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Faculdade de Educação
Departamento de Metodologia do Ensino e Educação
Comparada
São Paulo
2021
I. Apresentação da proposta de trabalho
A partir do período de início de observação e coleta dos dados que fundamentam este
trabalho, as aulas no colégio transcorreram de modo misto, com turmas presenciais e turmas
on-line. Devido ao Plano São Paulo de retorno parcial às atividades presenciais, decretado
pelo então governador do estado, João Dória, as turmas presenciais puderam retornar às salas
de aulas presencialmente com um limite máximo de 30% de sua capacidade. Assim, o colégio
Eniac se viu obrigado a realizar rodízios, de modo a alternar a presença dos alunos nas
limitações do espaço físico da escola. Esse rodízio funcionou a partir de pesquisas
respondidas pelos responsáveis dos alunos em formulários Google, a respeito do desejo ou
não de que o discente retornasse às atividades presenciais.
Desse modo, as práticas escolares encontraram-se, em certo sentido, limitadas, posto
que as atividades e avaliações deveriam ser feitas essencialmente em modelo on-line para
abarcar todos os alunos, até mesmo aqueles que optaram por não frequentar as aulas
presencialmente, e, por isso, não serem prejudicados.
As aulas on-line ocorreram por meio da criação de seções virtuais na plataforma
virtual Google Meet, com encontros das 7h às 12h45, no período matutino, e das 13h às
18h45, no período vespertino. Cada um dos alunos, ao ingressar no colégio, passa a ter
automaticamente um endereço de e-mail institucional Eniac e, a partir desses e-mails, foi
possível controlar o acesso às sessões de aulas on-line. Isto é, somente podiam acessar as
aulas virtuais aqueles cujo login deveria ser de domínio Eniac para, assim, evitar problemas
de invasões ou de outras naturezas aos quais professores, alunos e o ambiente escolar em sua
totalidade ficou suscetível durante a era do isolamento social - período esse que ainda se
mantém durante a elaboração deste relatório.
Ainda restritos ao acesso somente via login institucional, todo o corpo discente foi
matriculado em espaços digitais de interação, possibilitados pela plataforma Google
ClassRoom (ou Google Sala de Aula), para que as atividades e avaliações pudessem ser
facilmente acessadas e entregues virtualmente. Além do uso desta plataforma, o colégio
contou, ainda, com o Portal Eniac, um portal virtual, no qual os responsáveis pelos alunos
podiam consultar os boletins, informações cadastrais e registros de presença nas aulas, além
1
Colégio Eniac de Informática, localizado em Rua Força Pública, 89, Guarulhos - SP, é um colégio
particular que trabalha com todas as séries de Ensino Básico, desde a pré-escola ao ensino médio.
de informações afins. É fato notável, no entanto, que o uso de tais ambientes virtuais não
ocorreu somente em virtude da situação excepcional imposta pela pandemia, dado que o
colégio já possuía tais ferramentas como parte de seu instrumental pedagógico antes mesmo
de que a pandemia e o isolamento social se instaurassem, mas, é claro, tais ambientes digitais
simplesmente ganharam mais força, e seus usos deixaram de ser simplesmente fáceis e
práticos para se tornarem estritamente necessários, diante de um contexto pandêmico.
Ao analisar o documento Plano de Ensino Escolar (2021), do colégio Eniac, foi
possível identificar a preocupação com o ensino à distância, mediado pela tecnologia, com o
que o documento denomina como AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem):
A utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA - permite a
construção do conhecimento por parte do estudante em qualquer lugar e a qualquer
hora, inclusive por meio de dispositivos móveis. Inspirados na Deliberação CEE
nº77/2008 adotamos algumas atividades didáticas de ensino centradas na auto
aprendizagem [sic] com a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes
suportes de informação, utilizando tecnologias de informação e comunicação
remota, conforme observação na matriz curricular. No próprio Colégio, os alunos
têm acesso a equipamentos e ambientes escolares adequados para o trabalho na
modalidade semipresencial. (p. 17)
2
O sistema digital da plataforma pode ser acessado no endereço eletrônico:
<https://www.sistemaetapa.com.br/login>
No que tange ao sistema de avaliação, o colégio trabalha com avaliações dissertativas,
realizadas trimestralmente, de modo exclusivamente on-line, com respostas coletadas em
formulários Google. Além disso, o restante da nota gira em torno de simulados criados pela
plataforma Evolucional3 e por atividades desenvolvidas pelo professor em aula. Esta última
mostrou-se uma nota muito mais efetiva e real com relação ao desenvolvimento do aluno,
dado que possibilita uma avaliação continuada e formadora do discente, não simplesmente
um dado numérico categórico. Apesar da nota de professor, proveniente das atividades
desenvolvidas em aula, também apresentar-se como um dado quantitativo, o professor pode
ter um olhar mais atento e íntimo com relação ao corpo discente, suas dificuldades e
fragilidades. A única peculiaridade observada é que as turmas de 9º ano, assim como as
turmas de ensino médio, realizam avaliações semanais compostas por questões objetivas,
conhecidas como “semanadas” no âmbito do colégio.
