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PADRÃO-

RESPOSTA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSÃO ESCOLAR
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CAPÍTULO I

Atividades de Estudo
1 Analise a imagem que constitui a capa do filme “300” e assista ao
filme como uma tarefa de estudos complementar. Com base na capa
de abertura do filme, disserte sobre os elementos da narrativa fílmica,
sobre o que há de emblemático e o que podemos relacionar com a
história da educação especial.

R.: É retratado na capa de abertura do filme o homem forte, vitorioso e senhor de


uma guerra. Com seu corpo e seu instrumento ele é capaz de liderar os guerreiros
por sua expressão máxima de vitória. Nas cenas do filme é representado que
para aqueles que nasciam sem o padrão corporal desejado, ou apresentando
algum tipo de deficiência não poderiam passar por esse treinamento que os
deixariam com essa expressão de vitória, estavam fadados ao fracasso, ou
seja, somente aqueles considerados fortes é que poderiam seguir o fluxo
normal da vida em esparta. E, para os considerados anormais? Não lhe era
dado nenhuma oportunidade de ser outra coisa a não ser o de ser forte e de
passar pelo treinamento para ser um soldado vitorioso dentro desta cultura.
Assim, poderíamos seguir listando outros exemplos, como na Idade Média, o
dos leprosos que foram retirados das cidades, afastados das pessoas sadias
para não as contaminar. E, assim, são muitos os casos em que também judeus,
hereges, assassinos, hermafroditas, mulheres, homossexuais e, vários outros
grupos, foram acusados de cometer atos contra os costumes morais e religiosos
predominantes em determinadas culturas por não apresentarem os padrões de
corpo e de comportamento esperados. Foram, portanto, banidos da sociedade:
torturados, queimados, corpos dilacerados em praça pública etc.

Atividades de Estudo
Assista ao filme “O filho eterno”. Você pode assistir primeiramente ao
trailer, disponível em <http://globofilmes.globo.com/noticia/o-filho-
eterno-trailer/>. Após assistir ao filme, responda:

1 Como a notícia que o filho teria Síndrome de Down foi dada à família
pelo médico após o nascimento da criança?
R.: O médico descreve a família que a criança tem uma doença e que ela
não tem cura, ou seja, o médico apresenta uma representação negativa e
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discriminatória que foi dada a família que estaria fadada a ter um filho que não
iria se desenvolver de forma normal como outras pessoas.

2 Considerando a fala do médico, disserte sobre que ênfase você


percebe com relação a essa criança com Síndrome de Down e como
ela passaria a ser considerada na sociedade atual.

R.: É possível observar que para o médico a criança não terá nenhuma chance de
desenvolvimento sendo considerado dentro de suas possibilidades. O discurso
médico pautava-se na normalidade para descrever a criança, afirmando que o
que ela tinha era uma doença que não poderia ser curada. Pautava-se numa
visão das pedagogias disciplinares e corretivas, onde esse sujeito analisado sob
a ótica clínica, não se enquadraria e, portanto, não teria o que fazer com ele.

3 Por que a mãe não aceita essa representação médica do filho e o que
ela faz que evidencia outra forma de visualizar o filho e a própria
síndrome de down?

R.: A mãe foi a única pessoa a não aceitar esse diagnóstico fechado sobre o filho
e resolve investir nele, ou seja, ver ele de outra forma. Ela demonstra ter amor
por ele, independente do diagnóstico e passa a investir todas as suas forças para
que ele possa se desenvolver dentro de suas possibilidades. Em várias cenas
essa questão fica bem evidenciada, como por exemplo, a situação escolar em
que a escola chama a família para dizer sobre as questões de aprendizagem do
filho. A reação da mãe diante das descrições determinantes da escola faz com
que a mãe prossiga investindo em seu filho, fundamentalmente demonstrando
amor a ele e apostando em suas capacidades.

Atividades de Estudo
1 Quais são os saberes que estão definindo as práticas pedagógicas no
contexto escolar? Qual o lugar que está ocupando o conhecimento
escolar nestas práticas?

