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10/23/21

IMUNOLOGIA T4

Células e órgãos do
Sistema Imunitário (cont.)

Mónica Fernandes mafernandes@ualg.pt

Atendimento: email a combinar


Gabinete 3.16 Ed.7

2021/2022
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Órgãos do sistema imunitário

n Órgãos linfóides primários


¨ Medula óssea
¨ Timo

Órgãos onde os linfócitos se desenvolvem e amadurecem


(comprometidos para reconhecer um único antigénio) –
linfopoiese.

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Órgãos do sistema imunitário

n Órgãos linfóides secundários


¨Gânglios linfáticos
¨Baço
¨Tecidos linfóides associado a mucosas (MALT)
ex.: placas de Peyer, amígdalas, adenóides e apêndice

Órgãos onde linfócitos naive interagem com os


antigénios específicos (solúveis ou transportados pelas
células dendríticas) que provêm de vários tecidos
através da linfa – apresentam as condições ideais para
se iniciar a resposta imunológica

O sistema
linfóide humano

Órgãos linfóides

Vasos linfáticos

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Órgãos linfóides

Medula óssea

n Tecido complexo

n Local onde ocorre a hematopoiese

n Depósito de gordura

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Medula óssea

Medula óssea - estrutura

Osteoblastos

Células endoteliais

Envolvidas na
manutenção e
diferenciação de
células estaminais
hematopoiéticas

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Medula óssea - estrutura

Constituída por 2 microambientes – nichos – que


promovem suporte físico, fatores solúveis e interações
mediadas por células para regular a auto-renovação celular,
diferenciação e quiescência das células estaminais
hematopoiéticas (HSCs).

• Nicho endosteal (osso)

• Nicho vascular (sinusóides – vasos sanguíneos)

Medula óssea - estrutura

https://www.nature.com/articles/nrendo.2014.169

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Medula óssea - estrutura

• Nicho endosteal
Localiza-se na interface endósteo – medula óssea;
Consiste em pre-osteoblastos (células osteoprogenitoras),
osteoblastos e osteoclastos, interagindo com HSCs.
É um local de armazenamento de longo termo de HSCs.

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Medula óssea - estrutura

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Medula óssea - estrutura

• Nicho vascular
Consiste em vasos sanguíneos rodeados por populações
distintas de células estromais (não hematopoiéticas),
incluíndo células estaminais mesenquimatosas, células
adiposas, células endoteliais, células estromais
reticulares e macrófagos.
Participam na regulação e diferenciação de HSCs.
As células hematopoiéticas maduras migram através da
parede dos sinusóides medulares – migração
transendotelial e vão para a circulação sanguínea – veia
central.

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Medula óssea - estrutura

Os sinusóides são
delineados por
células endoteliais
especializadas.

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Medula óssea

n Células hematopoiéticas geradas na medula


óssea:
¨ atravessam as paredes de vasos sanguíneos
¨ entram na circulação
¨ distribuem-se pelo resto do corpo

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Linfócitos B são produzidos na medula


óssea

n Linfócitos B imaturos proliferam e diferenciam-se na


medula óssea

n Células estromais da medula secretam citocinas


necessárias para o desenvolvimento de linfócitos B

n Os linfócitos B da medula são responsáveis pela


produção de cerca de 90% dos anticorpos (IgG e IgA)
presentes no soro.

n Também os granulócitos, DCs e outras células mielóides


são produzidas na medula óssea.

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Linfócitos T são produzidos na medula


óssea mas têm que maturar no timo

n Os progenitores dos linfócitos T deixam a medula e vão


até ao timo através da circulação sanguínea.

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Timo

n Local de desenvolvimento dos linfócitos T

n É um órgão achatado, com 2 lobos, localizado sobre o


coração

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Timo

n Cada lobo é envolvido por uma cápsula e é dividido em


lóbulos separados por trabéculas (septos)

nCada lóbulo está organizado em 2 compartimentos:


córtex (mais externo) e medula (mais interna)

n Córtex
¨ Densamente povoado por células T imaturas (timócitos)

n Medula
¨ Mais escassamente povoado por timócitos

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Histologia do timo

Cápsula

Córtex

Medula

H&M

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Composição do timo

n Tem 2 componentes tecidulares

¨ Parênquima – composto maioritariamente por


timócitos (linfócitos T em vários estádios de
desenvolvimento – CD4, CD8 DN, DP, SP)

¨ Estroma – composto por células especiais


denominadas células epiteliais tímicas (corticais e
medulares), entre outras

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Composição do timo - estroma

n Rede tridimensional de células estromais


¨ Células epiteliais tímicas
¨ Células dendríticas
¨ Macrófagos
¨ Vasos sanguíneos

n As células estromais formam diversos


microambientes onde interagem com timócitos e
contribuem para a sua maturação

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Composição do timo

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Tráfego de linfócitos no timo


• Células progenitoras linfóides
provenientes da medula óssea
• Junção cortico-medular
• CD4 CD8 DN
• Interação com quimiocinas e
migração
• Expressão do TCR
• CD4 CD8 DP
• Seleção positiva
• CCR7 e migração para a medula
• CD4 ou CD8 SP
• Seleção negativa
• SP maduros (S1P1) - circulação

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Funções do timo

n Produção de linfócitos T maduros naive que se vão


localizar nos tecidos periféricos e circulação

n Seleção de linfócitos T imunocompetentes (capazes de


reconhecer complexos MHC-antigénio)

n Auto-tolerância imunológica

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Seleção tímica de linfócitos T

n Uma grande diversidade de recetores de células T (TCR) é


produzida através de rearranjos génicos.

¨ Algumas células expressam recetores capazes de


reconhecer complexos antigénio-MHC (seleção positiva)

¨ A maioria dos receptores TCR produzidos não são


capazes de reconhecer complexos antigénio-MHC (morte
celular por ausência de seleção positiva)

¨ Alguns TCR reconhecem complexos de MHC ligados a


antigénios próprios (seleção negativa)

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Timo e envelhecimento
n A função tímica e a massa do timo diminuem com a
idade

n O timo de um indivíduo idoso é cerca de 10 vezes mais


pequeno que o de um recém-nascido

n A produção de linfócitos T diminui


com a idade:
¨ 20% de um recém-nascido
aos 35 anos
¨ 2% de um recém-nascido aos
65 anos

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Timo e envelhecimento

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Órgãos linfóides secundários


§ Gânglios linfáticos (encapsulados)
§ Baço (encapsulado)
§ Tecidos linfóides associado a mucosas (MALT) de
sistemas como o digestivo, respiratório e genito-
urinário
ex.: placas de Peyer, amígdalas, adenóides e apêndice

¨ Todos contêm regiões distintas com atividade de


células T e/ou B
¨ e também todos desenvolvem folículos linfóides
(microambientes organizados onde se desenvolvem
e são selecionados linfócitos B que produzem
anticorpos com elevada afinidade).

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Os órgãos linfóides estão ligados entre sí


e aos tecidos por 2 sistemas circulatórios:
linfático e sanguíneo

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Sistema linfático

n Devido à pressão sanguínea, o soro


passa dos vasos sanguíneos para os
tecidos (fluido intersticial)

n O fluido entra em vasos linfáticos


primários ou capilares (passa a
designar-se linfa)

n A linfa passa para vasos linfáticos

n Quase toda a linfa volta à circulação


sanguínea (na veia subcavia
esquerda) através do ducto torácico

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Sistema linfático

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Gânglios linfáticos

n São pequenos órgãos em forma de feijão

n Encapsulados com tecido conjuntivo que emite septos


para o interior – lóbulos incompletos

n Com áreas ricas em linfócitos T – áreas T ou timo-


dependentes

n Com áreas ricas em linfócitos B – áreas B ou timo-


independentes

n Localizam-se no trajeto de vasos linfáticos mas


também são irrigados por vasos sanguíneos

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Gânglios linfáticos

Vasos linfáticos aferentes

Vaso linfático eferente


Axilas, região inguinal, pescoço, ao longo da aorta

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Gânglios linfáticos

n “Filtram” a linfa rica em antigénios proveniente dos


demais tecidos do corpo

n São os locais onde a resposta imunitária se


desenvolve contra antigénios da linfa

n Contêm uma estrutura reticular compacta com linfócitos,


macrófagos e células dendríticas

n Morfologicamente, pode ser dividido em 3


compartimentos concêntricos - córtex, paracórtex e
medula – que apresentam microambientes distintos

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Estrutura dos gânglios linfáticos

n Córtex

Contém linfócitos (principalmente linfócitos B),


macrófagos e células dendríticas foliculares
organizadas em folículos primários.

Como resposta a um estimulo


antigénico, os folículos primários
aumentam de tamanho formando
os folículos secundários que se
caracterizam por ter um centro
germinativo (mais pálido).

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Estrutura dos gânglios linfáticos

n Paracórtex

Contém principalmente linfócitos T e células


dendríticas recém-chegadas dos tecidos

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Estrutura dos gânglios linfáticos

n Medula

Contém menos células, principalmente células linfóides,


maioritariamente plasmócitos a secretar anticorpos
Local de saída

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Percurso do antigénio nos gânglios linfáticos

1. O antigénio (solúvel ou transportado por DCs) contido na


linfa, entra pelos vasos aferentes, passando pelo seio
subcapsular (cortex)
2. É processado e apresentado por moléculas MHC classe II
em DCs no paracórtex
- resulta na ativação de linfócitos TH
3. Linfócitos B são ativados no paracórtex
4. Linfócitos TH e B formam focos constituídos por linfócitos
B em proliferação
5. Alguns linfócitos B nos focos diferenciam-se em
plasmócitos

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Percurso do antigénio nos gânglios


linfáticos

6. Os focos atingem a dimensão máxima ao fim de 4-6


dias após o encontro com antigénio
7. Ao fim de 4-7 dias, alguns linfócitos TH e B migram para
os folículos primários no córtex
8. Nos folículos primários ocorrem interações entre
células dendríticas, linfócitos TH e linfócitos B levando à
formação de um folículo secundário com um centro
germinativo
9. Alguns dos plasmócitos formados no centro germinativo
migram para a medula do gânglio linfático e para a
medula óssea

