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Como funcionam as regras de

advertências no trabalho?
O empregado que faz algo de errado em seu trabalho não é
necessariamente punido com a demissão por justa causa.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) reservou em seu
texto algumas ferramentas destinadas ao empregador para que
ele consiga manter a ordem e a disciplina de seus funcionários.
No post de hoje, falaremos quais são as regras de advertências
no trabalho que podem prejudicar o trabalhador e como saber
se o seu patrão está aplicando-as de forma correta, sem abusar
do seu direito de punir. Acompanhe!

O que são advertências?


As advertências são o modo mais leve de punir um empregado
que desrespeita as regras da empresa. É por meio dessa
ferramenta que o empregador avisa ao seu funcionário que ele
fez algo de errado e que, em caso de reincidência, o seu
contrato poderá ser rescindido por justa causa.

Os motivos mais comuns para aplicação da advertência são:

 desleixo;
 uso de celular no ambiente de trabalho;
 desrespeito ao regimento interno, como, por exemplo, o
código de vestimenta;
 baixo rendimento;
 atrasos injustificados;
 faltas injustificadas, entre outros.
Como as advertências devem ser
aplicadas?
A legislação prevê uma ordem que deve ser obedecida pelo
empregador ao punir o seu funcionário. É claro que tudo
dependerá da gravidade da falta cometida pelo trabalhador,
mas a regra é que devem ser dadas três advertências antes da
suspensão do empregado. Veja, abaixo, as formas de
advertências e como elas devem ser aplicadas:

Advertência verbal
A advertência não poderá ser dada na presença de outros
funcionários, sob pena de gerar indenização por dano moral. O
empregador deve pontuar a atitude faltosa e quais serão as
consequências dali para frente caso o empregado repita o erro.

Advertência por escrito


Deve ser feita em duas vias e uma é entregue ao empregado. Na
advertência, deve conter a descrição do ato faltoso, embasado
pela legislação trabalhista e no regimento interno da empresa.
Se o funcionário já foi advertido verbalmente, tal informação
deverá constar no texto da punição.

Para ter validade, a advertência deve ser assinada pelo


empregado, empregador e por duas testemunhas e guardada
no histórico do funcionário.

Suspensão
Se o empregador já advertiu verbalmente e por escrito e o
funcionário continua cometendo o mesmo erro, o patrão pode
suspender o seu funcionário até no máximo 30 dias. Mais do
que isso, já é considerado punição excessiva, nos termos do
artigo 474 da CLT.
Demissão por justa causa
Se nenhuma das alternativas anteriores deu certo, o
empregado pode ser demitido por justa causa. A CLT tem um
rol de motivos que geram tal dispensa.

Quais as regras de advertências no


trabalho?
As advertências trabalhistas não podem ser aplicadas de
qualquer forma, devendo o empregador obedecer aos
princípios abaixo para evitar a nulidade de determinada
punição:

 a punição deve ser atual, exceto quando a falta cometida


requerer apuração de fatos. No entanto, a demora na
aplicação deve ser justificada por escrito;
 unicidade da pena, que é o direito do empregador de
aplicar uma única vez a punição por determinado ato
faltoso;
 a pena deve ser proporcional ao erro cometido pelo
empregado.

O que o patrão não pode fazer quando


aplicar a advertência?
A lei diz que o poder disciplinar do empregador deve ser
proporcional. Logo, se a falta foi leve, deverá ser punida com
uma advertência, se foi grave, pode ser punida tanto com
advertência por escrito quanto com uma suspensão e, em casos
mais extremos, com uma demissão por justa causa.

O que o patrão não pode fazer é exceder o seu direito de


disciplinar os seus funcionários. A CLT também proíbe
qualquer punição vexatória que exponha os empregados ao
ridículo — ou seja, advertir na frente de outros colegas, colocar
apelidos vergonhosos ou criar um mural da vergonha.
Qualquer uma dessas atitudes deve ser punida com uma
reclamação trabalhista em face da empresa, requerendo danos
morais pela humilhação. O empregado também tem o direito
de pedir a rescisão indireta, também conhecida como justa
causa do empregador.

Claro que o empregador deve utilizar o bom senso e não aplicar


a advertência por escrito como instrumento de perseguição a
nenhum de seus funcionários.

Um funcionário cometeu falta grave passível de aplicação de


advertência, no entanto o funcionário recusa assinar a
advertência. Nesse caso, basta o empregador chamar duas (2)
testemunhas para assinar o documento na presença do
empregado.

Assim, uma advertência não assinada pelo empregado, mas


assinada por 2 testemunhas possui valor e pode vir ser um
meio de prova essencial em um processo na justiça.

Se você trabalha em áreas com alto risco de acidentes, como construção ou


indústria, sabe que o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é
indispensável para diminuir as ocorrências de mortes e ferimentos. A
advertência por não uso de EPI é o principal recurso de que
as empresas dispõem para impelir os funcionários a mudarem de
comportamento. Para isso, é preciso estar de acordo com a Lei 6.514/77.

