AULA 07

SENTENÇA

É O PRONUNCIAMENTO POR MEIO DO QUAL O JUIZ PÕE FIM À

FASE COGNITIVA DO PROCEDIMENTO COMUM, BEM COMO
EXTINGUE A EXECUÇÃO.

SENTENÇA É O ATO DO JUIZ QUE PÕE FIM AO PROCESSO OU A

ALGUMA DE SUAS FASES.

1 – SENTENÇAS TERMINATIVAS E DEFINITIVAS

TERMINATIVA É A SENTENÇA QUE NÃO CONTÉM A

RESOLUÇÃO DO MÉRITO DA CAUSA.

ART. 485. O JUIZ NÃO RESOLVERÁ O

MÉRITO QUANDO:

I - INDEFERIR A PETIÇÃO INICIAL;

II - O PROCESSO FICAR PARADO DURANTE

MAIS DE 1 (UM) ANO POR NEGLIGÊNCIA
DAS PARTES;

III - POR NÃO PROMOVER OS ATOS E AS

DILIGÊNCIAS QUE LHE INCUMBIR, O
AUTOR ABANDONAR A CAUSA POR MAIS
DE 30 (TRINTA) DIAS;

IV - VERIFICAR A AUSÊNCIA DE
PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DE
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR
DO PROCESSO;

V - RECONHECER A EXISTÊNCIA DE
PEREMPÇÃO, DE LITISPENDÊNCIA OU DE
COISA JULGADA;

VI - VERIFICAR AUSÊNCIA DE
LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE
PROCESSUAL;
 VII - ACOLHER A ALEGAÇÃO DE
EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO DE
ARBITRAGEM OU QUANDO O JUÍZO
ARBITRAL RECONHECER SUA
COMPETÊNCIA;

VIII - HOMOLOGAR A DESISTÊNCIA DA

AÇÃO;

IX - EM CASO DE MORTE DA PARTE, A

AÇÃO FOR CONSIDERADA
INTRANSMISSÍVEL POR DISPOSIÇÃO
LEGAL; E

X - NOS DEMAIS CASOS PRESCRITOS

NESTE CÓDIGO.

DEFINITIVA É A QUE CONTÉM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO.

ART. 487. HAVERÁ RESOLUÇÃO DE

MÉRITO QUANDO O JUIZ:

I - ACOLHER OU REJEITAR O PEDIDO

FORMULADO NA AÇÃO OU NA
RECONVENÇÃO;

II - DECIDIR, DE OFÍCIO OU A
REQUERIMENTO, SOBRE A OCORRÊNCIA
DE DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO;

III - HOMOLOGAR:

A) O RECONHECIMENTO DA
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO FORMULADO
NA AÇÃO OU NA RECONVENÇÃO;

B) A TRANSAÇÃO;

C) A RENÚNCIA ( DIREITO MATERIAL ) À

PRETENSÃO FORMULADA NA AÇÃO OU
NA RECONVENÇÃO.
2 – ELEMENTOS

RELATÓRIO, FUNDAMENTAÇÃO E DISPOSITIVO.

FALTA DE UM DOS ELEMENTOS TORNA A DECISÃO NULA.

3 – RELATÓRIO

ART. 489 CPC.

RELATÓRIO É A SÍNTESE DO PROCESSO. TRATA-SE DE UM

RESUMO, NO QUAL O JUIZ NARRARÁ, SINTETICAMENTE, TUDO
AQUILO DE RELEVANTE QUE TENHA OCORRIDO AO LONGO DO
PROCESSO.

4 – FUNDAMENTAÇÃO

PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

A FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL É O ELEMENTO
CONSISTENTE NA INDICAÇÃO DOS MOTIVOS QUE JUSTIFICAM,
JURIDICAMENTE, A CONCLUSÃO A QUE SE TENHA CHEGADO.
ESTE É UM PONTO ESSENCIAL: FUNDAMENTAR É JUSTIFICAR.

DIREITO ADEQUADO AOS FATOS – ART. 489, § 1º.

