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20/12/2023
Belém, Pará
Quais as implicações nutricionais-dietéticas de nosso comportamento
genético calórico-acumulador no mundo atual obesogênico
O homem pré histórico não tinha uma grande disponibilidade de
alimentos em comparação a modernidade atual, era necessário práticas de
caça e carniçagem para alcançar as necessidades proteicas, lipídicas e de
carboidratos. Isto é, viviam em uma lógica de necessidade de acumular
gordura e energia, quando o alimento era encontrado deveria ser aproveitado
de forma totalitária pois não havia previsão para o próximo momento que
iriam consumir alimentos, assim como era necessário o armazenamento de
energia para os momentos de fome e estiagem, os quais prevaleciam na época
de frio. Nesse contexto, era visível o acúmulo de gorduras principalmente nos
membros inferiores e nos flancos, algo que causa repulsa na modernidade, era
visto como saúde e admirado até como atração sexual entre o homem e a
mulher, pois as pessoas mais “rechonchudas” eram as caçadoras mais
habilidosas no tempo de caça disponível, no contexto feminino o acúmulo de
gordura também indicava uma gravidez e maternidade segura.
Assim, anteriormente o apetite gigantesco e insaciável garantiu a
sobrevivência humana, porém, vale ressaltar que os ancestrais dos homens
modernos que iniciaram a busca incessante em relação a comida, também
caminhavam por horas e até dias atrás da caça ou carniçagem, essa contínua
peregrinação atrás do alimento deixava esse indivíduo em um estado de
“Déficit calórico” constante, um conceito usado na atualidade que diz a
respeito de gastar mais calorias do que se é ingerido, ou seja, apesar da
necessidade de acumular gordura no corpo humano, essas pessoas tinham
ainda um corpo dito como “enxuto” em comparação ao acúmulo de gordura
conhecido na modernidade.
Ademais, o apetite constante e o costume incessante por alimentos
extremamente calóricos trouxe graves consequências para os homens
modernos, em que são inseridos em um cotidiano de vida fácil e comida farta,
em que não é mais necessário passar horas caminhando e gastando calorias
para conquistar o alimento diário, apenas um clique no celular já é possível
conquistar uma fartura desejada. O consumo excessivo de calorias em
conjunto com o sedentarismo colocou uma classificação preocupante para o
cotidiano moderno, dito como: mundo obesogênico, grande ofertas de
alimentos e maus hábitos alimentares, além da baixa prática de exercícios
físicos resultando em uma população majoritariamente obesa, como citado no
livro “um a cada quatro americanos é obeso”, caracterizado por um IMC
(índice de massa corporal) maior que 30. Por outro ângulo, ainda há grupos
populacionais em que a grande oferta de comida é considerada valiosa e vista
como um status social, isso ocorre pois há o convívio com a fome crônica e
ainda há a lógica de acúmulo, como era vivido pelos ancestrais, deixando
claro que há desigualdade sempre, mas que os genes de fome ainda estão
inseridos igualmente na população.
BIBLIOGRAFIA: