam com o estratégico da empresa.
sucesso do território inteiro.
Melhor acompanhamento das variações e Duplicação das instalações físicas e de
preferências locais e/ou regionais. pessoas.
Melhoria na tomada de decisão. Desequilíbrio no processo administrativo da
empresa: as demais áreas (contabilidade, RH
etc) são vistas como atividades secundárias,
pois a preocupação territorial se concentra
mais nos aspectos mercadológicos e de
produção.
Possibilidade de obtenção de vantagens Desequilíbrio de poder.
econômicas em determinadas operações
locais.
Ações e respostas mais rápidas às demandas. Dificuldade de coordenação.
Melhor treinamento e capacitação do pessoal.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO HÍBRIDA

Na Departamentalização híbrida, a empresa usa mais de um tipo de


departamentalização/critério para compor sua estrutura organizacional. É o tipo mais frequente de
departamentalização.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR MATRIZ/MATRICIAL/EM GRADE

É uma departamentalização híbrida em que há sobreposição de dois ou mais tipos de


departamentalização sobre a mesma pessoa. Trata-se de um tipo de departamentalização que não
leva em conta o princípio da unidade de comando, afinal o empregado fica subordinado a dois ou
mais gerentes de diferentes departamentos.
Normalmente, essa dupla subordinação é decorrente da fusão da departamentalização
funcional com a departamentalização por projetos. Nela, os gestores deixam de ser chefes absolutos
e passam a compartilhar a autoridade com outros gestores.
Geralmente, estrutura matricial é decorrência da fusão da estrutura baseada em funções –
estrutura de apoio “permanente” – com a estrutura baseada em projetos ou produtos – estrutura
“temporária”.

VANTAGENS DA DESVANTAGENS DA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR MATRIZ DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR MATRIZ
Maior aprimoramento da capacidade técnica Conflito de comando.
da equipe.
Coordenação mais coerente da equipe. Conflito de interesses.
Facilita a cooperação interdisciplinar entre os Propensão a estimular lutas pelo poder.
departamentos.
Maior grau de especialização das atividades. Conflito de papéis.
Maior otimização na utilização dos recursos. Dificulta a coordenação do trabalho em razão
da autoridade dual, o que pode gerar confusão
e frustração.
Melhor cumprimento dos prazos e dos Dificuldade de coordenação entre o
orçamentos previstos. departamento de projetos e os departamentos
funcionais.
Melhor atendimento aos clientes. Perda excessiva de tempo em reuniões para
discutir problemas e solucionar conflitos.
Aprimora a coordenação lateral. Dificuldade em definir claramente as
atribuições e as responsabilidades.
Permite maior flexibilidade e adaptabilidade Exige que os gestores tenham maturidade e um
da organização ao ambiente mutável. conjunto de competências de relacionamento
interpessoal.
Promove o conflito construtivo entre os
membros da organização.

CADEIA DE COMANDO

A cadeia de comando é uma linha de autoridade contínua que vai do topo da organização
(alta cúpula) até o nível mais baixo da empresa; descreve a relação de hierarquia e subordinação.
Por isso, é baseada nos conceitos de autoridade e unidade de comando.
A autoridade consiste nos direitos que certos cargos possuem de dar ordens e esperar que elas
sejam obedecidas.
Unidade de comando é um princípio que prevê que cada pessoa deve obedecer a apenas um
superior.

AMPLITUDE DE CONTROLE

A amplitude de controle indica quantas pessoas cada executivo consegue dirigir de forma
eficaz e eficiente. É de acordo com a amplitude de controle que são definidos quantos níveis
hierárquicos uma empresa terá.
Em regra, quanto maior a amplitude de controle, menor serão os custos envolvidos. Porém, as
menores amplitudes de controle têm a vantagem de manter um controle mais próximo sobre cada
funcionário. Importante lembrar que a menor amplitude de controle tem as seguintes desvantagens:
• é mais onerosa;
• prejudica a comunicação vertical;
• cria rigidez de supervisão (retira a autonomia dos funcionários subordinados).

ATENÇÃO: Quanto mais um funcionário sobe na hierarquia, menor será sua amplitude de
controle, pois terá menos subordinados (sua equipe vai diminuindo).

CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO

O nível de centralização está relacionado ao grau de concentração do poder decisório. Na


centralização as decisões são tomadas pela alta cúpula, enquanto na descentralização as decisões
estão “espalhadas” por todos os níveis da empresa.
As decisões centralizadas, por serem tomadas pela alta cúpula da empresa, estão mais
alinhadas aos objetivos organizacionais. Contudo, como as decisões são tomadas no topo da
hierarquia, muitas vezes, podem ser tomadas por algum chefe que não detenha as informações
necessárias acerca do assunto sobre o qual irá decidir, portanto há um risco que as decisões tomadas
sejam inadequadas e longe da realidade local. Além disso, essa centralização causa maior lentidão
no processo de decisões.
Nas decisões descentralizadas, há uma melhora no tempo da tomada de decisão (decisões
mais rápidas), bem como uma melhoria na qualidade da informação para a tomada de decisão.
Portanto, as decisões tendem a ser mais acertadas para a realidade “local”.

DESCENTRALIZAÇÃO X DELEGAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO


Descentralização → Ocorre a transferência da autoridade e da responsabilidade, de modo
permanente. Não é necessário que haja hierarquia entre as partes envolvidas. Requer a alteração do
estatuto ou regimento para que o procedimento seja devidamente formalizado.

Delegação → Ocorre a transferência da autoridade. A responsabilidade continua sendo da pessoa


que delegou. É necessário que haja hierarquia entre as partes envolvidas. Não há necessidade de
mudança na estrutura organizacional.

Desconcentração → ocorre a separação e distribuição física das atividades, isto é, as atividades


organizacionais são divididas e distribuídas em diversas instalações físicas diferentes, as quais estão
relativamente distantes umas das outras.

FORMALIZAÇÃO

A formalização indica até que ponto existirá regras e regulamentos para dirigir e coordenar os
funcionários e os executivos. Quanto maior a formalização dentro de uma empresa, maior será a
padronização das atividades e menor será a autonomia decisória do funcionário.

TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Estrutura organizacional é algo mais abrangente que a departamentalização: ela abrange a


departamentalização mas também envolve outros aspectos, tais como: de que maneira a autoridade
está distribuída e organizada dentro da organização (cadeia de comando, amplitude de controle);
qual o grau de padronização das tarefas (formalização); de que forma as decisões serão tomadas
(centralização e descentralização) etc. Ela é toda a configuração da empresa, ou seja, a configuração
vertical e horizontal e é representada pelo organograma.
Segundo a Teoria da Contingência, todas as organizações apresentam:
• Diferenciação → Divisão da organização em subsistemas/departamentos, cada um sendo
responsável por desempenhar tarefas específicas. A organização enquanto sistema aberto,
tende a se diferenciar, através da especialização das funções (diferenciação interna) e da
hierarquização.
• Integração → Movimento oposto à diferenciação, ou seja, as demandas do ambiente fazem
com que seja necessário que a organização “some esforços” de todos os
subsistemas/departamentos, e coordene-os no sentido de responder conjuntamente às
pressões do ambiente.

Organização Mecanicista x Organização Orgânica

A Organização Mecanicista (mecanística) é baseada numa minuciosa divisão do trabalho e na


burocracia. Então os cargos são ocupados por especialistas com atribuições claramente definidas, as
decisões são centralizadas e concentradas (na alta cúpula da empresa). Sua hierarquia é rígida e
controlada por comando único. O predomínio é a interação vertical entre superior e subordinado,
amplitude de controle mais estreita, ou seja, há mais níveis hierárquicos. A ênfase é nas regras e nos
procedimentos formais e é adequada a um ambiente estável.
Já a organização orgânica é mais flexível e há pouca divisão de trabalho. Os cargos são
continuamente modificados e redefinidos por meio da interação entre pessoas que participam da
tarefa; as decisões são descentralizadas e delegadas aos níveis inferiores. A hierarquia é flexível,
com predomínio da interação lateral sobre a vertical. A ênfase é nos princípios de relacionamento
humano da Teoria das Relações humanas. É baseada na adhocracia.
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (DESENHO ESTRUTURAL) –
ESTRUTURAS TRADICIONAIS E CONTEMPORÂNEAS

Organização Simples (Estrutura Simples)


Apresenta baixo grau de departamentalização, grande amplitude de controle e pouca
formalização. É uma estrutura organizacional com poucos níveis hierárquicos, autoridade
centralizada e poder decisório em uma única pessoa.
Vantagens: simplicidade, flexibilidade, baixo custo operacional e agilidade de resposta às
demandas.
Desvantagem: dificilmente pode ser empregada numa empresa que não seja de pequeno porte.