§ 1O NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA

QUALQUER DECISÃO JUDICIAL, SEJA ELA
INTERLOCUTÓRIA, SENTENÇA OU
ACÓRDÃO, QUE:

I - SE LIMITAR À INDICAÇÃO, À
REPRODUÇÃO OU À PARÁFRASE DE ATO
NORMATIVO, SEM EXPLICAR SUA RELAÇÃO
COM A CAUSA OU A QUESTÃO DECIDIDA;

II - EMPREGAR CONCEITOS JURÍDICOS

INDETERMINADOS, SEM EXPLICAR O
MOTIVO CONCRETO DE SUA INCIDÊNCIA
NO CASO;

III - INVOCAR MOTIVOS QUE SE

PRESTARIAM A JUSTIFICAR QUALQUER
OUTRA DECISÃO;
 IV - NÃO ENFRENTAR TODOS OS
ARGUMENTOS DEDUZIDOS NO PROCESSO
CAPAZES DE, EM TESE, INFIRMAR A
CONCLUSÃO ADOTADA PELO JULGADOR;

V - SE LIMITAR A INVOCAR PRECEDENTE OU

ENUNCIADO DE SÚMULA, SEM IDENTIFICAR
SEUS FUNDAMENTOS DETERMINANTES
NEM DEMONSTRAR QUE O CASO SOB
JULGAMENTO SE AJUSTA ÀQUELES
FUNDAMENTOS;

VI - DEIXAR DE SEGUIR ENUNCIADO DE

SÚMULA, JURISPRUDÊNCIA OU
PRECEDENTE INVOCADO PELA PARTE, SEM
DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DE DISTINÇÃO
NO CASO EM JULGAMENTO OU A
SUPERAÇÃO DO ENTENDIMENTO.

5 – DISPOSITIVO

O DISPOSITIVO É A PARTE CONCLUSIVA DA SENTENÇA.

É NO DISPOSITIVO QUE SE SABE QUAL É O COMANDO ESTATAL

QUE ESTABELECE A SOLUÇÃO DO CASO CONCRETO.

6 – INTERPRETAÇÃO DA SENTENÇA

ESTABELECE O§ 3° DO ART. 489 QUE A "DECISÃO JUDICIAL

DEVE SER INTERPRETADA A PARTIR DA CONJUGAÇÃO DE
TODOS OS SEUS ELEMENTOS E EM CONFORMIDADE COM O
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ".

A DECISÃO PRECISA SER INTERPRETADA SISTEMATICAMENTE,

DE MODO QUE SE LEVE EM CONSIDERAÇÃO TODOS OS SEUS
ELEMENTOS.

- LIMITES DA SENTENÇA - ART. 141 CPC:

ART. 141. O JUIZ DECIDIRÁ O MÉRITO NOS

LIMITES PROPOSTOS PELAS PARTES,
SENDO-LHE VEDADO CONHECER DE
QUESTÕES NÃO SUSCITADAS A CUJO
 RESPEITO A LEI EXIGE INICIATIVA DA
PARTE.

A SENTENÇA QUE NÃO APRECIA TODOS OS PEDIDOS

FORMULADOS É CITRA PETITA.

SENTENÇA ULTRA OU EXTRA PETITA É AQUELA QUE

CONCEDEU MAIS DO QUE SE POSTULOU OU QUE DEFIRA
BEM JURÍDICO DIVERSO DO QUE TENHA SIDO POSTULADO.

A SENTENÇA ULTRA PETITA DEVE TER SEU EXCESSO

PODADO PELO TRIBUNAL, EM GRAU DE RECURSO A ELE
CABENDO INVALIDAR O EXCESSO.

JÁ A SENTENÇA EXTRA PETITA É INTEIRAMENTE NULA. OU,

NO CASO DE APENAS UM CAPÍTULO DE SENTENÇA SER
EXTRA PETITUM, NULO SERÁ ESTE CAPÍTULO, JÁ QUE A
NULIDADE DE PARTE DA SENTENÇA NÃO CONTAMINA O
RESTANTE DO PRONUNCIAMENTO, SENDO A INVALIDAÇÃO
PARCIAL DA DECISÃO JUDICIAL.

7 – CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA DEFINITIVA

DECLARATÓRIA (TAMBÉM CHAMADA DE MERAMENTE

DECLARATÓRIA), CONSTITUTIVA E CONDENATÓRIA.

CHAMA-SE SENTENÇA DECLARATÓRIA (OU MERAMENTE

DECLARATÓRIA) À QUE CONTÉM, APENAS, A CERTIFICAÇÃO
DA EXISTÊNCIA, INEXISTÊNCIA OU MODO DE SER DE UMA
RELAÇÃO JURÍDICA, OU DA AUTENTICIDADE OU FALSIDADE
DE UM DOCUMENTO.

DECLARAR É TORNAR CERTO, INDUVIDOSO, ELIMINANDO

OFICIALMENTE QUALQUER DÚVIDA OU INCERTEZA QUE
PUDESSE HAVER.

