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ATIVIDADE: comparação entre o capítulo “Mãos de uma mente inteligente” e o relatório

sobre o filme “Mãos talentosas”

O capítulo “Mãos de uma mente inteligente” trata especificamente, das características de


Ben Carson voltadas às Altas Habilidades/Superdotação ou, como denominado no texto,
potencial humano superior, assim como, aborda os marcos positivos e negativos da trajetória
desse jovem médico. Ao compararmos com o relatório, observamos que a maioria dos pontos
ressaltados por nós está contida no capítulo, como por exemplo, a relevância da participação da
mãe Sonya Carson, apoiando e incentivando seu filho, de modo a contribuir para o seu progresso
nos estudos. É possível afirmar que a atitude da mãe - como quando identificou o problema de
visão do filho na infância - fez toda a diferença na vida de Ben, se considerarmos principalmente,
a necessidade de um contexto adequado para emergir as habilidades superiores.
Outra pessoa muito importante para o sucesso de Ben - como visto por nós, mas não
evidenciado no capítulo - foi o irmão Curtis, muito admirado, querido e tido como exemplo. Um
caso que ilustra essa consideração, foi quando Ben ingressou no CPOR (Curso de Preparação de
Oficiais da Reserva), Curtis tinha posto de capitão e era o comandante da campanha.
Junto à mãe e ao irmão, alguns professores também desempenharam um papel importante
na vida de Ben, propiciando a expressividade de seu talento. Nesse sentido, esse professores
cumpriram com o real propósito educacional de “[...] fornecer aos jovens oportunidades
máximas de autorrealização por meio do desenvolvimento e expressão de uma ou mais áreas de
desempenho em que o potencial esteja presente” (RENZULLI, 1986, p. 5 apud RONDINI (Org.),
2016, p. 51).
Além disso, na questão do relatório acerca do preconceito/bullying sofrido por Ben
Carson dentro e fora da escola, fizemos referência aos episódios de deboche vividos por ele em
sala de aula, devido suas notas baixas, sua cor de pele e por pertencer a uma classe social menos
favorecida, como explicitado no capítulo também. Esses episódios culminaram em um momento
de desajuste social e emocional, vivenciado por Ben durante sua adolescência, em que passou
por conflitos internos resultados em dificuldades de temperamento, desrespeito e agressão. Uma
passagem descrita no capítulo, mas que não havíamos evidenciado no relatório, é a que Ben
“esfaqueou” um amigo, faltando pouco para levá-lo a um final trágico. Esse ocorrido fez com
que o futuro médico pensasse sua vida e, com a ajuda infindável de sua mãe, com seu olhar
atento e preocupado, bem como suas atitudes proativas, superasse esse descontrole.
Outro aspecto descrito detalhadamente no capítulo, que não proferimos no relatório, é o
potencial humano superior, referente à capacidade natural apresentada pelo indivíduo,
predisposta em seu plano genético desde a sua concepção que, quando utilizada de maneira a se
destacar, caracteriza-se como dom. Porém, esse desenvolvimento depende dos estímulos
exteriores e de uma aprendizagem "informal". O talento, por sua vez, envolve uma habilidade
desenvolvida por meio do treino sistemático de ações predefinidas (GUENTHER, 2012 apud
RONDINI (Org.), 2016, p. 50).
Apesar de já termos elencado alguns traços de superdotação identificados em Ben Carson
de acordo com o filme e a autobiografia, o capítulo, segundo Guenther (2011, 2012), afirma que
essas características sinalizam o pertencimento de Ben ao Domínio de Capacidade Intelectual,
relacionando-as, ainda, à “inteligência geral”. Isso pode ser exemplificado pelo estágio de Ben
no hospital, quando questiona a ordem dada pelo seu superior e opta por seguir seus saberes, que
por sinal, abrangem mais de uma área de conhecimento. Outro exemplo, presente no relatório,
mas não no capítulo, é a respeito da ambição de Ben em participar do programa de perguntas e
respostas “General Electric College Bowl”, o que o levou a pesquisar sobre as artes e a música
clássica, áreas em que julgava saber menos. Por conta própria, buscava os conhecimentos
necessários, almejando a realização de mais um sonho.
Em conclusão, no que tange às Altas Habilidades/Superdotação, o capítulo traz dados
importantes sobre alguns equívocos advindos do senso comum, por exemplo, de que uma pessoa
superdotada domina todas as áreas do conhecimento, não apresenta dificuldades e é um aluno
“nota dez”; ou de que uma pessoa superdotada já apresenta extrema capacidade em uma área e,
por isso, não precisa de nenhuma ajuda para se desenvolver; ou, ainda, de que o fator econômico
determina o desenvolvimento de uma dotação.
Com todos os materiais estudados, sabemos que essas afirmações são mitos, não
correspondem à realidade e devem ser repensadas com cautela. Primeiramente, uma pessoa
superdotada pode dominar uma ou mais áreas do conhecimento, isso não quer dizer que nunca
terá dificuldade em nada ou que sempre será um aluno com notas máximas. Ben Carson é um
caso que ilustra essa situação, pois passou por vários enfrentamentos na escola e, inclusive na
faculdade, apresentando dificuldades para aprender bioquímica.
Em segundo lugar, não é porque uma pessoa é superdotada, que ela não precisa de ajuda
e nem de intervenção profissional para se desenvolver. Também, é possível desmistificar essa
afirmação com o exemplo de Ben Carson, que contou com o apoio e incentivo de sua mãe a vida
inteira - tanto nos estudos, como nos fatores emocionais - e, com o auxílio de sua namorada, a
propósito da disciplina de bioquímica.
Por último, é fato que o fator econômico não determina a emersão de habilidades
superiores, considerando que Ben era de uma família simples, pertencente a uma classe social
menos favorecida e, nem por isso, o menino deixou de se desenvolver e ascender
profissionalmente, chegando a ser um neurocirurgião renomado. Ainda assim, é preciso saber
que as AH/SD variam de pessoa pra pessoa, que cada um tem suas particularidades, seus
interesses, e que é necessária muita atenção para que nós, professores, saibamos identificar os
alunos e cuidar para que eles sejam bem estimulados.

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