IV. Análise dos dados obtidos e relação com o instrumental teórico do curso
Assim, o aluno, ao efetuar diversas trocas lexicais no texto lido, faz mais do que isso:
efetua trocas também de cunho semântico. Desse modo, a sacralidade do texto é quebrada -
ato este extremamente positivo - e o processo de aprendizagem a partir do texto torna-se
potencialmente mais produtivo e revelador. Ainda com respaldo nas ideias de Daibello, que
por sua vez, baseia-se em Rouxel (2012), pode-se entender tal processo de leitura sob a
denominação de “leitura cursiva”, em que o aluno envolve-se efetivamente com o texto que
está lendo para, assim, compreender o sentido apresentado em sua totalidade, dialogando com
sua própria realidade:
“leitura cursiva”: um tipo de leitura previsto como uma forma livre, direta e
corrente, com foco em apreender o sentido a partir do todo. Rouxel (2012, p. 276)
defende essa proposta como uma nova perspectiva no trabalho com literatura na
escola: “Leitura autônoma e pessoal, ela autoriza o fenômeno de identificação e
convida a uma apropriação singular das obras. Favorecendo outra relação com o
texto, significa um desejo de levar em conta os leitores reais” (ibidem, p. 96)
Isto é, o trabalho em sala de aula com foco no próprio texto deixa entrever uma noção
de leitura extremamente rica, posto que os alunos podem agir diretamente sobre a obra lida,
de modo a apropriar-se dela. A leitura não pode ser considerada jamais uma atividade
passiva, pois, no processo de trocas lexicais - como o efetuado pelo aluno em questão - são
notáveis também indícios de autoria. Ao se apropriar da obra conhecida, o leitor pode destruir
o texto para depois tentar reconstruí-lo, pelo processo de substituição, criando grandes
mudanças de sentido. Ou seja, um novo texto é criado e o sentido anteriormente pensado pelo
autor pode ser plenamente compreendido, pois, para negar uma ideia, o leitor precisa, antes
de mais nada, apropriar-se dela.
Para dar mais profundidade a essa discussão, Daibello usa ainda a expressão “leitura
subjetiva” apresentando-a como um processo discursivo em que um leitor, a partir de seus
conhecimentos de mundo, constrói um texto singular, que não pode jamais ser reconstituído
por nenhum outro sujeito em nenhum outro momento:
Em outras palavras, podemos definir esta leitura como aquela em que um
leitor real, empírico, se engaja na produção de sentidos em relação ao texto,
permitindo-se afetar por ele. [...] Trata-se, entretanto, de considerar a leitura
realizada na existência singular de um sujeito real, em um ato único e irrepetível -
para usar uma expressão de Bakhtin - porque decorre de condições concretas que o
constituem e não poderiam ser repetidas na singularidade da experiência vivida por
nenhum outro indivíduo. (ibidem, p. 99)
A partir de tal passagem de seu texto, Possenti deixa entrever também que a reescrita
pode configurar uma manifestação de autoria. Isso, pois, é assim uma das maneiras de o
aluno apropriar-se do texto apresentado e, passando de um estágio inicial, de uma atitude
passiva, para uma atitude totalmente ativa, fazendo do texto também, em parte, seu, posto que
participa diretamente do processo criativo. E exatamente assim foi feito pelo aluno na aula
observada.
Partindo agora para as observações referentes a outros encontros selecionados para o
estágio supervisionado, é possível mencionar o quão produtiva foi a aula sobre a construção
de textos narrativos. Produtiva, pois a aula tornou possível observar como a recepção de um
texto por diferentes públicos pode gerar, também, grandes mudanças de sentido. Ao ministrar
esta aula às turmas de 7º ano, foram criadas hipóteses de leitura que se verificaram, a priori,
corretas, restando apenas pequenos pontos lacunares - tais como quem seriam os personagens
ou o que estariam fazendo antes de que a história tomasse o rumo irremediável que havia
tomado etc. O trecho apresentado da narrativa foi:
“Vem lá o transporte com Maria. O mesmo é avistado pelo marginal, que logo
conclui seu plano iminente de execução. E o faz. O aceno com a mão indica ao
motorista que pare o veículo e o deixe entrar. As vistas de Maria mudam
imediatamente de direção e cruzam-se com as de José. Este segue, como quem
mede os passos, ao encontro daquela. Fita-lhe mais uma vez os olhos e estende-lhe
os braços. Aquelas magras mãos tocam a moça e, brutalmente, puxam-na para o
mais perto de si: tem uma refém. [grifo meu]”5
Fato curioso é que o mesmo trecho, ao ser apresentado para a turma de 8º ano,
possibilitou interpretações de sentido totalmente diversas. Um dos alunos presentes entendeu
o termo “refém”, no segmento destacado, como um uso metafórico da palavra, gerando a
ideia de que os personagens seriam, na verdade, um par romântico e associaram o texto
imediatamente ao gênero textual fanfiction. Após a turma interpretar o texto como uma
fanfic, foi notável a participação de todos na discussão. Tal fato deixa entrever o quanto
5
Texto de autoria de Diógenes de Lima, extraído da internet e pode ser acessado a partir do seguinte
endereço virtual: <https://www.algosobre.com.br/redacao/narracao-com-exemplos.html> Acessado
em 14 de julho de 2021.