SENTENÇA CONSTITUTIVA SE CARACTERIZA POR CONTER

ATO JUDICIAL QUE DETERMINA A CRIAÇÃO, MODIFICAÇÃO OU
EXTINÇÃO DE RELAÇÃO JURÍDICA.

CHAMA-SE SENTENÇA CONDENATÓRIA ÀQUELA SENTENÇA

QUE, RECONHECENDO A EXISTÊNCIA DE UM DEVER JURÍDICO,
PERMITE A PRÁTICA DE ATIVIDADE JURISDICIONAL
POSTERIOR DESTINADA A EFETIVAR AQUILO QUE NA
SENTENÇA SE RECONHECEU SER DIREITO DE UMA DAS
PARTES. EM OUTROS TERMOS, SENTENÇA CONDENATÓRIA É
AQUELA QUE PERMITE O DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADE
EXECUTIVA.

TODA SENTENÇA QUE PERMITE O DESENVOLVIMENTO DE

ATIVIDADE JURISDICIONAL POSTERIOR, DE NATUREZA
EXECUTIVA, É, PORTANTO, CONDENATÓRIA.

8 – MODIFICAÇÃO DA SENTENÇA APÓS PUBLICAÇÃO – ART.

494 CPC:

ART. 494. PUBLICADA A SENTENÇA, O JUIZ

SÓ PODERÁ ALTERÁ-LA:

I - PARA CORRIGIR-LHE, DE OFÍCIO OU A

REQUERIMENTO DA PARTE, INEXATIDÕES
MATERIAIS OU ERROS DE CÁLCULO;

II - POR MEIO DE EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO.

 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS

INFRINGENTES.

9 – COISA JULGADA – ART. 502 CPC:

ART. 502. DENOMINA-SE COISA JULGADA

MATERIAL A AUTORIDADE QUE TORNA
IMUTÁVEL E INDISCUTÍVEL A DECISÃO
DE MÉRITO NÃO MAIS SUJEITA A RECURSO.

- COISA JULGADA MATERIAL – DECISÃO DE MÉRITO – ART.

502 CPC.
EXEMPLO: SENTENÇA DE MÉRITO.

- COISA JULGADA FORMAL – PROCESSUAL – DECISÃO

PROCESSUAL. NÃO SE ENFRENTA O MÉRITO.
EXEMPLO: DECISÃO EM RECURSO DE APELAÇÃO EM QUE NÃO
SE RECORRE MAIS.

QUESTÃO PREJUDICIAL – AQUELA QUE PODE

PREJUDICAR/INFLUENCIAR A QUESTÃO PRINCIPAL.
* LIMITAÇÃO DA SENTENÇA:

- LIMITAÇÃO OBJETIVA - VIA DE REGRA, A COISA JULGADA

TEM FORÇA DE LEI SOBRE A QUESTÃO PRINCIPAL, MAS PODE
TAMBÉM SER EM RELAÇÃO A PREJUDICIAL – ART. 503 CPC:

ART. 503. A DECISÃO QUE JULGAR TOTAL

OU PARCIALMENTE O MÉRITO TEM FORÇA
DE LEI NOS LIMITES DA QUESTÃO
PRINCIPAL EXPRESSAMENTE DECIDIDA.

§ 1O O DISPOSTO NO CAPUT APLICA-SE À

RESOLUÇÃO DE QUESTÃO PREJUDICIAL,
DECIDIDA EXPRESSA E INCIDENTEMENTE
NO PROCESSO, SE:

I - DESSA RESOLUÇÃO DEPENDER O

JULGAMENTO DO MÉRITO;

II - A SEU RESPEITO TIVER HAVIDO

CONTRADITÓRIO PRÉVIO E EFETIVO,
NÃO SE APLICANDO NO CASO DE
REVELIA;

III - O JUÍZO TIVER COMPETÊNCIA EM

RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA PARA
RESOLVÊ-LA COMO QUESTÃO PRINCIPAL.

§ 2O A HIPÓTESE DO § 1O NÃO SE APLICA SE

NO PROCESSO HOUVER RESTRIÇÕES
PROBATÓRIAS OU LIMITAÇÕES À
COGNIÇÃO QUE IMPEÇAM O
APROFUNDAMENTO DA ANÁLISE DA
QUESTÃO PREJUDICIAL ( BUSCA-SE UMA
SENTENÇA DE MÉRITO PLENA ).

