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15-02-2024

CIBERESCOLA
Ensino do Português Língua Não Materna/Língua de Acolhimento

1. A entidade
A Associação Aprendo Português (AAP) - Ciberescola é uma associação sem fins
lucrativos detentora das plataformas www.ciberescola.com e
http://www.cibercursoslp.com/ .
A plataforma Ciberescola contém aproximadamente 4500 «aulas», i.e., agregados de
exercícios interativos de correção automática e humana, com input áudio, vídeo,
imagem e texto.

Para além e materiais de ensino de português língua de comunicação, a plataforma


integra atividades de português língua de especialidade, em função da área
académica/profissional dos formandos. Inclui igualmente aulas de preparação para
exame: CAPLE e IAVE.
A plataforma Cibercursos integra fichas PDF, com soluções, imprimíveis, para
complemento, na modalidade de estudo autónomo.

2. Atividade desenvolvida
A Ciberescola tem por ação principal a lecionação em tempo real, através de
videoconferência (Zoom) a alunos, nacionais de países terceiros, em idade escolar, a
frequentar o sistema de ensino português, bem como a adultos residentes em Portugal
ou estrangeiro. Os alunos/formandos têm aulas com os professores da Ciberescola, a

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partir das instalações das escolas ou instituições parceiras – ou ainda, a partir da sua
residência, ou local de preferência, devendo para tal estar munidos de dispositivo com
câmara, fones e ligação à internet.
Esta é uma atividade que decorre desde 2011, altura em foi estabelecido protocolo de
cooperação entre a Ciberescola e a Direção Geral de Educação (DGE). A Ciberescola
funciona em 31 Agrupamentos de Escola/Instituições, de norte a sul do país.
Presentemente, o número de beneficiários diretos e indiretos do projeto é de 928.
Encontram-se presentemente a beneficiar de ensino por videoconferência, de dois
tempos semanais, 175 alunos/formandos. Os restantes formandos beneficiam do
acesso às plataformas.
3. Objetivos
O objetivo geral da nossa missão é suprir a carência cada vez mais crescente e urgente
de um ensino individualizado e intensivo, por professores especializados, a
alunos/formandos falantes não nativos do português e, por esta via, constituir-se
como fator decisivo de sucesso na aprendizagem e inclusão social.
3.1. Objetivos específicos
1. Flexibilizar o ensino da língua portuguesa, oferendo modalidades que vão além dos
cursos presenciais ou em b-learning.

2. Explorar o potencial da aprendizagem através de sistemas digitais criados e


adaptados para fins didáticos.

3. Chegar ao maior número possível de aprendentes, ultrapassando obstáculos que se


prendem com deslocações, espaços físicos, horários, acesso a recursos didáticos.

4. Fomentar a aprendizagem autónoma de língua através da pedagogia baseada em


tarefas, orientada por um professor.

5. Implementar um ensino individualizado, com a criação de materiais afeiçoados às


necessidades verificadas, disponibilizando feedback personalizado imediato e
estimulando assim a motivação do aluno.

6. Criação de uma comunidade alargada de aprendentes de língua portuguesa, com


oportunidades de interação entre os seus elementos.

4. Ensino-aprendizagem online na Ciberescola

A modalidade de ensino proposto inclui duas componentes concomitantes:

(i) Componente assíncrona. O aprendente acede à plataforma www.ciberescola.com


e realiza as atividades propostas nas “aulas” seriadas do curso que lhe foi destinado,
após diagnóstico de proficiência. Inclui-se nesta modalidade o acesso ao Moodle, onde
o professor alocará fichas PDF, imprimíveis, assim como orientações e respostas a
perguntas dos alunos (escritas ou por gravação áudio). Também aqui os alunos terão

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oportunidade de interagir em diferido entre si, espontaneamente ou a propósito de


atividades propostas pelo professor. Com aprendentes de níveis de iniciação, é
possível recorrer a intérprete/tradutor humano ou, opcionalmente, a sistemas de IA,
dependendo da língua materna do aprendente.

(ii) Componente de lecionação em videoconferência. O aprendente acede à


plataforma Ciberescola e à aplicação Zoom para as sessões síncronas de
videoconferência com o professor.

4.1. Pontos fortes

4.1.1. Componente assíncrona

1. Abundância de materiais. O aprendente dispõe de um número elevadíssimo de


exercícios com vista a adquirir e consolidar desempenhos. Um tal volume de atividades
seria impraticável em suporte de papel. Nesta medida, o aprendente tem efetivamente
possibilidade de praticar a língua extensivamente.

