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Genética Médica

Estudo dirigido - Erros inatos do metabolismo


Professor Lucas Alves
Após a leitura do artigo: “Tratamento de erros inatos do metabolismo”, responda
ao que se pede:
Referência: Schwartz, I. V., Souza, C. F. M. de., & Giugliani, R.. (2008). Tratamento de erros
inatos do metabolismo. Jornal De Pediatria, 84(4), S8–S19.

Questões:
1. Qual é o objetivo principal deste artigo de revisão?
2. Quais categorias de distúrbios do metabolismo intermediário e doenças
relacionadas são abordadas no artigo?
3. Quais são as principais fontes de dados usadas no artigo para discutir o
tratamento dos distúrbios metabólicos?
4. Por que o tratamento de quadros agudos e com risco de vida é uma
prioridade na abordagem desses distúrbios?
5. Quais são as principais estratégias para o manejo da intoxicação presente
em muitos erros inatos do metabolismo intermediário mencionadas no
artigo?
6. Como a dieta pode ser usada como uma abordagem para o tratamento
desses distúrbios?
7. O que significa "terapia de reposição enzimática," e por que é mencionada
com destaque no artigo?
8. Qual é o papel da remoção do produto tóxico no tratamento desses
distúrbios?
9. Como se estimula a atividade enzimática residual nos pacientes com erros
inatos do metabolismo intermediário?
10. Qual é a importância das organelas lisossomos e peroxissomos em
relação ao tratamento de doenças metabólicas?
11. Quais são os tratamentos disponíveis para doenças lisossômicas e
peroxissômicas? O artigo fornece informações detalhadas sobre esses
tratamentos?
12. Qual é a principal conclusão do artigo em relação ao tratamento de erros
inatos do metabolismo?
13. O artigo destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar. Por
que isso é enfatizado?
14. Como o pediatra desempenha um papel fundamental no tratamento
desses distúrbios?
15. Baseado na leitura deste artigo, que lições você acredita que os pediatras
e outros profissionais de saúde podem tirar para melhorar o tratamento
de erros inatos do metabolismo?
16. O que você acha que são os desafios mais significativos na
implementação dessas estratégias de tratamento na prática clínica?
~ RESPOSTAS:

1) O objetivo principal do artigo em questão é abordar a situação atual do tratamento dos distúrbios do metabolismo
intermediário e das doenças relacionadas aos lisossomos e aos peroxissomos.

2) O artigo aborda intoxicação aguda decorrente do acúmulo de um substrato tóxico resultante do bloqueio de rotas do
metabolismo interno, podendo levar à defeitos no ciclo da ureia, intolerância aos açúcares, intoxicações por metais,
aminoacidopatias e acidemias orgânicas.

3) As principais formas de manejo da intoxicação foi a fonte de dados mais enfatizada no artigo.

4) Sabendo que um aumento da quebra de proteínas durante um estado catabólico pode causar acúmulo de grandes
quantidades de metabólicos tóxicos em curto espaço de tempo, levando a grave dano do sistema nervoso cerebral ou até
mesmo a morte, é imperativo interromper o estado catabólico no estágio inicial da descompensação aguda.

5) As principais estratégias para o manejo das intoxicações são o reconhecimento precoce, o reestabelecimento do
equilíbrio metabólico, a restrição do acúmulo de substrato através de dieta, a rápida remoção do substrato tóxico, o estimulo
de atividade enzimática residual, a reposição do produto deficiente, além de outras intervenções que podem ser realizadas
em situações específicas.

6) A dieta ajuda na restrição e controle dos níveis dos substratos, além de diminuir o acúmulo de mtabólitos tóxicos.

7) A “terapia de reposição enzimática” refere-se à situações em que a manifestação clínica não se relaciona com o acumulo
de substrato, e sim, à falta dele. Essa terapia é destacada no artigo, pois pode reverter o quadro de intoxicação, melhorar o
desenvolvimento neuropsicomotor, reduzir consideravelmente as crises convulsivas e consequente deteriorização
neurológica.

8) A remoção do produto tóxico é fundamental, já que o acúmulo desse substrato bloqueia vias metabólicas, provocando
intoxicação aguda e/ou progressiva.

9) A atividade enzimática residual pode ser estimulada através de co-fatores, como vitaminas e minerais, em várias rotas
metabólicas dependentes deles.

10) Os lisossomos e os peroxissomos são organelas responsáveis pela degradação de macromoléculas e de ácidos graxos
(em reações oxidativas), respectivamente. Devido a essas características, auxiliam na eliminação do substrato acumulado,
liberando a via metabólica e, consequentemente, no tratamento dessas doenças.

11) O tratamento das doenças peroxissomais, na maioria das vezes, é paliativo, podendo envolver manipulação da dieta. Já
o tratamento das doenças lisossomais inclui estratégias como o transplante de células hematopoiéticas, a TRE, a reposição
de órgãos danificados (especialmente o rim), além do uso de inibidores da síntese de substrato e da depleção do produto
acumulado.
A Terapia de Reposição Enzimática (TRE) envolve a administração intravenosa da forma recombinante da enzima
deficiente no paciente, tendo como suas principais limitações, a dificuldade de impactar de maneira significativa a evolução
de doenças ósseas e neurológicas, já que o cérebro e os ossos são órgãos menos acessíveis a macromoléculas, como as
enzimas recombinantes.
Os inibidores da síntese de substrato bloqueiam a atividade enzimática, diminuindo o acúmulo desse produto. Além disso,
por serem menores, assim como as chaperonas (drogas promissoras em desenvolvimento), conseguem ultrapassar a
barreira hematoencefálica, impactando o sistema nervoso central.
12- O artigo conclui que os tratamentos de erros inatos do metabolismo é uma das poucas áreas da medicina que
avançaram tanto e, mesmo que para muitas condições isso não represente a cura, os novos tratamentos/terapias são um
grande passo para a melhora da qualidade de vida dos afetados e a chance de sobrevida, para que novas estratégias sejam
desenvolvidas. Ressalta a importância da expansão de programas triagem neonatal para o diagnostico precoce e que, por se
tratar de uma situação complexa, deve ser abordada por uma equipe multidisciplinar, com o pediatra desempenhando o
papel principal.

13- A abordagem disciplinar é fundamental para ter uma gestão abrangente, indo além dos aspectos médicos (psicológico,
nutricional, social). Dessa forma, realiza um trabalho integrado e adaptado às necessidades específicas de cada um.

14- O pediatra é fundamental para o diagnóstico precoce e preciso desses distúrbios, além de intervir imediatamente,
conseguindo minimizar o dano neurológico. O acompanhamento e controle do quadro e o programa de triagem neonatal,
também tornam esse especialista a peça-chave do tratamento.

15- A partir do artigo, acredito que os profissionais de saúde devam reconhecer a complexidade do tratamento e a
necessidade de uma abordagem colaborativa (envolvendo diversas áreas), se conscientizar da importância da detecção
precoce para intervenção imediata e adequada, se atualizar sempre sobre as terapia, tratamentos e distúrbios.

16- A abordagem multidisciplinar pode ser desafiadora de coordenar, devido às variedades de especialidades e
complexidade do tratamento. Já a falta de verba, dificulta o acesso a recursos, o desenvolvimento de novos tratamento e
terapias e até mesmo no diagnóstico da doença. Além disso, a atualização contínua dos profissionais de saúde, em especial
em loais com recursos limitados, e a abordagem consistente e integrado ao longo do tempo, podem acarretar dificuldades a
implantação dessas estratégias de tratamento.

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