Organização Linear (Estrutura Linear)


É baseada na unidade de comando (linhas diretas e únicas de autoridade), centralização das
decisões, linhas formais e verticalizadas de comunicação, baixa amplitude de controle (poucos
subordinados para cada chefe) e hierarquia verticalizada (alta). É fortemente baseada na autoridade
hierárquica e é representada por uma pirâmide. A estrutura linear é muito rígida.

Sua implantação é simples e fácil. Nela, há clara definição das responsabilidades, sendo ideal
para ambiente estáveis e situações de permanência e estabilidade. Porém, é uma estrutura muito
rígida (de difícil adaptação às demandas externas), que não favorece a especialização e com
tendência a sobrecarregar os níveis hierárquicos
superiores.

Organização Funcional (Estrutura Funcional)


A organização funcional é baseada no princípio da
especialização das funções. Nesse tipo de
estrutura, predomina a subordinação múltipla, ou
seja, não vigora a unidade de comando. Isto
porque cada chefe é especialista em sua área, de
forma que o subordinado deve consultar e receber ordens específicas de cada chefe, de acordo com
a atividade que ele estiver executando.
Suas principais características são:
• autoridade funcional (ou dividida);
• subordinação múltipla;
• descentralização das decisões;
• ênfase na especialização;
• divisão do trabalho entre as tarefas de execução e de supervisão;
• comunicação direta: a comunicação é efetuada diretamente, sem necessidade de
intermediação hierárquica.
• Supervisão direta;
• separação entre as funções de planejamento e execução.
Vantagens: máximo de especialização nos diversos órgãos, permite o aperfeiçoamento dos
funcionários; separação entre a função de planejamento e as funções de controle e execução.
Desvantagens: visão “micro”, tendência à competição entre os especialistas, geração de
conflitos; perda da autoridade de comando. A subordinação múltipla faz com que seja difícil
controlar e manter a disciplina dos funcionários; faz com que os funcionários sintam-se perdidos,
não sabendo a quem reportar e causa confusão de objetivos.
É uma estrutura indicada para ambientes estáveis, pois possui pouca flexibilidade e baixa
adaptabilidade às mudanças do ambiente externo.

Organização Linha-Staff (Estrutura Linha-Staff)

Esse tipo de estrutura segue as características básicas da organização linear, contudo apresenta
órgãos de staff (assessoria). As estruturas de linha servem para manter a unidade de comando
(autoridade e hierarquia) já as estruturas de staff/assessoria são consultivas.
Importante lembrar que os órgãos de staff podem estar distribuídos sobre quaisquer dos níveis
organizacionais.
Uma das desvantagens desse tipo de estrutura organizacional é que podem ocorrer conflitos
entre os “órgãos de linha” e os “órgãos de staff”.

Organização Divisional (Estrutura Divisional)


Essa estrutura foi inicialmente implantada por Alfred Sloan, na General Motors. Nela, a
empresa se desmembra em divisões, para atender e se adaptar a diferentes tipos de produtos,
clientes ou regiões. Para isso, normalmente, são usados os tipos de departamentalização por
produto, ou por cliente ou territorial.
Isso faz com que surjam unidades descentralizadas (ou divisões) “semiautônomas” e quase
independentes. Vale ressaltar que as decisões estratégicas tendem a se manter centralizadas na alta
cúpula da administração.

Essas unidades semiautônomas funcionam como verdadeiros centros de resultados, ou seja, apuram
lucros ou prejuízos autonomamente (por cada unidade). Trata-se de uma apuração “descentralizada”
de lucros e prejuízos.

Organização Matricial (estrutura Matricial ou “em grade”).


Baseada na departamentalização matricial. Então basicamente é a dupla subordinação e é a
mistura da fusão da estrutura baseada em funções com a estrutura baseada em projetos ou produtos.
Busca aproveitar a especialização dos funcionários (estrutura funcional), em produtos ou
projetos estratégicos. É a fusão de estrutura funcional com a estrutura divisional.
Embora a estrutura matricial dificulte a coordenação por conta da dupla subordinação,
ela confere à empresa maior flexibilidade por causa da alta adaptabilidade a ambientes instáveis e
dinâmicos.