R.: Essa questão é fundamental de ser respondida por profissionais da


educação que irão se deparar com esse cenário de Atendimento Educacional
Especializado. As práticas pedagógicas realizadas em sala de aula não podem
ter ênfase apenas em saberes médicos ou psicológicos no qual o professor
busca apenas o diagnóstico do aluno para a partir daí saber o que fazer com
ele. As práticas pedagógicas precisam ter ênfase no saber pedagógico. Não se
trata de descartar o saber médico ou psicológico, assim como os demais saberes
dos profissionais que estarão envolvidos em determinadas situações fora do
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contexto da escola. Trata-se antes de o profissional da educação dialogar com


esses saberes, buscando conhecer sobre o diagnóstico, mas fundamentalmente
conhecendo seu aluno e suas potencialidades de aprender. Essa questão é de
ordem pedagógica: como o aluno aprende? Em que momentos mais aprende? O
que mais se interessa por aprender? Entre outras questões que devem pautar
os planejamentos dos docentes.

Atividades de Estudo
1 Com base na charge a seguir, descreva o que você vê e, posteriormente
analise o que você viu a partir do que vimos sobre o normal e o
anormal, sobre a inclusão e a exclusão e sobre os diferentes saberes
que podem estar envolvidos nesse processo de avaliação.

FIGURA 5 – AVALIAÇÃO: BOLETIM PARA SUBSTITUIR AS NOTAS

FONTE: Tonucci (1997)

R.: É possível observar ao centro uma professora sentada a mesa escrevendo


numa folha. Acima dela vemos um balão que simula seu pensamento. Vemos
então a imagem do número oito, sendo desenhada por uma frase: “esta criança
é aplicada e obtém bons resultados tanto na escrita como no oral”.

Os saberes que pautam a avaliação dessa professora são aqueles instituídos


pela norma escolar, ou seja, o que significa ser um aluno 8? Significa que ele
se enquadra nas normas definidas pela escola e pela professora como sendo
uma criança “aplicada”, diria obediente e, que, por isso, ou em consequência
disso, obtém “bons resultados” em sua avaliação tanto “escrita como no oral”.
Esses saberes podem ser identificados a partir do que diz a psicologia do
desenvolvimento que considera as etapas ou níveis do desenvolvimento do
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sujeito para classificar conforme o padrão cognitivo esperado pela sua idade,
turma e nível cognitivo para saber ler, escrever e comportar-se. Dessa forma,
muitas vezes, passamos a definir quem é o aluno incluído, geralmente aquele
que apresenta alguma questão e não se aproxima da média escolar, ou seja,
estar no espaço da escola não vai garantir que o aluno esteja incluído nos
processos de aprendizagem. Muitas vezes a ele é planejado outro tipo de
atividade em que ele possa realizar, para seu nível cognitivo. Sendo que ao
realizar tal atividade, desconectada do restante da turma, a professora estará
o excluí daquilo que foi pensado para todos, colocando-o nesse caso, no lugar
de aluno excluído na turma. Então, se a avaliação é realizada por parecer ou por
nota talvez não seja o mais importante de ser considerado, mas antes pensar
sobre quais as bases em que esta professora pauta o seu processo de avaliação.

Atividades de Estudo
Ao longo do capítulo você já foi incentivado a realizar algumas atividades que
podem contribuir para materializar os conhecimentos discutidos. Responder
perguntas reflexivas, assistir aos filmes indicados, realizar pesquisas; estas
atividades podem contribuir nesse processo reflexivo e de construção de
aprendizagens mais significativas sobre o tema em que estamos tratando e
que daremos continuidade nos capítulos que seguem. A seguir, você terá a
oportunidade de elaborar mais duas atividades, as quais darão maior subsídios
para compreender o capítulo seguinte que tratará sobre as políticas atuais e
como elas produzem efeitos para a organização das práticas escolares.

1 Após a leitura do capítulo, retire do texto alguns destaques sobre


o período histórico que compreende o período de 1900 a 2018.
Ao mapear alguns desses elementos você poderá compreender a
relação entre os principais acontecimentos relacionados a Educação
Especial que permitiram pensar ela hoje de forma atrelada à Educação
Inclusiva.