textos desse gênero fazem parte do cotidiano dos jovens e, desse modo, podem configurar
uma profícua fonte de estudos, pois, mesmo fora do ambiente escolar, os alunos demonstram
engajamento em textos que, segundo suas próprias convicções, nada tem a ver com textos
literários ou exercícios de Língua Portuguesa.
Suas experiências, enquanto alunos leitores, portanto, não devem ser desprezadas,
mas acolhidas, posto que, ao debater sobre um texto literário6 de tal modo, os alunos
possibilitam uma espécie de intercâmbio cultural. Seus gostos por um tipo específico de
literatura mostram como a interpretação de um texto pode ser potencializada, de modo
extremo, podendo levar uma simples narrativa a ser entendida como pertencente a outro
gênero textual. Isto é, o uso da linguagem possibilita a demonstração de uma forma de ver o
mundo e a criação de um texto totalmente diferente do que foi idealizado por seu autor.
Novamente se enxerga aqui o ato de dessacralização do texto literário. Os alunos tentaram
preencher as lacunas de sentido e conseguiram estruturar um novo texto. Esse uso da
linguagem enquanto elemento criador nas práticas pedagógicas é corroborado por Pietri
(2010), ao valer-se das ideias de Correia (2003):
O significado dos conceitos sociais está no mundo, na negociação entre as
pessoas; a própria cultura, que é um produto do uso da linguagem, precisa ser
interpretada por quem participa dela. E a cultura é, ao mesmo tempo, um processo
que está em constante recriação, através das interpretações e negociações de seus
participantes. Assim, a linguagem não tem a função apenas de transmitir, ela cria
realidades e consciência, fornece novos meios à cognição para investigar e explicar
o mundo. (CORREIA, 2003, p. 511, apud PIETRI, 2010, p. 79)
Portanto, fica claro que as experiências que os alunos possuem enquanto leitores não
devem ser desprezadas. Toda a informação não-visual - tomando as ideias de Frank Smith -
que o aluno possuir pode ser proveitosa no processo pedagógico. É justamente o que defende
também Marli André (1995), em um ensaio sobre o estudo etnográfico, em que a autora
sintetiza de modo certeiro a necessidade de partir, no trabalho pedagógico, da realidade em
que o aluno está inserido, em sua cultura, mas não impor uma cultura outra sobre o discente:
O estudo da dinâmica de sala de aula precisa levar em conta, pois, a
história pessoal de cada indivíduo que dela participa, assim como as condições
específicas em que se dá a apropriação dos conhecimentos. Isso significa, por um
lado, considerar a situação concreta dos alunos (processos cognitivos, procedência
econômica, linguagem, imaginário), a situação concreta do professor (condições de
vida e de trabalho, expectativas, valores, concepções) e sua inter-relação com o
ambiente em que se processa o ensino (forças institucionais, estrutura
administrativa, rede de relações inter e extraescolar). (ANDRÉ, 1995, p. 37)
Portanto, todas as aulas em que foram utilizados textos, literário ou não, para
subsidiar as discussões mostraram-se muito ricas. Porém, apesar de extremamente frutíferas,
observo agora a necessidade de trabalhar o texto em si, em sua materialidade; e não trabalhar
o texto somente visando outros objetivos de ensino, tais como gramática ou leitura. Caso
contrário, o rico teor literário das obras, por exemplo, passa a ser deixado de lado e o aluno
não é apresentado a uma experiência de formação embasada no teor crítico da literatura, mas
tão somente passa a ler literatura buscando conceitos gramaticais ou para exercitar suas
habilidades e competências relativas à interpretação de textos. Tais ideias encontram respaldo
em Daibello, ao defender que “A questão da leitura de literatura na escola [...] permanece
quase sempre à margem especialmente quando se trata de abordagens que valorizem o leitor e
sua experiência com esse tipo de texto.” (2020, p. 95). Outro autor que se debruça
6
Não será discutido neste breve trabalho o estatuto do gênero textual fanfiction enquanto texto
literário ou não.
criticamente sobre esse aspecto é João Wanderley Geraldi (1996, pp. 317-318), que, ao
analisar documentos de matriz curricular, nota a mudança, a partir da década de 70, em que o
texto passa a ser o centro do ensino. O ensino de Língua Portuguesa passa a ser
fundamentado, nos documentos oficiais, no trabalho com o texto. A partir do trabalho oral,
escrito etc., o aluno, através de um dialogismo, pode aprender sobre a língua.