A lei do uso de EPIs faz parte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e é
um importante instrumento de proteção da segurança do trabalhador. O
descumprimento dela pode resultar em multas onerosas para o seu negócio.
Por isso, conhecer os procedimentos para notificar e penalizar funcionários,
que repetidamente descumprem o uso de equipamentos de proteção, é
bastante importante.
Quer conhecer melhor a advertência por não uso de EPI e como ela pode
ajudar você a cumprir a lei? Continue a leitura!

O que diz a Lei do EPI?


A lei do EPI é a norma máxima sobre o uso de equipamentos de proteção
individual. O uso deles passou a ser obrigatório com a Lei 6.514/77 da CLT e
é regulamentado pela NR6, que versa sobre quais equipamentos são EPIs.

Contudo, além de determinar as circunstâncias do uso e responsabilidades de


empregador e empregado em relação aos dispositivos de segurança, essas
normas também orientam sobre a fabricação e a comercialização desses
equipamentos. Elas indicam que é obrigatório que todo EPI tenha o certificado
de aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego, mesmo quando eles são
importados de outros países.

As normas mostram também que cabe à fabricante incluir instruções claras, em


língua portuguesa, sobre o uso do EPI e realizar manutenções.

Quais os principais tipos de EPIs?


Você sabe quais os principais tipos de EPIs que devem ser utilizados pelos
trabalhadores? A seguir, listamos alguns deles. Confira!

Proteção auditiva

Esse é um tipo de equipamento utilizado pelos funcionários que costumam se


expor a ruídos altos de forma constante. Os itens mais comuns que os
profissionais utilizam para proteção auditiva são os tampões ou o tipo inserção
moldável (plug). Contudo, também é possível utilizar protetores em formato de
fone, concha ou no modelo de abafador. A sua utilização vai depender do tipo
de serviço que será realizado.

Proteção respiratória

Esse é um tipo de EPI que serve para proteger o indivíduo contra agentes
químicos e demais serviços orgânicos que tendem a prejudicar a saúde do
colaborador. Alguns exemplos que podem ser utilizados são os respiradores
com filtro e as máscaras. Assim, por meio desses itens, é possível proteger o
funcionário de poeira, névoas, fumos, gases, vapores, entre outros agentes.

Proteção facial

Existem alguns trabalhos que fazem com que o colaborador fique mais
suscetível a respingos químicos e partículas em direção ao seu rosto. Para
evitar que isso aconteça, é fundamental usar a máscara de proteção. O item é
elaborado em placas de acrílico transparente e ajuda a proteger o rosto sem
prejudicar a sua visão durante a execução de sua atividade.
Proteção visual

Os óculos de acrílico translúcido são algumas das opções de proteção visual


contra o impacto de quaisquer partículas que venham a atingir os olhos do
profissional. Além disso, também é possível contar com modelos mais escuros,
que ajudam a evitar a radiação UV e a iluminação muito intensa.

Proteção contra quedas

Quando as tarefas são realizadas em uma altura acima de 2 metros do chão, é


preciso fazer o uso de EPIs como talabarte, trava-quedas, cinturão de
segurança e ancoragem. Esses itens são essenciais para evitar quedas em
locais altos e de muita instabilidade.

Proteção das mãos

Outro EPI obrigatório pela Lei 6.514/77 é o utilizado para proteger as mãos,
como luvas e dedeiras. O uso do equipamento correto ajuda a evitar acidentes
que impossibilitem o uso das mãos. Por isso, muitas empresas recomendam a
utilização desse tipo de item em tempo integral durante as atividades
de trabalho.

Em quais situações o EPI deve ser usado?


A pessoa capacitada para determinar se há necessidade de EPI é o
técnico de segurança do trabalho. Havendo necessidade, esse profissional
informará que tipos de proteção precisam ser usados em cada local.

A necessidade de EPI pode existir em qualquer tipo de ambiente de trabalho


que apresente fatores de risco à segurança e à saúde dos empregados, não
somente nas áreas de atuação mais comumente consideradas perigosas ou
insalubres.

Quais as obrigações de empresas e empregados?


Cabe à empresa oferecer todos os EPIs necessários para uso no trabalho,
em número suficiente para os funcionários, bem como promover
substituições ou reparos, para que estejam sempre prontos para uso. É
proibido cobrar ou descontar do colaborador o valor referente aos
equipamentos de proteção individual, a não ser que ele tenha feito mau uso
deles.

Também é responsabilidade exclusiva do empregador prestar


esclarecimentos aos trabalhadores sobre a forma correta de usar os
equipamentos e as consequências de não fazê-lo.

As responsabilidades do funcionário são usar a proteção sempre que


estiver exposto a situações de risco e conservar os seus equipamentos
em bom estado.
Quais são as consequências legais do
descumprimento?
Pela lei do uso de EPIs, qualquer tipo de estabelecimento pode ser interditado
se a fiscalização encontrar funcionários trabalhando sem proteção em
ambientes de risco.

Caso o risco seja em relação à medicina do trabalho (como em intoxicações ou


contaminações), a empresa é multada em valores que vão de 3 a 30 vezes o
salário mínimo vigente. Se forem identificados riscos de segurança do trabalho
(quedas, amputações), a multa vai de 5 a 50 salários mínimos. Reincidências
ou tentativas de fraude resultam sempre no valor máximo da multa.

A determinação do valor a ser pago no caso de multa é feita por laudo


pericial, em que é analisada a gravidade da situação. A empresa poderá,
ainda, sofrer processo cível e/ou trabalhista.

Quando é o funcionário que deixa de utilizar o EPI disponibilizado, mesmo após


ser orientado sobre a importância dele, o seu empregador pode aplicar
procedimentos disciplinares (como advertência seguida de suspensão ao
reincidir) e até demiti-lo por justa causa.

Como incentivar o uso de EPI na empresa?


Há uma série de ferramentas à disposição do empreendedor para incentivar o
uso de EPIs no local de trabalho. Campanhas de conscientização, por
exemplo, são bastante populares nas empresas, porque orientam os
funcionários e, ao mesmo tempo, incentivam o uso dos equipamentos de
proteção.

Para quem costuma deixar o equipamento protetivo de lado com frequência, a


advertência por não uso de EPI é outro dos recursos disponíveis para
contornar a situação.

Conheça estratégias que vão ajudá-lo a implementar, com sucesso, o uso de


equipamentos de proteção individual entre os seus colaboradores!

Campanhas internas de conscientização

Lembrar frequentemente os funcionários da necessidade de usar


equipamentos de proteção individual é o primeiro passo para que eles sejam
bem-sucedidos nessa tarefa. Campanhas, com a distribuição de material
impresso e a colocação de cartazes e placas pelo ambiente de trabalho, são
excelentes para fazer isso. Elas tornam os EPIs parte da rotina dos
colaboradores e são excelentes para evitar acidentes.

Adicione esses lembretes em áreas-chave da empresa, como o espaço onde


os colaboradores tomam café, os armários em que guardam seus itens
pessoais e os banheiros. Ao ver aquelas mensagens com frequência, será
muito mais difícil se “esquecer” de usar um EPI.

Treinamentos de EPI semestrais

Até desenvolver a conscientização sobre o uso de EPIs na sua empresa, você


levará um tempo. Por isso, precisará programar uma série de treinamentos
para a equipe, preferencialmente mais de uma vez por ano.

Os treinamentos semestrais são uma oportunidade para estimar quantos


dos seus colaboradores já têm domínio sobre os equipamentos de
proteção individual e quais deles ainda precisam aprender mais e se habituar
com o uso deles.

Empresas com taxas maiores de rotatividade ou crescimento verão que é


preciso investir em treinamento em mais ocasiões, principalmente ao contratar
funcionários. Já aquelas que contam com uma base de colaboradores estável
há certo tempo, observarão esses treinamentos se tornarem cada vez menos
frequentes, conforme todos os colaboradores são educados sobre o uso de
EPI.

Advertência por não uso de EPI

A advertência por não usar EPI ou por mau uso de EPI é um recurso formal, no
qual a empresa demonstra insatisfação com um colaborador em particular
porque ele não tem cumprido com as regras. Ela é uma forma de documentar
que, mesmo dispondo dos equipamentos de proteção individual, foi escolha do
colaborador descumprir com as regras. Assim, serve para isentar o negócio
da responsabilidade sobre a demissão do empregado.

A advertência por escrito deve ser assinada e anexada na ficha do funcionário,


sendo o passo que antecede uma suspensão ou uma demissão por justa
causa. Munido desse documento, você poderá mostrar na justiça — se
necessário — que o colaborador deu motivos para a demissão e foi orientado
sobre o que fazia de errado.

Quais os riscos de não seguir a lei?


Caso não siga a Lei 6.514/77, as chances de acontecerem diversos acidentes
de trabalho que deixem o funcionário incapacitado de forma permanente ou
temporária são maiores. Isso pode gerar danos graves para o profissional,
podendo até mesmo ser aposentado por invalidez.

A não utilização de EPIs também pode agravar, aos poucos, a saúde do


colaborador. Por exemplo, quando o funcionário é exposto a um ambiente
com muito ruído, ele pode apresentar surdez, da mesma forma que a
exposição constante a agentes químicos pode ocasionar problemas
respiratórios e outras enfermidades.
Por isso, é fundamental que a organização incentive a utilização dos
equipamentos de proteção individual pelos funcionários. Sem se esquecer de
alertar sobre os riscos de não utilizá-los, incluindo o sério comprometimento da
saúde do colaborador.

Independentemente de ser proprietário de empresa, profissional da segurança


do trabalho ou funcionário, é importante conhecer a Lei 6.514/77, sobre o uso
de EPIs, para colaborar com um ambiente de trabalho mais saudável e seguro
para todos. Ao fazer isso, é possível garantir que todos os processos serão
executados corretamente, sem causar acidentes ocupacionais.

Gostou de conhecer melhor a lei que rege os equipamentos de proteção


individual e os recursos que os tornarão mais populares entre os seus
colaboradores, como a advertência por não uso de EPI? Esperamos que sim.

Se você ainda não providenciou EPIs adequados para os seus funcionários ou


precisa adquirir novos, entre em contato conosco e conheça as nossas
soluções em segurança do trabalho!

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