R.: Alguns fatos mais marcantes:


1900: primeiros congressos de medicina enfatizando os estudos sobre as
pessoas com deficiência – “Tratamento médico-pedagógico dos idiotas”. Criação
dos serviços de higiene mental e de saúde pública.
1920: perspectiva escolanovista que enfatizava uma vertente psicopedagógica
e defendia a liberdade individual da criança, bem como os direitos de todos
na educação.
1971: Surge a educação especial (LDB 5692/71); Tratamento especial para
os alunos com DF e DM que se encontram em atraso quanto à idade regular;
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1988: Constituição federal. ART. 5º: Educação como um direito de todos.


Garante o pleno desenvolvimento da pessoa;
1990: Declaração Mundial de educação para todos. No Brasil, surge uma
política regida pelo princípio de “integração escolar”, “educação inclusiva” e
“inclusão escolar”;
1994: Área específica de condutas típicas de síndromes. Portaria MEC nº 1793
recomenda a inclusão de conteúdos relativos aos aspectos da pessoa portadora
de necessidades especiais;
2001: Institui as diretrizes nacionais para a educação especial na educação
básica;
2007: Implementação do plano de metas: Todos pela educação; acessibilidade;
implantação de sala de recursos; formação docente especializada.
2008: Política nacional de educação especial na perspectiva da educação
inclusiva;
2018: Temos um sistema dual. De um lado: assistencialismo filantrópico
patrocinado pelo poder público. De outro lado: um sistema educacional público
fragilizado. A educação especial hoje, enquadra-se no pensamento neoliberal
(Silva, 2002), buscando a diminuição do papel do Estado, minimizando sua
responsabilidade.

2 Faça a leitura do case a seguir, que retrata uma situação de inclusão


de um aluno que apresenta questões em relação a aprendizagem e
acompanhamento da turma. Disserte sobre como você se posicionaria,
considerando os marcos históricos da Educação Especial e o contexto
atual da Educação Inclusiva.

Quando Pedro chegou à educação infantil da Escola Municipal de


Educação Básica, logo notamos “algo” no garoto, possivelmente algum
transtorno. Uma escola grande que atende cerca de 100 alunos, divididos em
turmas, sendo atendidos em grupos de até 20 crianças, por uma professora e
uma atendente. A educação especial do município foi acionada e deu início a
uma série de ações junto aos familiares e à equipe da creche para investigar
o quadro. Mas a família do estudante teve certa resistência em aceitar a
situação. Eram muitos os relatos de dificuldades em realizar as consultas
médicas e as avaliações com profissionais de reabilitação indicadas para o
aluno. Por isso, não havia um laudo médico definido.

Em sala de aula, Pedro não ficava parado e fazia o que queria. Isso
dificultava nossa ação pedagógica. Na sala de estimulação, onde recebia o
atendimento educacional especializado (AEE), sua participação era maior.
Mas com o decorrer dos meses, o garoto não atingiu o esperado pela creche e
pela família. A escola chegou a solicitar a mudança de escola, mas concordou
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em mantê-lo no mesmo estágio no próximo ano para que tivesse mais uma
oportunidade.

No ano seguinte, contudo, a situação pouco mudou. A família continuava


resistindo às nossas solicitações. No ambiente escolar, o aluno apresentava
dificuldades para comer, mostrava-se intolerante com portas fechadas
e tinha o hábito de tirar as roupas quando era contrariado. Ele ouvia e
compreendia bem o que lhe era dito, mas não usava a fala para se comunicar.
Interagia com adultos e quase nada com os colegas. A equipe da sala de
recursos via avanços nas propostas individualizadas feitas ao estudante,
mas os resultados positivos não se repetiam na sala regular.

Foram necessárias muitas conversas com os pais para que os mesmos


fossem levados a retirar seu filho da escola. A certa altura do ano, a mãe
nos contou como até mesmo os outros familiares começaram a olhá-lo de
outra maneira. Assim, Pedro sentia-se excluído na turma e na escola. A
escola desconhecia a legislação da inclusão (BRASIL, 2008) que orienta a
inclusão de todos os alunos na escola regular, independente da deficiência.

