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Fábrica da Sadia: um ano para recuperar as perdas com as restrições do Cade (Joel
Rocha/EXAME.com/)
Fazer das duas uma só empresa não será tão simples quanto tirar da gaveta um
amplo projeto realizado pela consultoria McKinsey em março de 2010.
No plano, que não previa as restrições impostas pelo Cade, uma análise das
operações resultou num conjunto de 220 ações para unificar as empresas.
Da diretoria para baixo, cada empresa manteve uma equipe própria até hoje. O
time de diretores da Sadia, porém, encolheu drasticamente nos últimos dois
anos. Com uma debandada após o anúncio da fusão, o grupo original foi
reduzido quase à metade, de 20 para 12 diretores.
No rearranjo do portfólio, a BRF também terá seu maior desafio para integrar
os profissionais da área comercial. A principal incógnita gira em torno dos
550 vendedores — de um total de 4 200 em toda a companhia — responsáveis
pelas marcas que serão vendidas.
Parte desse rearranjo, do qual são esperados cerca de 30% das sinergias totais
da integração estimadas em até 500 milhões de reais por ano, já começou. A
produção de pizza, antes dispersa em três fábricas, será feita em sua maior
parte numa única, no Paraná. O mesmo ocorreu com a fabricação de
margarina, em Minas Gerais.
Por enquanto, a aprovação pelo Cade foi bem recebida por investidores.
Desde o julgamento, as ações da BRF subiram 14%, num período em que o
Ibovespa caiu 1,5%.
Dinheiro para isso não será problema, sobretudo após a venda do pacote de
fábricas e marcas, o que deverá trazer até 2 bilhões de reais ao caixa da
empresa.
Coordenado pelo banco BTG Pactual, o negócio já tem uma lista de
interessados que incluem desde os frigoríficos brasileiros Marfrig e JBS até a
americana Tyson Foods.
Para a BRF, os principais alvos devem ser empresas que permitam ampliar a
atuação no mercado internacional. “A prioridade é ir atrás de fábricas no
Oriente Médio e na Ásia, onde queremos industrializar e vender nossos
produtos”, diz Fay. “Mas isso só depois de cumprir obrigações de venda e de
integração.”