EXEMPLO: AÇÃO DE ALIMENTOS ONDE SE LEVANTA A

QUESTÃO DA FILIAÇÃO ( PATERNIDADE ).

- LIMITAÇÃO SUBJETIVA – ART. 506 CPC:

 ART. 506. A SENTENÇA FAZ COISA JULGADA
ÀS PARTES ENTRE AS QUAIS É DADA, NÃO
PREJUDICANDO TERCEIROS.

EXEMPLO: SUBSTITUIÇAO PROCESSUAL. MP EM RELAÇÃO A

MENOR EM AÇÃO DE ALIMENTOS.

MAS HÁ EXCEÇÕES EM QUE ATINGE TAMBÉM TERCEIROS.

REDISCUÇÃO DE QUESTÕES JÁ DECIDIDAS – ART. 505 CPC:

ART. 505. NENHUM JUIZ DECIDIRÁ

NOVAMENTE AS QUESTÕES JÁ DECIDIDAS
RELATIVAS À MESMA LIDE, SALVO:

I - SE, TRATANDO-SE DE RELAÇÃO

JURÍDICA DE TRATO CONTINUADO,
SOBREVEIO MODIFICAÇÃO NO ESTADO
DE FATO OU DE DIREITO, CASO EM QUE
PODERÁ A PARTE PEDIR A REVISÃO DO QUE
FOI ESTATUÍDO NA SENTENÇA;

II - NOS DEMAIS CASOS PRESCRITOS EM LEI.

EXEMPLO: AÇÃO DE ALIMENTOS ONDE O DEVEDOR TEM SEU

ESTADO FINANCEIRO ALTERADO.

10 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – ART. 509 CPC:

ART. 509. QUANDO A SENTENÇA CONDENAR

AO PAGAMENTO DE QUANTIA ILÍQUIDA,
PROCEDER-SE-Á À SUA LIQUIDAÇÃO, A
REQUERIMENTO DO CREDOR OU DO
DEVEDOR:

I - POR ARBITRAMENTO, QUANDO

DETERMINADO PELA SENTENÇA,
CONVENCIONADO PELAS PARTES OU
EXIGIDO PELA NATUREZA DO OBJETO DA
LIQUIDAÇÃO;
 II - PELO PROCEDIMENTO COMUM,
QUANDO HOUVER NECESSIDADE DE
ALEGAR E PROVAR FATO NOVO.

§ 1º QUANDO NA SENTENÇA HOUVER UMA

PARTE LÍQUIDA E OUTRA ILÍQUIDA, AO
CREDOR É LÍCITO PROMOVER
SIMULTANEAMENTE A EXECUÇÃO
DAQUELA E, EM AUTOS APARTADOS, A
LIQUIDAÇÃO DESTA.

§ 2º QUANDO A APURAÇÃO DO VALOR

DEPENDER APENAS DE CÁLCULO
ARITMÉTICO, O CREDOR PODERÁ
PROMOVER, DESDE LOGO, O
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA.

10.1 – TIPOS:

- SIMPLES CÁLCULO ARITMÉTICO

- ARBITRAMENTO

- PROCEDIMENTO COMUM

– LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULO ARITMÉTICO - CUMPRIMENTO

DE SENTENÇA IMEDIATA NOS PRÓPRIOS AUTOS DA AÇÃO
PRINCIPAL – ART. 509, § 2 CPC.

- LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO – JUIZ INTIMARÁ AS

PARTES PARA APRESENTAÇÃO DE PARECERES OU
DOCUMENTOS. PODE SE NOMEAR PERITO PARA ANÁLISE DOS
DOCUMENTOS. APÓS, JULGAMENTO – ART. 510 CPC.

- PROCEDIMENTO COMUM – SEMPRE QUE SE QUISER ALEGAR

E PROVAR FATO NOVO - JUIZ INTIMARÁ REQUERIDO PARA
APRESENTAÇAÕ DE CONTESTAÇÃO. INSTRUÇÃO PROCESSUAL.
JULGAMENTO – ART. 511 CPC.

- SENTENÇA COM PARTE LÍQUIDA E ILÍQUIDA – EXECUTA

PRIMEIRO A PARTE LÍQUIDA – ART. 509, § 1 CPC.
- DECISÃO PROFERIDA EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA –
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – RECURSO AGRAVO DE
INSTRUMENTO – ART. 1015, § ÚNICO CPC.

- LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA – PENDÊNCIA DE RECURSO –

AUTOS APARTADOS.