FONTE: <http://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/creche-muda-
postura-para-incluir-crianca-sem-laudo-medico-definido/)>.

R.: Considerando os marcos históricos da Educação Especial e o contexto


atual da Educação Inclusiva. Em primeiro lugar a inclusão na escola regular
de alunos que apresentam questões relacionadas ao desenvolvimento de sua
aprendizagem não pode mais causar impacto, ou seja, não pode mais assustar ao
docente que está à frente do trabalho na sala de aula. Como vimos, a Educação
Especial foi sendo imbricada na educação geral, tornando-a assim chamada de
Educação Inclusiva. Uma série de avanços, inclusive legais tendem a garantir o
direito de todos aprenderem. No entanto, a rede de apoio, incluindo a família,
ainda é insipiente, pois ela acaba muitas vezes não acontecendo em função
da sobreposição de saberes: a família que não confia na proposta da escola ou
mesmo desconhece, os atendimentos médicos realizados fora do contexto da
escola são muitas vezes desconhecidos pela escola, os atendimentos realizados
na sala de recursos da escola ocorrem de maneira isolada da sala de aula, dentre
outros elementos.

Considerando o contexto atual da Educação Inclusiva e seus desafios em relação


as dificuldades de o aluno acompanhar o currículo escolar, de maneira nenhuma
pode mais ocorrer essa sugestão da escola para a família: a de retirar o filho da
escola por falta de avanços de sua parte. A culpabilização do aluno por sua não
aprendizagem e acompanhamento escolar não pode mais ocorrer, considerando
que o trabalho pedagógico precisa aparecer com maior ênfase na sala de aula
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e mesmo no discurso da professora. O que o aluno consegue realizar? Quais


são os objetivos traçados para ele? No que ele avançou considerando o seu
processo de aprendizagem? No que ele pode avançar ainda mais? Tais perguntas
podem ser realizadas conjuntamente com o profissional da sala de recursos
da escola a fim de este trabalho não ocorra de modo isolado da sala de aula.
Muitas conversas com os pais, entre os professores que atendem o aluno, com
a turma deste aluno, enfim, precisam ocorrer na escola a fim de que se possa
conhecer os limites e apostar nas potencialidades do aluno, incentivando-o
sempre e mostrando os avanços que ele teve, ainda que tais avanços não sejam
os mesmos que os demais. Pedro não se sentirá incluído sempre e totalmente
na escola, o conceito de in/exclusão serve para que possamos perceber esse
movimento e buscar sempre a construção de práticas inclusivas para todos
em sala de aula.

CAPÍTULO II

Atividades de Estudo
Exemplos de práticas de inclusão na mídia

1 Cite dois exemplos em que a mídia aborda o tema da inclusão.

R.: O acadêmico poderá escolher outros exemplos, abordados na mídia.


Exemplo 1: A Oi preparou um comercial em que a criança que aparece no final
dizendo “Oi”, marca registrada das campanhas da operadora, trazendo uma
menina com síndrome de Down.

Descrição da Propaganda: Menina com síndrome de Down com o logotipo


da operadora Oi e a frase: “Simples assim”. O anúncio da Oi é mais um
esforço da chamada publicidade inclusiva, iniciativas de ação afirmativa
dentro da propaganda visando trazer a diversidade para uma área que
sempre se caracterizou pelas imagens padronizadas do belo e do perfeito. A
propaganda pode ser visualizada no seguinte link: <http://www.youtube.com/
watch?v=D7eXQeVZNDM>.

Exemplo 2: Barbie lança bonecas com deficiências físicas para promover


inclusão. A marca Barbie anunciou nesta semana (15/02/2019), no Instagram,
que irá lançar uma linha de bonecas com deficiências físicas para exaltar a
diversidade e promover a inclusão. Os modelos usarão cadeira de rodas e prótese
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na perna. Além disso, a boneca terá variedade de tons de pele, estilos de cabelo
e looks da moda. Kim Culmore, vice-presidente de Design da Barbie, na Mattel,
afirma: “Nosso compromisso com a diversidade e a inclusão é um componente
essencial de nosso processo de design e estamos orgulhosos por saber que as
crianças de hoje conhecerão uma imagem diferente da marca”. Disponível em:
<http://portalmakingof.com.br/barbie-cria-bonecas-com-deficiencias-fisicas-
para-promover-inclusao>. Acesso em:17 jul. 2019.