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Passagem da linfa pelos gânglios


linfáticos
n Vasos linfáticos aferentes fazem passar linfa pelas
três regiões do gânglio, permitindo a captura de
qualquer partícula por células fagocíticas ou células
dendríticas

n No caso de presença de infeção ou invasão antigénica,


a linfa deixa o gânglio pelo vaso linfático eferente
enriquecida em anticorpos e linfócitos

n Aumento de linfócitos (gânglio inchado) deve-se à


proliferação destes no gânglio ou à entrada de
linfócitos provenientes da circulação através de vénulas
pós-capilares (também chamadas vénulas endoteliais
altas)

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Estrutura de um gânglio linfático

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Baço

n Situado na cavidade abdominal


no lado esquerdo

n Responsável pela resposta


imunitária a antigénios
presentes no sangue

n Antigénios e linfócitos na
circulação entram no baço
através da artéria esplénica

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Estrutura do baço

n Envolvido por uma cápsula


da qual partem trabéculas
que compartimentalizam o
órgão

n Divide-se em 3 regiões/
microambientes:
¨ Polpa vermelha
¨ Polpa branca
¨ Zona marginal (entre as duas
anteriores)

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Histologia do baço

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Polpa vermelha

n Rede de sinusóides populada por macrófagos,


eritrócitos e alguns linfócitos

n É o local onde os eritrócitos envelhecidos ou


defeituosos são eliminados

n Muitos macrófagos contêm eritrócitos ingeridos ou


depósitos de ferro provenientes da hemoglobina

n Acesso dos agentes patogénicos à polpa branca

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Polpa branca

n Envolve as ramificações da artéria esplénica, formando


a bainha periarterial, populada por linfócitos T

n Folículos linfóides primários ficam junto à bainha


periarterial e são ricos em linfócitos B e contêm centros
germinativos

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Estrutura do baço

POLPA
BRANCA
B POLPA
VERMELHA

esplénica

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Zona marginal

n Fica na periferia da bainha periarterial e é constituída


por linfócitos (especialmente B) e macrófagos

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Percurso do antigénio no baço


1. Antigénios e linfócitos entram
no baço através da artéria
esplénica, desembocando na
zona marginal

2. Na zona marginal o antigénio


é capturado por células
dendríticas e levado para a
bainha periarterial e/ou
linfócitos B que migram para
os folículos

3. Linfócitos naive do sangue


entram também na zona
marginal e migram para a
bainha periarterial (T) ou
folículos (B)
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Percurso do antigénio no baço

4. Linfócitos B ativados e
alguns linfócitos TH migram
para os folículos primários
da zona marginal

5. Os folículos primários
passam a folículos
secundários com centros
germinativos, onde proliferam
linfócitos B e plasmócitos

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Tecido linfóide associado a mucosas (MALT)


n Defende as membranas mucosas dos tratos digestivo,
respiratório e urogenital e também ao nível da pele

n Pode ser:
¨ Tecido linfóide associado a brônquios (BALT)
¨ Tecido linfóide associado ao intestino (GALT)
n Agregados de linfócitos pouco organizados na lâmina
própria
n Placas de Peyer
¨ Amígdalas
¨ Apêndice

n Contêm um grande número de plasmócitos

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Tecido linfóide associado a mucosas (MALT)

n Têm um papel importante na produção de plasmócitos


secretores de anticorpos do tipo IgA, que atravessam o
epitélio até à superfície da mucosa onde defendem o
organismo de agentes patogénicos

n Células M (no epitélio do intestino) – células


especializadas em captar os antigénios das superfícies
epiteliais - transportam antigénio para tecido linfóide
MALT

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Placas de Peyer

Estruturas bem definidas

Contêm folículos e zonas


de linfócitos T

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O antigénio ativa linfócitos B presentes


em folículos linfóides

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Distribuição dos tecidos linfóides em


vertebrados

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QUIZZ
1. Indique se as afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F)
a. Os antigénios que circulam na linfa podem ter uma forma
solúvel, ou serem transportados pelas células dendriticas.

b. Um dos principais mecanismos imunológicos associados


às mucosas é a produção de anticorpos do tipo IgA.

c. O timo de um indivíduo com 30 anos já não tem qualquer


função do ponto de vista imunológico.

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QUIZZ
d. O timo e a medula óssea são órgãos primários porque é
neles que os linfócitos T são ativados.

e. A linfa entra no baço pelos vasos aferentes e sai pelo vaso


eferente.

f. Como resposta a um estimulo antigénico, os folículos


primários aumentam de tamanho formando os folículos
secundários que se caracterizam por ter um centro
germinativo.

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QUIZZ

g. Os únicos órgãos linfóides que apresentam folículos são os


gânglios linfáticos e o baço. .

h. Na medula óssea, os linfócitos B maduros estão associados


a osteoblastos.

i. Existem células estaminais hematopoiéticas no timo.

j. Os linfócitos entram no baço através de vasos linfáticos.

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