Organização Adhocrática (Estrutura Temporária)


É uma estrutura criada para, temporariamente, administrar incertezas e mudanças. A estrutura
adhocrática busca aproveitar as habilidades dos diferentes especialistas que existem dentro da
empresa para projetos específicos.
Organização Burocrática

CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA


Legalidade das normas e regulamentos Excesso de formalismo
(formalismo)
Formalidade nas comunicações (formalismo) Modelo autorreferido → procura resolver
problemas da própria burocracia
Racionalidade e Divisão do trabalho Excesso de rigidez
Impessoalidade Dificuldade em aceitar mudanças
Hierarquia funcional Resultados ficam em segundo plano (devido
ao controle excessivo sobre processos e
normas)
Padronização e previsibilidade Despersonalização do relacionamento (devido
ao excesso de impessoalidade)
Meritocracia e competência técnica Categorização como base do processo
decisório (causando decisões inadequadas)
Especialização Lentidão no processo de tomada de decisões
Profissionalização Internalização das regras e apego extremo às
normas
Perda da visão macro
Excesso de conformidade às rotinas e aos
procedimentos.
Exibição de sinais de autoridade
Conflitos e dificuldade no atendimento aos
cidadãos.

ATENÇÃO: As organizações formais, ou burocráticas, apresentam três características


principais: formalidade, impessoalidade e profissionalismo.

INFORMAÇÃO ALEATÓRIA IMPORTANTE: Principais características (ou princípios básicos)


das Organizações Formais Modernas são as seguintes:
• Divisão do Trabalho;
• Especialização;
• Hierarquia;
• Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade;
• Amplitude Administrativa (Amplitude de Controle);
• Racionalismo (Racionalidade).

As tendências das organizações contemporâneas são: associação informal, horizontalização


hierárquica (estrutura achatada, com menos chefes e maior amplitude de controle), descentralização
decisória e controle por resultados.

Organização em Rede (Estrutura em Rede)


A rede é constituída de um núcleo principal rodeado por empresas ou unidades de negócios,
cada qual funcionando como um centro de lucro separado dos demais. As redes possuem equipes e
departamentos descentralizados, parcerias com fornecedores, alianças com concorrentes, contratos
com outras empresas etc. Então, é uma estrutura baseada nos relacionamentos interpessoais.
A principal ideia é que as empresas não são excelentes em tudo que fazendo, portanto há
sempre a necessidade de firmar parcerias, contratar serviços etc. Assim, são formados networks e se
forma uma estrutura horizontalizada.
Vantagens: alta flexibilidade e adaptabilidade a ambientes complexos e imprevisíveis; baixos
custos operacionais, rápida resposta às demandas ambientais, permite a virtualização do negócio,
possibilidade de proliferação das unidades de negócio.

Organização Virtual (Estrutura Virtual)


A principal característica é a terceirização, principalmente através das tecnologias de
informação e comunicação. Outro aspecto é a desfronteirização.
A organização virtual é bastante flexível e maleável. Além disso, os cursos operacionais são
extremamente baixos.
Vantagem: flexibilidade.
Desvantagem: menor controle sobre os componentes-chave do negócio.

Organização de Equipe (Estrutura de Equipe)


É a estrutura que utiliza as equipes como meio de coordenação. O processo decisório é
descentralizados. Para que ocorra, os profissionais devem ser extremamente capacitados, pois esse
tipo de estrutura exige profissionais que sejam, ao mesmo tempo, generalistas e especialistas.

ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS DE MINTZBERG


• Cúpula estratégica (Ápice estratégico);
• Linha intermediária;
• Núcleo operacional;
• Tecnoestrutura;
• Equipe de apoio (assessoria de apoio) → unidades auxiliares, que têm a função de dar
suporte. Por exemplo: limpeza, segurança, portaria, departamento jurídico etc.

Há 6 mecanismos de coordenação
• Ajustamento mútuo → a coordenação é realizada pelos próprios trabalhadores, que ajustam
as tarefas (uns com os outros) através de um processo de comunicação informal.
• Supervisão direta → a coordenação é realizada por uma pessoa específica, cuja função é
coordenar o trabalho e dar ordens às demais pessoas.
• Padronização dos processos de trabalho.
• Padronização de resultados.
• Padronização de habilidades e conhecimento → o trabalhados é padronizado. A empresa
oferece conhecimento ao trabalhador (através de treinamentos e aprimoramentos).
• Padronização de normas e regras.

Há 6 estruturas básicas organizacionais


Tipo de configuração Principal Mecanismo de Ponto Principal (Ponto-
Coordenação Chave)
Estrutura Simples Supervisão direta Cúpula estratégica
Burocracia Mecanizada Padronização dos processos de Tecnoestrutura
trabalho
Burocracia Profissional Padronização das Habilidades Núcleo Operacional
Forma Divisionada Padronização dos resultados Linha intermediária
Adhocracia Ajustamento mútuo Assessoria de Apoio
Missionária Padronização das normas e Ideologia
regras

Em uma organização missionária, o poder decisório é descentralizado.

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