2 Formule uma questão a respeito dos seus exemplos que expressa


uma visão que não apenas concorda com o que foi mostrado, mas
busca questionar sobre as verdades que aquela representação sobre
a deficiência quer evidenciar.

R.: A partir dos exemplos escolhidos, os quais serão pessoais e de acordo com
as vivencias de cada um, serão compartilhados a forma de exaltação do outro
com deficiência. Esses artefatos, seja filmes, propagandas, desenhos animados
abordam o sujeito com deficiência, muitas vezes, centrando na diferença que a
pessoa carrega e não como algo que está na forma como a sociedade aprendeu
a ver essa pessoa. A mídia utiliza-se, muitas vezes, desse discurso que exalta
através de questões positivas sobre as pessoas com deficiência, a fim de
desconstruir a visão negativa, mas sem considerar que tal visão é construída
histórica e socialmente.

Atividades de Estudo
Exemplo de programa de inclusão

1 Cite alguns programas de inclusão voltados a área da educação.

R.: Alguns dos principais programas que visaram assegurar o acesso e a


permanência dos sujeitos na escola são: “Acorda Brasil! Tá na hora da escola”;
“Aceleração da Aprendizagem”; “Guia do Livro Didático”; “Bolsa-Escola” etc.
Ações como a incorporação da Educação Infantil à Educação Básica e a
implementação das modalidades de Educação de Jovens e Adultos e Educação
Indígena. Também no sistema de avaliação foram criados o “Censo Escolar”, o
“Sistema de Avaliação da Educação Básica” (SAEB), o “Exame Nacional do Ensino
Médio” (ENEM) e o “Exame Nacional de Cursos” (Provão) etc.

2 Disserte sobre um dos programas, apresentando mais detalhes


e destacando os objetivos e os resultados esperados. Consulte a
internet para pesquisar sobre o programa escolhido.
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R.: A escolha de um desses programas, bem como a sua análise, é importante


para destacar seus objetivos e os resultados esperados para perceber o quanto
o programa é criado para atender uma demanda (social, escolar etc.) específica.
No entanto, o seu funcionamento dependerá de uma série de elementos que
podem impulsionar ou paralisar as ações previstas. A análise desse programa,
pode ser realizada com base no profissional que atua no programa ou próximo a
ele. é possível ainda ir além desse posicionamento, buscando por algum artigo
na internet que aborde a respeito do programa escolhido.

Atividades de Estudo
1 Com base nos estudos realizados ao longo deste capítulo, responda:

a) Descreva o conceito de política.


R.: Como conjunto de práticas que inventa o que elas definem e que, por sua
vez, é condição de possibilidade para se estabelecerem verdades específicas
que, ao serem atravessadas pelas tendências globais, constituem os próprios
sistemas de ensino.

b) Defina o que é Imperativo da Inclusão.


R.: Tem sido imprescindível discutir a educação a partir dos processos
inclusivos no cenário nacional e internacional, colocando-se de forma favorável,
defendendo essa posição de inclusão de forma constante. Percebe-se uma
defesa da inclusão é preciso que cada um se dobre a essas verdades, acredite
nelas ou ao menos as aceitem como promessa de mudança de vida”. Trata-
se de uma rede em que cada um de nós participa enquanto uma população.
Primeiro de forma compulsiva e, posteriormente, cada um deve se curvar a
essas verdades, acreditar nelas para transformar suas vidas. A inclusão como
imperativo pode ser vista como uma lógica orientadora da vida, como condição
de participação de todos.

c) Descreva como podemos compreender o processo de in/exclusão.