2. Feedback instantâneo. O aprendente acede, logo após a submissão do seu


trabalho/respostas, aos resultados gerados automaticamente pelo computador.

3. Aprendizagem independente. O aprendente gere autonomamente o seu tempo de


trabalho na plataforma, mediante plano de estudo aconselhado pelo seu professor.
Sobretudo no caso de aprendentes de iniciação, a situação de interação direta com
professor gera tipicamente situações de ansiedade e de bloqueio, com consequente
declínio na motivação.

4. Possibilidade de combinar, na plataforma, vários aplicativos digitais (Anki, Wordwall,


VoiveThread K-12, etc.);

5. Possibilidade de implementar um ensino realmente individualizado, quer pelo facto


de o curso a que o aprendente acede ser desenhado para o seu perfil sociolinguístico,
mas também por, de entre as aulas desse curso, lhe ser indicada uma sub-seleção de
aulas, dirigidas incisivamente às suas necessidades de aprendizagem.

6. Possibilidade de edição dos materiais das “aulas”. A todo e momento, é possível


alterar componentes, corrigir gralhas, modificar textos, acrescentar input, etc.,
alterações essas que ficam disponíveis imediatamente.

7. Possibilidade de inserir input áudio e vídeo, facilitador das tarefas do domínio da


receção e produção oral.

8. Facilidade de manuseamento da plataforma pelo aprendente. A plataforma


Ciberescola.com, criada de raiz, por encomenda pela Associação, para servir o projeto
de ensino online do português, está fundada em programação muito leve, cujos
conteúdos são editados diretamente em código HTML, funcionando assim,
plenamente, em qualquer dispositivo e com sinal de Internet muito baixo. O aprendente
necessita apenas de efetuar 3 passos: 1. Efetuar login; 2. clicar em «Exercícios e
Aulas»; 3. clicar na aula que quer realizar. Acresce que a plataforma não oferece
distrativos, visuais ou auditivos (botões laterais, pop-ups, publicidade, etc.).

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4.1.2. Componente de lecionação em videoconferência

1. Possibilidade de o aprendente praticar a produção e interação oral, quer com o


professor, quer com outros aprendentes.

2. Facilidade de visualização, em partilha de ecrã, do processo de correção, pelo


professor, das produções escritas do aluno (respostas abertas).

3. Oportunidade de uso do chat – escrita de pequenos segmentos frásicos para fins


comunicacionais imediatos.

4. Acesso a explicações, demonstrações e novas instruções do professor em tempo


real.

5. Viabilidade da presença de um intérprete em sessão Zoom, a acompanhar e a apoiar


o professor e o aluno, útil nas primeiras sessões.

4.2. Pontos fracos

4.2.1. Componente assíncrona

Não existem desvantagens ou obstáculos na implementação da aprendizagem


autónoma orientada assincronamente.

4.2.2. Componente de lecionação em videoconferência

1. Requisitos necessários quanto a equipamentos e sinal de Internet. Nesta


componente, que implica o acoplamento de sessões Zoom, há condicionantes
técnicas: os alunos deverão estar munidos de computador com câmara (incorporada
ou externa), fones de ouvido e velocidade de Internet mínima (aproximadamente 8
Mbps para download e 1.5 Mbps para upload).

2. Grau de destreza do aluno no manuseamento de ferramentas digitais. Não sendo um


requisito sine qua non, é inegável que a familiaridade no uso das novas tecnologias
facilita a motivação do aluno no seu processo de aprendizagem. Nos casos em que
esta familiaridade não se verifica, os cursos incluem instruções em vídeo, com vista à
aquisição das competências estritamente necessárias à frequência dos cursos.

5. Desenho global dos cursos

5.1. Componente assíncrona

1. Na plataforma Ciberescola, cada curso, i.e., seriação estruturada de unidades


didáticas (designadas por “aulas”) é organizado em função:

a) do nível e subnível de proficiência (ex.: A1: A1.1 e A1.2);

b) da língua materna e sistemas gráficos dos aprendentes (se aplicável);

c) dos objetivos profissionais dos alunos, incluindo materiais de


aquisição/aprendizagem de Português para Fins Específicos (Hotelaria,
Transportes, Restauração, Construção, etc.) (se aplicável);

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d) das necessidades específicas decorrentes de fatores determinantes do perfil


sociolinguístico dos alunos, designadamente, bilinguismo/monolinguismo e
escolarização prévia.

2. Cada “aula” inclui texto escrito, imagens, texto áudio, atividades interativas de
correção automática ou atividades de correção humana (perguntas abertas de
redação). Poderá incluir também, como ponto de partida para as atividades, ou como
elemento complementar, vídeos embebidos do Youtube (da conta da Ciberescola).