Outro ponto de fulcral importância para a análise dos dados coletados está na aula
sobre variação linguística, em que os alunos com sotaques de Rio Grande do Norte e do Rio
de Janeiro mostraram-se entusiasmados em compartilhar com os colegas conhecimentos
sobre suas variedades linguísticas. O aluno natural do Rio de Janeiro elencou uma série de
expressões regionais típicas de sua variedade, tais como “gastação” e “caô”. Os colegas de
turma divertiram-se ao tentar adivinhar o significado das expressões. Foi justamente nesse
ponto em que um aluno mencionou a importância do ensino da variedade padrão da Língua
Portuguesa. Caso contrário, não seria possível estabelecer comunicação compreensível em
todo o território nacional.
Assim, tal discussão torna-se extremamente produtiva e necessária, uma vez que o
discurso que circula comumente entre os alunos é o de que há uma forma certa ou errada de
se falar - o que excluiria todas as variedades linguísticas a não ser a variedade padrão - ou
que, se não há uma forma errada de se falar, qual seria a importância, então, de se aprender
gramática e a norma padrão nas escolas? Tais dúvidas parecem ter sido esclarecidas, de modo
prático, durante a discussão estabelecida, mas não resolvidas, evidentemente, dada a
complexidade e inesgotabilidade do assunto em questão. A variação linguística ainda é tema
de profundas indagações em sala de aula. Dante Lucchesi (2006), de modo sintético,
estabelece algumas bases para o entendimento da problemática de hierarquização entre as
normas linguísticas:
A identificação de distintos sistemas de avaliação social de variantes
lingüísticas e processos independentes de variação e mudança dentro do cenário
lingüístico brasileiro foi o fundamento da visão de uma realidade lingüística
brasileira polarizada, distinguindo, como unidades autônomas de análise, os padrões
de comportamento lingüístico dos segmentos funcionalmente escolarizados, que
ocupam o topo da pirâmide social, frente às variedades lingüísticas da grande
maioria da população brasileira, alijada da educação e demais direitos sociais.
Define-se, assim, uma oposição entre uma norma lingüística culta e uma norma
lingüística popular, ou vernácula, no grande e complexo diassistema do português
brasileiro. (LUCCHESI, 2006, p. 86)
Assim, Lucchesi mostra que a base da discussão a respeito das normas linguísticas
socialmente aceitas - ou não - está calcada essencialmente no pertencimento a uma esfera
social de acesso à escolarização. Ou seja, as normas linguísticas consideradas socialmente
inferiores parecem não estar associadas ao acesso à educação formal. Talvez neste ponto
resida a dificuldade dos alunos com sotaques diferentes ao da variedade paulista em se
manifestarem e abrirem os microfones durante as aulas on-line. Parece haver um receio de
não serem aceitos ou serem estigmatizados em relação à turma. Por isso, torna-se tão
importante discutir em sala de aula o fato de que o ensino de Língua Portuguesa nas escolas
está voltado à variedade padrão e que isso não pressupõe a exclusão de outras variedades de
menor prestígio social.
V. Considerações finais
Referências bibliográficas
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Papirus, 1995.
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construção de significados. Estudos de Psicologia, v. 8, n. 3, pp. 505-513, set./dez. 2003.
DAIBELLO, Cláudia de Oliveira. & OMETTO, Cláudia Beatriz de C. N. “A leitura pessoal
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2020.
GERALDI, J. W., SILVA, L. L. M. & FIAD, R. S. Linguística, Ensino de Língua Materna e
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GOODSON, Ivor. Currículo: teoria e história. 7. ed. Trad. Attílio Brunetta. Petrópolis:
Vozes, 2005.
LUCCHESI, Dante. “Parâmetros sociolinguísticos do português brasileiro”. Revista da
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PIETRI, Émerson. “Sobre a constituição da disciplina curricular de língua portuguesa.”
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SMITH, Frank. “Leitura significativa”. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
POSSENTI, Sírio. “Ensinar o estilo?”. Calidoscópio. v. 5 n. 1: Janeiro/Abril, 2021.