R.: In/exclusão não podem ser tomados de forma separada, binária, como sendo
duas palavras com significados contrários. Essas palavras são entendidas como
dois lados da mesma moeda. Não são conceitos fixos, eles se movimentam a
partir de um processo que envolve múltiplas questões, relações e compreensões.
Trata-se de um movimento de luta constante que compreende a inclusão não
como um lugar a ser alcançado, mas um desafio permanente que inclui pensar
as práticas cotidianas desencadeadas com esses sujeitos, aceitando a condição
permanente de inclusão e exclusão que todos nós estamos inseridos.
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d) O que é o Atendimento Educacional Especializado - AEE e para que


ele serve dentro do contexto escolar?
R.: O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço da educação
especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas” (SEESP/MEC, 2008). O AEE
deve ser marcadamente um atendimento pedagógico, e não clínico o objetivo
é enfatizar o olhar pedagógico sobre a aprendizagem do aluno, buscando o
professor em sala de aula para que possam construir possibilidades de trabalho,
contribuindo assim para esse processo de inclusão. As SRM são divididas em
dois tipos, de acordo com o material que é enviado pelo Ministério da Educação.
A sala tipo 1 conta com: microcomputadores, monitores, fones de ouvido,
microfones, scanner, impressora a laser, teclado e colmeia, mouse e acionador
de pressão, laptop, materiais e jogos pedagógicos acessíveis, software para
comunicação alternativa, lupas manuais e eletrônica, plano inclinado, mesas,
cadeiras, armário, quadro melanínico. A sala tipo 2 conta com os mesmos
recursos, mais recursos específicos para o trabalho com alunos cegos. Não
pode caracterizar-se como um espaço de reforço escolar ou complementação
das atividades escolares.

2 O conceito de inclusão, o sujeito com deficiência e as diferenças de


modo geral, podem ser compreendidos na prática do professor, tanto
na sala de aula, quanto no AEE. Com base no exposto, classifique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) É preciso haver um olhar atento de toda a escola para acompanhar e apoiar


o professor diante das necessidades cognitivas, psicológicas, sociais e
culturais apresentadas pelo aluno com deficiência.
( ) O professor de AEE deve subestimar as capacidades de aprendizagem
do aluno, buscando compreender a sua deficiência e, por isso, solicitar
somente ao profissional de apoio para fazer a intervenção pedagógica.
( ) Os professores devem atuar a partir da visão médico-psicológica para
aguardar a professora do AEE trazer o diagnóstico clínico do aluno para
aí sim planejar atividades adequadas à sua deficiência.
( ) O profissional da educação deve agir de modo próximo da criança e da sua
família, buscando compreender as experiências de vida desses sujeitos e
identificando de que forma se pode aprender com eles.
( ) As práticas no contexto educacional devem ser desenvolvidas através de
uma ênfase pedagógica, envolvendo família, a comunidade como fonte de
investigação sobre a criança a fim de explorar as formas como ela aprende,
seus interesses e possibilidades.
( ) Os profissionais da educação precisam compreender a deficiência como
uma doença, um defeito orgânico que pode ser tratado e corrigido para
que ele possa ensinar e o sujeito aprender.
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( ) Os alunos com deficiência são vistos a partir da impossibilidade de aprender


os conteúdos, sendo a eles propostos atividades mais fáceis que envolvem:
pinturas, desenhos, completar palavras com as letras, etc.
( ) As crianças com deficiência são envolvidas nas atividades para a turma,
sendo que para elas é realizado ajustes e adaptações, considerando suas
condições, seu nível, seu tempo de aprendizagem, tendo ou não o apoio
de outro profissional.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) F - F - V - F - F - V - V - F.
b) (X) V - F - V - V - F - F - V - V.
c) ( ) V - F - F - V - V - F - F - V.
d) ( ) F - V - V - V - V - F - V - V.

CAPÍTULO III

Atividades de Estudo
1 Disserte sobre como identificar determinado tipo de deficiência
ou síndrome no sujeito que se encontra “incluído” no contexto
educacional, mas não apresenta um diagnóstico?