3. Na lista de aulas de cada curso, o aprendente dispõe de sinalização diferenciada


para os exercícios que realizou, satisfatoriamente ou não, e para os que ainda
aguardam realização.

4. Cada curso inclui um mínimo de 250 “aulas”, após a realização das quais o aluno
será inserido no curso de subnível de proficiência seguinte. A maioria destas aulas,
sobretudo de cursos de iniciação, já se encontra elaborada. É expectável, no entanto,
que seja necessário criar novas aulas, especificamente dirigidas ao público-alvo em
questão, segundo os fatores (i) faixa etária dos aprendentes, (ii) interesses e (iii) perfil
sociolinguístico.

5. O trabalho dos alunos realizado em cada “aula” e submetido na plataforma fica


gravado e é consultável pelo próprio, pelo professor, por agentes das instituições
parceiras e por avaliadores externos.

6. Inclui-se em cada curso os testes de avaliação diagnóstica, de avaliação formativa


(para auto-regulação) e de avaliação sumativa. Os dois primeiros tipos de avaliação
são de correção automática; o último é integralmente de correção humana, pelo
professor.

7. Há ainda a possibilidade de disponibilizar o serviço Moodle da Ciberescola


(embebido na plataforma), para disponibilização de fichas PDF e interação, em diferido,
entre aprendente e professor.

5.2. Componente de lecionação em videoconferência

A modalidade online permite muito mais facilmente recrutar professores


especializados, com mestrado em ensino de Português Língua Não Materna/Língua
Estrangeira, dado que não se impõe a necessidade de deslocação física. Tal permite a
AAP selecionar, a nível nacional e internacional, os docentes para a equipa da
Ciberescola exclusivamente com base na sua competência e currículo.

Com a periodicidade acordada para cada ação, o aprendente usufrui de sessões Zoom
com um professor pós-graduado em aquisição/aprendizagem de PLNM. As sessões
Zoom destinam-se a:

a) Estimular e desenvolver competências de conversação;


b) Corrigir, comentar e explicar os resultados das atividades desenvolvidas
assincronamente pelos aprendentes;
c) Introduzir novos tópicos, a trabalhar assincronamente em período pós-sessão;

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d) Dar instruções sobre os melhores métodos de superação de dificuldades


específicas;
e) Realizar testes de avaliação sumativa: os testes estão ocultos na plataforma e
apenas ficam disponíveis durante a sessão Zoom destinada à realização do
teste.

Cumpre notar que as sessões síncronas em videoconferência constituem um momento


fundamental para a gestão das opções didáticas a implementar pelo professor, pois
informam-no sobre as carências particulares de cada aluno/grupo de aluno. Tal
permite-lhe elaborar e editar novos recursos afeiçoados aos diferentes perfis. Só assim
será possível delinear tarefas estruturadas que continuamente motivem os aprendentes
a trabalhar de modo independente.

6. Avaliação dos cursos da Ciberescola


A Ciberescola é supervisionada pela DGE, mediante apresentação anual de relatório
pormenorizado (Cf., a título de exemplo,
http://www.cibercursoslp.com/Files/Relatorio-DGE-2022-1-19.pdf ) e submete-se a
avaliação externa anual por uma instituição de ensino superior (ver, a título de
exemplo, avaliação do ILTEC de 2013, que integrou aulas assistidas e visitas às escolas:
http://www.cibercursoslp.com/Files/Avaliacao-ILTEC-2013.pdf ; ver avaliação por
Universidade de Glasgow/Direção de Estudos Portugueses, de 2021:
http://www.cibercursoslp.com/Files/Avalia-Glasgow2021.pdf ).
Os AE e instituições parceiras reconhecem o valor e mérito do trabalho desenvolvido
pela Ciberescola e isso mesmo dão a saber à DGE, quer através da emissão de
pareceres (cf. http://www.cibercursoslp.com/Files/Pareceres-totais_merged.pdf ),
quer mediante resposta a inquéritos (cf.
http://www.cibercursoslp.com/Files/Relatorio-DGE-2022-inqueritos.pdf ).

7. Coordenação e direção pedagógica


Ana Sousa Martins (cf. CV https://www.cienciavitae.pt/pt/271C-75D1-1C55 foi a co-
produtora do Website ciberescola.com, em 2009, e foi fundadora, em 2011, do projeto
de ensino do PLNM da Ciberescola, assumindo atualmente os cargos de coordenadora
e diretora pedagógica.

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