R.: Partindo da ideia de que não foi dito nada a respeito desse sujeito e há
suspeitas de que seu comportamento e sua aprendizagem não está sendo
correspondendo ao que está sendo proposto, é imprescindível uma aproximação
maior com esse sujeito. Algumas sinalizações são importantes: não realizar
um diagnóstico, pois não lhe cabe essa atribuição enquanto profissional da
educação. Cabe antes compreender esse sujeito para além das características
que ele está apresentando, buscando o histórico escolar, a família e seu
contexto cultural/social. Além de conhecer melhor esse sujeito, observá-lo em
diferentes situações de aprendizagem, fazer registros sobre suas respostas
e comportamentos a fim de constituir elementos consistentes sobre ele.
Compreender esses comportamentos e respostas a partir desse conjunto de
elementos buscados sobre o sujeito e outros que a literatura pode indicar
a partir de pesquisas realizadas. Utilizar argumentos pedagógicos nesses
registros a fim de contribuir com uma visão mais ampla (clínica) que se possa
ser buscada a partir daí.
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2 O que é preciso para construir uma prática pedagógica com alunos


com deficiência, síndrome ou dificuldade de aprendizagem?

R.: Conhecer o estudante, seu contexto, seus gostos, suas aprendizagens


prévias; conhecer as caracterizações mais gerais sobre a deficiência, síndrome
ou dificuldade a fim de compreendê-la de modo mais genérico; planejar
estratégias pedagógicas que atendam às necessidades apresentadas pelo
sujeito, mas também a turma ou grupo ao qual ele está inserido; rever de forma
constante tais estratégias a partir de conversas com os diferentes instancias
envolvidas: família, professor do AEE, gestão da escola, profissionais que
possam atende-lo fora do contexto educacional; refletir de forma sistemática
no contexto educacional com todos os profissionais envolvidos a fim de (re)
avaliar a proposta pedagógica.

3 Por que a nota técnica relativizou a exigência do laudo dos alunos


com deficiência não mais considerando necessário apresentar para
que o sujeito seja atendido no AEE?

R.: Necessidade de não mais atrelar o diagnóstico a um direito do aluno em


receber atendimento. A dificuldade que muitas famílias têm em obter um
diagnóstico preciso nas redes de saúde pública é algo a ser considerado.
Outra questão é atrelar o diagnóstico como condição para planejamento de
estratégias especificas de acordo com tal diagnóstico. Esse planejamento deve
ocorrer de modo a não considerar apenas o diagnóstico. São muitos elementos
que precisam estar envolvidos. O diagnóstico não pode orientar a prática
pedagógica, e sim o contrário é indicado. O diagnóstico aponta elementos
a serem considerados no planejamento. Muitas situações passaram a não
serem contempladas no AEE em função de não ter o diagnóstico e com isso
continuaram sem um olhar diferenciado nos contextos escolares.

4 Destaque o que você aprendeu de modo mais significativo com esse


conjunto de entrevistas.

R.: A resposta é individual para cada leitor, mas de modo geral o destaque
fundamental a que se espera ter sido compreendido é o de que a inclusão precisa
ser compreendida a partir da ideia de in/exclusão. Como processo inacabado
que exige um constante repensar as práticas pedagógicas, considerando todos
os sujeitos envolvidos.

5 Qual a importância do profissional do AEE no contexto educacional?

R.: O grande articulador no contexto da escola, não o único. Aquele que pode
além de pensar estratégias especificas com os sujeitos com deficiência, deve
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discutir propostas com os professores, profissionais envolvidos com esses


sujeitos e a turma. Aquele que pode mobilizar para além da escola, um trabalho
em rede que considere diferentes saberes sobre esse sujeito e múltiplas formas
de compreendê-lo.

6 Descreva como você abordaria o conceito de inclusão, quando


solicitado a realizar algum tipo de formação continuada com
professores numa escola a respeito de possibilidade de construir uma
proposta pedagógica inclusiva.

R.: A partir dos processos de in/exclusão; como prática em constante reflexão


e reorganização; nunca como um lugar de chegada; considerando todos os
envolvidos, não apenas aqueles que apresentam um tipo de deficiência;
conceituando diferença como possibilidade e não como falta; apostando
nas possibilidades dos sujeitos e relativizando as posições as quais eles são
colocados; discutindo a partir dos entendimentos prévios que os professores
tem acerca da inclusão a fim de desconstruir sob a luz da necessidade de pensar
de outro modo, desnaturalizar as práticas excludentes.

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